Tendo em vista as respostas da questão anterior conclua ao afirmar que É sempre bom ganhar de Tigre


1 ' LÍNGUA ELINGUAGEM O que é língua e linguagem? FOCO NO TEHTO Leia o anúncio ao lado. 1. Quem é o anunciante? Que produto ele fabrica? PARABÉNS, TRICOLOR. ÉSEMPRE BOM GANHAR~ DE TIGRE. 2. O enunciado principal do anúncio se dirige diretamente a um Tricolor e faz referência ao fato de ele ter ganhado algo de um Tigre. Levante hipóteses: . _ _,._ ;:;r;;>-·. a. Quem podem ser o Tricolor e o Tigre? b. O que o Tricolor pode ter ganhado do Tigre? Inovação em tubos econexões 3. O anúncio em estudo foi publicado nos jornais do dia 13 de dezembro de 2012. Leia a notícia abaixo para saber o que ha- via acontecido na noite anterior. (http://colunas.revistaepocanegocios.globo.com/ negociosfc/2012/12/17/os-anuncios-da-amanco-oportunidad, Após confusão, Tigre abandona o campo e São Paulo é campeão da Sul-Americana Depois de mais de 30 minutos de confusão, indefi- nição e conversas entre dirigentes, o árbitro chileno apitou ofinal dojogo SÃO PAULO - O São Paulo conquistou nesta quarta-feira o título da Copa Sul-Americana de forma inesperada. No intervalo da partida no es- tádio do Morumbi, com o time brasileiro vencen- do por 2 a O - com gols de Lucas e Osvaldo - . o time argentino do Tigre não voltou ao campo. Depois de mais de 30 minutos de muita confusão, FELIPE ROSA MENDES - AGÊNCIA ESTADO 12 Dezembro 2012 21h00 indefinição e conversas entre dirigentes, o árbitro chileno Enrique Osses apitou o final do jogo mes- mo sem a presença dos argentinos. Apesar do anticlímax, os jogadores são-paulinos, no gramado, puderam então comemorar a inédV ta conquista da competição continental, acom- panhados de 67 mil torcedores presentes no Mo- rumbi, encerrando um jejum de quatro anos sem troféus. O São Paulo não faturava um título desde a conquista do Campeonato Brasileiro de 2008. (Disponível em: http://esportes.estadao.com.br/noticias/futebol,apos-confusao-tígre- abandona-o-campo-e-sao-paulo-e-campeao-da-sul-americana,972697. Acesso em:30/5/2015:) Responda:O relato feito na notícia confirma ou nega as hipóteses levan- tadas na questão anterior? 4. Faça uma pesquisa ou consulte os colegas e o professor sobre os nomes de marcas de canos de PVC disponíveis no mercado brasileiro. Há algu- ma que pode ser associada a algum dos termos do anúncio? 22 UNIDADE 1 RUMORES DA LfNGUA E DA LITERATURA f'ii! REGISTRE lY NO CADERNO 5, Levando em conta O resultad d . 1 , . 0 e s~,a pesquisa na questão anterior e a imagem que acompan 1a o anuncio, responda: a. Que novo sentido ganha a p 1 - T I I , a avra ,, co or, no anuncio? Justifique sua resposta. b. Que novo sentido ganha 1 . a pa avra Tigre? Justifique sua resposta. e. A que vitória o anúncio se refere? 6. Tendo em vista as respost d t ~ · . as a ques ao anterior, conclua : Ao afirmar que "É sempre (rJ bom ganhar de Tig - " · P.Er, 1 'TTP.l: re · que imagem O anunciante constrói de sua própria marca? HO&AVEAAO 7, Discuta com os colegas e o professor: a. Na primeira leitura, você percebeu todos os sentidos do anúncio? b. Conclua: O conhecimento da lingua portuguesa é suficiente para a compreensão desse texto? e. Que informações são essenciais para a compreensão do anúncio? REFLEHÕES SOBRE ALÍNGUA Na escola, a língua nossa de cada dia No estudo da língua portuguesa, nosso foco éobviamente a língua, suas regras, seus usos, seus textos. Mas como explicar e conceituar algo que está tão dentro de nós como nossa pró- pria língua? Ela está diretamente relacionada à nossa cognição, isto é, ao conhecimento que construímos e adquirimos ao longo da vida.Nosso contato com ela vem desde quando somos muito pequenos, ainda na infância, e começamos a usá-la a nosso modo, aprendendo com nossos pais, familiares, professores etodos aqueles com quem convivemos. Esse aprendizado começa muito antes de termos aulas de Português e, por isso, é importante sabermos que, quando começamos de fato a estudar a língua na escola, já sabemos muito sobre ela. Isso porque, na sociedade atual, principalmente nos grandes centros urbanos, lidamos sempre com textos, sejam eles orais, sejam escritos. A todo momento, produzimos linguagem. Frases, gestos, imagens, expressões faciais e corporais, tudo isso é linguagem, e por meio de nossas escolhas e usos nos constituímos como sujeitos sociais em relação a nossos pares.As linguagens que utilizamos dizem mui- to sobre quem somos, uma vez que seus significados são convencionados socialmente. Linguagem é a atividade comunicativa humana por meio da qual interagimos, respondendo a outras pessoas e outros textos em um processo ininterrupto. A linguagem pode ser verbal (constituída de palavras, faladas ou escritas), não verbal (constituída de melodias, gestos, expressões físicas, imagens, etc.) ou mista (simultanea- mente verbal e não verbal). A língua e seus conceitos Existem muitas definições de língua, e cada uma delas serve à situaçã~ em q~~ ~oi concebida, como, por exemplo, instituir uma teoria, compreende~ como_s~ da a aqu1s~çao da linguagem, estudar a comunicação humana, discutir as relaçoes soc1a1s estabelec1d~s nas interações. Nesse universo de estudo da língua, destacam-se as abordagens a seguir. Literatura. Língua e linguagem. Gêneros do discurso CAPiTUlO 1 23 1 Saussure e a ciência linguística Apesar de os estudos sobre a linguagem instigarem o homem há muitos e muitos anos, o estudioso suíço Ferdinand de Saussure, que viveu no período de transição entre os séculos XIX e XX, é conhecido como o fundador da ciência linguística. Para ele, a língua só pode ser estudada em si mesma, sem relação com seus usos, e definida como um sistema de valores determinados por convenção social. Assim, a teoria do pesquisador europeu considera que a língua é composta de signos lin- guísticos e que estes, por sua vez, equivalem a uma imagem acústica (significante) associada a um conceito convencionado socialmente (significado).Ou seja, para Saussure, ao ouvirmos uma sequência sonora em uma língua conhecida, imediatamente a associamos a um concei- to específico, igualmente reconhecido por todos aqueles que conhecem tal língua. As ideias de Saussure foram extremamente importantes para que a linguística se ins- tituísse historicamente como uma ciência e ainda hoje são utilizadas em diversas pesqui- sas relativas à linguagem. Entretanto, o fato de essa teoria tratar a língua como um objeto em si mesmo e, assim, não a analisar nos textos que circulam socialmente, faz com que ela não seja considerada, aqui, como a mais interessante para propiciar o aprofundamen- to em nossos estudos de língua portuguesa. APLIQUE OQUE APRENDEU Observe a tira: IYIES!.íAS ln&l f'I fRS(!JSo'TE :f': (Laerte. Acervo do cartunista.) 1. No l'? quadrinho, o pai diz ao filho que precisa falar com ele "sobre a vida". a. O que a fisionomia do pai expressa? b. O pai parece considerar que o que tem a dizer é algo simples ou complexo? e. Associando a expressão fisionômica do pai a "falar sobre a vida", qual sentido possí- vel construímos em relação ao que ele pretende dizer ao filho? d. O que o filho está fazendo no l'? quadrinho? 2, No 2'? quadrinho, Messias explica ao pai o conceito de vida que tem. a. O que é a vida para Messias? b. O conceito que Messias tem envolve a ideia de vida como algo simples ou complexo? e. O que a fisionomia do pai expressa nesse quadrinho? 3, No 3

Boa tarde, alunos!

Professora Michelle

ATIVIDADE

Leia o anúncio 

Tendo em vista as respostas da questão anterior conclua ao afirmar que É sempre bom ganhar de Tigre

1- Quem é o anunciante? Que produto ele fabrica?

