Releia as estrofes 1 e 2 o que da a situação mostrada uma atmosfera irreal, fantasiosa

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Releia as estrofes 1 e 2 o que da a situação mostrada uma atmosfera irreal, fantasiosa

1.Leia a seguinte estrofe do poema “É ela! É ela! É ela!”, pertencente a segunda parte da Lira dos vinte anos:

“É ela! É ela! É ela! – murmurei tremendo,

E o eco ao longe murmurou – é ela!

Eu a vi… minha fada aérea e pura-

A minha lavadeira na janela!

Dessas águas-furtadas onde eu moro

Eu a vejo estendendo no telhado

Os vestidos de chita, as saias brancas;

Eu a vejo e suspirando enamorado!”

Nessa paródia de poesia ultrarromântica, a ironia reside nos contrastes.

a)Explique o contraste estabelecido na primeira estrofe.

À surpresa da visão da mulher amada, idealizada como uma “fada aérea e pura”, opõe-se a revelação de que ela é apenas uma lavadeira

b.Explique o contraste da segunda estrofe.

Aqui se estabelece o contraste entre o prosaísmo vulgar da cena e o suspiro enamorado que ela arranca ao rapaz que a contempla.

Texto para as questões 02 e 03 

Namoro a Cavalo

Eu moro em Catumbi. Mas a desgraça Que rege a minha vida malfadada Pôs lá no fim da rua do Catete

A minha Dulcinéia namorada

Alugo (três mil réis) por uma tarde Um cavalo de trote (que esparrela!) Só para erguer meus olhos suspirando

À minha namorada na janela…

Todo o meu ordenado vai-se em flores E em lindas folhas de papel bordado, Onde eu escrevo trêmulo, amoroso, Algum verso bonito… mas furtado.


2.Por que a poesia acima foge dos padrões da 1ª e 3ª partes da Lira dos Vinte Anos?

3.O que aproxima e o que diferencia a mulher de “Namoro a Cavalo” e as mulheres da primeira parte da Lira?

RESPOSTAS:  Enquanto a primeira e terceira partes apresentam poesias de tendência tipicamente românticas, este é satírico, debochando dos sentimentos, é irônica e bem-humorada. 

 Em comum elas têm a distância, pois com nenhuma delas o poeta concretiza o amor. No entanto, as mulheres da primeira e terceira partes são etéreas e idealizadas; as da Segunda  são vulgares, caem no ridículo

4.(FURG) Considerando Lira dos vinte anos, de Álvares de Azevedo, assinale a alternativa correta:

a) Lira dos vinte anos, de Álvares de Azevedo, utiliza-se de uma linguagem marcada pela dualidade, em que se debatem duas formas distintas de ver e pensar a realidade.

b) Lira dos vinte anos, de Álvares de Azevedo, divide-se em três partes, em que se pode surpreender uma concepção estática e homogênea de literatura.

c) Lira dos vinte anos, de Álvares de Azevedo, vale- se de uma linguagem de tom essencialmente descritivista.

d) Lira dos vinte anos, de Álvares de Azevedo, caracteriza-se pelo uso de uma linguagem que busca inspiração nos modelos da Antiguidade clássica.

e) Lira dos vinte anos, de Álvares de Azevedo, traz um eu lírico que, diferentemente de seus contemporâneos, atinge a plena realização amorosa.

5.PUC-SP) Fragmento I

Pálida à luz da lâmpada sombria,

Sobre o leito de flores reclinada,

Como a lua por noite embalsamada,

Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar na escuma fria

Pela maré das águas embalada!

Era um anjo entre nuvens d’alvorada

Que em sonhos se banhava e se esquecia!

 Fragmento II

É ela! é ela! — murmurei tremendo,

E o eco ao longe murmurou — é ela!

Eu a vi — minha fada aérea e pura —

A minha lavadeira na janela!

(…)

Esta noite eu ousei mais atrevido

Nas telhas que estalavam nos meus passos

Ir espiar seu venturoso sono,

Vê-la mais bela de Morfeu nos braços!

Como dormia! que profundo sono!…

Tinha na mão o ferro do engomado…

Como roncava maviosa e pura!…

Quase caí na rua desmaiado!

(…)

É ela! é ela! — repeti tremendo;

Mas cantou nesse instante uma coruja…

Abri cioso a página secreta…

Oh! meu Deus! era um rol de roupa suja!

            Os fragmentos acima são de Álvares de Azevedo e desenvolvem o tema da mulher e do amor. Caracterizam duas faces diferentes da obra do poeta. Comparando os dois fragmentos, podemos afirmar que,

a) no primeiro, manifesta-se o desejo de amar e a realização amorosa se dá plenamente entre os amantes.

b) no segundo, apesar de haver um tom de humor e sátira, não se caracteriza o rebaixamento do tema amoroso.

c) no primeiro, o poeta figura a mulher adormecida e a toma como objeto de amor jamais realizado.

d) no segundo, o poeta expressa as condições mais rasteiras de seu cotidiano, porém, atribui à mulher traços de idealização iguais aos do primeiro fragmento.

e) no segundo, ao substituir a musa virginal pela lavadeira entretida com o rol de roupa suja, o poeta confere ao tema amoroso tratamento idêntico ao verificado no primeiro fragmento.

6.Pálida à luz da lâmpada sombria Sobre o leito de flores reclinada, como a lua por noite embalsamada,

Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar, na escuma fria Pela maré das águas embalada! Era uma anjo ente nuvens d’alvorada

que em sonhos se banhava e esquecia!

Era mais bela! o seio palpitando… Negros olhos as pálpebras abrindo…

Formas nuas no leito resvalando…

Não te rias de mim, meu anjo lindo! Por ti – as noites eu velei chorando,

Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo!

