A língua é o chicote do rabo outros ditados populares

Muitas expressões que falamos hoje nasceram séculos atrás, com outra forma e outro sentido. A tradição oral se apropria das palavras e seu sentidos e promove adaptações conforme o contexto histórico. O professor de Língua Portuguesa Reinaldo Pimenta diz que a história das palavras é a história do próprio homem. “Elas nascem e atravessam idiomas, mudando quase sempre na forma – para se adaptarem à fala de um povo – e muitas vezes no conteúdo, revelando o olhar e o pensar dos novos usuários”, escreveu na apresentação do livro A Casa da Mãe Joana, uma coleção de origens curiosas de palavras e frases populares.

A professora de Língua Portuguesa do Colégio Marista Paranaense, Eliane Viture, explica que as expressões populares são criadas por meio do senso comum, da aplicação de conceitos religiosos, morais e filosóficos. “São expressões utilizadas no nosso cotidiano, vencendo a barreira do tempo. São parte da cultura de um povo, uma comunidade. Além de uma forma de comunicação, também enriquecem a língua, pois as palavras unidas possuem significados distintos dos vocábulos isolados.”

A Gazeta do Povo resgatou a história por trás de algumas das expressões mais comuns do linguajar coloquial brasileiro:

Abraço de tamanduá

Tamanduá tem origem no tupi (tá-monduá) e dá nome a um caçador de formigas. Mamífero e desdentado, o bichinho parece não representar grande perigo para ninguém. Ledo engano. Não é à toa que “abraço de tamanduá” ganhou o sentido de “abraço de amigo falso”. Quando o tamanduá avista um inimigo, ergue-se nas patas traseiras e abre as dianteiras para aquele abraço. Diante de recepção tão calorosa, o inimigo se aproxima. É aí que o tamanduá se revela: abraça a vítima e lhe crava as unhas nas costas.

Arranca-rabo

Atire a primeira pedra que nunca teve ou testemunhou um arranca-rabo na vida? Pois é, a expressão faz referência a uma grande discussão ou briga envolvendo muitas pessoas. A origem da expressão remonta às batalhas de muito antigamente, quando arrancar o rabo do cavalo do inimigo era visto como uma façanha digna dos maiores guerreiros. A mania chegou a Portugal e ao Brasil – aqui, os cangaceiros aderiram à prática e passaram a descaudar o gado das fazendas como forma de humilhar os proprietários.

Rodar a baiana

Quando alguém ameaça rodar a baiana, sai de perto: é confusão na certa. Mas e a baiana, o que tem a ver com gente armando barraco?

A expressão tem origem no carnaval do início do século 20, quando alguns engraçadinhos tinham a péssima mania de distribuir beliscões no bumbum das mulheres. As tradicionais baianas também eram vítimas do assédio. Revoltadas, passaram a desfilar com capoeiristas disfarçados, fantasiados tal qual uma baiana. Porém, ao receber um beliscão inapropriado, os capoeiristas revidavam com navalhas. Eis a cena: beliscão, giro da baiana, confusão.

O fim da picada

Picada é aquela faixa limpa de terra, entre a roça e o mato, para evitar que o fogo ateado no roçado não alcance o mato. O fim da picada é, portanto, um local perigoso para quem estiver ateando o fogo no roçado. Picada também é a trilha feita geralmente a facão para facilitar a passagem por meio da mata e marcar o caminho para a volta. Uma pessoa que desaparece em uma dessas trilhas é facilmente encontrada pois, em tese, basta seguir a picada. Mas, se se chega ao fim da picada sem encontrar o desaparecido, significa que algo muito grave aconteceu com a pessoa – do contrário, a picada continuaria. Assim, fim da picada serve para falar de situações ruins, absurdas.

Tirar o pai da forca

Todo mundo sabe que a criatura que vai tirar o pai da forca está apressada. A origem da expressão está em Santo Antônio, o casamenteiro. A história conta que Antônio fazia um sermão no convento de Arcella, onde vivia, quando soube que seu pai havia sido condenado à forca. Antônio então teria colocado a mão no rosto, transportado-se espiritualmente para Lisboa e defendido o pai no tribunal, conseguindo sua absolvição. Para quem ouvia seu sermão, no convento, passou apenas um instante de silêncio. Eles sequer poderiam desconfiar a manobra que Antônio acabara de fazer para salvar o pai.

