Em qual trecho desse texto há uma relação de causa e efeito

Em qual trecho desse texto há uma relação de causa e efeito

No dia a dia, somos provocados a entender uma mera explicação como causa e estabelecer, sem motivo algum, uma consequência que não se sustenta (foto: Shutterstock)


David Hume, em seu livro Tratado da natureza humana, propõe discutir a relação de causalidade ou a relação entre causa e efeito. O filósofo considera que a questão perpassa tanto o âmbito da realidade quanto o âmbito da mente. Sugere que todos os nossos raciocínios seguem uma relação de causa e efeito, ou seja, inferimos a existência de um objeto pela existência de outro, ou de um evento como decorrência de um anterior. Hume entendia das coisas, dos objetos e, sem dúvida, da natureza humana — e sabia mais ainda que nossas inferências são baseadas nas relações que estabelecemos entre as causas e os efeitos. Não sei se escapou ao filósofo outra questão que daria um segundo tratado, que consistiria em compreender ou indagar por que há, na natureza humana, efeitos rebeldes, ou melhor, efeitos sem causa. Vamos propor duas situações distintas e provocativas. Na primeira, há um clássico ciclo vicioso que se caracteriza por uma interminável relação em que a causa gera um efeito e este se torna causa que vai se repetir como efeito. Na segunda, há uma mera repetição da causa e do efeito. Ou seja, uma repetição sem relação de casualidade. Como a questão é clássica, vamos recorrer à crocância de um famoso biscoito que entrou no domínio público como exemplo de ciclo vicioso. Sim, estamos tratando do slogan do Tostines – aquele que “vende mais porque está sempre fresquinho ou está sempre fresquinho porque vende mais?”. A relação de causa e efeito fica bastante clara, não exige inferências complexas. Tostines vende mais (consequência) porque está sempre fresquinho (causa) e porque vende mais (causa) está sempre fresquinho (consequência). A relação torna-se ininterrupta, viciosa. Imaginemos agora a mesma propaganda elaborada da seguinte forma: “Tostines vende mais porque está sempre fresquinho ou porque está sempre fresquinho vende mais?“. O apressado leitor dirá que há um ciclo vicioso porque a relação continuou a mesma. Engano. No segundo exemplo, há apenas as repetições das mesmas causas e dos mesmos efeitos. Observemos: Tostines vende mais (consequência) porque está sempre fresquinho (causa) ou porque está sempre fresquinho (causa) vende mais (consequência). Mas não é a mesma coisa? Não, não é. A causa continuou causa (porque está sempre fresquinho) e a consequência continuou consequência (vende mais). Qual o macete deste ciclo? Inverter as relações. O que era causa vira consequência e o que era consequência vira causa.  E assim o mundo gira e a Lusitana roda. Sem afobações, é claro. No dia a dia, somos surpreendidos por explicações que se disfarçam de causa. Exemplo: “A rua está molhada porque choveu”. Evidentemente que a chuva (causa) levou a rua a ficar molhada (consequência). Mas se a proposição fosse “choveu porque a rua está molhada”? É possível inferir que choveu devido à causa proposta (a rua molhada)? Uma rua molhada provoca chuva? No dia a dia, somos provocados a entender uma mera explicação como causa e estabelecer, sem motivo algum, uma consequência que não se sustenta. Em tempos de polarização política, basta alguém se opor ao Juiz Sérgio Moro ou questionar os trâmites que levaram o ex-presidente Lula para cadeia para ser tachado como petista. Ou o contrário — fica o convite para criar o enunciado.

Estabelece-se por conta e risco uma relação de causa e efeito que não é sugerida automaticamente — como na canção Te ver, da banda Skank: “É como mergulhar no rio / E não se molhar/ É como não morrer de frio/ No gelo polar”.


Leia também:

O YouTube, as vacinas e o autismo

Tempo de Estudar - Língua Portuguesa - 9° ano

Aula 11 – Como identificar as relações de causa e consequência presentes em um texto

Definição de sintaxe; a relação de causa e consequência entre as palavras e as frases de um texto; exercício de fixação.

