Qual é o gasto que milena tera com esses aparelhos em 30 dias

  1. 1. 110 OU 220 VOLTS – QUAL USAR? Tire suas dúvidas sobre instalação 110V e 220V Por que existem duas voltagens? Se você já estragou algum aparelho eletrônico porque o ligou na tomada com voltagem errada, já deve ter se perguntado por que existem duas opções de voltagem para as instalações elétricas, 110V e 220V, ao invés de um padrão único. O engenheiro eletricista Hilton Moreno, consultor técnico do Procobre (Instituto Brasileiro do Cobre), explica que as diferentes voltagens tiveram origem no começo da implantação da eletricidade no Brasil, no início do século 20. “No início da eletrificação não existiam empresas nacionais e nós sofremos a influência de empresas dos EUA e da Europa. As norte-americanas usavam a voltagem 110 e as europeias, 220″ , lembra o engenheiro. Ele menciona também que, como as primeiras cidades a receberem instalações elétricas foram as da região sudeste, a existência de duas opções está praticamente restrita a algumas regiões destes estados. “Na época que se definiu o padrão, estudos mostraram que o custo para se converter as instalações diferentes para uma só era absurdamente inviável”, relata Hilton Moreno. Nelson Volyk, gerente de engenharia e qualidade da SIL Fios e Cabos Elétricos, afirma que dependendo da região do Brasil, as residências recebem a eletricidade com tensão de 110V, 115V, 127V e 220V, ou unindo 220V com uma das outras três tensões citadas, sendo chamados de sistema monofásico ou monofásico a dois ou três condutores. “A potência elétrica nos diversos países do mundo é variável, na Europa, por exemplo, a tensão utilizada é de 220V ou 240V”, cita Nelson.
  2. 2. Qual voltagem usar? As instalações com voltagem 110 e 220 têm o mesmo desempenho, consumo de energia de grau de periculosidade. Ou seja, escolher entre uma ou outra não vai acarretar economia na conta de luz, melhor funcionamento dos aparelhos nem mais segurança para a casa. “O consumo de energia é dado pela potência elétrica (Watts) dos aparelhos que estão ligados na instalação e não pela tensão (Volts). Um aquecedor de 1.500W registrará o mesmo nível de consumo numa instalação de 110V ou de 220V”, observa Nelson Volyk. Da mesma forma, levar um choque em qualquer uma das voltagens é igualmente perigoso e capaz de causar morte. O engenheiro eletricista Hilton Moreno esclarece que a única diferença entre as voltagens está relacionada ao dimensionamento dos componentes da instalação elétrica, já que usar tensão nominal 220V permite que os fios que vão transportar a energia pela residência sejam de calibre menor, isto é, mais finos do que os usados para 110V. “De certa forma, mas não muito significativa, fazer a instalação em 220V sairia um pouco mais barato, porque os fios seriam mais baratos e a mão de obra também, pois dá menos trabalho puxar um fio mais fino”, afirma Hilton. Ele também explica que no Brasil se convencionou usar 110V para a alimentação de lâmpadas e tomadas, e 220V para equipamentos de alta potência, como ar condicionados, chuveiros e torneiras elétricas. Nelson Volyk ressalta que a escolha da tensão nominal não é puramente do usuário. “Temos regiões onde a distribuição elétrica é 110V, 115V ou 127V, em outros é 220V e, em outros ainda bifásica, ou seja, 110V, 115V ou 127V e 220V. Portanto, a escolha não é uma opção do usuário. Por isso, a orientação é procurar um profissional que tenha conhecimento da tensão elétrica da região e local onde executará o serviço, pois ele saberá qual é o caso do imóvel do consumidor”, argumenta. Os aparelhos bivolts Os especialistas defendem que não há problema em ter a instalação de iluminação e tomadas de uso geral em 110V e alguns produtos em 220V, mas é essencial conhecer a voltagem de cada parte da casa. Um equipamento 110V vai sofrer um curto-circuito se ligado em 220V e queimar. Além disso, de acordo com o engenheiro eletricista Hilton Moreno, o acidente pode fazer circular uma corrente de curto-circuito pela instalação elétrica capaz de causar danos em outros aparelhos e até de ocasionar incêndios. No caso contrário, quando algum eletroeletrônico 220V é ligado em 110V, ele pode não funcionar, mas não sofrer danos ou funcionar com uma performance muito abaixo da