2-O enunciado principal do anuncio se dirige diretamente a um Tricolor e faz referencia ao fato de ele ter ganhado algo de um Tigre. Levante hipóteses:

a) Quem podem ser o Tricolor e o Tigre?

b) O que o Tricolor pode ter ganhado do Tigre?

3- O anuncio em estudo foi publicado nos jornais do dia 13 de dezembro de 2012. Leia a notícia abaixo para saber o que havia acontecido na noite anterior.

Tendo em vista as respostas da questão anterior conclua ao afirmar que É sempre bom ganhar de Tigre


Responda: O relato feito na noticia confirma ou nega as hipóteses levantadas na questão anterior?

4- Faça uma pesquisa sobre os nomes de marcas de canos de PVC disponíveis no mercado

brasileiro. Há alguma que pode ser associada a algum dos termos do anuncio?

5- Levando em conta o resultado de sua pesquisa na questão anterior e a imagem acompanhada o anuncio, responda:

a) Que novo sentido ganha a palavra Tricolor, no anuncio? Justifique sua resposta.

b) Que novo sentido ganha a palavra Tigre? Justifique sua resposta.

c) A que vitória o anuncio se refere?

6- Tendo em vista as respostas da questão anterior, conclua: ao afirmar que “É sempre bom

ganhar de Tigre”, que imagem o anunciante constrói de sua própria marca?

a. Que novo sentido ganha a palavra Tricolor, no anúncio? Justifique sua resposta.

b. Que novo sentido ganha a palavra Tigre? Justifique sua resposta.

c. A que vitória o anúncio se refere?

6. Tendo em vista as respostas da questão anterior, conclua: Ao afirmar que "É sempre bom ganhar de Tigre", que imagem o anunciante constrói de sua própria marca?

7. Discuta com os colegas e o professor:

a. Na primeira leitura, você percebeu todos os sentidos do anúncio?

b. Conclua: O conhecimento da língua portuguesa é suficiente para a compreensão desse texto?

c. Que informações são essenciais para a compreensão do anúncio?

REFLEXÕES SOBRE A LÍNGUA

Na escola, a língua nossa de cada dia

No estudo da língua portuguesa, nosso foco é obviamente a língua, suas regras, seus usos, seus textos. Mas como explicar e conceituar algo que está tão dentro de nós como nossa própria língua? Ela está diretamente relacionada à nossa cognição, isto é, ao conhecimento que construímos e adquirimos ao longo da vida. Nosso contato com ela vem desde quando somos muito pequenos, ainda na infância, e começamos a usá-la a nosso modo, aprendendo com nossos pais, familiares, professores e todos aqueles com quem convivemos.

Esse aprendizado começa muito antes de termos aulas de Português e, por isso, é importante sabermos que, quando começamos de fato a estudar a língua na escola, já sabemos muito sobre ela. Isso porque, na sociedade atual, principalmente nos grandes centros urbanos, lidamos sempre com textos, sejam eles orais, sejam escritos.

A todo momento, produzimos linguagem. Frases, gestos, imagens, expressões faciais e corporais, tudo isso é linguagem, e por meio de nossas escolhas e usos nos constituímos como sujeitos sociais em relação a nossos pares. As linguagens que utilizamos dizem muito sobre quem somos, uma vez que seus significados são convencionados socialmente.

Observação: Linguagem é a atividade comunicativa humana por meio da qual interagimos, respondendo a outras pessoas e outros textos em um processo ininterrupto. Fim da observação.

A linguagem pode ser verbal (constituída de palavras, faladas ou escritas), não verbal (constituída de melodias, gestos, expressões físicas, imagens, etc.) ou mista (simultaneamente verbal e não verbal).

A língua e seus conceitos

Existem muitas definições de língua, e cada uma delas serve à situação em que foi concebida, como, por exemplo, instituir uma teoria, compreender como se dá a aquisição da linguagem, estudar a comunicação humana, discutir as relações sociais estabelecidas nas interações. Nesse universo de estudo da língua, destacam-se as abordagens a seguir.

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Tendo em vista as respostas da questão anterior conclua ao afirmar que É sempre bom ganhar de Tigre
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Todos os direitos reservados

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Cereja, William Roberto

Português contemporâneo : diálogo, reflexão e uso, vol. 1 / William Roberto Cereja, Carolina Assis Dias Vianna, Christiane Damien Codenhoto. -- 1ª ed. -- São Paulo : Saraiva, 2016.

Suplementado pelo manual do professor.

Bibliografia.

ISBN 978-85-472-0507-2 (aluno)

ISBN 978-85-472-0508-9 (professor)

1. Português (Ensino médio) I. Vianna, Carolina Assis Dias. II. Codenhoto, Christiane Damien. III. Título.

16-02227 CDD-469.07




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Page 3

Entre saberes, p. 183

LÍNGUA E LINGUAGEM: LETRAS E SONS, p. 186

Reflexões sobre a língua, p. 186

Texto e enunciação, p. 191

PRODUÇÃO DE TEXTO: OS GÊNEROS DIGITAIS: PRODUÇÃO DE CONTEÚDO E COMUNICAÇÃO VIRTUAL, p. 193

O blog e o comentário de Internet, p. 194

Foco no texto: texto de blog, p. 194

O e-mail e seus usos, p. 199

Hora de escrever, p. 200

- CAPÍTULO 2 - O BARROCO NO BRASIL (I) - ACENTUAÇÃO - O DEBATE REGRADO, p. 201

LITERATURA: GREGÓRIO DE MATOS, p. 201

A poesia de Gregório de Matos, p. 201

Foco no texto: três poemas de Gregório de Matos, p. 202

Entre textos: relicário, de Oswald de Andrade, e um poema satírico de Gregório de Matos, p. 206

LÍNGUA E LINGUAGEM: A LÍNGUA ESCRITA: ACENTUAÇÃO, p. 209

Foco no texto: "Cursos de archeologia", p. 209

Reflexões sobre a língua, p. 210

Classificação das palavras de acordo com a posição da sílaba tônica, p. 211

Regras básicas de acentuação gráfica, p. 211

Casos especiais, p. 213

Texto e enunciação, p. 214

PRODUÇÃO DE TEXTO: O DEBATE REGRADO, p. 217

Foco no texto: transcrição de um trecho de debate, p. 217



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Page 4

Poeta e eu lírico

A voz que fala nos poemas e nas canções é chamada de eu lírico, eu poético ou ainda de sujeito. E nem sempre ela coincide com a voz do próprio poeta. O poeta pode ser, por exemplo, uma pessoa do sexo masculino e criar um eu lírico feminino, como fez Chico Buarque de Hollanda em muitas de suas canções. Ou ser um adulto e dar voz a um eu lírico criança.

Fim do complemento.

1. Leia o boxe "Poeta e eu lírico" e depois responda: A quem o eu lírico do poema "José" se dirige, isto é, com quem ele fala?

2. O poema descreve José aos poucos, por meio de imagens, como a destes versos:

"está sem discurso,

está sem carinho,"

"a noite esfriou,

o bonde não veio,

o riso não veio"

a. Qual é a situação de José? Comprove sua resposta com elementos do poema.

b. A morte poderia ser, enfim, uma saída para José? Por quê?

3. Observe estes trechos do poema:

"você que é sem nome,

que zomba dos outros,

você que faz versos,

que ama, protesta?

e agora, José?"

"sua doce palavra,

seu instante de febre,

sua gula e jejum,

sua biblioteca,

sua lavra de ouro,

seu terno de vidro,

sua incoerência,

seu ódio - e agora?"

LEGENDA: Você faz parte II (1964), de Nelson Leirner.

FONTE: Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil

a. Levante hipóteses: Quem é José? Justifique sua resposta.

b. Por que a expressão e agora? é usada insistentemente no poema?

4. O poema "José" foi publicado em 1942, momento em que acontecia a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Considerando esse contexto histórico do poema, conclua:



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Page 5

Jakobson e a teoria da comunicação

Jakobson, na tentativa de estudar a língua considerando questões externas a ela, parte de um princípio diferente do de Saussure e propõe a teoria da comunicação, que conheceremos mais detalhadamente no capítulo 3 desta unidade. Historicamente, essa teoria pode ser vista como uma possibilidade de incorporar às pesquisas linguísticas dados relativos aos textos, como: quem produz, em qual meio, quem recebe, o que se diz, etc. Nesse contexto, a língua é considerada um código utilizado pelos sujeitos a fim de se comunicarem por meio de textos. São códigos, entre outros exemplos, os sinais de trânsito, as imagens e ícones que reconhecemos em placas diversas e a própria língua.