No período composto por coordenação a oração não exerce função sintática com relação a outras orações, ou seja, ela é independente ou absoluta. Exemplos: Acordei/, tomei café/ e apanhei o ônibus. Viu o filme,/ mas não compreendeu o enredo.

Como dá ideia de que?

2. Conjunções Causais. Introduzem orações subordinadas que dão ideia de causa: que, porque, como, pois, visto que, já que, uma vez que. Exemplo: Não fui à aula porque choveu.

O que é as consequências?

Significado de Consequência substantivo feminino Aquilo que resulta ou é produzido por causa de; efeito, resultado: seu sucesso foi consequência de muito trabalho. Resultado negativo que afeta a saúde de alguém; ferimento: o acidente não deixou consequências nos envolvidos.

Qual palavra tem o mesmo sentido de consequência?

4 conclusão, dedução, inferência, ilação, raciocínio, indução, solução. Exemplo: O físico decidiu explicar a consequência do seu raciocínio.

Qual o significado de causa e consequência?

Causa e consequência é um relacionamento entre eventos ou coisas, onde um é o resultado do outro ou de outros. Esta é uma combinação de ação e reação. Um relacionamento causa-efeito é um relacionamento no qual um evento (a causa) faz com que outro evento aconteça (o efeito). Uma causa pode ter vários efeitos.

O que é causa e consequência em um texto?

O efeito de causalidade característico de um texto argumentativo revela a relação entre duas ideias: uma é a causa, outra, a consequência. Conhecer as relações estabelecidas por essas conjunções é um requisito importante para o aluno ampliar sua capacidade de compreender e de produzir textos cada vez melhores.

Qual é o significado da palavra causa?

substantivo feminino Aquilo que faz com que uma coisa seja, exista ou aconteça. O que é princípio, razão ou origem de alguma coisa; motivo. ... [Jurídico] Razão que leva alguém dar início a um processo judicial; esse processo; ação, demanda: causa cível.

Por que um parágrafo é causa e consequência?

As relações de causa e consequência podem ser utilizadas em apenas um parágrafo (como no exemplo acima) ou nos dois parágrafos do desenvolvimento. Neste caso, um dos parágrafos apresentaria a causa e o outro, a consequência.

Qual a relação de causa e consequência destacada no texto?

Note que, antes do crime, as meninas eram alegres e despreocupadas. Depois do crime, passaram a ser sérias e tristes, tornando-se assim adultas. Então, temos uma causa (o motivo) e uma consequência (o resultado): a causa é o crime, e a consequência é o amadurecimento das meninas.

Como estabelecer relação de causa e consequência?

Para reconhecer as relações de causa e consequência, o leitor deve identificar os fatos expostos no texto e compreender de que forma eles se complementam, sendo um a causa ou a consequência para que o outro ocorra.

Em qual trecho desse texto há uma relação de causa e consequência?

Há uma relação de causa e consequência em "Jogou tantas bolas dentro do jarro que a água subiu-lhe até o gargalo". ... Um exemplo seria: "A água do jarro subiu até o gargalo porque várias bolas foram jogadas dentro dele", que seria a inversão da oração do exercício.

Qual trecho desse texto apresenta uma relação de causa e efeito uma cliente ficou surpresa?

“Uma cliente ficou surpresa ao voltar ao seu restaurante preferido, quase 6 meses depois e receber o troco de um jantar...” (1° parágrafo) “O garçom disse a Brenda que saiu para avisar a cliente sobre o troco esquecido, mas já tínhamos ido embora.”. ...

Em qual trecho desse texto há uma marca da linguagem falada?

Resposta. O item A é a alternativa correta. Os vocábulos que podem ser considerados marca de linguagem falada, ou seja, de oralidade é "tô" e "pra".

Em qual trecho desse texto há uma marca própria de linguagem falada?

Resposta. O trecho em que há uma marca própria da linguagem falada é: "Bom dia, seu síndico!", alternativa A, uma vez que o vocábulo "seu" é abreviatura de "senhor", elemento típico da fala.