 Leia o poema “Soneto” de Álvares de Azevedo, acima transcrito, e analise as seguintes afirmações em relação a esse texto.

I.O desejo sensual e erótico, que é experimentado veladamente e em sonho pelo poeta, revela o amor de sensibilidade juvenil, tipicamente ultrarromântico.

II.A atmosfera noturna e sombria é reforçada particularmente na primeira estrofe e sugere um encontro meio macabro e satânico com a mulher morta.

III. A antítese presente no último terceto evidencia a dor e o prazer, no plano da realidade e do sonho, respectivamente.

Assinale a alternativa correta.

a) são verdadeiras as afirmações I e II.              d) são verdadeiras as afirmações I e III.

b) são verdadeiras as afirmações II e III.           e) somente a afirmação II é verdadeira.

c) somente a afirmação III é verdadeira.

Os itens 7 e 8 referem-se ao poema abaixo:

Minha desgraça, não, não é ser poeta, Nem na terra de amor não ter um eco, E meu anjo de Deus, o meu planeta Tratar-me como trata-se um boneco… Não é andar de cotovelos rotos, Ter duro como pedra o travesseiro… Eu sei… O mundo é um lodaçal perdido

Cujo sol (quem mo dera!) é o dinheiro…

Minha desgraça, ó cândida donzela, O que faz que o meu peito assim blasfema, é ter para escrever todo um poema,

E não ter um vintém para uma vela.         

(Álvares de Azevedo. Lira dos vinte anos.)

7.Assinale a afirmação incorreta em relação ao poema

a) A última estrofe evidencia um ciclo que não se rompe: o poeta é pobre e não tem dinheiro para comprar o essencial para produzir poemas que lhe garantiriam sustento.

b) O poeta queixa-se da triste sorte, pois, além de ser pobre, sente a dor maior: não ter amor correspondido.

c) A crítica à sociedade capitalista, que se organiza em torno do dinheiro, é o tema central do poema.

d) O tom irônico e irreverente dos versos acentua o caráter de revolta contra o mundo burguês, que parece não reservar lugar para poetas.

e) O fato de o eu-lírico declarar-se um indivíduo rejeitado, marginalizado pela sociedade, reforça a imagem comumente associada aos dos poetas ultrarromânticos.

8.Álvares de Azevedo, algumas vezes, distanciou-se da tendência ultrarromântica, contrariando o rótulo comumente atribuído à sua obra poética. Isso é possível perceber no poema acima, posto que nele se constata

a) uma presença feminina, figura idealizada, responsável pela desgraça e pela frustração do eu poético.

b) um tom de ironia e de sarcasmo perceptível nos versos, cuja leveza e humor sutil apontam para uma poética que destoa de um fatalismo típico, presente em poemas como “Lembrança de morrer”.

c) um estado de alma que revela uma atmosfera de sonho, de fantasia, de escapismo, de devaneio, testemunhando um eu poético arraigado ao subjetivismo.

d) um tom grandiloquente e retumbante, apresentando versos que devem soar como um tambor nas consciências adormecidas da burguesia hipócrita e apática do século XIX.

e) a ausência da presença feminina, pois o eu lírico, refletindo a proximidade que mantém com o autor, reclama do fato de não existirem mais musas românticas, posto que as mulheres se vulgarizaram e corromperam, a ponto de, em outro poema, optar por uma lavadeira como sua amada.

Para responder as questões 9 e 10, leia atentamente os textos abaixo:

“Lira XXII

Nesta triste masmorra,

de um semivivo corpo sepultura,

inda, Marília, adoro

a tua formosura.

Amor na minha ideia te retrata;

busca, extremoso, que eu assim resista

À dor imensa, que me cerca e mata.”

Tomás Antônio Gonzaga.

“Perdoa-me, visão de meus amores

Perdoa-me, visão dos meus amores,

Se a ti ergui meus olhos suspirando!…

Se eu pensava num beijo desmaiando

Gozar contigo uma estação de flores!

De minhas faces os mortais palores,

Minha febre noturna delirando,

Meus ais, meus tristes ais vão revelando

Que peno e morro de amorosas dores…”         Álvares de Azevedo.

9.U.F. Juiz de Fora-MG Depois de ler comparativamente os dois textos acima, assinale a

alternativa inaceitável:

a) Em ambos os poemas o eu sucumbe e morre em consequência do sofrimento amoroso.

b) No poema de Gonzaga, a ideia funciona como uma tentativa racional de vencer a dor.

c) No poema de Álvares de Azevedo, a razão nada pode contra o sentimentalismo exacerbado.

d) Em ambos os poemas, o eu refere-se ao passado a partir da dor do presente.

10.U.F. Juiz de Fora-MG Em que verso se encontra referência direta ao contexto histórico

biográfico?

a) “Que peno e morro de amorosas dores”.          c) “À dor imensa que me cerca e mata”.

b) “Nesta triste masmorra”.                                   d) “Se a ti ergui meus olhos suspirando”.

11.(FUVEST) “Ossian o bardo é triste como a sombra Que seus cantos povoa. O Lamartine É monótono e belo como a noite, Como a lua no mar e o som das ondas… Mas pranteia uma eterna monodia, Tem na lira do gênio uma só corda; Fibra de amor e Deus que um sopro agita: Se desmaia de amor a Deus se volta, Se pranteia por Deus de amor suspira. Basta de Shakespeare. Vem tu agora, Fantástico alemão, poeta ardente Que ilumina o clarão das gotas pálidas Do nobre Johannisberg! Nos teus romances Meu coração deleita-se… Contudo, Parece-me que vou perdendo o gosto, (…)” AZEVEDO, Álvares de. Lira dos vinte anos.