Observação: Código é um conjunto de sinais que, por convenção, é adotado por um grupo específico com o fim de estabelecer comunicação. Fim da observação.

Veja estes exemplos de códigos:

FONTE DAS FOTOGRAFIAS: Thinkstock/Getty Images

O sinal acima, indicativo de proibição, é um código facilmente reconhecido em nossa sociedade.



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Page 6

escarpada: árdua, penosa.

Fim do glossário.

34

b.

Espera


Não me digas adeus, ó sombra amiga,

Abranda mais o ritmo dos teus passos;

Sente o perfume da paixão antiga,

Dos nossos bons e cândidos abraços!

Sou a dona dos místicos cansaços,

A fantástica e estranha rapariga

Que um dia ficou presa nos teus braços...

Não vás ainda embora, ó sombra amiga!

Teu amor fez de mim um lago triste:

Quantas ondas a rir que não lhe ouviste,

Quanta canção de ondinas lá no fundo!

Espera... espera... ó minha sombra amada...

Vê que pra além de mim já não há nada

E nunca mais me encontras neste mundo!...

(Florbela Espanca. Disponível em: http://www.releituras. com/fespanca_menu.asp. Acesso em: 2/6/2015.)

Glossário:

ondinas: seres mitológicos habitantes de lagos e rios; ninfas.

Fim do glossário.

LEGENDA: Mulher jovem no campo, de Jules Breton.

FONTE: Coleção particular



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Page 7

Poesia para ser cantada

[Na Idade Média, em Portugal] duas eram as espécies de poesia trovadoresca: a lírico-amorosa, expressa em duas formas, a cantiga de amor e a cantiga de amigo; e a satírica, expressa na cantiga de escárnio e de maldizer. O poema recebia o nome de "cantiga" (ou ainda de "canção" e "cantar") pelo fato de o lirismo medieval associar-se intimamente com a música: a poesia era cantada, ou entoada, e instrumentada. Daí se compreender que o texto sozinho, como o temos hoje, apenas oferece uma incompleta e pálida imagem do que seriam as cantigas quando cantadas ao som do instrumento, ou seja, apoiadas na pauta musical. Todavia, dadas as circunstâncias sociais e culturais em que essa poesia circulava, perderamse numerosas cantigas, e a maioria das pautas musicais. Destas, somente restaram sete, pertencentes a Martim Codax, trovador da época de Afonso III (fins do século XIII). O acompanhamento musical fazia-se com instrumentos de corda, sopro e percussão (viola, alaúde, flauta, adufe, pandeiro, etc.).

(Massaud Moisés. A literatura portuguesa através dos textos. 17ª ed. São Paulo: Cultrix. p. 15.)

Fim do complemento.

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Page 8

nas cantigas de amigo:

- o eu lírico é feminino;

- a mulher geralmente é uma jovem e, por meio da caracterização física, tem mais corporalidade do que a mulher presente nas cantigas de amor;

- o amor é natural e espontâneo e é a figura feminina que expressa seus sentimentos, dirigindo-se ao amado/namorado ("amigo");

- o ambiente é popular - campo, praia, vila -, com a presença de elementos naturais, como fontes e animais;

- pode haver refrão, há paralelismos e forte musicalidade.

nas cantigas de escárnio:

- a linguagem é trabalhada, irônica, cheia de ambiguidades e trocadilhos;

- a pessoa satirizada não é, em geral, identificada;

- a crítica volta-se para comportamentos e costumes de personalidades da aristocracia galega e portuguesa de certos grupos sociais, como clérigos, freiras, judeus, soldadeiras e prostitutas.

nas cantigas de maldizer:

- a linguagem é pouco trabalhada e pobre em recursos expressivos; é mais direta, agressiva e, por vezes obscena;

- a pessoa satirizada costuma ser identificada;

- a crítica tem o mesmo alvo que as cantigas de escárnio: comportamentos e costumes da aristocracia e de determinados grupos sociais, como clérigos, freiras, judeus, soldadeiras e prostitutas.

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ENTRE SABERES

HISTÓRIA - ARTE

Entre os séculos XII e XIV, as cantigas trovadorescas estiveram no centro da vida cultural e das manifestações literárias na área galego-portuguesa, tendo a modalidade mais complexa dessas produções, a cantiga de amor, sido cultivada primeiramente por trovadores provençais.

Como essas cantigas chegaram à nobreza portuguesa? Como se organizava a sociedade nessa época? De que modo essas cantigas refletiam a estrutura social desse período? Que outras artes se manifestavam então? Para refletir sobre essas questões, leia os textos a seguir.

As cantigas trovadorescas em terras portuguesas

Se a presença de trovadores occitânicos na Península é anterior ao aparecimento do reino de Portugal, somente a partir de finais do século XII se torna visível sua influência na nobreza portuguesa. E essa influência efetivou-se [...] em virtude do acolhimento daqueles autores em algumas cortes senhoriais e régias do norte peninsular. No Nordeste, em primeiro lugar, junto do magnata castelhano D. Rodrigo Dias dos Cameros, e em Leão, em segundo lugar, quando alguns trovadores demandaram a corte de Afonso IX. A partir daí o movimento irradiará para as terras galegas e portuguesas, onde, até cerca de 1240, prevalecerá, em ambiente senhorial, a sua vertente erótica associada [...] às cantigas de amor e de amigo. Reflexo das dificuldades de acesso à mulher que começavam a vigorar nos meios nobiliárquicos portugueses, a atenção que a literatura lhes passava a dedicar já foi interpretada por Georges Duby como um ritual de substituição de comportamentos mais violentos dos jovens nobres, que passavam pelo rapto da mulher [...].

(José Mattoso, dir. História da vida privada em Portugal - Idade Média. Lisboa: Círculo de Leitores e Temas e Debates, 2010. p. 326.)

As relações feudais

Ser «o homem» de outro homem: no vocabulário feudal, não existia aliança de palavras mais difundida do que esta, nem mais rica de sentido. Comum aos falares românicos e germânicos, servia para exprimir a dependência pessoal, em si. E isto, fosse qual fosse, aliás, a natureza jurídica exacta do vínculo e sem ter em conta qualquer distinção de classe. O conde era «o homem» do rei, tal como o servo o era do senhor da sua aldeia. Por vezes, era até no mesmo texto que, com poucas linhas de intervalo, condições sociais radicalmente diferentes eram assim evocadas, uma após outra: tal como, cerca do final do século XI, a petição de monjas normandas que se queixavam de que os seus «homens» - isto é, os seus camponeses - fossem obrigados por um alto barão a trabalhar nos castelos dos «homens» deste: entenda-se, os cavaleiros, seus vassalos. O equívoco não era chocante, pois, apesar do abismo entre as camadas sociais, a acentuação exercia-se sobre o elemento fundamental comum: a subordinação de indivíduo a indivíduo.

(Marc Bloch. A sociedade feudal. Lisboa: Edições 70. p. 169.)

O primeiro dever do bom vassalo, naturalmente, é saber morrer pelo seu chefe, com a espada na mão: sorte digna de inveja entre todas, pois é a de um mártir e abre as portas do paraíso. Quem fala deste modo? Os poetas? Sem dúvida, mas a Igreja também. Um cavaleiro havia sido obrigado a matar o seu senhor: «Deverias ter aceitado a morte em lugar dele - declara um bispo, em nome do concílio de Limoges, em 1031 - a tua fidelidade teria feito de ti um mártir de Deus.»

(Idem, p. 241.)

Glossário:



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Page 9

a. lexicais;

b. ortográficos;

c. sintáticos.

FONTE: Moma Propaganda/Maximídia

4. Levante hipóteses: A partir de quando é possível que essa campanha publicitária tenha circulado? Justifique sua resposta.

5. Reescreva o enunciado principal do anúncio em uma variedade atual adequada ao contexto publicitário.

Veja a segunda parte do anúncio:

FONTE: Maximídia

6. Responda:

a. Qual é, de fato, o produto divulgado no anúncio?

b. Qual é a relação entre o enunciado "No mundo de hoje tudo envelhece muito rápido" e a primeira parte do anúncio?