Cheio de nove horas

Aposto que você conhece alguém “cheio de nove horas”. A expressão é utilizada para dizer daquela pessoa cheia de frescuras e manias. Mas e o que as manias alheias têm a ver com nove horas? O pesquisador Luís da Câmara Cascudo, no livro Locuções tradicionais do Brasil, explica que, no século 19, a marca das nove horas da noite era uma espécie de regulador da vida social brasileira. Quando o relógio marcava 21 horas, era hora de se despedir das visitas e convivas e se recolher. Estender-se não pegava bem. Aqueles avistados pelas ruas depois das nove horas eram associados à boemia, aos pândegos.

Uma pessoa cheia de nove horas é, portanto, aquela pessoa meticulosa, cerimoniosa, apreciadora de regras e restrições, afeita aos códigos sociais que muitas vezes apenas complicam o que é simples.

Onde Judas perdeu as botas

Embora não haja registro ou nem mesmo indícios nos relatos bíblicos de que Judas Iscariotes, o discípulo que delatou Cristo, usasse botas, uma antiga história popular dá conta de que o traidor escondeu a recompensa recebida por entregar Cristo aos judeus justamente em um par delas. Como até hoje ninguém conseguiu encontrar as botas recheadas de moedas, diz-se “onde Judas perdeu as botas” daqueles lugares longínquos ou quando nem promessa a São Longuinho ajuda a encontrar um objeto perdido.

Pensar na morte da bezerra

Outra expressão alterada pela tradição oral. A original dizia “Pensar na morte do Bezerra”, pois fazia menção à morte de um homem de nome Bezerra que, após ser acusado de um crime hediondo, teria sido espancado por populares até a morte. O episódio teria sido tão violento que quando alguém era flagrado com ar pensativo, dizia-se que estava “pensando na morte do Bezerra”. Hoje, a frase é evocada na mesma situação, mas agora o indivíduo pensativo, preocupado, está é pensando na morte da bezerra mesmo.

Sem eira, nem beira

Um sujeito sem eira nem beira é aquele sem dinheiro e sem juízo. Antigamente, “eira” designava um espaço de terra batida ou cimentada, próximo às casas, onde se limpavam e secavam frutos e cereais. Possuir uma eira significava ser proprietário e produtor, ou seja, possuir riquezas. Já “beira” é o nome dado à parte saliente do telhado que sobressai da parede e serve para proteger da chuva. Aqueles que possuíam eira e beira eram pessoas de posses, dinheiro e cultura. Quem não tinha eira nem beira eram aqueles menos abastados.

Espírito de porco

A expressão designa uma pessoa inconveniente, atrapalhada, incômoda. No Brasil Colônia, os escravos faziam todo tipo de trabalho, mas tinham verdadeiro pavor de abater porcos. A crença popular dizia que os espíritos suínos atormentavam seus algozes durante à noite.

Ir para a cucuia

Fala-se que o falecido “foi para a cucuia”. A expressão surgiu no Rio de Janeiro, em um bairro da Ilha do Governador chamado Cacuia. Quando algum morador da região falecia, os conhecidos diziam que a pessoa foi para o cemitério da Cacuia. A tradição oral transformou Cacuia em cucuia.

minha mãe sempre me falou isso… desde pequena eu ouço essa expressão… mas só quando a gente passa por uma situação parece que cai a ficha né?? Eu sou a prova disso… sempre tive um código de ética que me proibia de fazer várias coisas… e um belo dia me vi numa situação na qual fiz tudo que não deveria fazer, tudo que eu reprovava nas outras pessoas!