 Considerando-se este excerto no contexto do poema a que pertence

(“Ideias íntimas”), é correto afirmar que, nele,

a) o eu-lírico manifesta tanto seu apreço quanto sua insatisfação em relação aos escritores que evoca.

b) a dispersão do eu-lírico, própria da ironia romântica, exprime-se na métrica irregular

dos versos.

c) o eu-lírico rejeita a literatura e os demais poetas porque se identifica inteiramente com a natureza.

d) a recusa dos autores estrangeiros manifesta o projeto nacionalista típico da segunda

geração romântica brasileira.

e) Lamartine é criticado por sua irreverência para com Deus e a religião, muito respeitados pela segunda geração romântica.

12. FUVEST-SP

“Teu romantismo bebo, ó minha lua,

A teus raios divinos me abandono,

Torno-me vaporoso… e só de ver-te

Eu sinto os lábios meus se abrir de sono.”AZEVEDO, Álvares de. “Luar de verão”, Lira dos vinte anos.

Neste excerto, o eu-lírico parece aderir com intensidade aos temas de que fala, mas revela,

de imediato, desinteresse e tédio. Essa atitude do eu-lírico manifesta a

a) ironia romântica.                                                   d) tendência romântica ao misticismo.

b) melancolia romântica.                                             e) aversão dos românticos à natureza.

c) fuga romântica para o sonho.

13.UFSE

“Quando junto de ti sinto às vezes

Em doce enleio desvairar-me o siso,

Nos meus olhos incertos sinto lágrimas…

mas da lágrima em troca eu temo um riso!”

Na estrofe acima, de Álvares de Azevedo, revela-se um traço forte de sua poesia, a:

a) idealização da amada, retratada como musa etérea, solene e distante;

b) projeção da própria morte, a um tempo temida e desejada;

c) sátira impiedosa, pela qual se rebaixa a linguagem ao plano do cômico;

d) insegurança amorosa, por temor de que a realidade rechace o devaneio lírico;

e) força material do cotidiano, expressa num detalhismo quase realista.

14. U.E. Ponta Grossa-PR “Se eu morresse amanhã”, com certeza, é um dos poemas mais

lembrados de Álvares de Azevedo.

“Se eu morresse amanhã, viria ao menos

Fechar meus olhos minha triste irmã;

Minha mãe de saudades morreria

Se eu morresse amanhã!

Quanta glória pressinto em meu futuro!

Que aurora de porvir e que manhã!

Eu perdera chorando essas coroas

Se eu morresse amanhã!

Que sol! Que céu azul! Que doce n’alva

Acorda a natureza mais louçã!

Não me batera tanto amor no peito

Se eu morresse amanhã!

Mas essa dor da vida que devora

A ânsia de glória, o dolorido afã…

A dor no peito emudecera ao menos

Se eu morresse amanhã!”

Nele estão contemplados temas recorrentes em sua poesia e na estética romântica, como:

01.a exaltação de sentimentos pessoais, com desespero e pessimismo;

02.a análise crítica e científica dos fenômenos sociais brasileiros;

04.o desajustamento do indivíduo ao meio social, que conduz à dor, à aflição e à busca

da solidão;

08.a valorização de elementos ligados à natureza, em poesia simples, pastoril, bucolicamente ingênua e inocente.

16.a morte como alívio para o “mal-do-século”.

SOMA:  01+ 04 + 16

15.Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,

É pela virgem que sonhei…que nunca Aos lábios me encostou a face linda!         (Álvares de Azevedo) A característica do Romantismo mais evidente nesta quadra é: a) o espiritualismo                                          d) o pessimismo

b) a idealização da mulher                         e) o confessionalismo


c) a presença do sonho

16.(ITA/SP) O texto a seguir reproduz as duas estrofes de um dos mais conhecidos poemas do romantismo brasileiro: Se eu morresse amanhã!, de Álvares de Azevedo.

“Se eu morresse amanhã, viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã; Minha mãe de saudades morreria Se eu morresse amanhã! Quanta glória pressinto em meu futuro! Que aurora de porvir e que manhã! Eu perdera chorando essas coroas

Se eu morresse amanhã!”

Sobre esse poema, pode-se afirmar que

I.Ele mostra de forma clara o forte teor subjetivo e emotivo da poesia romântica, pois é totalmente centrado no “eu”, na interioridade subjetiva do poeta.

II.O egocentrismo romântico, ligado ao tema da morte, faz com que o poeta lamente de forma emocionada a própria morte, que imagina estar próxima.

III. A emoção excessiva, explicitada pelo uso recorrente dos pontos de exclamação, revela um desejo de fuga da realidade; o mergulho no “eu” é uma forma de opor-se ao problemático mundo exterior.

IV.A obsessão com a morte, tão presente no poema, é uma das formas do escapismo romântico, comumente aplicado ao tema do amor, o qual também possibilita uma fuga da problemática existencial.

Estão corretas

a)apenas I e II.    b) apenas I, II e III.      c) apenas I, II e IV.   d)apenas III e IV.   e) todas.

 17.(FEI/SP)

Lembrança de morrer

(Fragmento)
Eu deixo a vida como deixa o tédio Do deserto, o poento caminheiro — Como as horas de um longo pesadelo Que se desfaz ao dobre de um sineiro Como o desterro de minh’alma errante, Onde fogo insensato a consumia: Só levo uma saudade — é desses tempos Que amorosa ilusão embelecia. Só levo uma saudade — é dessas sombras Que eu sentia velar nas noites minhas… De ti, ó minha mãe, pobre coitada Que por minha tristeza te definhas! De meu pai!… de meus únicos amigos, Poucos — bem poucos — e que não zombavam Quando, em noite de febre endoudecido,

Minhas pálidas crenças duvidaram.”