esperada. Muitos dos eletrônicos e eletrodomésticos disponíveis hoje no mercado são bivolts, o que significa que são projetados para funcionar tanto em uma quanto em outra voltagem. Estes aparelhos podem ser bivolts automáticos, quando a próprio equipamento reconhece a voltagem da tomada onde está ligado e se adapta, ou manual, quando uma chave geralmente na parte traseira do equipamento pode ser colocada na posição 110V ou 220V. Caso você possua aparelhos sem essa flexibilidade, existem equipamentos chamados transformadores usados para adaptar os eletrônicos a voltagens diferentes. Os transformadores têm entrada de energia para 110V e saída para 220V, ou vice-versa, para serem conectados à tomada e ao aparelho cuja voltagem não é compatível com a instalação elétrica da casa. Hilton Moreno explica que é possível comprar um transformador para cada aparelho ou um equipamento maior que poderá mudar a voltagem de um grupo de tomadas. Ele salienta que nestes casos é muito importante consultar um profissional da área, que vai poder indicar a melhor saída para a residência. O engenheiro ainda comenta que, dependendo do caso, não é raro sair mais barato comprar novos eletroeletrônicos em vez de investir em transformadores.
  3. 3. Por que em algumas cidades a tensão é 110 volts e em outras, 220 volts? Porque não há um padrão nacional para a tensão (ou voltagem) que chega às tomadas das nossas casas. Quando o Brasil começou a montar sua rede elétrica, no início do século 20, diferentes companhias se estabeleceram em cada região do país. "A escolha do sistema de 110 volts ou de 220 volts dependeu do país de origem das primeiras empresas e de uma análise de custos: a quantidade de consumidores por metro quadrado, o dinheiro para a instalação e para os materiais necessários, como transformadores e cabos", afirma Ronaldo Roncolatto, gerente de engenharia da empresa CPFL. Nesses primórdios da eletrificação, as canadenses Rio de Janeiro Tramway, Light & Power e São Paulo Light & Power instalaram redes de 110 volts para consumo residencial nas duas principais cidades da Região Sudeste. Já as primeiras concessionárias que distribuíram energia na Região Nordeste optaram pelo 220. Nos dois casos, os sistemas continuam os mesmos até hoje porque, depois de instalada, é inviável reformar toda a rede de distribuição - custaria uma nota preta. E não há nenhuma razão forte para justificar esse gasto. "Existem vantagens e desvantagens em cada tipo de sistema. Não se pode dizer que um é mais vantajoso que o outro sempre", diz Ronaldo. Por isso, não dá para dizer que exista uma tendência clara a respeito de qual será a tensão dominante no futuro. Abaixo, a gente enumera os pontos fortes e fracos do 110 e do 220 em cinco perguntas cruciais. Volt contar... Cinco diferenças entre 110 e 220 volts. Presta tensão! Qual é a tensão mais segura? A 110 volts. Na hora que um dedo vai parar acidentalmente na tomada, o choque de 220 volts é duas vezes mais forte que um de 110 volts. Isso porque, no caso do corpo humano, quanto maior a tensão na tomada, maior a corrente elétrica que causa o choque. É o contrário do que rola com os aparelhos elétricos. Qual é a melhor tensão para evitar apagões? A 220 volts. Geralmente, um "apagão" ocorre quando as casas solicitam um excesso de corrente elétrica à rede de distribuição. Ligar aparelhos em 220 volts é uma forma de evitar essa sobrecarga porque, quanto maior a tensão, menor é a corrente que os aparelhos elétricos usam para funcionar. Qual é a tensão com manutenção mais barata? É a 220 volts - pelo menos para os concessionários. Esse sistema usa menos transformadores e cabos mais baratos no caminho da distribuidora até o consumidor final. Qual é a tensão que consome menos recursos ambientais? Não faz diferença. Para nossos recursos naturais (por exemplo, a água das hidrelétricas), também não importam nem a tensão nem a corrente. O que conta mesmo é a potência total dos aparelhos ligados à rede elétrica. Qual é a tensão mais econômica para o consumidor? Não faz diferença, porque o consumo é medido em quilowatt-hora - ou seja, pela potência e pelo tempo de funcionamento dos aparelhos ligados. Para reduzir a conta de luz, é preciso usar menos os aparelhos ou optar por modelos menos potentes.