7. Conclua: Qual efeito de sentido o anúncio cria ao associar uma linguagem publicitária antiga a um produto atual?

56

PRODUÇÃO DE TEXTO

O poema

Como você viu, na Idade Média as cantigas trovadorescas eram uma manifestação literária associada à música e ao canto. A separação entre a poesia e a música ocorreu mais tarde, no século XV, dando origem ao que hoje conhecemos como poema, que é um texto para ser lido ou declamado.



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Page 10

- se ele está estruturado em versos e estrofes;

- se explora elementos relativos ao tema, levando em conta a sonoridade e os sentidos das palavras utilizadas;

- se cria imagens, explora os sentidos, lida com emoções;

- se a leitura tem fluidez.

63

CAPÍTULO 3 - Literatura na Baixa Idade Média: o teatro vicentino - Funções da linguagem - O texto teatral

LITERATURA

Gil Vicente

Você viu, no capítulo anterior, que, entre os séculos XII e XIV, durante o Trovadorismo, ou primeira época medieval, as cantigas trovadorescas - poe mas cantados ao som de instrumentos musicais - protagonizaram a vida cultural e as manifestações literárias galego-portuguesas.

O período entre o século XV e o início do século XVI é chamado de segunda época medieval e, nele, a principal manifestação literária, em Portugal, foi o teatro de Gil Vicente.

Durante a primeira época medieval, o teatro era ligado à Igreja. Nesse período, a atividade teatral fazia pouco uso de elementos literários e consistia na encenação, geralmente feita em igrejas e mosteiros, de episódios bíblicos e da vida de santos, ou na tentativa de transmissão de preceitos morais por meio de personagens representativos de ideias abstratas, como os vícios e as virtudes.

Com Gil Vicente, o teatro, em Portugal, passou a ser produzido fora dos domínios da Igreja, dando início ao desenvolvimento de um teatro leigo, ou seja, não religioso. Esse novo teatro, produzido com o objetivo de ser encenado para os monarcas portugueses e sua corte, caracterizava-se por uma rica linguagem poética e pela sátira mordaz aos costumes da sociedade portuguesa.

Embora tenha vivido em um período de transição situado entre o final da Idade Média e o início do Renascimento (concepção cultural e artística que considerava o homem como o centro do universo), Gil Vicente manteve-se ligado à tradição medieval, caracterizada pela religiosidade e pela visão de mundo baseada em concepções defendidas pela Igreja Católica. Exemplos dessa postura do autor são as representações que fez do inferno e do purgatório e a maneira como via as virtudes e os vícios humanos. Utilizando versos em redondilha maior (com sete sílabas) e menor (com cinco sílabas), Gil Vicente construiu imagens, ambiguidades, ironias e trocadilhos que satirizam e criticam os comportamentos que considerava condenáveis. Seu teatro tinha em vista a diversão do público e, ao mesmo tempo, a moralização dos costumes e a reforma dos homens. Esse caráter moralizante e reformador da obra do autor tinha como alvo não as instituições, como a Igreja, mas os homens corruptos e inescrupulosos que delas participavam.

Na vasta obra de Gil Vicente, destacam-se os autos de moralidade, voltados ao ensinamento religioso ou moral, como o Auto da barca do inferno, o Auto da barca do purgatório, o Auto da barca da glória, o Auto da alma e o Auto da feira, e as farsas, peças cômicas de caráter burlesco, como a Farsa de Inês Pereira, O velho da horta e Romagem dos agravados.

FONTE: The Bridgeman Art Library/Keystone Brasil

Boxe complementar:

Gil Vicente

O dramaturgo viveu provavelmente entre 1465 e 1540, período de centralização do poder real e época áurea da expansão marítima portuguesa, e sua produção literária estendeu-se de 1502 a 1536. Apesar de profundamente religioso, Gil Vicente tomou partido em meio às grandes polêmicas em torno dos abusos clericais que presenciou e não se poupou de criticar clérigos devassos e ambiciosos. Outros alvos de sua crítica foram nobres pretensiosos e exploradores, bem como figuras do povo, como o sapateiro, a alcoviteira, o soldado, o velho, entre outros.

O Auto da barca do inferno foi representado por Gil Vicente em 1517, nos aposentos da rainha D. Maria, que estava enferma e morreu nesse mesmo ano.

LEGENDA: Estátua de Gil Vicente no alto do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.

FONTE: Album Art/Latinstock

Fim do complemento.

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FOCO NO TEXTO

O texto que você vai ler a seguir é um trecho do Auto da barca do inferno, de Gil Vicente.

Na cena, há duas barcas, uma comandada pelo Diabo e outra por um Anjo, nas quais serão conduzidos ao destino final aqueles que acabaram de deixar a vida na Terra. No trecho, o Corregedor e o Procurador chegam à barca do inferno.

[...]

Vem um Corregedor, carregado de feitos*, e, chegando à barca do Inferno, com sua vara na mão, diz:

* processos

CORREGEDOR Hou da barca!

DIABO Que quereis?

CORREGEDOR Está aqui o senhor juiz!

DIABO Oh amador de perdiz,

quantos feitos que trazeis!

CORREGEDOR No meu ar conhecereis

que sem gostos trago cá.

DIABO Como o direito vai lá?

CORREGEDOR Nestes feitos o vereis.

DIABO Ora, pois, entrai, veremos

que diz aí nesse papel...

CORREGEDOR E aonde vai o batel?

DIABO No Inferno vos poremos.

CORREGEDOR Como? À terra dos demos

há de ir um corregedor?

DIABO Santo descorregedor,

embarcai, e remaremos!

[...]


CORREGEDOR Hou! Videtis qui petatis

Super jure majestatis

tem vosso mando vigor?*

DIABO Quando éreis ouvidor

Nonne accepistis rapina?*

Pois ireis pela bolina

onde nossa mercê for*...

Oh! Que isca esse papel

para um fogo que eu sei!

CORREGEDOR Domine, memento mei!*

DIABO Non est tempus, Bacharel!

Imbarquemini in batel

quia judicastis malitia.*

CORREGEDOR Semper ego justitia

fecit, e bem por nível.*

DIABO E as peitas* dos judeus

que a vossa mulher levava?

CORREGEDOR Isso eu não o tomava,

eram lá percalços seus.

Não são peccatus meus,

peccavit uxore mea.*

FONTE: Andressa Honório

* Vede o que reclamais? Acaso vosso poder está acima do direito de majestade?

*Acaso não recebestes propina?

* para onde determinamos

* Senhor, lembra-te de mim!

* Já não é tempo, Bacharel!/Embarcai neste batel/ Porque sentenciastes com malícia.

* Eu sempre fiz justiça com equidade.

* presentes oferecidos como suborno

* Não são pecados meus, minha mulher é que pecava.

65

DIABO Et vobis quoque cum ea,

não temuisistis Deus.*

A largo modo acquiristis

sanguinis laboratorum,

ignorantispeccatorum.

Ut quid eos non audistis?*

CORREGEDOR Vós, Arrais, nonne legistis

que dar quebra os penedos?

Os direitos estão quedos,

si aliquid tradidistis...*

DIABO Ora, entrai nos negros fados!

Ireis ao lago dos cães

e vereis os escrivães

como estão tão prosperados.

[...]


Estando o Corregedor nesta prática com o Arrais infernal, chegou um Procurador carregado de livros, e diz o Corregedor ao Procurador:

CORREGEDOR Oh Senhor Procurador!

PROCURADOR Beijo-vo-las mãos, Juiz!

Que diz esse Arrais? Que diz?

DIABO Que sereis bom remador.

Entrai, bacharel doutor,

e ireis dando na bomba*.

PROCURADOR E este barqueiro zomba?

Brincais de zombador?

Essa gente que aí está

para onde a levais?

DIABO Para as penas infernais.

PROCURADOR Dix! Não vou eu para lá!

Outro navio está cá

muito melhor assombrado.

DIABO Ora estás bem arrumado!

Entra, infeliz de hora-má!

CORREGEDOR Confessaste-vos, doutor?

PROCURADOR Bacharel sou... Dou-me ao demo!

Não cuidei que era extremo,

nem de morte minha dor.

E vós, senhor Corregedor?