Este trecho é de Álvares de Azevedo, famoso poeta romântico brasileiro. Qual das características a seguir não se encontra no poema?

a) O autor demonstra um desencanto precoce pela vida e vê na morte a solução de seus problemas.

b) Álvares de Azevedo, como outros escritores de sua geração, revela intensa necessidade de fugir do real através da lembrança de um passado idealizado.

c) Os principais motivos da lânguida tristeza sentida pelo poeta são a desilusão amorosa e a incompreensão de falsos amigos.

d) O autor de Lembrança de Morrer é um representante da segunda geração romântica, também chamada “mal do século”, caracterizada pela melancolia e pelo sentimentalismo exacerbados.

e) Através da leitura deste poema, percebe-se que Álvares de Azevedo pode ser considerado um representante da primeira geração romântica, a dos autores nacionalistas.

Para responder às questões 18 e 19, ler o texto que segue.

Adeus, meus sonhos!

“Adeus meus sonhos, eu pranteio e morro! Não levo da existência uma saudade! E tanta vida que meu peito enchia Morreu na minha triste mocidade! Misérrimo! Votei meus pobres dias À sina doida de um amor sem fruto, E minh’alma na treva agora dorme

Como um olhar que a morte envolve em luto.

 Que me resta, meu Deus? Morra comigo A estrela de meus cândidos amores, Já que não levo no meu peito morto

Um punhado sequer de murchas flores!”

Álvares de Azevedo

Para responder à questão 18, analisar as afirmativas que seguem, sobre o texto.

O poeta

I.Relativiza sua amargura estando na iminência da morte.

II.Lamenta ter-se dedicado a um amor não-correspondido.

III. Leva da vida apenas doces lembranças.

IV.Suplica a Deus por um consolo antes de morrer.

18.(PUC-RS) Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas

a) A I e a II, apenas.                                   d) A I e a III, apenas.

b) A II e a IV, apenas.                              e) A III e a IV, apenas.

c) A I, a II, a III e a IV.

19.(PUC-SP) O poema em questão associa-se à vertente _______, pelo _________ e _________ exacerbados.

a) romântica/subjetivismo/sentimentalismo   d) realista/individualismo/irracionalismo

b) simbolista/espiritualismo/sentimentalismo    e) romântica/misticismo/subjetivismo

c) simbolista/subjetivismo/espiritualismo

As questões 20 e 21 devem ser respondidas com base na leitura do poema de Álvares de Azevedo, pertencente à sua obra Lira dos Vinte Anos (1853).

Meu sonho

“Eu Cavaleiro das armas escuras, Onde vais pelas trevas impuras Com a espada sangüenta na mão? Por que brilham teus olhos ardentes E gemidos nos lábios frementes Vertem fogo do teu coração? Cavaleiro, quem és? o remorso? Do corcel te debruças no dorso… E galopas do vale através… Oh! da estrada acordando as poeiras Não escutas gritar as caveiras E morder-te o fantasma nos pés? Onde vais pelas trevas impuras, Cavaleiro das armas escuras, Macilento qual morto na tumba?… Tu escutas… Na longa montanha

Um tropel teu galope acompanha?

E um clamor de vingança retumba? Cavaleiro, quem és? — que mistério, Quem te força da morte no império Pela noite assombrada a vagar? O Fantasma Sou o sonho de tua esperança, Tua febre que nunca descansa,

O delírio que te há de matar!…”AZEVEDO, A. de. Lira dos vinte anos.

20.(UFRN) No texto poético, a sonoridade das palavras associa-se constantemente aos seus significados. Sob tal aspecto, o verso que sugere a atmosfera noturna do Romantismo é:

a) “Vertem fogo do teu coração?”                          c) “Um tropel teu galope acompanha?”

b) “Com a espada sanguenta na mão?”                 d) “Macilento qual morto na tumba?”

21.(UFRN) O ritmo de um poema é determinado pelo número e pela acentuação de suas sílabas poéticas; já as rimas implicam igualdade sonora, especialmente ao final dos versos. Por isso, é correto afirmar sobre Meu sonho que

a) O ritmo e as rimas irregulares figuram o mistério a envolver o cavaleiro dentro daquele clima sombrio.

b) O ritmo regular e as rimas irregulares mostram as alternâncias entre visões da vida e da morte.

c) O ritmo e as rimas regulares assemelham-se ao galope do cavaleiro na sua aventura misteriosa.

d) O ritmo irregular e as rimas regulares apontam as diferenças de postura entre o “Eu” e o “Fantasma”.

22.(Unesp-SP) Baseando-se na leitura do texto de Álvares de Azevedo, assinale a única alternativa incorreta.

“Junto a meu leito, com as mãos unidas, Olhos fitos no céu, cabelos soltos, Pálida sombra de mulher formosa Entre nuvens azuis pranteia orando. É um retrato talvez. Naquele seio Porventura sonhei doiradas noites. Talvez sonhando desatei sorrindo Alguma vez nos ombros perfumados Esses cabelos negros, e em delíquio Nos lábios dela suspirei tremendo. Foi-se minha visão. E resta agora Aquela vaga sombra na parede – Fantasma de carvão e pó cerúleo, Tão vaga, tão extinta e fumarenta

Como de um sonho o recordar incerto.”Álvares de Azevedo. VI Parte de “Idéias Íntimas”.

a) Considerando os aspectos temáticos e formais do poema, pode-se vinculá-lo ao segundo momento do movimento romântico brasileiro, também conhecido como “geração do spleen” ou “mal do século”.

b) A presença da mulher amada torna-se o ponto central do poema. Isso é claramente manifestado pelas recordações do eu-lírico, marcado por um passado vivido, que sempre volta em imagens e sonhos.

c) O texto reflete um articulado jogo entre o plano do imaginário e o plano real. Um dos elementos, entre outros, que articula essa construção é a alternância dos tempos verbais presente/passado.

d) Realidade e fantasia tornam-se a única realidade do espaço da poesia lírica romântica, gênero privilegiado dentro desse movimento.

e) Apesar de utilizar decassílabos, esse poema possui o andamento próximo ao da prosa. Esse aspecto formal é importante para intensificar certo prosaísmo intimista da poesia romântica.