É muito fácil julgar as atitudes alheias,  as decisões alheias, já que a sua ética é sempre a melhor, vc “nunca” faria tantas coisas… a minha dica de hj é:  sempre que vc for falar dos outros, das atitudes dos outros, lembre-se dessa frase: a língua é o chicote da bunda! rs Pois é mesmo… vc nunca sabe quando vai estar numa situação igual ou pior e qual vai ser a sua reação… pode ter certeza que vc corre o risco dela ser bem diferente do que vc sempre pregou…  😉

Vivendo e aprendendo…

A língua é o chicote do rabo outros ditados populares

A língua é o chicote do rabo outros ditados populares

Falar em ditados populares é um pleonasmo. Uma vez que uma frase para ganhar o status de ditado, tem que ser consagrada pelo povo. Ditados são principalmente do reino da fala. Eles passam de bisavôs para avôs, de avôs para pais, de pais para filhos. Minha saudosa e amada mãe, por exemplo, foi uma rainha dos ditados. Ela tinha o perfeito na ponta da língua para cada situação.

Também creio que ditados são pílulas de sabedorias cristalizadas. Verdades que de tão repetidas se tornam quase minerais. Pedras imortais. Ditados são, sem nenhuma dúvida, credores de suas épocas. São fotografias em preto e branco do senso comum. E por que não? Do bom senso.

A lista de ditados populares abaixo foi redigida por amigas e amigos do meu Face. Entre parêntesis (  ) pus o número de vezes em que um ditado foi citado. O campeão foi Quem com ferro fere, com ferro será ferido.  Também mantive um mesmo ditado com suas variações.

No final há o nome de todos que colaboraram. Sou muito agradecida. Agora vamos ao deleite.

A

A boa cama não é para quem a faz, mas sim para quem nela se deita. A desgraça vem a cavalo. A esperança é a última que morre. (2) A felicidade não é deste mundo. A flor não cheira, se esfrega. A fruta sempre cai ao pé da árvore. A galinha do vizinho é sempre mais gorda. A gente não pode andar no mundo só por ver os outros andarem. A gente põe e Deus dispõe. A gente todos os dias arruma os cabelos. Por que não o coração? A grama do vizinho é sempre melhor. A justiça tarda, mas não falha. A língua é o chicote do rabo. A Lua espia nas vidraças dos quartos de dormir. A melhor vingança é ser feliz. (2) A porta da casa é serventia para rua. A preguiça é a mãe do diabo. A velhice é uma merda. A vida é só uma. A vingança é um prato que se come frio. (3) Abre teu olho, teu café tá se coando. Adeus tia Chica. Agora Inês é morta. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. (7) Amigo é dinheiro no bolso. Antes só do que mal acompanhado. Antes tarde do que nunca! Aquele lá é santo do pau oco! Aquele que rouba uma moeda se vê condenado, aquele que rouba o Estado se vê coroado. Aqui se faz. Aqui se paga.

Até perna de pau pega.

B

Barco parado não faz viagem. Batendo continência com o chapéu alheio. Beleza não põe mesa. Boa festa faz quem em sua casa fica em paz.

Boa romaria faz quem em sua casa fica em paz. (2)

C

Cabeça vazia, oficina do inferno. Cachorro mordido de cobra, tem medo de linguiça. (2) Cachorro que muito late, não morde. Cada cabeça, uma sentença. (3) Cada macaco no seu galho. Café no papinho, pé no caminho. Calar é ouro; falar é prata. Calma, parece que vai tirar o pai da forca. Calma…que o Brasil é grande, mas ainda não é nosso. Casa de ferreiro, espeto de pau. (4) Cavalo dado não se olha os dentes. (3) Cavalo velho sara no pasto. Cesteiro que faz um cesto, faz um cento (2) Chuva e sol, casamento de espanhol. Com o tempo, o prado seco reverdece. Comer e coçar é só começar. Comeu a carne, tem que roer o osso. Comeu, agarrou ler, morreu. Contra fatos, não há argumentos. Conversando a gente se entende. Coração é terra que ninguém vai. Correr por gosto é regalo da vida. Criança e borracho deus pie a mao por baixo. Cu de bêbado não tem dono.

Cuidado com o andor que o santo é de barro.