  4. 4. Porque Diferenças Potenciais 110 e 220 continuam a ser usadas? Segundo a equação I=(U/R) (resistência é igual a corrente dividida pela voltagem) uma voltagem de 220 sofre menos resistência, a corrente constante, do que a 110. Resistência nada mais é do que a perda de energia enquanto os elétrons trafegam pelo fio. Quanto maior a voltagem, menor a resistência. Por isso que a energia elétrica é conduzida a longas distância por fios de alta tensão (6000 volts usualmente). Quando chega na nossa rua naqueles três fios mais altos dos postes, a energia está em 6000 ou 3000 volts e precisa passar por um transformador para ser convertido a 110 ou 220. Repare que os fios mais altos entram nos transformadores e saem para a fiação mais baixa do poste. Eles vêm em alta tensão para diminuir a resistência e são convertidos para baixa tensão perto de nossa casa. Pois é, aí vem a resposta para sua pergunta: em alguns locais, onde inicialmente a densidade habitacional é menor, como cidades do interior e zonas rurais, as distâncias entre o transformador e as casas podem ser muito grandes. Desta forma, a eletricidade tem que viajar um longo trajeto em baixa voltagem. Se este trajeto for percorrido a 220v, a resistência será menor, logo também a perda de energia, do que se ele trafegar a 110v. Usualmente, cidades do interior possuem corrente em 220v pois a densidade habitacional é mais baixa e um mesmo transformador precisa servir casas muito distantes umas das outras.
  5. 5. O risco maior é de incêndio, afirma Milena Guirão Prado, gerente de marketing e porta-voz do Programa Casa Segura, um projeto de conscientização e orientação sobre os riscos de acidentes causados por instalações elétricas inadequadas. “O problema ocorre quando a instalação elétrica não suporta a carga. É como o infarte, em algum momento a veia entope”, compara. Amostra em Curitiba Milena cita uma pesquisa realizada em 2010 em edifícios de Curitiba, pelo Programa Casa Segura, em parceria com o Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR). O estudo apontou que 36% dos condomínios visitados necessitavam de algum tipo de reforma no sistema elétrico. De uma lista de 11 possíveis problemas, foram encontrados cinco na amostra de 100 edifícios na capital paranaense. O principal – em 86% das construções – foi a falta de fio terra ou tomada de três polos. A instalação do fio terra é obrigatória, explica o engenheiro eletricista Rolf Gustavo Meyer, presidente da Associação Paranaense de Engenheiros Eletricistas (Apee). “Um bom aterramento da instalação protege as pessoas de choques elétricos. É o terceiro pino das atuais tomadas, que tanto estão em discussão”, diz. Áreas molhadas são as mais exigentes, porque são locais onde estão os equipamentos de maior potência. “Cada aparelho deve estar em uma tomada diferente”, indica Milena. Meyer também alerta para a importância do dispositivo DR (Diferencial Residual), ausente em 60% das construções pesquisadas em Curitiba. O interruptor, medida adicional de proteção contra choques elétricos prevista nas normas técnicas, é responsável por desligar um circuito quando ocorre fuga de corrente elétrica da instalação e/ou de um eletroeletrônico, para evitar situação de risco. “Para ele funcionar, deve haver uma instalação com aterramento e em boas condições”, diz ele. Construções antigas Os sistemas elétricos dos imóveis mais antigos não foram instalados para receber muita carga, como ocorre nas novas construções – um dormitório hoje tem uma média de cinco tomadas, quando antigamente eram apenas duas, destaca Milena. “As pessoas costumam usar benjamim ou extensão para resolver, mas pode sobrecarregar e causar acidentes.” Segundo Meyer, é comum equipamentos com muita potência estarem instalados em circuito de menor carga. Um dos sinais é o cheiro de queimado, que indica aquecimento excessivo nos condutores, tomadas ou