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Figuras de linguagem são palavras que criam novos significados para um texto, dando mais expressividade a ele. Consegui listar mais de 20 classificações aqui, e vou dar exemplos de todas no resumo a seguir, feito a partir desta aula. Ao final do texto, resolva alguns exercícios. 😉 A figura mais conhecida talvez seja a metáfora, mas existem outras também. Para o leitor (ou ouvinte) entender esta expressão, é importante conhecer os principais tipos e saber utilizá-los. Por isso, esse assunto de Língua Portuguesa é essencial para se comunicar melhor com as pessoas, mas também para fazer uma boa interpretação de texto nos dois dias de prova do Enem, nos vestibulares e em concursos públicos. Ver aula grátis 26 Tipos de figuras de linguagem 📋Figuras de semelhança 🍋🍊O nome “figura de semelhança” serve para entender a utilidade das próximas figuras de linguagem. Não se preocupe com decorar essa palavra, ok? A forma que dividi as figuras aqui é apenas uma das diferentes maneiras que existem para classificar estes termos. Leia também: 1. MetáforaÉ uma relação de semelhança entre a palavra e o que ela representa. Exemplo: Século das Luzes. A expressão se refere ao Iluminismo do Século XVIII, movimento intelectual que valorizou a razão. Esta, por sua vez, é relacionada com a iluminação do conhecimento. Estudar metáfora 2. ComparaçãoÉ como uma metáfora, mas existe um conectivo que deixa essa relação comparativa explícita. Exemplo: O Século é como a luz. 3. AntonomásiaÉ a substituição de uma palavra por alguma que se refere a uma característica particular dela, permitindo a sua identificação com facilidade. É um tipo de metonímia. Exemplos: Filho de Deus (Jesus Cristo), Terra da Garoa (São Paulo), Cidade Maravilhosa (Rio de Janeiro). Estudar antonomásia 4. Personificação (prosopopeia)Dá características de pessoas a elementos não humanos, como objetos, plantas e animais. A personificação também é como se fosse uma metáfora, mas a qualidade é especificamente humana. Exemplo: Árvores se abraçam. 5. CatacreseÉ um termo que existe devido à falta de uma palavra específica para nomear algo. Assim, é utilizado um substantivo que já representa outra coisa. A catacrese já é utilizada na linguagem coloquial e não é uma invenção do autor. Exemplo: Pé da mesa, pé de alface 6. SinestesiaÉ quando sentidos diferentes atuam ao mesmo tempo. Exemplo: Despertara-a um grito áspero, vira de perto a realidade (…). Neste trecho do livro Vidas Secas, “grito” se refere à audição e “áspero” se relaciona com o tato. Estudar sinestesia 7. OnomatopeiaÉ um processo para formar palavras que tentam reproduzir determinado som. Exemplo: Miau. Figuras de contiguidade ✋🙋Contiguidade é o mesmo que proximidade. As figuras de contiguidade substituem um elemento por outro porque eles são próximos. 8. MetonímiaÉ o uso de uma palavra para representar algo muito próximo a ela. Acontece, por exemplo, quando o nome de uma marca representa o produto, quando a causa se refere ao efeito, ou quando uma parte substitui o conjunto todo. Exemplos: O bonde passa cheio de pernas: pernas brancas pretas amarelas. (Drummond) Tomei um nescau. A marca representa o produto Assista à videoaula 2 sobre figuras de linguagem para saber mais exemplos. Figuras de oposição 😀😫As figuras de oposição relacionam elementos divergentes, com significados distintos. Ao realizar a interpretação, entendemos que as palavras têm significado figurado, ou seja, não literal. 9. ParadoxoO paradoxo cria uma mensagem que parece absurda. Relaciona características opostas de maneira simultânea. Exemplo: Os tempos mudavam, no devagar depressa dos tempos. (Guimarães Rosa – A terceira margem do rio) Tá difícil? Assista à videoaula grátis. 