23.(FURG) Sobre a obra Lira dos vinte anos, de Álvares de Azevedo, é correto afirmar que:

a) revela, ainda, grande influência do neoclassicismo do século XVIII.

b) é um livro constituído predominantemente por sonetos em que o eu lírico revela profundo tédio existencial.

c) faz-se presente, de forma recorrente, o sentimento nacionalista, tão caro ao Romantismo.

d) caracteriza-se pelo descritivismo e pelo apuro formal.

e) representação da figura feminina é revestida de um caráter dual: ora é virgem imaculada, ora é meretriz.

24.(PUC/PR) Assinale a alternativa que identifica as qualidades do Romantismo presentes no poema O poeta, de Álvares de Azevedo:

“no meu leito adormecida, Palpitante e abatida, A amante do meu amor! Os cabelos recendendo Nas minhas faces correndo

Como o luar numa flor!”

a) O poema pertence ao Romantismo porque tem rimas emparelhadas.

b) Porque tem metáforas.

c) Porque apresenta um poeta enamorado.

d) Porque trata a natureza de forma humanizada.

a) É do Romantismo pela imagem da mulher amada idealizada.

25.(UEM/PR) Leia o fragmento abaixo do poema Lembrança de Morrer e assinale a alternativa CORRETA.

“Quando em meu peito rebentar-se a fibra Que o espírito enlaça à dor vivente, Não derramem por mim nenhuma lágrima

Em pálpebra demente.”

Álvares de Azevedo, Lira dos vinte anos.

a)O verso “Quando em meu peito rebentar-se a fibra” faz alusão direta ao receio do poeta em tornar-se covarde, “perder a fibra”. O Romantismo pregava a necessidade da coragem física e/ou moral por parte do indivíduo dotado de genialidade, para enfrentar a mediocridade que o rodeava e para transformar o mundo.

b) O verso “Que o espírito enlaça à dor vivente” faz alusão direta à vida,caracterizando-a como sofrimento. Tal caracterização não é exclusiva do Romantismo, mas foi bastante desenvolvida por autores dessa escola, especialmente os da segunda geração, ajudando a configurar seu pessimismo.

c) O verso “Não derramem por mim nenhuma lágrima” faz referência direta à “morte de amor”, situação na qual o jovem fazia um pacto de suicídio com a amada inatingível. Via de regra, a mulher escapava da morte e o fantasma do jovem passava a atormentá-la. Tal tema surgiu com força no romantismo graças à obra Os Sofrimentos do jovem Werther, de Goethe.

d) A estrofe toda faz referência direta à ingratidão dos amigos, que não derramarão uma lágrima pelo poeta morto. Tal temática será, anos depois, revisitada com muito maior amargura e morbidez nos “Versos Íntimos”, de Augusto dos Anjos.

e) A estrofe toda faz referência direta à loucura, apresentada como musa do poeta. Tal visão do poeta como um ser visitado por uma espécie de entidade que, a um só tempo, ditava-lhe versos geniais e destruía a vida do jovem era comum no Romantismo, embora tivesse raízes na Antiguidade Clássica.

(PISM/ UFJF/MG) Leia, com atenção, o trecho do poema Idéias Íntimas de Álvares de Azevedo, para responder às questões 26 e 27:

I

Ossian – o bardo é triste como a sombra (1) Que seus cantos povoa. O Lamartine (2) É monótono e belo como a noite, Como a lua no mar e o som das ondas… Mas pranteia uma eterna monodia, Tem na lira do gênio uma só corda, – Fibra de amor e Deus que um sopro agita! Se desmaia de amor… a Deus se volta

Se pranteia por Deus… de amor suspira

Basta de Shakespeare. Vem tu agora, (3) Fantástico alemão, poeta ardente (4) Que ilumina o clarão das gotas pálidas Do nobre Johannisberg! Nos teus romances (5) Meu coração deleita-se… Contudo, Parece-me que vou perdendo o gosto, Vou ficando blasé: passeio os dias (6) Pelo meu corredor, sem companheiro, Sem ler, nem poetar… Vivo fumando, Minha casa não tem menores névoas Que as deste céu d’inverno… Solitário

(…)       Álvares de Azevedo.

  1. figura mítica, cujos poemas circulavam como se fossem reais no período do Romantismo.
  2. poeta francês do início do século XIX.
  3. poeta e dramaturgo inglês do século XVI.
  4. referência ao poeta alemão Goethe (final do século XVIII).
  5. nome de vinho famoso.
  6. entediado, descontente.

26.(PISM/ UFJF/MG)  É POSSÍVEL afirmar que o poema de Álvares de Azevedo é:

a) lírico, em primeira pessoa do singular.       

b) épico, em terceira pessoa do singular.

c) satírico, em primeira pessoa do singular.

d) dramático, em terceira pessoa do singular.

e) descritivo, em primeira pessoa do singular.

27.(PISM/UFJF/MG)  A leitura do poema como um todo, especialmente, a leitura da 2ª estrofe, revela que o estado de espírito do eu lírico é de:

a) alegria.           b) tédio.                   c) raiva.            d) entusiasmo.             e) calma.