plugues, diz o engenheiro eletricista. “Instalações antigas, além de perderem capacidade de isolação elétrica nos condutores, podem sofrer danos com o tempo e não mais suportar a carga adicional de equipamentos elétricos que instalamos na edificação.” Para economizar, substitua as lâmpadas É possível garantir uma economia de energia de 80% com a substituição de lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes compactas em todos os cômodos da casa. É verdade que as fluorescentes, 100% importadas, têm preço mais elevado, mas também duram muito mais. Enquanto a primeira sai por cerca de R$ 2 e ilumina um ambiente por mil horas, a segunda chega a custar R$ 10, porém com capacidade para iluminar o mesmo ambiente por 6 mil horas. “É uma economia que justifica pagar mais. Além da durabilidade, se reflete na conta de luz, que sofrerá a mesma queda de 80% no valor”, avalia o engenheiro eletricista Hilton Moreno, consultor do Procobre – Instituto Brasileiro do Cobre. Por enquanto, a substituição é uma tendência. Mas, nos próximos anos, passará a ser obrigatória. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, as lâmpadas incandescentes serão banidas do mercado entre 30 de junho de 2012 e 30 de junho de 2016, medida publicada no Diário Oficial da União. Para não onerar demais, troque aos poucos, sugere Moreno. “Compre uma por mês, com prioridade aos ambientes que utiliza energia por mais horas, normalmente a cozinha”, indica. “Para conferir a diferença, guarde a conta de luz e compare o consumo no final de um mês.” Veja os cinco problemas identificados pelo Programa Casa Segura no estudo em condomínios de Curitiba:
  6. 6. • Não contam com fio terra ou tomada de três polos 86% • Nunca fizeram reforma ou manutenção da rede elétrica 77% • Não têm dispositivo DR 60% • Têm emendas de fios fora das caixas apropriadas e instalação errada 63% • Utilizam benjamim e extensões nos circuitos de alimentação de telecomunicação 20% • Bitola Verifique no quadro de distribuição o número da bitola impresso nos fios. Se não conseguir identificar, provavelmente o fio é antigo, o que indica que precisa ser substituído. Um chuveiro de 6 mil watts, por exemplo, necessita de uma bitola de 6 milímetros. Led O que acontece com as lâmpadas fluorescentes compactas provavelmente ocorrerá com as lâmpadas de led, que é ainda mais econômica, em alguns anos. Os produtos estão disponíveis no mercado com o mesmo soquete das lâmpadas incandescentes e operam nas tensões de 100V à 240V, afirma a gerente de produto da fabricante Osram, Cláudia Capello Antonelli. “Estes também conseguem superar o investimento feito no ato da compra em médio e longo prazo.” Teoricamente, tem durabilidade dez vezes maior que a fluorescente e chega a custar R$ 200. “O problema do led é o preço alto. Mas em algum momento, passará a ser concorrente direto”, diz Moreno. É hora de um check-up no sistema elétrico Sua casa foi construída há mais de dez anos? Algum morador já levou choque? Você utiliza benjamins para ligar mais de um aparelho por falta de mais tomadas nos ambientes? Se pelo menos uma das repostas foi sim, atenção: seu imóvel precisa de um exame completo com profissional especializado em todo o sistema elétrico, antes que acidentes ocorram. Diferentemente do que se acredita, as lesões mais severas associadas à eletricidade não são causadas somente por correntes de alta voltagem. Uma descarga de 110 volts ou 220 volts também pode ser fatal. A modernização e a comodidade trouxeram os riscos. Uma enorme mudança de consumo de eletrodomésticos e eletroeletrônicos ocorreu da década de 1980 até hoje. Uma cozinha, que exigia somente a ligação de equipamentos básicos, como geladeira, fogão e, de vez em quando, liquidificador, hoje precisa suportar ainda forno de micro-ondas, máquina de lavar louças, coifa, cafeteira, sanduicheira, torradeira e diversos outros itens.