CORREGEDOR Eu muito bem me confessei,

mas tudo quanto roubei

encobri ao confessor...

PROCURADOR Porque, se o não tornais*,

não vos querem absolver,

e é muito mau devolver

depois que o apanhais.

DIABO Pois porque não embarcais?

CORREGEDOR Quia esperamus in Deo.*

DIABO Imbarquemini in barco meo...*

Para que sperastis* mais?

[...]


(São Paulo: Saraiva, 2008. p. 34-8. Col. Clássicos Saraiva.)

Glossário:



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Page 11

cavalheiro: variação diacrônica de cavaleiro.

desfeiteado: aquele que sofreu uma desfeita.

escudeiro: jovem que prestava serviços ao cavaleiro, como vesti-lo com a armadura, carregar seu escudo, selar seu cavalo, etc.

faltar: voltar atrás em uma decisão; deixar de fazer algo.

gabar: vangloriar-se, louvar-se, enaltecer-se.

ídolo: na tradição judaico-cristã, imagem representativa de uma entidade sobrenatural considerada, de modo herético e equivocado, como divina.

mercê: favor, benefício, graça.

mister: necessidade, exigência, precisão.

pelejar: batalhar, lutar, combater.

revogar: anular, cancelar, tornar sem efeito.

Fim do glossário.

70

2. Não faltar à palavra dada era uma das regras do código da cavalaria medieval.

a. No texto, que personagem é mostrada em situação de cumprimento dessa regra?

b. Quais são, para as personagens envolvidas na situação, as consequências do cumprimento dessa regra?

3. No combate, evidenciam-se tanto a destreza na arte da luta quanto o caráter de cada um dos cavaleiros.

a. Que atitude de Ferrabrás demonstra que ele era um cavaleiro leal, justo com o adversário?

b. Que atitudes de Oliveiros ao longo do combate confirmam o caráter virtuoso do cavaleiro?

4. Nas novelas de cavalaria, o bom cavaleiro é aquele que batalha também em nome de Deus e defende a fé cristã.

a. No texto lido, que argumento Oliveiros utiliza para convencer Ferrabrás a se batizar e, assim, abandonar a crença nos deuses não cristãos?

b. O objetivo de converter Ferrabrás ao cristianismo é alcançado por Oliveiros. Como isso ocorreu?

5. As novelas de cavalaria e os poemas de cordel são produções literárias de épocas, espaços e contextos bem diferentes. Porém, no sertão nordestino, na primeira metade do século XX, as novelas de Carlos Magno e dos pares da França e os poemas de cordel se entrecruzavam, veiculando valores com os quais o sertanejo, homem sofrido e em luta pela sobrevivência, se identificava. Levante hipóteses: Quais seriam esses valores?

Boxe complementar:




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Page 12

A função conativa

A função conativa, ou apelativa, ocorre nos textos que têm como foco o destinatário (receptor) e, como objetivo principal, convencer o interlocutor. Nesse caso, o destinatário determina as escolhas feitas na construção do texto, no qual se utilizam geralmente construções com vocativos e imperativos. Veja:

FONTE: (Disponível em: http://www.putasacada.com.br/wp-content/uploads/2015/01/carta-capital-fallon-pma.jpg. Acesso em: 13/6/2015.) CRÉDITOS: Fallon PMA

O anúncio acima se centra no convencimento do destinatário. O uso do imperativo ("faça", "receba", "assine", "ligue", "acesse", "leia") e de uma imagem impactante reforça a intenção de chamar a atenção do leitor e o objetivo de persuadi-lo a aderir a uma ideia ou adquirir um produto.



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Page 13

a. Que finalidade ela tem?

b. Que tipo de público ela tem como alvo?

Tanto o texto de Gil Vicente que você leu na seção Literatura quanto o de Adélia Nicolete, que você leu agora, foram escritos para serem encenados. Trata-se, portanto, de textos teatrais.

Como no texto teatral normalmente não há narrador, as ações e os diálogos são essenciais para contar a história. As rubricas (quase sempre grafadas em letra de tipo diferente) indicam como devem ser o cenário, a trilha sonora, a iluminação, o figurino, os móveis e também a interpretação e a movimentação dos atores no palco.

No texto teatral, como na maioria dos outros gêneros narrativos ficcionais, as personagens são apresentadas em uma situação inicial e, em certo momento, ocorre um conflito, constituído por um problema ou uma dificuldade, que é resolvido ou superado ao longo da história.

Boxe complementar:

FONTE: Arquivo pessoal

Adélia Nicolete

Adélia Maria Nicolete Abreu é dramaturga, roteirista e professora, mestre e doutora em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.

Teve vários de seus textos montados e recebeu prêmios em concursos de dramaturgia e da crítica especializada. Entre seus textos teatrais, estão: Festa em família, Geração 80, Lapsos, Nós realizamos o seu sonho!!!, O que os meninos pensam delas? e Rubros (vestido - bandeira - batom).

Fim do complemento.

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HORA DE ESCREVER

Seguem duas propostas para a produção de cenas teatrais que, depois, poderão ser encenadas no sarau. Conversem com o professor e decidam a melhor forma de realizá-las.

PROJETO


Como você sabe, no final da unidade será realizado um sarau literomusical.

Neste capítulo você e os colegas vão produzir cenas teatrais, que serão representadas no sarau.

1. Na peça O que os meninos pensam delas?, de Adélia Nicolete, as garotas Carol e Ana Paula descobrem, conversando uma com a outra, que, em uma festa, se interessaram pelo mesmo rapaz, Alexandre. Seguindo os conselhos de uma revista, Carol propõe resolverem o problema da seguinte maneira: chamarem Alexandre até o apartamento e observarem por quem ele se interessa. Leia o trecho da peça que mostra esse momento.

CAROL


Já tô fazendo. (disca) Vamos resolver isso rapidinho. Chamando. Um toque, dois toques... Alô, por favor, o Alexandre? Obrigada. (imita) "Um momento que eu vou chamar".

ANA PAULA

Desliga isso, Carol!

CAROL


Alô, Alê? É Carol, tudo bem? Carol, da festa da Mônica, de sábado. Ana Paula tenta desligar o telefone, Carol a impede. Ana emburra.

CAROL


É, você me deu o telefone, lembra? Tudo bem... Sabe o que é? Eu tava pensando, você não pode vir aqui em casa hoje? É. Não. Eu soube que você é bicho de Ciências Sociais, eu tenho que fazer um trabalho sobre... (tenta imaginar algo) as minorias, é isso, se você pudesse me ajudar... Certo... Tudo bem. Claro! (para Ana) Me ajuda! Ele quer saber que tipo de minorias.

ANA PAULA

Se vira.

CAROL


Hum... Minorias à beira de um ataque de nervos... é... minorias necessitadas... minorias carentes! É isso. Eu preciso da sua ajuda. Então tá. É aquele prédio em cima da locadora. É. Apartamento 83. Falou. Um beijo. (desliga)

(Disponível em: www.encontrosdedramaturgia.com.br/?page_id=599. Acesso em: 14/6/2015.)

Imagine o que pode acontecer nesse encontro e como as meninas resolverão o problema. Em seguida, escreva a cena que você imaginou, dando continuidade à história.

Boxe complementar:



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Page 14

a. Qual é essa palavra?

b. Qual é o trecho do enunciado que se assemelha a textos de enciclopédia?

c. Tendo em vista essa semelhança, qual função da linguagem predominante se espera que o texto teria? Justifique sua resposta.

2. O trecho "um cara que tava louco pra comprar uma coisa", do enunciado, é compatível com o tom que, em geral, é utilizado em enciclopédias? Justifique sua resposta com elementos do enunciado.

3. Para os fãs do motociclismo, a moto anunciada é um ícone, um mito, e por sua tradição está entre as mais cobiçadas por eles. Seus primeiros modelos foram produzidos para competir em corridas no começo do século XX, mas, com o passar do tempo, ela passou a ser utilizada também nas cidades. No enunciado inferior do anúncio, lê-se:

"Street Rod. Nascida nas pistas. Criada nas ruas."

FONTE: Harley-Davidson

a. Levante hipóteses: Qual relação se pode estabelecer entre os verbos nascer e criar utilizados nesse enunciado?

b. Que imagem da moto a utilização desses verbos transmite?

4. Levante hipóteses: A informação dada no enunciado principal sobre a origem da palavra mencionada corresponde à realidade? Justifique sua resposta.

