Quem são os responsáveis por fazer ciência na nossa sociedade

POR L. COSTA

Na manhã da última quarta-feira, 21, tive a oportunidade de cobrir o lançamento da campanha “Todos podem fazer Ciência”, realizado durante a apresentação da doutora e especialista em Comunicação Científica e Tecnológica, a professora da Faculdade de Comunicação da UFBA, Simone Bortoliero, no 9° Encontro de Jovens Cientistas, que acontece até sexta-feira, 23, no auditório do Instituto de Biologia e no Pavilhão de Aulas da Federação I, no campus de Ondina da Universidade Federal da Bahia. A apresentação foi uma oportunidade não somente pela apresentação, mas também pelo evento, que contou com a visita de estudantes do fundamental ao médio de escolas públicas e privadas do estado.

Durante meu ensino médio participei de eventos como este, mas sentia que eu ainda não era boa o suficiente para entrar na universidade. Sensação que se aprofundou no meu último ano do ensino médio e nunca me deixou totalmente. Ouvindo a professora Simone falar para uma plateia repleta de crianças e adolescentes, entendi que eles teriam algo que faltou a mim e que comprometeu minha confiança: a garantia, explícita, de que todos têm direito ao conhecimento.

Quem são os responsáveis por fazer ciência na nossa sociedade

Professora Simone Bortoliero apresentou a campanha "Todos podem fazer ciência"/ Fonte: L. Costa

A campanha “Todos podem fazer Ciência” parte de um princípio muito básico e que a professora fez questão de frisar: não importa sua cor, sua religião, sua nacionalidade ou regionalidade, sua orientação sexual, identidade de gênero, todos podem fazer Ciência. Porque conhecimento é um direito universal. “O saber científico assume um status que tem a ver com o desenvolvimento do país, da saúde e preservação do meio ambiente. Está ligado a nossas vidas de modo irremediável”, afirma a professora.

Uma das personas que me influenciou em minha decisão de seguir a divulgação científica foi o astrônomo e astrofísico Carl Sagan. Tido como um dos maiores divulgadores científicos do século XX, ele tinha visão semelhante a debatida. “Nós somos uma sociedade que é baseada na ciência, mas não entende como a ciência funciona”, dizia na série Cosmos. Anos depois, Simone Bortoliero acrescenta a existência de um histórico de exclusão social da Ciência. “Temos que reconhecer que somos um país preconceituoso e racista, onde a educação científica nos colocou numa situação de baixa autoestima durante muitas décadas. Hoje, através do sistema de cotas, conseguimos ter uma outra realidade dentro da sala de aula que só foi possível através de um grande movimento, feito também pelo movimento negro baiano e nacional”, reforça a pesquisadora.

Assim, negar a determinadas pessoas o acesso ao conhecimento científico é negar também o entendimento da sociedade, da realidade na qual se vive. Não se trata somente de acesso, mas envolve também a produção desse conhecimento. Produção de saber envolve pluralidade, de visões e histórias. A história da Ciência ocidental, com tantos entraves, é o perfeito exemplo. As opiniões discordantes e os embates intelectuais desenvolveram nosso modo de apreender o mundo ao redor. Mas todos os cientistas que participaram dessa história tinham algo em comum: eles tiveram acesso às ferramentas do conhecimento.

Existem ainda problemáticas a serem resolvidas. A professora lembra como a questão de gênero pautou sua carreira, em que pesquisadores reproduzem visões preconceituosas de gênero, onde não consideram as especificidades das mulheres, desconsiderando, inclusive, o direito à “licença maternidade”. Mas tivemos mudanças importantes, que vêm sendo defendidas em quase todos os eventos que cobri ultimamente. Há o reconhecimento de uma nova cara da universidade e o medo de que esse rosto esteja ameaçado. Dizer que todos podemos fazer Ciência, nesse cenário, é também tomar posição. “A campanha não é neutra, não há neutralidade na defesa da Ciência brasileira. Estamos falando de uma das formas de leitura do mundo, entre outras formas”.