D

De boas intenções o inferno está cheio. (2) De graça até injeção na veia. De grão em grão, a galinha enche o papo. (2) De ilusão também se vive. De médico e de louco, cada um tem um pouco. (2) De pequenino se torce o pepino. De perto ninguém é normal. Defunto quando acha quem o carregue, balança. Defunto quando acha quem o carregue, fica pesado. Deixa de ser lambida e chega de querer estar em tudo. Deixa estar, jacaré… que a lagoa há de secar. (2) Depois da tempestade vem a bonança. Desde el desayuno se sabe cómo será la comida. Desgraça pouca é bobagem. Deus ajuda quem cedo madruga. (4) Deus ama a limpeza. Deus dá o cobertor conforme o frio. Deus é pai, não é padrasto. Deus escreve certo por linhas tortas. Devagar com o andor que o santo é de barro. (2) Devagar se vai ao longe, piano piano si va lontano. Devagar se vai ao longe. (2) Dia de muito, véspera de nada. Dia de muito, véspera de pouco. Diga com quem andas e te direi quem és. (5) Dito e feito! Dor de barriga, não dá só uma vez. Dos labios a taça ha lugar para desgraça.

Duro com duro, não faz bom muro.

E

É de menino que se corta o pepino. É de pequeno que se torce o rabo. É melhor um passarinho na mão do que dois voando. (2) É o roto falando do rasgado. É o torto falando do aleijado. É só fogo de palha. Ele é um lobo na pele de um cordeiro. Eles que são brancos que se entendam. Elogio em boca própria é vitupério. Em bico calado não entra mosca. Em boca fechada não entra mosquito. (2) Em casa de ferreiro, espeto é de pau. (3) Em casa que falta pão, todo mundo grita e ninguém tem razão. Em festa de inhambu, jacu não entra. Em se plantando, tudo dá. Em terra de cego quem tem um olho é rei. (3) Enquanto você vem com a farinha, eu já vou com o bolo. Éramos pocos y parió la abuela. Escreveu não leu, o pau comeu. Esperteza, quando é muita, vira bicho e come o dono. Esse daí é cobra criada. Está dando uma de joão sem braço. Estou te cozinhando com pouca água. Estou te cozinhando com pouco óleo. Eu já fui o que tu és e tu serás o que sou.

Eu tardo, mas não falho.

F

Faça o bem sem olhar a quem. (2) Fale em jangada, que é pau que boia. (2) Faz a colher, mas não precisa pintar o cabo. Faz caridade com chapéu alheio. Fazei o bem, mas olhai a quem. Felicidade mata. Fez fama, deita na cama. Fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas. Filho de peixe, peixinho é. (2) Foi a salvação da lavoura. Foi ao vento perdeu o assento.

Formiga quando quer se perder, cria asas.

G

Gato escaldado tem medo de água fria.

J

Jangada que é de pau, boia.
Jardim onde o pássaro pousa, é casa abençoada.

L

Lá e cá, más fadas há. Lá e cá, maus fados há. La soberbia es pura hinchazón. Ladrão que rouba ladrão, tem 100 anos de perdão. Las armas las carrega el diablo. Lavar cabeça de burro velho, é gasto de sabão.

Lé com lé, cré com cré.

M

Macaco olha o rabo dos outros, mas não olha o dele. Macaco velho não põe a mão em cumbuca. Mãe é só uma. Mais amor e menos confiança. Mais vale quem Deus ajuda do que quem cedo madruga. Mais vale ter um grande amigo que 100 contos no bolso. Mais vale um gosto do que dinheiro no bolso. Mais vale um pássaro na mão do que dois voando. (3) Manda quem pode e obedece quem tem juízo. (2) Manos que dan esperan. Me diga com quem andas, que eu te direi quem és. Me engana que eu gosto. Me xinga, mas não me troca o nome. Melhor faz quem manda. Melhor ficar vermelho uma hora do que amarelo a vida inteira. Melhor lamber do que cuspir. Melhor prevenir do que remediar. Melhor que isso, só dois disso. Melhor que isso, só pão com merda. Mentira tem perna curta. Merda de carneiro vai e vem. Migalhas também são pão. Morreu, morreu, morreu… antes ele do que eu. Mudando de pau pra cacete, que horas tu vais?! Muito faz quem não atrapalha. Muito luxo padece o bucho.