5. Considere a parte não verbal do anúncio.




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Page 15

a. desconsideração da existência das normas populares pelos falantes da norma culta.

b. difusão do português de Portugal em todas as regiões do Brasil só a partir do século XVIII.

C. existência de usos da língua que caracterizam uma norma nacional do Brasil, distinta da de Portugal.

d. inexistência de normas cultas locais e populares ou vernáculas em um determinado país.

e. necessidade de se rejeitar a ideia de que os usos frequentes de uma língua devem ser aceitos.

A questão envolve o conceito de variação linguística e aborda-o tanto em relação às diferenças entre o português lusitano e o português brasileiro quanto em relação às variedades linguísticas existentes no território brasileiro.

Os pontos de destaque do texto são estes:




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Dramaturgo e diretor teatral: autoria colaborativa

Quem escreve a peça teatral é o autor ou dramaturgo; quem a leva ao palco, dando a ela uma interpretação pessoal e dirigindo os atores, é o diretor teatral.

O que se vê no palco é, assim, o resultado de duas autorias.

Um bom espetáculo teatral é, portanto, aquele que reúne um bom texto e uma boa direção.

FONTE: Lenise Pinheiro/Folhapress

Fim do complemento.

Boxe complementar:

Espetáculo teatral: a confluência de artes e linguagens

Para a montagem de uma peça tea tral é necessário mais que texto, diretor e elenco de atores. Artistas e profissionais de áreas afins, como música, figurino, cenários e mobiliário, iluminação, maquiagem, também são indispensáveis.

Diferentemente do cinema, em que as cenas são gravadas uma a uma e editadas posteriormente para compor o filme, no teatro tudo ocorre ao vivo, no palco, e cada apresentação, pela interação com o público, é única.

Fim do complemento.

85

2. No Auto da barca do inferno, de Gil Vicente, as pessoas, depois de mortas, independentemente da posição social que ocupavam em vida, são julgadas e encaminhadas ou para a barca do céu, ou para a barca do inferno. O julgamento de cada personagem possibilita ao dramaturgo tecer críticas aos comportamentos e costumes da sociedade portuguesa do início do século XVI.

Em grupo, criem uma esquete teatral inspirada no texto de Gil Vicente. Esquete teatral é uma peça curta, em uma ou mais cenas, e que geralmente explora um tema de maneira cômica. Escolham uma ou mais pessoas públicas e inventem uma situação em que ela(s) seja(m) julgada(s). Pode(m) ser, por exemplo, pessoa(s) do meio político, do meio artístico ou do meio esportivo.

ANTES DE ESCREVER

Planeje o seu texto, procurando definir:




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Page 17

a. Que elementos compõem a imagem que a constitui?

b. Levante hipóteses: Que sentidos essa imagem procura associar ao produto anunciado?

6. Considerando o anúncio no conjunto, responda:

a. Qual é a sua finalidade principal?

b. Assim, que função da linguagem predomina nesse texto?

7. Tendo em vista as respostas das questões anteriores, conclua:

a. Qual estratégia o anúncio utiliza para tentar atingir seu objetivo?

b. Que imagem essa estratégia ajuda a construir e a associar ao produto anunciado?

80

PRODUÇÃO DE TEXTO

O texto teatral

Na seção de Literatura, você teve contato com a obra de Gil Vicente, considerado o primeiro grande dramaturgo da literatura portuguesa.

Vamos, agora, conhecer melhor o que é o texto teatral, isto é, o texto escrito para ser encenado.

FOCO NO TEXTO

O que os meninos pensam delas?

A ação se passa na sala de estar de um apartamento de classe média, num dos últimos andares. Um pôster de algum astro de música pop decora uma das paredes. As meninas fazem reverência a ele de vez em quando.

Sábado à tarde. Televisão, revistas espalhadas por todo o ambiente. Refrigerantes, salgadinhos, etc. A cena começa com Carol e Ana Paula acompanhando um clipe internacional de rock na TV, lendo a letra da música em uma revista. As duas cantam, dançam. De repente, Ana Paula emburra e desliga a TV.

CAROL


Eh, animal! Dá aqui esse controle remoto! O que foi agora, Ana Paula?

ANA PAULA

Não se faça de desentendida!

CAROL


Eu tava desafinando tanto assim?...

ANA PAULA

Não! É que eu tô aqui toda amiguinha sua e me lembrei que eu devia estar uma fera com você!

CAROL (liga novamente a TV, mais baixo)

Fera comigo?! Tá louca? O que que eu fiz, Ana Paula?

ANA PAULA

Eu vou embora! (começa a juntar algumas revistas)

CAROL


Como vai embora? Sua mãe viajou! Vai ter que me aguentar o fim de semana in-tei-ri-nho! E eu vou conversar até de madrugada, você não vai conseguir dormir!!! (gargalhada macabra) Porque eu tenho insônia!!!!

ANA PAULA

E a noite tá só começando...

FONTE: RICO/Arquivo da editora

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CAROL (Terrorista)

Eu tenho insônia!

ANA PAULA

Para! Que terrorismo! (procura algo nas revistas) Insônia, insônia... Eu tenho a solução. Cadê?

T'aqui: "um copo de leite morno antes de dormir pode ajudar". Pronto. Você mama e dorme.

CAROL

Não adianta copo de leite morno. É mal de família. Só dormimos depois das três.

ANA PAULA

Se ao menos usasse esse tempo pra estudar, garanto que tirava notas melhores.

CAROL

Começou a humilhação. A vingança da CDF! Se eu não fosse sua amiga, Ana Paula, juro que ia ser sua pior inimiga!

ANA PAULA

Amiga! Que amiga?... Contar pro Toninho que eu tava a fim dele!?

CAROL

Ah! É por isso que você tá tão fula da vida?

ANA PAULA

Contou ou não contou?

CAROL

Contei, e daí? Você não tava mesmo a fim do cara?

ANA PAULA

Tava! Mas era segredo, entre mim e você! Cadê? (procura nas revistas) Ah! Essas revistas são a minha salvação! Achei! (beija a revista) Tem aqui uma coisa básica sobre paquera, escuta só: "Quando o menino sabe que a menina tá a fim, a tendência é a relação esfriar". E foi o que aconteceu! O Toninho começou a me evitar!!!

CAROL

Ai, Ana Paula! Só quis ajudar, poxa... O cara também não se decidia! Uma hora dava bola, outra hora, não... Cara indeciso... (vai pegar a pipoca)

ANA PAULA

Eu detesto isso, detesto! Deixa que eu resolvo as minhas coisas do meu jeito!

CAROL (Carol dá de ombros, come pipoca)

Só quis ajudar...

ANA PAULA

Dispenso a sua ajuda! Sempre que eu dou ouvidos pros seus planos eu me ferro. Sempre! Eu não me abro mais com você, Carol! Nunca mais!

CAROL (se desculpando)

Puxa vida, Aninha, também não é pra tanto...

ANA PAULA

Cadê? (procura nas revistas) Onde tá? "Quando uma amiga rompe um segredo, isso, muitas vezes, significa que poderá romper muitos outros. Cuidado!"

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CAROL


Ah, é? Então vem cá. (procura também) Tá naquela que tem o Leo di Caprio... (encontra, lê) Escuta essa: "Amigas também erram. Se houve sinceridade por tanto tempo, por que não perdoar um errinho de nada? Relaxe!" (mostra pra Ana) Tá vendo? (oferece pipoca e abraço)

Ana Paula aceita o abraço. Fazem gestos de reconciliação com as mãos.

ANA PAULA

Eu não devia! Não vai demorar muito pra você aprontar outra das suas! É do seu caráter...

CAROL

Enquanto isso...

AS DUAS

Anestesia!

As duas correm e se prostram em frente à TV por um tempo, comem pipoca.

(Adélia Nicolete. O que os meninos pensam delas?. Disponível em: www.encontrosdedramaturgia.com.br/?page_id=599. Acesso em: 14/6/2015.)

FONTE: RICO/Arquivo da editora

1. Considerando o título da obra da qual foi extraído o texto - O que os meninos pensam delas? -, levante hipóteses: Qual é, provavelmente, o tema da peça?