Quem são os responsáveis por fazer ciência na nossa sociedade

O auditório do Instituto de Biologia sediou as apresentações do 9° Encontro Jovens Cientistas/ Fonte: L. Costa

“Não posso deixar de falar sobre isso. Nós não somos pessoas que propagam o comunismo. Nós não somos cientistas preocupados com a questão ideológica, estamos preocupados com a saúde do povo brasileiro, com o desenvolvimento  econômico, com a nossa indústria, com a biodiversidade do país, a filosofia. Essa visão é muito dura, temos que combatê-la para que os estudantes se sintam confortáveis para produzir”, completa Bortoliero.

Uma das melhores partes, admito, foi conhecer o trabalho da professora Bárbara Rosemar. Acompanhada de alunos do 8° e do 9° ano do Colégio Estadual Pedro Magalhães, onde ministra a disciplina de Educação Científica. A professora conta que busca sempre pergunta aos seus alunos sobre seus interesses para começar a trabalhar o gosto pela ciência deles. “A primeira coisa que eu proponho a eles é que pensem em alguma coisa que eles gostam de fazer. A partir daí são orientados a fazer seus trabalhos com base no que gostam de fazer”, conta. Além disso, através das publicações dos estudos anteriores de outros alunos, Bárbara Rosemar mostra aos estudantes que eles conseguem desenvolver pesquisas, que seus colegas, inclusive, desenvolveram. Se foi possível para eles, então todos podem fazer ciência.

Comigo foi algo semelhante. Em meio a todas as dúvidas comuns aos jovens que estão prestes a se formar, a influência da divulgação científica de Sagan me fez decidir por estudar Comunicação na UFBA. Aqui conheci a Agência de Notícias e a campanha “Todos podem fazer Ciência”, desenvolvida em parceria com a Faculdade de Comunicação e a Faculdade de Educação, apoiada pelo projeto Conhecimento Livre (C-Livre). Mas antes de tudo isso, outra frase do Sagan me acompanhou: “Somos um meio do universo conhecer a si próprio”. Quanto mais gente nessa investigação, melhor.

*Estudante do curso de jornalismo da Faculdade de Comunicação e repórter na Agência de Notícias em CT&I – Ciência e Cultura UFBA

Hoje, sabemos que o desenvolvimento de um país, enquanto sociedade, está diretamente relacionado ao nível de estudo acadêmico que seus cidadãos recebem. Sociedades que dão o devido valor à educação tendem a sair na frente.

Seja na saúde, tecnologia, ou qualquer outra área, a pesquisa científica para nosso desenvolvimento é inegável. Preparamos este texto para falar mais sobre a importância da pesquisa científica para a sociedade. Boa leitura!

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Quem são os responsáveis por fazer ciência na nossa sociedade

A importância da pesquisa científica e dos pesquisadores e cientistas

Primeiramente, devemos definir exatamente o que é a pesquisa científica. Por meio da aplicação dos conceitos aprendidos em sala de aula, em uma universidade, o aluno realiza processos para investigar, testar e colher resultados.

A pesquisa científica proporciona a resolução de problemáticas relevantes para a sociedade. Ou seja, os resultados de um estudo, publicados em artigos ou apresentados em congressos, têm o mesmo objetivo: melhorar algum processo.

Por isso, é indiscutível a importância da pesquisa científica no país atualmente: melhorar a vida em sociedade. Propulsionando, consequentemente, o desenvolvimento nacional.

Confira alguns tópicos que demonstram e confirmam a importância da pesquisa científica em nossa sociedade. Leia mais a seguir.

Pandemia do novo coronavírus

Definitivamente, nos últimos tempos, a pandemia da Covid-19 nos mostrou que a ciência é a melhor resposta para lidar com crises sanitárias.

Desde que o momento pandêmico foi decretado, no começo de 2020, todos nós passamos a dar atenção aos profissionais e pesquisadores da área esperando por orientações.

Da mesma forma, a produção de testes diagnósticos e a corrida por vacinas, que teve um resultado rápido, começou em razão de incansáveis e céleres pesquisas.