Muito riso é sinal de pouco siso.

N

Nada como um dia após o outro. (2) Não acenda a vela nas duas extremidades. Não adianta chorar sobre o leite derramado. (2) Não adianta passar o carro na frente dos bois. Não adianta trancar a porta depois do ladrão entrar. Não cante vitória antes do tempo. Não concordo com o que dizes, mas defenderei até a morte o direito de dizê-lo. Não cospe pra cima, que cai na testa. Não deseje para os outros o que você não quer para você. Não é assim que a banda toca. Não é Ave-Maria, mas é cheia das graças. Não faz mais do que a obrigação. Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe. (3) Não há pote de ouro no final do arco-íris. Não jogue pérolas aos porcos. Não meta sua colher de pau no angu dos outros. Não pode ver defunto sem chorar. Não se entra em águas profundas sem molhar as canelas. Não se pega mosca com vinagre. Não tem água que apague o fogo de um xibiu em chamas. (2) Não vá com tanta sede ao pote. Não vale goolgar. Tem que ser de cabeça. Nem oito, nem oitenta. (2) Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar. Nem tanto ao pote, nem tanto à bica. Nem tudo o que reluz é ouro. (2) No começo, todos os defeitos são qualidades. No final dos tempos vão trocar um prato de ouro por um prato de legumes. Nunca peça pelanca a gato.

Nunca se deve colocar o braço onde a mão não alcança.

O

O andar da carruagem ajeita as abóboras. O apressado come cru. (4) O barato sai caro. O Brasil é nosso! O Brasil não é para amadores. O diabo não é tão feio quanto parece. O diabo se esconde nos detalhes. O galo onde canta, janta. O hábito faz o monge. O hábito não faz o monge. O homem é senhor do que pensa e escravo do que fala. O maior inimigo do bom é o melhor. O olho do dono é que engorda o gado. O ótimo é inimigo do bom. O pior cego é aquele que não quer ver. O pote vai tanto à fonte que acaba quebrando. O pouco com Deus é muito. O preço da liberdade é a eterna vigilância. O que aperta, segura; o que é amargo, cura. O que arde cura o que aperta, segura. (2) O que é combinado não sai caro. O que é de gosto, regalo da vida. O que é seu está guardado. O que é um peido pra quem está todo cagado? O que não mata engorda. O que não tem remédio, remediado está. O que não tem solução, solucionado está. O que os olhos não veem, o coração não sente. O que seria do verde, se todo mundo gostasse do amarelo? O que vem de baixo não me atinge. O sol é para todos. Onde come um, comem dois. Onde não cabe meus filhos, não me cabe. Onde passa um boi, passa uma boiada. Onde se ganha o pão, não se come a carne. Onde tem fumaça, tem fogo. Os pecados de nossos avós pagamos nós. Os últimos serão os primeiros.

Ou calça de veludo, ou bunda de fora.

P

Pago um boi para não entrar numa briga e uma boiada para não sair. Pão pão, queijo queijo. Para morrer, basta está vivo. Para um bom entendedor, meia palavra basta. Para um bom entendedor, um pingo é letra. Parece que tem o olho maior do que a barriga. Passarinho que dorme com morcego, amanhece de cabeça pra baixo. Patrão bom está para nascer. Pau que bate em Chico, bate em Francisco. Pau que nasce torto, morre torto. (2) Pau que nasce torto, nunca se endireita. Pé de manga não dá laranja. Pé de pobre não tem tamanho. Pimenta nos olhos do outro é refresco. Pólvora alheia, tiro longo. Pôr a raposa pra cuidar do galinheiro. Por causa dos santos se beija as pedras. Por fora bela viola, por dentro pão bolorento. (6) Porta da rua é a serventia da casa. Pra baixo todo santo ajuda. Pra morrer, basta tá vivo. Pra quê a pressa, vai pegar o trem? Pra quem é, bacalhau basta. Primeiro a obrigação, depois a devoção.

