Principais movimentos operários que eclodiram no início do processo de industrialização

Principais movimentos operários que eclodiram no início do processo de industrialização

História, 15.08.2019 01:06

Identifique e cite, três características que contribuíram para a centralização do poder nas mãos dos reis.

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Principais movimentos operários que eclodiram no início do processo de industrialização

História, 15.08.2019 00:54

Cada uma das afirmativas a seguir contém um erro quando inserida no contexto histórico. identifique o erro e faça as correções necessárias. a) a constituição de 1946 foi promulgada em uma circunstância histórica internacional desfavorável à redemocratização que ela pretendia promover. b) o voto obrigatório foi instituído pela constituição de 1946 devido às falta de interesse por parte dos eleitores brasileiros que, mesmo podendo exercer livremente o seu direito de voto desde o estado novo, não compareciam no momento das eleições.

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História, 15.08.2019 00:54

Veja o quadro "independência ou morte"e responda : a/que idéia pedro américo procurou apresentar de dom pedro primeiro e da independência? explique sua resposta

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Perguntas

Na República Velha temos a vivência de todo um processo de transformações econômicas responsáveis pela industrialização do país. Não percebendo de forma imediata tais mudanças, as autoridades da época pouco se importavam em trazer definições claras com respeito aos direitos dos trabalhadores brasileiros. Por isso, a organização dos operários no país esteve primeiramente ligada ao atendimento de suas demandas mais imediatas.

No início da formação dessa classe de trabalhadores percebemos a predominância de imigrantes europeus fortemente influenciados pelos princípios anarquistas e comunistas. Contando com um inflamado discurso, convocavam os trabalhadores fabris a se unirem em associações que, futuramente, seriam determinantes no surgimento dos primeiros sindicatos. Com o passar do tempo, as reivindicações teriam maior volume e, dessa forma, as manifestações e greves teriam maior expressão.

Na primeira década do século XX, o Brasil já tinha um contingente operário com mais de 100 mil trabalhadores, sendo a grande maioria concentrada nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Foi nesse contexto que as reivindicações por melhores salários, jornada de trabalho reduzida e assistência social conviveram com perspectivas políticas mais incisivas que lutavam contra a manutenção da propriedade privada e do chamado “Estado Burguês”.

Entre os anos de 1903 e 1906, greves de menor expressão tomavam conta dos grandes centros industriais. Tecelões, alfaiates, portuários, mineradores, carpinteiros e ferroviários foram os primeiros a demonstrar sua insatisfação. Notando a consolidação desses levantes, o governo promulgou uma lei expulsando os estrangeiros que fossem considerados uma ameaça à ordem e segurança nacional. Essa primeira tentativa de repressão foi imediatamente respondida por uma greve geral que tomou conta de São Paulo, em 1907.

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Mediante a intransigência e a morosidade do governo, uma greve de maiores proporções foi organizada em 1917, mais uma vez, em São Paulo. Os trabalhadores dos setores alimentício, gráfico, têxtil e ferroviário foram os maiores atuantes nesse novo movimento. A tensão tomou conta das ruas da cidade e um inevitável confronto com os policiais aconteceu. Durante o embate, a polícia acabou matando um jovem trabalhador que participava das manifestações.

Esse evento somente inflamou os operários a organizarem passeatas maiores pelo centro da cidade. Atuando em outra frente, trabalhadores formaram barricadas que se espalharam pelo bairro do Brás resistindo ao fogo aberto pelas autoridades. No ano seguinte, anarquistas tentaram conduzir um golpe revolucionário frustrado pela intercepção policial. Vale lembrar que toda essa agitação se deu na mesma época em que as notícias sobre a Revolução Russa ganhavam os jornais do mundo.

Passadas todas essas agitações, a ação grevista serviu para a formação de um movimento mais organizado sob os ditames de um partido político. No ano de 1922, inspirado pelo Partido Bolchevique Russo, foi oficializada a fundação do PCB, Partido Comunista Brasileiro. Paralelamente, os sindicatos passaram a se organizar melhor, mobilizando um grande número de trabalhadores pertencentes a um mesmo ramo da economia industrial.

Por Rainer Sousa
Mestre em História

Com a aceleração da industrialização, a crescente concentração de capital e a formação de grandes monopólios no século XIX, diversos países europeus (como a Inglaterra, a França e a Alemanha) se destacaram com o fortalecimento de suas economias. A industrialização trouxe consigo a urbanização, as cidades não cheiravam mais a cavalo (decorrente da grande quantidade de charretes que circulavam nas cidades), mas, sim, à fumaça e óleo (com a introdução dos automóveis no final do século XIX). Assim, uma rápida e desorganizada urbanização se acentuou na Europa.

A partir da ascensão do sistema capitalista (industrialização, formação de mercados, bancos, comércios), ocorreu a ascensão de uma nova classe social: os operários, isto é, os trabalhadores das indústrias capitalistas. Consequentemente, surgiram as relações sociais entre donos das fábricas (exploradores) e trabalhadores das fábricas (explorados) que permearam o dia a dia das indústrias.

Dessas relações nem um pouco amistosas entre capitalistas e trabalhadores surgiram na Inglaterra dois movimentos, os ludistas e os cartistas, que tinham um objetivo em comum: encontrar soluções para os problemas enfrentados pelos operários, principalmente o desemprego (decorrente da introdução nas fábricas de máquinas que substituíram diversas forças de trabalho humana). Tanto ludistas quanto cartistas reivindicavam, através de ações (como a quebra de maquinarias das indústrias), o retorno ao emprego dos trabalhadores desempregados.