28.(UFRN-RN) As três estrofes abaixo pertencem ao poema Lembrança de Morrer, de Álvares de Azevedo.

“Descansem o meu leito solitário Na floresta dos homens esquecida, À sombra de uma cruz, e escrevam nela:

– Foi poeta – sonhou – e amou na vida.

Sombras do vale, noites da montanha Que Minh ‘alma cantou e amava tanto, Protegei o meu corpo abandonado,

E no silêncio derramai-lhe canto!

Mas quando preludia ave d’aurora E quando à meia-noite o céu repousa, Arvoredos do bosque, abri os ramos…

Deixai a lua prantear-me a lousa!”

Álvares de Azevedo. Lira dos vinte anos.
Porto Alegre: L&PM, 2001. p. 115.

Nos versos que compõem as estrofes, a temática essencial da obra do poeta é revelada na

a) Valorização da morte como fuga dos problemas sociais de sua época.

b) Exaltação da natureza brasileira como propósito de enaltecimento à nacionalidade.

c) Manifestação do desejo de amor e de morte como impulsos presentes em sua sensibilidade poética.

d) Adesão aos valores cristãos como indica a imagem da cruz.

29.(UFPEL-RS) Leia os poemas abaixo:

“Pálida, à luz da lâmpada sombria, sobre o leito de flores reclinada, como a lua por noite embalsamada,

entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar, na escuma fria Pela maré das águas embalada! Era um anjo entre nuvens d’alvorada

Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Era a mais bela! O seio palpitando… Negros olhos as pálpebras abrindo…

Formas nuas no leito resvalando…

Não te rias de mim, meu anjo lindo! Por ti – as noites eu velei chorando,

Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo!”    Álvares de Azevedo

Os últimos românticos

“Deixas, enquanto o luar branqueia o espaço, pela escada de seda, o parapeito… e vens, leve e ainda quente do teu leito,

como um sono de tule, por meu braço…

Somos o par mais poético e perfeito dos últimos românticos… Teu passo, cantando no jardim, marca o compasso

do coração que bate no meu peito.

Depois partes e eu fico. E às escondidas, sobre a volúpia das alfombras,

minha sombra confunde-se na tua…

Ah! Pudessem fundir-se nossas vidas como se fundem nossas duas sombras,

sob o mistério pálido da lua!”      Guilherme de Almeida

Analise as seguintes afirmativas quanto aos poemas.

I.O amor é retratado de forma antagônica em ambos. Enquanto, no primeiro poema, esse sentimento é apresentado em sua forma idealizada – visto ser a mulher amada uma donzela –, no segundo, há a consumação desse desejo traduzida na descrição da dança dos amantes no jardim.

II.Apresenta-se, apenas no primeiro, a evasão na morte, característica romântica que atribui a ela a solução definitiva de todos os desencontros ou problemas amorosos.

III. Enquanto a forma verbal “pudessem” do texto de Almeida instaura o plano do desejo (irrealizado), expressões como “virgem do mar”, no poema de Azevedo, conotam um distanciamento maior entre a mulher amada e o eu lírico.

IV.Em ambos, o campo semântico formado pelas palavras e expressões que remetem à noite e à morte prenunciam o inconformismo do eu lírico diante da não correspondência de sentimento por parte da mulher, indiferente aos apelos de quem a ama.

Estão corretas tão-somente as afirmativas

a) I e II.                  b) II e III.                       c) I e IV.                d) I, II e IV.                   e) III e IV.

 30.(FURG) Sobre a obra Lira dos vinte anos, de Álvares de Azevedo, é correto afirmar que:

a) revela, ainda, grande influência do neoclassicismo do século XVIII.

b) é um livro constituído predominantemente por sonetos em que o eu lírico revela profundo tédio existencial.

c) faz-se presente, de forma recorrente, o sentimento nacionalista, tão caro ao Romantismo.

d) caracteriza-se pelo descritivismo e pelo apuro formal.

e) a representação da figura feminina é revestida de um caráter dual: ora é virgem imaculada, ora é meretriz.

31.(UEM-PR) Sobre o texto abaixo, assinale a alternativa correta.

Soneto

Pálida, à luz da lâmpada sombria. Sobre o leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada,

Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar! na escuma fria Pela maré das águas embalada! Era um anjo entre nuvens d’ alvorada

Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Era mais bela! o seio palpitando… Negros olhos as pálpebras abrindo…

Formas nuas no leito resvalando…

Não te rias de mim, meu anjo lindo! Por ti – as noites eu velei chorando,

Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo!   Álvares de Azevedo

a) Os poetas ultrarromânticos brasileiros ignoraram deliberadamente a realidade nacional, cultivando uma poesia existencialista, metafísica, de difícil compreensão, marcada fortemente pelo conceptismo e pelo cultismo, como demonstra o poema transcrito.

b) O poeta ultrarromântico toma a natureza e seus elementos como seus únicos confidentes. É o que se verifica nos versos do primeiro terceto, os quais retratam o erotismo e a sensualidade da virgem bela e inacessível ao eu-lírico.

c) O soneto é constituído de versos decassílabos e octossílabos, justificando a tendência do poeta em retratar não só a beleza da mulher amada, bem como a importância épica do cenário: as flores, a noite, a lua, as nuvens e as águas do mar.

d) O eu-lírico, forçado a separar-se da amada, reencontra-a em uma cena íntima, comparando a sua beleza e a sua sensualidade com a beleza e a sensualidade de uma deusa. É o que se constata nos seguintes versos: “Sobre o leito de flores reclinada”, “Entre as nuvens do amor ela dormia!”, “Era mais bela! o seio palpitando…”, “Formas nuas no leito resvalando…”.

e) Nos versos “Pálida, à luz da lâmpada sombria”, “Entre as nuvens do amor ela dormia!”, “Por ti – as noites eu velei chorando”, “Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo”, evidencia-se a preferência pelo sentimentalismo, exacerbado pelas sombras, pela noite e pelos ambientes noturnos, preferência que justifica o perfil do poeta ultrarromântico.