Primeiro a obrigação, depois a diversão.

Q

Quando a água bate na bunda ou você nada ou afunda. Quando a água bate na bunda, aprende a nadar. Quando a cabeça não pensa, o corpo padece. (4) Quando a esmola é demais o santo desconfia. (3) Quando a pobreza entra por uma porta, o amor sai pela janela. Quando aperta, o sapo pula. Quando Deus fecha uma porta, abre um portão. Quando o burro mais velho fala, o mais novo abaixa a orelha. Quando passar a escrivão, aproveitarás ou não. Quando um burro fala, o outro abaixa as orelhas. Quando um não quer, dois não brigam. (3) Quando vê a barba do vizinho arder, coloca a sua de molho. Quando vens com o milho, já fui com o fubá. Quanto maior o coqueiro, maior a queda. Quanto mais se abaixa, mais o rabo aparece. Quem ama o feio, bonito lhe parece. (2) Quem anda com porco, farelo come. Quem avisa, amigo é. (2) Quem brinca com fogo, acaba mijado. Quem brinca com fogo, acaba se queimando. Quem cala, consente. Quem casa, quer casa. Quem cochicha o rabo espicha, quem se importa o rabo entorta. Quem colhe vento, semeia tempestade. Quem com ferro fere, com ferro será ferido. (8) Quem com medo corre, de medo morre. Quem com porcos se mistura, farelos come. Quem com pouco não se contenta, com muito acaba por se afogar. Quem come e guarda, põe a mesa duas vezes. Quem conta um conto, acrescenta um ponto. Quem corre cansa, quem não corre alcança. Quem cuida tem, quem não cuida a pedir vem. Quem dá aos pobres, empresta a Deus. Quem desdenha quer comprar. (3) Quem despreza um tostão, tostão não vale. Quem disso usa, disso cuida. Quem dorme com cão, acorda com pulgas. Quem espera sempre alcança. Quem fala demais dá bom-dia a cavalo. (4) Quem fala o que quer, ouve o que não quer. (2) Quem faz mais, faz menos. Quem foi pra Portugal perdeu o lugar. Quem gosta de mim sou eu. Quem madruga, Deus ajuda. Quem meu filho beija, minha boca adoça. Quem muito abaixa aparece a bunda. Quem muito escolhe acaba escolhido. Quem muito escolhe, pior recolhe. Quem muito quer saber, mexerico quer fazer. Quem muito quer, nada tem. Quem não arrisca, não petisca. (2) Quem não chora, não mama. Quem não deve, não teme. Quem não deve, não treme. Quem não escuta, cuidado, escutará coitado. Quem não morre, não vê Deus. Quem não ouve sossegado, ouve coitado. Quem não pode com a mandinga não carrega patuá. (2) Quem não pode com o tempo, não inventa moda. Quem não pode se sacode. Quem não quer morrer não geme. Quem não quer se molhar não sai na chuva. Quem não te conhece que te compre. (3) Quem não tem cão, caça com gato. (4) Quem não tem cão, caça como gato. Quem não tem competência não se estabelece. (3) Quem não vai à palavra não vai à pancada. Quem não vai pelo amor, vai pela dor. Quem nunca comeu melado, quando come se lambuza. (2) Quem pariu Mateus que balance, quem não pariu que descanse. Quem pariu Mateus que o embale. Quem pode … pode! Quem não pode se sacode. Quem quer faz, quem não quer manda. Quem quer muito, não tem nada. Quem quer vai, quem não quer manda. Quem ri hoje, chora amanhã. Quem ri por último ri melhor. Quem sai aos seus não degenera. (2) Quem sai na chuva é pra se molhar. Quem se mistura com porcos, farelos come. Quem semeia vento, colhe tempestade. Quem te conhece que te compre. Quem tem boca vai a Roma. (3) Quem tem boca vaia Roma. Quem tem cu tem medo. Quem tem pena, se despena. Quem tem teto de vidro, não joga pedra no vizinho. Quem tem um livro nunca está sozinho. Quem tudo quer nada tem. Quem tudo quer, tudo perde. (3) Quem usa cuida. Quem vai sem ser chamado, volta sendo mandado. Quem vê cara, não vê coração.