Outra forma de reivindicação operária que não surtiu tanto efeito foi a tentativa de alcançar melhores condições de trabalho solicitando-as ao governo. Geralmente o poder público não atendia a essas reivindicações, pois o próprio governo era dono de indústrias.

Com o decorrer das décadas, o capitalismo foi agregando novas feições, a sociedade passou por crescentes transformações e, assim, os operários necessitavam articular novas formas de lutar por suas causas. Dessa maneira, surgiram os movimentos socialistas, a partir da organização dos trabalhadores.

Os principais movimentos socialistas que surgiram no século XIX foram o anarquismo e o comunismo. Segundo as ideias anarquistas, os operários somente iriam melhorar as condições de vida se o Estado e todas as formas de poder fossem extintas. Daí, temos as seguintes observações, tanto o anarquismo quanto o comunismo pautavam suas metas em transformações sociais profundas, não solicitavam somente mudanças nas relações entre patrões e trabalhadores.

Os anarquistas acreditavam que toda forma de exploração dos seres humanos teria um fim a partir do momento em que a sociedade se organizasse sem autoridade, sem gestores, sem escola, sem polícia, ou seja, sem quaisquer outras instituições estatais.

Para os comunistas, a situação de exploração capitalista acabaria somente quando os operários assumissem o poder estatal, ou seja, o controle do Estado. A partir daí, então, criariam novos valores sociais para aumentar a qualidade de vida da sociedade, acabando, dessa maneira, com a exploração capitalista.

O movimento operário se consolidou e se organizou fundamentalmente no século XIX. A luta trabalhadora havia apenas começado.

Conheça os principais movimentos operários que surgiram com as mudanças ocasionadas pela primeira Revolução Industrial no século XIX.

Ludismo

Sendo considerada uma das primeiras revoltas dos operários, o Ludismo foi um movimento social ocorrido na Inglaterra entre os anos de 1811 e 1812. O movimento ia contra os avanços tecnológicos ocorridos na Revolução Industrial, que ocasionaram na substituição do trabalho humano por máquinas.

Os Ludistas ou os “quebradores de máquinas”, como ficaram conhecidos, eram os operários que participaram de protestos e revoltas radicais. O movimento ficou marcado pela invasão de diversas fábricas e pela destruição de máquinas e equipamentos, considerados o motivo do desemprego e das péssimas condições de trabalho daquela época.

O movimento Ludista perde sua força com a organização dos primeiros sindicatos na Inglaterra, as chamadas trade unions.

Cartismo

Constituído pela “Associação dos Operários” e derivado das mudanças trazidas pela primeira Revolução Industrial, o movimento cartista reivindicava direitos políticos dos operários, como o sufrágio universal (direito ao voto), voto secreto e melhoria nas condições e jornadas de trabalho.

O Cartismo ocorreu entre as décadas de 30 e 40 do século XIX, e ficou conhecido por este nome devido a uma carta escrita pelo operário William Lovett, em maio de 1838. A chamada Carta do Povo registrava todas as reivindicações que os participantes do movimento desejavam ver implementadas nas políticas trabalhistas e, apesar de ter apoio de uma grande massa, teve todas as petições rejeitadas pelo Parlamento Inglês.

Principais movimentos operários que eclodiram no início do processo de industrialização
Fonte: Wikipedia

A influência do Cartismo sobre o movimento operário internacional foi muito grande. Após o fim do movimento, diversas leis trabalhistas foram criadas e implementadas no intuito de combater a exploração da força de trabalho e mediar as relações entre os operários e a burguesia industrial.

Trade-Unions e Sindicatos

Os trade-unions foram as primeiras associações formadas por operários cuja meta era se contrapor ao poder burguês e que, mais tarde, formaram os sindicatos. Os movimentos sindicalistas eram sistemas de organização que defendiam direitos trabalhistas e tinham foco na resistência à exploração capitalista.

Em 1824, o parlamento inglês aprovou a primeira lei que permitiu a organização sindical dos trabalhadores. Com a nova lei, houve uma explosão de greves e associações operárias em toda a Inglaterra, concentradas principalmente na indústria têxtil e na atividade siderúrgica.

A partir desse momento, começaram a surgir organizações de federações que unificavam várias categorias dos trabalhadores. Em 1830, foi fundada a primeira entidade geral dos operários ingleses, chegando a ter cerca de 100 mil membros.

Exemplo de questão:

(ENEM) O movimento operário ofereceu uma nova resposta ao grito do homem miserável no princípio do século XIX. A resposta foi a consciência de classe e a ambição de classe. Os pobres então se organizavam em uma classe específica, a classe operária, diferente da classe dos patrões (ou capitalistas). A Revolução Francesa lhes deu confiança: a Revolução Industrial trouxe a necessidade da mobilização permanente.

(HOBSBAWN, E. J. A era das revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 1977.)

No texto, analisa-se o impacto das Revoluções Francesa e Industrial para a organização da classe operária. Enquanto a “confiança” dada pela Revolução Francesa era originária do significado da vitória revolucionária sobre as classes dominantes, a “necessidade da mobilização permanente”, trazida pela Revolução Industrial, decorria da compreensão de que

a) a competitividade do trabalho industrial exigia um permanente esforço de qualificação para o enfrentamento do desemprego.

b) a completa transformação da economia capitalista seria fundamental para a emancipação dos operários.

c) a introdução das máquinas no processo produtivo diminuía as possibilidades de ganho material para os operários.

d) o progresso tecnológico geraria a distribuição de riquezas para aqueles que estivessem adaptados aos novos tempos industriais.

e) a melhoria das condições de vida dos operários seria conquistada com as manifestações coletivas em favor dos direitos trabalhistas.

GABARITO: B

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