32.No poema “A hora íntima”, Vinicius de Moraes pergunta “Quem pagará o enterro e as flores / Se eu me morrer de amores?”. Nessa passagem, os versos de Vinicius retomam, num tom ameno e voltado para a temática da relação amorosa, a ideia de “se eu morresse amanhã”, consagrada por

a)Álvares de Azevedo – condoreiro romântico.    d) Castro Alves – lírico romântico.

b) Fagundes Varela – condoreiro romântico.        e) Álvares de Azevedo – lírico romântico.

c) Castro Alves – condoreiro romântico.

33.(PUC-SP)

Oh! ter vinte anos sem gozar de leve A ventura de uma alma de donzela! E sem na vida ter sentido nunca Na suave atração de um róseo corpo Meus olhos turvos se fechar de gozo! Oh! nos meus sonhos, pelas noites minhas Passam tantas visões sobre meu peito! Palor de febre meu semblante cobre, Bate meu coração com tanto fogo! Um doce nome os lábios meus suspiram, Um nome de mulher… e vejo lânguida No véu suave de amorosas sombras Seminua, abatida, a mão no seio, Perfumada visão romper a nuvem, Sentar-se junto a mim, nas minhas pálpebras O alento fresco e leve como a vida Passar delicioso… Que delírios! Acordo palpitante… inda a procuro; Embalde a chamo, embalde as minhas lágrimas Banham meus olhos, e suspiro e gemo… Imploro uma ilusão… tudo é silêncio! Só o leito deserto, a sala muda! Amorosa visão, mulher dos sonhos, Eu sou tão infeliz, eu sofro tanto! Nunca virás iluminar meu peito

Com um raio de luz desses teus olhos?

Os versos acima integram a obra Lira dos Vinte Anos, de Álvares de Azevedo. Da leitura deles podemos depreender que o poema:
a) ilustra a dificuldade de conciliar a idéia de amor com a de posse física. b) manisfesta o desejo de amar e a realização amorosa se dá concretamente em imagens de sonho. c) concilia sonho e realidade e ambos se alimentam da presença sensual da mulher amada. d) espiritualiza a mulher e a apresenta em recatado pudor sob “véu suave de amorosas sombras”.

e) revela sentimento de frustração provocado pelo medo de amar e pela recusa doentia e deliberada à entrega amorosa.

34.(UEL) O fragmento do poema abaixo pertence à segunda parte da obra Lira dos vinte anos, de Álvares de Azevedo. Leia-o, analise as afirmativas que o seguem e assinale a alternativa correta.

É ela! É ela! É ela! É ela! É ela! É ela! – murmurei tremendo, E o eco ao longe murmurou – é ela! Eu a vi — minha fada aérea e pura – A minha lavadeira na janela! […] Esta noite eu ousei mais atrevido Nas telhas que estalavam nos meus passos Ir espiar seu venturoso sono, Vê-la mais bela de Morfeu nos braços! […] Afastei a janela, entrei medroso: Palpitava-lhe o seio adormecido… Fui beijá-la… roubei do seio dela Um bilhete que estava ali metido… Oh! Decerto… (pensei) é doce página Onde a alma derramou gentis amores; São versos dela… que amanhã decerto Ela me enviará cheios de flores… […] É ela! é ela! – repeti tremendo; Mas cantou nesse instante uma coruja… Abri cioso a página secreta…

Oh! Meu Deus! era um rol de roupa suja!

(A) O tema da mulher idealizada é constante na obra de Álvares de Azevedo. No poema em questão, a imagem da virgem sonhadora é simbolizada pela lavadeira, uma forma de denunciar os problemas sociais e, ao mesmo tempo, reportar a imagem feminina ao modelo materno. a) No poema “É ela! É ela! É ela! É ela!”, a musa eleita é uma lavadeira. Dizendo-se apaixonado, o eu-lírico a observa enquanto dorme e retira do seio da amada uma lista de roupa, que imaginara ser um bilhete de amor. Trata-se de uma forma melancólica de expressar a grandeza das relações humanas e representar a concretização do amor.

b) O emprego de termos elevados em referência à lavadeira, tais como “fada aérea e pura”, é um fator que reforça o riso por associar a lavadeira a uma musa inspiradora e exaltadora da paixão. Trata-se, portanto, de um poema de linha irônica e prosaica, que revela os valores morais daquela época.

c) O poema, no conjunto das estrofes acima transcritas, revela tédio e melancolia. Esses sentimentos são reforçados pelo murmúrio do eu-lírico, “É ela! É ela!”, ao visualizar sua amada.

d) A figura da lavadeira no poema é a de uma mulher que não se pode possuir. Dessa maneira, o poema afasta a possibilidade de concretização do ato sexual, confirmando a idealização da mulher no período romântico.

