CONCEITOS GERAIS Segundo Sir Rupert Willis a “neoplasia é uma massa anormal de tecido cujo crescimento excede e não está coordenado ao crescimento dos tecidos normais e que persiste mesmo cessada a causa que a provocou”. NOMENCLATURA Considerando as características gerais das neoplasias, todos os tumores benignos e malignos apresentam dois componentes básicos:
A nomenclatura dos tumores é baseada no componente parenquimatoso como descrito a seguir: 1) Tumores benignos: Célula parenquimatosa + sufixo -OMA (ex: fibroblastos + -oma = fibroma). 2) Tumores malignos: Não hematopoiéticas: Hematopoiéticas: Epitélio de revestimento: Epitélio Glândular: OBS: Nomenclatura de lesões não neoplásicas Algumas lesões não neoplásicas podem ser confundidas com tumores devido a semelhança na grafia:
BIOLOGIA DO CRESCIMENTO TUMORAL: NEOPLASIAS BENIGNAS E MALIGNAS Existem critérios morfológicos pelos quais é possível distinguir os tumores benignos e malignos. 1) Diferenciação e anaplasia: Em geral, tumores benignos apresentam células bem diferenciadas. Enquanto nos tumores malignos estas células sofrem uma indiferenciação celular. Algumas características anaplásicas:
2) Taxas de crescimento: Geralmente, os tumores malignos possuem velocidade de crescimento maior do que tumores benignos. Além disso, a taxa de crescimento do tumor pose ser influenciada por três fatores:
3) Invasão local: Quase todos os tumores benignos possuem crescimento lento, expansivo, não possuem capacidade infiltrativa, e apresentam-se encapsulados. Entretanto, o crescimento dos tumores malignos, em sua grande maioria, é rápido, infiltrativo, invasivo e não possui plano de clivagem. 4) Metástase: É a capacidade de crescimento de um tumor maligno à distância. Vias de disseminação: ANGIOGÊNESE O tumor maligno libera vários fatores de crescimento como: células endoteliais (EGF), dos vasos sanguíneos (VEGF), permitindo o crescimento tumoral na medida em que fornece nutrientes e oxigênio. AGENTES CARCINOGÊNICOS 1) Carcinogênese química: a iniciação resulta da exposição de células a uma dose suficiente de um agente carcinogênico, podendo causar, quando associado a outros fatores, lesão permanente no DNA (mutações):
2) Carcinogênese pela radiação:
3) Carcinogênese microbiana: Alguns exemplos:
GRADUAÇÃO E ESTADIAMENTO A American Joint Committee on Cancer (AJCC) e a União Internacional de Controle do Câncer (UICC) utilizam o sistema de classificação TNM como uma ferramenta para os médicos estadiarem diferentes tipos de câncer com base em determinadas normas. Foram desenvolvidos sistemas para expressar o nível/grau de diferenciação e a extensão/estágio da disseminação de um câncer dentro do paciente como parâmetro da gravidade clínica da doença. A graduação de um tumor se baseia no grau de diferenciação das células tumorais, assim os tumores são classificados como grau I até IV com anaplasia crescente. O número de mitoses dentro do tumor tem correlação com a agressividade do neoplasma. Já o estadiamento dos tumores se baseia no tamanho da lesão primária, na sua extensão de disseminação para os linfonodos regionais e na presença ou ausência de metástases hematogênicas. Sistema TNM de estadiamento:
1. Categoria T: Os números que aparecem após o T (tais como T1, T2, T3 e T4) podem descrever o tamanho do tumor e/ou a disseminação da doença nas proximidades. Quanto maior o número de T, maior o tumor e/ou mais se disseminou pelos tecidos próximos.
2. Categoria N: Os números que aparecem após o N (por exemplo, N1, N2 e N3) podem descrever o tamanho, localização e/ou o número dos linfonodos com doença. Quanto maior o número, mais o câncer se espalhou para os linfonodos.
3. Categoria M:
DIAGNÓSTICO 1) Métodos histológios e citológicos: Biópsia; aspiração com agulha; esfregaços para citologia 2) Métodos Imuno-histoquímicos: categorização de tumores malignos indiferenciados; categorização de leucemias e linfomas; determinação do local de origem dos tumores metastáticos 3) Diagnóstico molecular: diagnóstico de neoplasmas malignos 4) Citometria de fluxo: pode medir diversas características celulares individuais, tais como antigenos de membrana e conteúdo de DNA das células do tumor 5) Marcadores tumorais: entre os marcadores incluem-se os antígenos de superfície celular, proteínas citoplasmáticas, proteínas, enzimas e hormônios 6) Exames imaginológicos. Figura 1: fibroma Figura 2: fibrossarcoma Figura 3: displasia Figura 4: anaplasia Figura 5: mitose
Apesar dos tumores algumas vezes serem cancerígenos, tumor e câncer não são sinônimos. Tumor se refere a um crescimento celular anormal em qualquer parte do corpo. Nem sempre, entretanto, esse aumento de volume corresponde a um câncer. Há tumores benignos, que não são câncer, tais como certas lesões na pele, alguns tipos de pólipos no intestino e miomas. Eles crescem de forma lenta, organizada, e têm limites bem definidos 1. Já os tumores malignos (ou cancerígenos) acontecem quando uma célula do organismo passa a se replicar de maneira desordenada e descontrolada. Esses tumores, em geral, crescem rapidamente e podem se espalhar pelo corpo, invadindo tecidos vizinhos. Nesses casos, o tumor é chamado de câncer 2. O tratamento dos tumores benignos é realizado, na maioria das vezes, por meio de cirurgia. O médico retira todo o tumor e, em geral, isso resolve o problema, curando o paciente. No caso dos tumores malignos, o tratamento pode seguir a linha tradicional, com radioterapia, quimioterapia e, eventualmente, cirurgia. Em muitos casos pode-se adotar, também, a imunoterapia, que usa o próprio sistema imunológico do paciente no combate ao tumor. Quanto mais cedo se descobre o tumor maligno, e quanto mais adequado é o tipo de tratamento, maiores são as chances de cura 2, 3. Referências 1 INCA. Perguntas e respostas sobre o câncer. Disponível em http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=83. 2 Hospital Albert Einstein. Câncer benigno e maligno. Disponível em https://www.einstein.br/noticias/noticia/cancer-benigno-maligno 3 Redação M de mulher/Revista Saúde. Quais as diferenças entre tumores benigno e maligno? Disponível em http://saude.abril.com.br/bem-estar/quais-as-diferencas-entre-os-tumores-benigno-e-maligno/ ShareRoche Farmacêutica no Brasil Medicamentos Áreas terapêuticas |