Avanços na medicina

A Ciência também contribui grandemente na sociedade por sua participação na medicina moderna.

Para além da pandemia, muitas doenças podem ser tratadas hoje, e algumas foram praticamente erradicadas.

Um exemplo é a AIDS. Quem possui a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida pode se tratar, de graça, pelo Sistema Único de Saúde. E, dessa forma, viver uma vida feliz e normal.

Avanços tecnológicos

Além da área da saúde, que definitivamente é importante para a sociedade, estamos vivendo em uma era moderna e cada vez mais interligada.

É difícil imaginar como fazer para consumir conteúdo, trabalhar e fazer tarefas do dia a dia sem nossos aparelhos eletrônicos. Aplicativos facilitadores da vida também entram na jogada.

Por trás de cada gadget mais recente que é lançado, há o trabalho de um grande número de pesquisadores. Dessa forma, eles ajudam a sociedade a se desenvolver em geral.

Melhoria de produtos e serviços

Atualmente, produtos e serviços em geral são cada vez melhores e mais seguros. Mas isso não acontece à toa ou espontaneamente.

Até mesmo em nossa saúde mental, há efeitos diretos dessa melhoria nos serviços oferecidos. Ela é resultado de um avanço e muita pesquisa e testes por trás. E uma equipe dedicada de especialistas focados na missão.

Já deu para perceber como a pesquisa científica é importante para que a sociedade avance, não é mesmo?

A origem do Dia Nacional da Ciência e do Dia Nacional do Pesquisador Científico

Em todo dia 8 de julho são comemoradas duas datas especiais para a Ciência brasileira. O Dia Nacional da Ciência e o Dia Nacional do Pesquisador Científico, sancionados por leis.

O Dia da Ciência é fruto da Lei n. 10.221/2001 e o Dia do Pesquisador Cientifico, da Lei n. 11.807/2008.

As datas têm uma importância além da simples comemoração. Afinal de contas, a ciência e o profissional que a realiza são essenciais no desenvolvimento do país. Logo, o dia 8 de julho de todos os anos tem como objetivo dar luz ao trabalho dos pesquisadores científicos.

A data foi escolhida em relação à criação da SBPC, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Em 8 de julho de 1948, criou-se essa instituição com vistas à pesquisa científica em todo Brasil.

A importância do 8 de julho

Sabemos que grande parte da sociedade apenas sabe dos avanços científicos quando eles ocorrem.

Portanto, a data é uma oportunidade além de apenas comemorar e parabenizar aquele pesquisador que você conhece. Nesse dia, escolas, universidades e pessoas em geral podem pesquisar sobre avanços conquistados no mundo científico.

A ciência é uma fonte de resolução dos problemas de uma sociedade, por meio de pesquisa e conhecimento. Ter um dia para comemorar e trazer atenção a essas questões é extremamente válido.

O papel dos pesquisadores na sociedade

No contexto de uma sociedade que sofre com um momento pandêmico e com os males da vida moderna, cientistas e pesquisadores são os profissionais nos quais vemos esperança.

São eles os especialistas que se dedicam em prol da melhoria de toda uma sociedade. Desde avanços tecnológicos até os medicamentos e tratamentos mais modernos, tudo passa pelos pesquisadores que destinam sua vida a isso.

A pesquisa científica deve ser algo incentivado pelas universidades e governo. E os profissionais que trabalham por trás dessas exaustivas jornadas, devem ter o reconhecimento e incentivo.

A importância da pesquisa científica na sociedade é gigante. Há uma necessidade permanente de avanços na saúde, tecnologias e demais áreas do conhecimento. Por isso, incentivar e premiar os profissionais que dedicam a vida a melhorar a nossa vida é essencial.

Gostou de saber mais sobre a importância da pesquisa científica para a sociedade? Entre os pesquisadores e cientistas estão profissionais de saúde. Por isso, se quiser saber mais sobre o assunto, baixe nosso infográfico sobre como se tornar um bom profissional da área da saúde!

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