35.(UFOP) Leia com atenção o seguinte texto:

Pálida à luz da lâmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada,

Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar, na escuma fria Pela maré das águas embalada! Era um anjo entre nuvens d’alvorada

Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Era mais bela! o seio palpitando Negros olhos as pálpebras abrindo

Formas nuas no leito resvalando

Não te rias de mim, meu anjo lindo! Por ti – as noites eu velei, chorando,

Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo!  (AZEVEDO, Álvares de. Lira dos vinte anos.

a) O poema ressalta uma situação bastante comum na estética romântica, qual seja o paradoxo da figura feminina, construída entre passividade e atividade. a) O poeta oscila entre a pura contemplação e a possibilidade de concretização da relação amorosa. c) Romanticamente o poema leva a crer que é através do sonho que existe a melhor oportunidade para a realização carnal do amor. d) É possível perceber uma certa antecipação da estética realista-naturalista na descrição do corpo da mulher.

e) Como poema do Romantismo, o texto apresenta uma construção saudosista, voltada para o passado.

36.(UFOP)

Namoro a cavalo

Eu moro em Catumbi. Mas a desgraça Que rege minha vida malfadada, Pôs lá no fim da rua do Catete

A minha Dulcinéia namorada.

Alugo (três mil réis) por uma tarde Um cavalo de trote (que esparrela!) Só para erguer meus olhos suspirando

À minha namorada na janela…

Todo o meu ordenado vai-se em flores E em lindas folhas de papel bordado, Onde eu escrevo trêmulo, amoroso,

Algum verso bonito… mas furtado.

Morro pela menina, junto dela Nem ouso suspirar de acanhamento… Se ela quisesse eu acabava a história

Como em toda a Comédia – em casamento…

Ontem tinha chovido… Que desgraça! Eu ia a trote inglês ardendo em chama, Mas lá vai senão quando uma carroça

Minhas roupas tafuis encheu de lama…

Eu não desanimei! Se Dom Quixote No Rocinante erguendo a larga espada Nunca voltou de medo, eu, mais valente,

Fui mesmo sujo ver a namorada…

Mas eis que ao passar pelo sobrado, Onde habita nas lojas minha bela, Por ver-me tão lodoso ela irritada

Bateu-me sobre as ventas a janela…

O cavalo ignorante de namoros Entredentes tomou a bofetada, Arrepia-se, pula, e dá-me um tombo

Com as pernas para o ar, sobre a calçada…

Dei ao diabo os namoros. Escovado Meu chapéu que sofrera no pagode, Dei de pernas corrido e cabisbaixo

E berrando de raiva como um bode.

Circunstância agravante. A calça inglesa Rasgou-se no cair de meio a meio, O sangue pelas ventas me corria

Em paga do amoroso devaneio!…   AZEVEDO, Álvares de. Lira dos vinte anos.

Em relação ao texto acima, todas as afirmativas são verdadeiras, exceto: a) O poema desfaz a sublimidade da relação amorosa, acentuando aspectos vulgares e/ou grotescos.

a) O envolvimento do poeta com a situação narrada não lhe permite qualquer tentativa de autocrítica.

c) O discurso poético explicita uma espécie de investimento frustrado, através do tratamento dado ao tema romântico. d) A ironia é construída pelo distanciamento da voz poética, ou seja, pelo jogo entre presente e passado.

e) Há uma dissonância entre o discurso romântico-sentimental e o tom jocoso que a linguagem assume.

37.(PUC-RS)

“Já da morte o palor me cobre o rosto,

Nos lábios meus alento desfalecesse,

Surda agonia o coração fenece

E devora meu ser mortal desgosto!”

No fragmento anterior, pertencente a um poema de Álvares de Azevedo, notam-se características de qual tendência romântica?

a)mal-do-século       b)bucolismo       c)poesia condoreira     d)nacionalismo     e)indianismo

38.“Descansem o meu leito solitário

Na floresta dos homens esquecida

À sombra de uma cruz, e escrevam nela:

Foi poeta – sonhou – e amou na vida.”

 O excerto é de autoria  de…………….., importante poeta do ultrarromantismo brasileiro, autor de……………………….. .

a)Casimiro de Abreu – Primaveras.

b)Álvares de Azevedo – Lira dos Vinte Anos

c)Fagundes Varela – Cantos e Fantasias

d)Gonçalves Dias – Últimos Cantos

e)Castro Alves – Espumas Flutuantes

39.Leia os excertos a seguir, do poema “O Poeta Moribundo”, de Álvares de Azevedo.

01. “Poetas, amanhã ao meu cadáver 02. Minha tripa cortai mais sonorosa!… 03. Façam dela uma corda, e cantem nela 04. Os amores da vida esperançosa! […] 05. Eu morro qual nas mãos da cozinheira 06. O marreco piando na agonia… 07. Como o cisne de outrora… que gemendo

08. Entre os hinos de amor se enternecia.

09. Coração, por que tremes? Vejo a morte, 10. Ali vem lazarenta e desdentada… 11. Que noiva!… E devo então dormir com ela?… 12. Se ela ao menos dormisse mascarada!” Considere as afirmações sobre os versos apresentados. I – A temática amorosa-sentimental e a linguagem elevada, evidenciadas nos versos citados, são constantes na obra de Álvares de Azevedo. II – O poeta manifesta a vontade de que seu corpo continue a ser um instrumento do cantar lírico, mesmo depois da morte. III – Os versos exemplificam a faceta irônica que convive com a lírica emocional e erótica do poeta da “Lira dos Vinte Anos”. Quais estão corretas?

a) Apenas I.                 b) Apenas II.         c) Apenas III.             d) Apenas II e III.                 e) I, II e III.


40.(Vunesp) Leia atentamente os versos seguintes:

Eu deixo a vida como deixa o tédio

Do deserto o poento caminheiro

– Como as horas de um longo pesadelo

Que se desfaz ao dobre de um sineiro

Esses versos de Álvares de Azevedo significam a:

a)revolta diante da morte.

b) aceitação da vida como um longo pesadelo.

c) aceitação da morte como a solução.

d) tristeza pelas condições de vida.

e) alegria pela vida longa que teve.