10. IroniaÉ quanto há um contraste entre o que está escrito (ou é falado) e a mensagem que o interlocutor quer transmitir. Exemplo: Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis. (Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás Cubas) 11. AntíteseÉ uma relação que explora contrastes, mas sem a contradição presente no paradoxo. Exemplo: Os poemas em verso livre são enfadonhamente iguais (Drummond – Nova reunião) Figuras de tensividade 🗣12. EufemismoTransforma uma mensagem desagradável em algo mais suave. Exemplo: Ele não está mais entre nós. 13. GradaçãoÉ uma transformação gradual, de forma crescente ou decrescente. Exemplo: Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada (Gregório de Matos – Soneto a Maria de Povos) 14. HipérboleÉ relacionada com o exagero. Exemplo: Estou morrendo de frio. Figuras de repetição 🍍🍇🍇🍍Anáfora, polissíndeto e quiasmo repetem palavras. O pleonasmo repete a ideia. 15. PleonasmoÉ quando uma ideia implícita em outra palavra é repetida para reforçá-la. Exemplo: Vamos fugir pra outro lugar, baby. (Gilberto Gil – Vamos fugir) “Fugir” significa sair de um lugar em direção a outro. 16. AnáforaÉ a repetição regular de uma palavra. Exemplo: Se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse a valsa vienense, se você dormisse, se você cansasse, 17. PolissíndetoÉ a repetição de uma conjunção. Saiba mais sobre conjunções nesta aula. Exemplo: Ou estuda, ou trabalha, ou tem vida social, ou tem saúde. 18. QuiasmoO quiasmo é uma repetição cruzada. O som “qui” (de “quiasmo”) pode ser relacionado com um “X” (representando uma cruz). Exemplo: E estudava, e trabalhava, e trabalhava e estudava. Figuras sintáticas ou de construção ✍19. SilepseÉ quando há concordância verbal ou nominal com a ideia, mas não com a palavra Exemplo: A gente é novo. “Gente” é substantivo feminino e “novo” é adjetivo masculino. 20. HipérbatoÉ quando a oração não está na ordem direta para produzir um efeito de sentido. Estude os efeitos das orações em ordem direta e indireta nesta aula. Exemplo: Estudavam anteriormente com enciclopédias os alunos. 21. ElipseÉ quando algum termo da oração é oculto, mas dá para saber qual palavra é através do contexto. Exemplo: Fiz uma redação hoje. O pronome “eu” está oculto. 22. ZeugmaÉ um recurso que omite um termo que já foi mencionado antes na oração. É como se fosse uma elipse. Exemplo: Ele gosta de Biologia, eu de Geografia. O verbo “gostar” apareceu antes e está oculto. 23. AssíndetoÉ uma omissão (parecida com uma elipse), porém é exclusiva para conectivos e conjunções. Exemplo: Acordei, comi, estudei, dormi. Não há a conjunção “e” para unir as duas últimas orações. 24. AliteraçãoÉ utilizar, consecutivamente, palavras com consoantes que produzem sons parecidos. O resultado é um trava-língua. Exemplo: O rato roeu a roupa do rei de Roma. 25. AssonânciaA assonância é muito parecida com a aliteração: é a repetição consecutiva de palavras com vogais tônicas. O recurso de linguagem é muito comum na poesia simbolista. Exemplo: Ó Formas alvas, brancas, Formas claras. (Cruz e Souza – Antífona) 26. AnacolutoA estrutura sintática da frase é interrompida por algum elemento “solto”. O recurso faz a linguagem escrita se parecer com a linguagem oral, dando espontaneidade à mensagem. Alguns teóricos consideram o anacoluto um erro de sintaxe (Gramática). Por isso, ele deve ser interpretado no contexto. A figura é frequente em obras como Vidas Secas, que possuem diálogos muito próximos à linguagem do dia-a-dia. Exemplo: Matemática, como aprender essa matéria? Saiba mais neste vídeo do professor Altemir Oliveira. Questões do Enem sobre figuras de linguagemResposta: A) metaforização do sentido literal do verbo “beber”. Resposta: A) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir a ideia que pretende veicular. Resposta: A) “e o pão preserve aquele branco / sabor de alvorada.” Resposta: E) expressa-se em linguagem mais subjetiva, com forte carga emocional Resposta: C) A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes. Resposta: D) introduzir um argumento esclarecedor. Não se preocupe em decorar os nomes de todas as figuras de linguagem. O mais importante é saber que elas existem e quais são os seus efeitos, para realizar uma boa interpretação de texto. Para reforçar os tipos mais importantes e praticar com exercícios, veja a aula completa no Geekie Games. Posts Relacionados
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