Querer é poder.

R

Rei morto, Rei posto. Respeito é bom e eu gosto. Respeito nunca é demais.

Ri melhor quem ri por último.

S

Saco vazio não para em pé. Santinha do pau oco. Santo de casa não faz milagre. (2) São Braz, São Braz, desengasga o rapaz. São farinha do mesmo saco. São nos menores frascos que se encontram os melhores perfumes. Sapo não pula por belezura, mas por precisão. Se a montanha não vem a Maomé, Maomé vai à montanha. Se ajoelhou, é pra rezar. Sê como o sândalo que perfuma o machado que o fere. (2) Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. (2) Se correr, vai ser pior. Se faz de égua para andar légua. Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé. Se me dão um limão, eu faço uma limonada. Se tivesse combinado, não tinha dado certo. Seguro morreu de velho. (3) Sem eira nem beira. Ser mãe é padecer no paraíso. Ser ou não ser, eis a questão! Seu luxo, seu bucho. Sol e chuva, casamento de viúva. (2) Sorte no jogo, azar no amor. Sou toda ouvidos. Sua alma, sua palma Sua batata está assando. Sua cabeça, seu guia.

Sua cabeça, seu mestre.

T

Tal pai, tal filho. Tanta lida pra tão pouca vida. Te coso em vida, mas não te coso em morte. Tem sempre um pé doente pra um chinelo véio. Tem um olho maior que a barriga. (2) Toda araruta tem seu dia de mingau. Todo corcunda sabe como se deita. Todo mundo é muito bom, mas meu cavalo era melhor. Tudo como antes no quartel de Abrantes.

Tudo tem seu preço.

U

Um dia é da caça, outro do caçador. (2) Um peso e duas medidas. Uma andorinha só não faz verão. (2) Uma mão lava a outra. (2) Uma mulher prevenida vale por duas.

Uma vela para santo e outra pro diabo

V

Vai ver com quantos paus se faz uma canoa! Vamos à luta que a vida é curta. Vamos dormir que as visitas querem ir embora. Vamos em frente, que atrás vem gente. Vaso ruim não quebra. Vassoura nova varre bem. Viva a fartura que a miséria ninguém atura. Você só emenda para ficar mais comprido. Você vem com o fubá, estou voltando com o bolo.

Vou cuidar da vida, que a morte é certa.

COLABORADORAS & COLABORADORES 

A

A Maior Comu Even Adélia Mariano Ferreira Adriana Braga Adriana Candotti Albertina Costa Ana Claudia Ana Coeli Piovesan Ana Lúcia Junqueira Ana Maria de Andrade Ana Maria Lemos Ana Maria Machado Ana Maria Valente Roveran Ana Paula Rovina Ana Regina Machado Andréa Maluli Dib Andréa Oliveira Angela Carneiro Antonio Pimentel Arlene Ricoldi

Aurea Alves

B

Beatriz Caldana Gordon Beatriz Malamud Bel Santos Mayer Belkiss Nogueira Berenice Baeder Berenice Mendes Bete Feijó Beth Joy

Biba Rigo

C

Camila Leite Santos Carla Gisele Batista Carlos Eduardo Novaes Carlos Léäl Caroline Harari Catarina Aversa Achava Cecilia MacDowell Santos Cibelle Lopes Cida Santos Cidinha Morelli Claudio Ramon Souza Machado Clelia Ramos Cris Mendes Cristina Clemente Cristina Marques

Cuca Fromer

D

Darcel Fran F Darya Goerisch Denise De Bosc Denise Ramiro Denise Ramos Ferreira Araújo Denize Ribeiro Dida Pinho Dinalva Tavares Dirce Puglia Donatila Pinski

Dulcy Grisolia

E

Edna Roland Eduardo Petrucci Gigante Eduardo Pimentel Eliana Almeida Eliana Assis Eliana Medeiros Eliezete Luna Emilio Duva Encarnación Bonachera Melgar Eti Antunes