2. O texto se inicia com dois parágrafos grafados em letras de tipo diferente - o itálico. Trechos como esse são chamados de rubrica. De acordo com esses parágrafos:




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Page 18

- As variedades linguísticas de um país coexistem, ora se opondo, ora se complementando.

- Da intersecção das variedades, nasce uma norma brasileira ou várias normas brasileiras, dependendo do local e do momento histórico.

- Entre as normas brasileiras, estão em oposição as normas cultas e as normas populares.

- A partir do século XVIII, o português brasileiro distancia-se cada vez mais do português lusitano, dando origem às variantes intercontinentais.

Assim, o texto chama a atenção para o fato de que, embora o português brasileiro não seja um, e sim o conjunto de suas variedades, o nascimento de uma norma brasileira, diferente da lusitana, só pode ser situado a partir do século XVIII.

A alternativa que mais se aproxima dessa síntese é a c: "existência de usos da língua que caracterizam uma norma nacional do Brasil, distinta da de Portugal".

FONTE: Hello Lovely/Fancy/Diomedia

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QUESTÕES DO ENEM E DO VESTIBULAR

1. (ENEM) Leia atentamente o trecho de uma música de Caetano Veloso e, em seguida, assinale a alternativa correta.

Um amor assim delicado

Você pega e despreza

Não o devia ter desprezado

Ajoelha e não reza

Dessa coisa que mete medo

Pela sua grandeza

Não sou o único culpado

Disso eu tenho a certeza

Princesa


Surpresa

Você me arrasou

Serpente

Nem sente que me envenenou

Senhora, e agora

Me diga onde eu vou

Senhora

Serpente


Princesa

(...)



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Page 19

- as personagens que participarão da cena;

- a época e o lugar em que ocorrem as ações;

- as características de cada personagem: idade, nível social, nível de escolaridade, nível de linguagem, aparência física, traços psicológicos;

- o cenário e o figurino;

- o conflito em que as personagens se envolverão e como ele será resolvido.

FONTE: Getty Images/Blend Images RM

ANTES DE PASSAR A LIMPO

Leia o que escreveu e, antes de dar seu texto por terminado, verifique:

- se há rubricas, se estão bem-demarcadas e se indicam com clareza que personagens participam da cena e as características de cada uma;

- se as rubricas indicam a movimentação das personagens, o modo como elas devem falar e agir, como são o cenário e o figurino, a sonoplastia, a iluminação, etc.



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Page 20

a. Em que lugar a cena acontecerá?

b. Que personagens participarão da cena? Qual é a idade delas? Comprove suas respostas com elementos do texto.

c. Qual é o nível social das personagens? Comprove sua resposta com elementos do texto.

d. Conclua: Qual é o papel da rubrica no início desse texto?

3. A partir do 3º parágrafo, a história começa a ser encenada.

a. Existe um narrador que conta o que acontece e o que as personagens falam?

b. De que modo a história se desenrola?

4. No texto, os diálogos cumprem um papel fundamental. De que modo o autor indica quem está falando?

5. Além da rubrica que introduz a peça, aparecem ao longo do texto outras rubricas, apresentadas sempre entre parênteses. Veja:




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Page 21

A função metalinguística

A função metalinguística ocorre nos textos que têm como foco o próprio código e, como objetivo, explicá-lo por meio dele mesmo. Nesse caso, o código determina as escolhas feitas na construção do texto. Essa função ocorre, por exemplo, em um poema que trata da criação poética, em uma canção que se refere ao tema musical, em uma tirinha que se refere a quadrinhos, em um filme que trata do processo de produção de um filme.

FONTE: (Disponível em: http://lh6.ggpht.com/_31dXaVkwdP0/SjaixsptsTI/AAAAAAAAAOE/259RRA3w3PA/cartunista%20rgb%5B6%5D.jpg. Acesso em: 12/6/2015.) CRÉDITOS: Elton Silva

Veja:


Esse texto centra-se no próprio código por meio do qual é produzido. A tira subverte o formato original das tiras e cria uma nova versão da história em quadrinhos, a história em cubinhos, desenhada em cubos, em vez de quadros.

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APLIQUE O QUE APRENDEU

Identifique a função da linguagem predominante nos textos a seguir.

a.

Envergo, mas não quebro

Se por acaso pareço

E agora já não padeço

Um mal pedaço na vida

Saiba que minha alegria

Não é normal todavia

Com a dor é dividida

Eu sofro igual todo mundo

Eu apenas não me afundo

Em sofrimento infindo

[...]

(Lenine. Disponível em: http://letras.mus.br/lenine/1979026/. Acesso em: 12/6/2015.)

b.

FONTE: (Disponível em: https://clinicamoove.files.wordpress.com/2012/04/ciclista.jpg. Acesso em: 12/7/2015.) CRÉDITOS: Leo Burnett Tailor Made/Fiat

c.

Ortografia

Costumava-se distinguir entre creação e criação. Exemplo: a creação de um poema, a criação de galinhas. Era limpo e nítido. Nada de confusões. Mas agora que tudo é um, como diziam os clássicos, ficou irremediavelmente perdido o que escrevi, um dia:

"Deus creou o mundo e o diabo criou o mundo". E agora? Para explicar tudo isso em mais palavras - o que seria um verdadeiro crime - imaginem os circunlóquios que eu teria de fazer... Não faço!

(Mário Quintana. Caderno H. São Paulo: Globo, 2006. p. 245.)

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d.

Por que as teclas do teclado não estão em ordem alfabética?

A distribuição das teclas nos teclados já despertou a dúvida de muita gente: Por que as letras não estão em ordem alfabética? Qual o critério utilizado?

Na verdade, a ordem das letras no teclado é apenas uma cópia do padrão da máquina de escrever, criada e patenteada pelo inventor americano Christopher Scholes. Com o intuito de organizar as teclas aproximando os pares de letras mais usados na língua inglesa, Scholes aperfeiçoou a ideia de James Densmore, seu parceiro comercial, e criou o teclado QWERTY, nome dado devido à disposição das primeiras seis teclas.

A partir daí, o padrão desenvolvido pelo americano se tornou bastante popular em todo o mundo, tendo sido incorporado na grande maioria dos teclados de computadores. No Brasil, cerca de 99% dos teclados estão no padrão QWERTY.

[...]

(Disponível em: http://www.mundoeducacao.com/curiosidades/por-que-as-teclasteclado-nao-estao-ordem-alfabetica.htm. Acesso em: 12/7/2015.)

TEXTO E ENUNCIAÇÃO

Leia este anúncio:

FONTE: (Disponível em: http://1.bp.blogspot.com/_aCzqGqQeHy8/SRJRqX0zhRI/AAAAAAAABA8/7SagYNhP_Yo/s1600-h/8731.jpg. Acesso em: 13/8/2015.) CRÉDITOS: Loducca22

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1. O enunciado principal do anúncio lembra textos de enciclopédia, pois informa sobre determinada palavra.




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Page 22

- se há um conflito em torno do qual as ações acontecem;

- se o conflito é pelo menos parcialmente resolvido;

- se a linguagem das personagens está de acordo com o perfil sociocultural de cada uma e com a situação de interação verbal.

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MUNDO plural

ÉTICA

Em busca da ética

Nas obras de Gil Vicente, desfila uma vasta galeria de tipos sociais, todos tratados de forma crítica e mordaz: o nobre autoritário e vaidoso, o padre materialista e sensual, a cafetina, o juiz desonesto, o burguês ignorante e aproveitador, a mulher adúltera, etc.

Suas obras revelam um objetivo claro: descrever, criticar e moralizar a sociedade portuguesa do início do século XVI.

Mais de quinhentos anos depois, nos deparamos com problemas semelhantes no Brasil: desmandos e corrupção na política e no esporte, pedofilia no clero, empresários presos por corrupção, etc.

O texto a seguir comenta essa situação e aponta possíveis maneiras de contribuir para a construção de uma sociedade pautada pela ética.

A importância de se construir uma cultura ética

As cenas que vemos na televisão, mostrando empresários, políticos e funcionários públicos envolvidos em casos de corrupção, provocam sentimentos de indignação. De fato, esses episódios minam a confiança da população na justiça e nas instituições do país.

A corrupção é um fenômeno inerente a qualquer sociedade moderna e até hoje não se conhece país que esteja totalmente livre dela. Em maior ou menor grau, trata-se da apropriação criminosa de recursos públicos que deveriam ser usados na melhoria das condições de vida das pessoas.