Etienete Andrade Pompeu

F

Fabio Gomes Fátima Meissner Fernanda Brankovic Fernanda Martins Fernanda Pompeu Fernando Carvall

Flávia Idhl Lippi

G

Gilmeri Oliveira Ribeiro Gisele Toledo Gislaine Marins Graça Cassarotto Pontin

Graca Portela

H

Helder Holiveira Heloisa Araujo Heloisa Araujo Moreira

Hilda Fadiga de Andrade

I

Iatamyra Rocha Freire Inês Magalhães Irene Bertazini Kabengele Íris Luíz Solar Isa Fonseca Ivana Lopes

Ivy Menon

J

Jaci Ferreira Jackie Vellego Jane Ciambelli Janice Kiss Jennifer Monteiro Joaquim Antonio Jose Francisco Dos Santos Chicão Josély Graziano

Julieta Castro

K

Karla Regina Keila Melo

Kelva Perez Mencia

L

Leda Limas Leda R. Cintra Castellan Lenny Blue de Oliveira Lia Sena Lígia Sabino Melo Lilian Enck Líria Porto Lívia Letícia Ls Raghy Lu Martins

Lucíola Pompeu

M

Madalena Pandur Magali Naves Main Suaza Malu Barros Malu Heilborn Malu Mazza Mara Magaña Mara Regia Marcia Falconi Marcia Ferraz Marcia Maresti Lima Marcus Guellwaar Adún Gonçalves Margarida Gouvêa de Santana Maria A Jurado Maria Alice Bittencourt Maria Alice Zocchio Maria Angelica J Bastos Maria Aparecida Bueno Maria Cristina Gonçalves Maria Hirszman Maria Jose Silveira Maria Lourdes Silva Maria Penha Rosa Maria Teresa P. Ribeiro Maria Thereza Cysneiros Maria Vilani Madeiro Marian Van de Ven Mariane Biazzi Marília Dos Anjos Marina Prudente de Toledo Mário Sérgio Baggio Marisa Nunes Marisa Paifer Maristela Feitosa Scholz Marli Lopes Assunção Marta Fantini Máyda Zanirato Meire Rioto Miriam Barcellos Mônica Moro Harger

Myrian Naime

N

Nair Palhano Naná Araujo Negas Modibezola Neide Mendes Neiva Angelica Ortiz Fagundes Nélli Menezes Nelson Melchior Junior Nice Lopes Nicia Guerriero

Nilza Costa

O

Odete Rosa Olga de Mello

Otavio Venturoli

P

Paula Santos
Paulo Gava

R

Raquel Less Raquel Perini Raquel Souzas Regina Célia Oliveira Regina Gagliardo Regina Pereira Regina Quaresma Renata Fagundes Cunha Ricardo Macedo Dos Santos Ricardo Ramiro Rida Sabbagh Risomar Fassanaro Rodnei Pereira Rosa De Lourdes Azevedo Dos Santos Rosalia Munhoz Rosângela Vieira Rocha

Rosely Sztibe

S

Salete Brentan Salim Slavinscki Sanção Melo Sandra Jardim Oliveira Sandra Ventura Sara Eduarda Sarah Ribeiro Sergio Bressane Shirlei Gonçalves Shirlei Souza Silvana Alcântara Silvana Mota Silvana Moura Moura Silverio Crestana Silvia Jacon-Bolen Sílvia Maria Bueno Sonia Sant’Anna Suely Benetti Suely Oliveira

Sylvia Cavasin

T

Tania Marques-Cardoso Tânia Morais Teresa Cristina Mafra Tereza Moreira Terezinha A Gonçalves Thaelman Carlos M. de Almeida Thaís Aiello

Tita Dias

U

Udi Tarora
Umdia Aprendo

V

Val Santos Valéria Guimarães Valéria Maria Macoratti Vanda Martins Vane Carvalho Vanessa Farias Vera Concieiro van Tilburg Vera Cristina Castro Vera Lucia Silveira Vicky Weischtordt

Vivian Conte

W

Walkiria Chassot

Z

Zenair Ortiz
Zoraya Therezinha Silva

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