O Banco Mundial estima que, nos países onde os índices de corrupção são mais elevados, entre 20% e 30% do PIB é desperdiçado. Já em países onde a corrupção encontra-se sob controle, esses índices não ultrapassam 3%. Aí reside a grande diferença. Como em relação a qualquer outro tipo de crime, alguns países têm sido mais eficazes no controle da corrupção do que outros.

FONTE: Thinkstock/ Getty Images

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Medir a corrupção de maneira precisa é uma tarefa complexa. Os dados mais divulgados são rankings que indicam a percepção que os cidadãos têm da corrupção. Este é o caso da ONG Transparência Internacional, que posiciona o Brasil em 69º lugar em um universo de 178 países pesquisados.

Apesar de serem importantes para estimular o debate público sobre a corrupção, os rankings de percepção são influenciados por eventos críticos em um determinado momento da história de um país. Nesse sentido, a maior transparência de práticas e eventos de corrupção, alcançada por meio de ações policiais de grande visibilidade midiática, tem um duplo caráter. Por um lado, pode dar a sensação de que a corrupção está crescendo. Por outro, o aprimoramento das ferramentas de transparência e de controle naturalmente confere visibilidade a situações antes escondidas e, por isso, desconhecidas.

[...]


Em todo o mundo, é preciso combinar ações de prevenção e de repressão à corrupção. Os corruptos, independente da área que forem, não podem sentir que há um ambiente favorável à impunidade e, por outro lado, deve-se desenvolver nas pessoas uma cultura ética de intolerância à corrupção. É preciso acabar com a impunidade, tratando o corrupto como um criminoso comum, que se apropriou de bens públicos.

Exigir e adotar uma postura ética, no entanto, não deve se restringir apenas ao âmbito político ou empresarial. É preciso que toda pessoa assuma essa postura no dia a dia e procure agir de maneira ética nas situações que pareçam menos relevantes.

[...]

(Bo Mathiasen. Disponível em: https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/imprensa/artigos/2010/09-12-a-importancia-de-se-construir-uma-cultura-etica.html. Acesso em: 14/6/2015.)

1. O título do texto é "A importância de se construir uma cultura ética". Afinal, por que a cultura ética é importante para um país?

2. A corrupção normalmente é associada a crimes contra o bem público praticados por políticos, empresários e quadrilhas organizadas. Em que situações do dia a dia, entretanto, ocorrem possibilidades de a corrupção ser praticada por cidadãos comuns?

3. Em 2015 e 2016, o país ficou perplexo com o grande número de escândalos de corrupção que vieram à tona, envolvendo empresários e altos executivos. Descobriu-se que muitas empresas, a fim de conseguir contratos milionários com o governo, destinavam vultosas quantias de dinheiro para políticos e campanhas políticas. Nesse caso, os empresários foram vítimas ou foram criminosos? Discuta com os colegas.

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POR DENTRO DO ENEM E DO VESTIBULAR

ENEM EM CONTEXTO

Nas provas de Língua Portuguesa do Enem, há questões que, para serem resolvidas, exigem apenas uma leitura atenta, pois a resposta se encontra nelas próprias. Veja como isso acontece na questão a seguir e tente resolvê-la.

(ENEM)

Motivadas ou não historicamente, normas prestigiadas ou estigmatizadas pela comunidade sobrepõem-se ao longo do território, seja numa relação de oposição, seja de complementaridade, sem, contudo, anular a interseção de usos que configuram uma norma nacional distinta da do português europeu. Ao focalizar essa questão, que opõe não só as normas do português de Portugal às normas do português brasileiro, mas também as chamadas normas cultas locais às populares ou vernáculas, deve-se insistir na ideia de que essas normas se consolidaram em diferentes momentos da nossa história e que só a partir do século XVIII se pode começar a pensar na bifurcação das variantes continentais, ora em consequências de mudanças ocorridas no Brasil, ora em Portugal, ora, ainda, em ambos os territórios.

(CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. (orgs.). Ensino de Gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007 (adaptado).)

O português do Brasil não é uma língua uniforme. A variação linguística é um fenômeno natural, ao qual todas as línguas estão sujeitas. Ao considerar as variedades linguísticas, o texto mostra que as normas podem ser aprovadas ou condenadas socialmente, chamando a atenção do leitor para a:



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- "(começa a juntar algumas revistas)"

- "(gargalhada macabra)"

- "(se desculpando)"

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a. Qual dessas rubricas indica ação da personagem ou fato que está acontecendo?

b. Qual indica modo de falar?

c. Qual indica som?

d. Conclua: Qual é o papel dessas rubricas no texto?

6. Carol e Ana Paula estão no apartamento de Carol, passando o fim de semana juntas.

a. Como elas se sentem? Por que se sentem assim?

b. Ana Paula revela estar magoada com Carol. Qual é o motivo da mágoa?

7. Ana Paula e Carol discutem e Ana Paula pega uma revista para fundamentar suas opiniões.

a. Que tipo de revista você imagina que as personagens leem?

b. O que personagens como Ana Paula e Carol buscam em revistas como essa?

c. Elas parecem acreditar nos conselhos dados pela revista?

8. Terminada a discussão, as meninas se abraçam e depois dizem, juntas: "Anestesia!". Levante hipóteses: O que elas querem dizer com essa palavra, no contexto?

9. Nos textos teatrais, a linguagem das personagens pode variar bastante, de acordo com a época retratada, com o perfil de cada personagem (idade, grau de instrução, origem, etc.), com a situação representada, etc.

a. Como é a linguagem das personagens do texto lido? Caracterize-a.

b. Essa linguagem coincide com a que é usada pelos adolescentes hoje? Por quê?

10. Todo texto é produzido com uma finalidade, levando-se em conta determinados aspectos, como quem produz, quem é o interlocutor, qual é o meio em que vai circular, etc.

Em relação à peça teatral O que os meninos pensam delas?, responda:




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a. metáforas.

b. sinestesias.

c. aliterações.

d. metonímias.

e. repetição das palavras vozes e violões.

3. (Mackenzie-SP) Assinale a alternativa incorreta a respeito do Trovadorismo em Portugal.

a. Durante o Trovadorismo, ocorreu a separação entre a poesia e a música.

b. Muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros.

c. Nas cantigas de amor, há o reflexo do relacionamento entre o senhor e o vassalo na sociedade feudal: distância e extrema submissão.

d. Nas cantigas de amigo, o trovador escreve o poema do ponto de vista feminino.

e. A influência dos trovadores provençais é nítida nas cantigas de amor galego-portuguesas.

4. (Mackenzie-SP) Assinale a afirmativa correta sobre o texto:

Ondas do mar de Vigo,

se vistes meu amigo!

E ai Deus, se verrá cedo!

Ondas do mar levado,

se vistes meu amado!

E ai Deus, se verrá cedo!

(Martim Codax)

Obs.: verrá = virá

levado = agitado




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a. O texto remete ao lirismo trovadoresco presente nas cantigas de amigo.

b. O texto apresenta uma clara postura de vassalagem amorosa.

c. O texto é moderno, com referência clara às raízes da poesia palaciana.

d. A presença do vocativo Senhora remete ao amor platônico, típico do período feudal.

e. O homem posiciona-se como um herói perante a mulher amada.

2. (CEAP-AP)

"Vozes veladas, veludosas vozes,

Volúpias dos violões, vozes veladas,

Vagam nos velhos vórtices velozes

Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas."

Cruz e Souza

Nessa famosa estrofe do simbolista Cruz e Souza, a musicalidade se expressa pelas:



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a. Nessa cantiga de amigo, o eu lírico masculino manifesta a Deus seu sofrimento amoroso.

b. Nessa cantiga de amor, o eu lírico feminino dirige-se a Deus para lamentar a morte do ser amado.

c. Nessa cantiga de amigo, o eu lírico masculino manifesta às ondas do mar sua angústia pela perda do amigo em trágico naufrágio.

d. Nessa cantiga de amor, o eu lírico masculino dirige-se às ondas do mar para expressar sua solidão.

e. Nessa cantiga de amigo, o eu lírico feminino dirige-se às ondas do mar para expressar sua ansiedade com relação à volta do amado.

5. (Mackenzie-SP) Assinale a alternativa correta sobre o texto da questão anterior.



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