Qual deles melhor representa o movimento da energia e das substâncias em uma cadeia alimentar

A cadeia alimentar é uma sequência de seres vivos na qual um serve de alimento para o outro. Por meio dela, ocorre a transferência de matéria e energia no ecossistema. Cada organismo ocupa uma posição dentro da cadeia alimentar, que é determinada pelo tipo de alimento e pela forma como ele se alimenta.

No ecossistema, seres vivos podem ser classificados como produtores, consumidores e decompositores, de acordo com a forma de obtenção do alimento. Impactos causados sobre o meio ambiente podem provocar alterações na cadeia alimentar e, consequentemente, desequilíbrio ambiental.

Vale ressaltar que a transferência de matéria e energia ao longo de uma cadeia alimentar sempre se inicia por um produtor e finaliza-se em um decompositor, sendo essa transferência unidirecional.

Cadeia ou teia alimentar?

As cadeias alimentares são lineares e, por isso, não mostram a verdadeira complexidade de um ecossistema. Isso se deve ao fato de que em um dado ambiente, um animal pode ser um consumidor secundário e terciário. Os animais onívoros, por exemplo, ao alimentarem-se de vegetais, são classificados como consumidores primários e, ao alimentarem-se de herbívoros, como consumidores secundários.

Sendo assim, a representação mais adequada para mostrar a complexidade de um ecossistema é a teia alimentar. Elas mostram várias cadeias alimentares interligadas e ocorrendo ao mesmo tempo. Dessa maneira, ela pode ser considerada mais complexa do que a cadeia, retratando a transferência de matéria e energia em diferentes direções.

O que é nível trófico?

Nível trófico é a posição ocupada pelos organismos dentro da cadeia alimentar, que é determinada pelo tipo de alimento ingerido. Em cada nível trófico existe um grupo de seres vivos com as mesmas características alimentares. Os consumidores primários, por exemplo, se alimentam somente de vegetais, enquanto que os consumidores secundários e terciários são carnívoros.

Assim, as cadeias alimentares são compostas por organismos que podem ser enquadrados dentro de três níveis tróficos diferentes. O primeiro deles é composto por produtores, organismos que conseguem produzir moléculas orgânicas a partir de processos como a fotossíntese e a quimiossíntese, ou seja, autotróficos. Algas e plantas podem ser citadas como exemplos de seres vivos que ocupam o primeiro nível trófico de uma cadeia alimentar.

O segundo nível trófico é composto por consumidores, organismos que obtêm energia alimentando-se de outros organismos. Quando se alimentam de seres vivos produtores, isto é, de algas ou plantas, eles ocupam o nível dos consumidores primários; quando se alimentam de consumidores primários, eles ocupam o nível dos consumidores secundários, e assim sucessivamente.

Já no último estão os decompositores, organismos que decompõem os restos de seres vivos mortos e devolvem os minerais para o solo.

Exemplos

As cadeias alimentares podem ser terrestres ou aquáticas. Um exemplo de cadeia alimentar terrestre é composta por uma planta, um rato, uma cobra e um gavião. A planta é o produtor dessa sequência, visto que é capaz de produzir seu próprio alimento por meio da fotossíntese. Ela serve de alimento para o rato, o qual se comporta como um consumidor primário. A cobra, que se alimenta do consumidor primário, é um consumidor secundário. Por fim, o gavião comporta-se como consumidor terciário. Nessa cadeia alimentar, os decompositores não foram representados.

Um exemplo de cadeia alimentar aquática é composta por um fitoplâncton, um krill, um pinguim e uma foca. O fitoplâncton, que é formado por organismos fotossintetizantes, é o produtor. Ele serve de alimento para o krill, que se comporta como consumidor primário. O krill, por sua vez, serve de alimento para o pinguim, que pode ser classificado como consumidor secundário. Por fim, a foca alimenta-se do pinguim, se comportando como um consumidor terciário. Nessa cadeia alimentar também não há a presença de decompositores.

Impactos da extinção de espécies

A cadeia alimentar representa as relações de alimentação existentes em um ecossistema, ou seja, analisando a cadeia alimentar, vemos qual ser vivo serve de alimento para outro. A extinção de espécies afeta negativamente a cadeia alimentar, já que aquele ser vivo que serviria de alimento para outro, agora não existe mais.

Imagine que a cobra do exemplo da cadeia alimentar terrestre citado anteriormente, entrasse em extinção. Isso causaria um grande impacto na cadeia, uma vez que os ratos aumentariam sua população, causando a redução das plantas, e os gaviões, sem alimento, também teriam sua população reduzida.

Com o tempo, a população de ratos causaria um decréscimo exagerado no número de plantas, o que provocaria uma redução no alimento, desencadeando a redução da população de ratos. Com isso, percebe-se que todos os seres vivos são importantes e sua extinção impacta negativamente o ecossistema.

Cadeia alimentar é uma sequência de seres vivos em que um serve de alimento para outro. Nessa rota, a energia e a matéria dos alimentos são transferidas de um nível para outro. Cada ser vivo é essencial para a cadeia alimentar, e a eliminação de um desses organismos no ecossistema pode levar ao desequilíbrio ambiental, afetando toda a cadeia.

Níveis tróficos da cadeia alimentar

Nas cadeias alimentares, observamos a relação de alimentação existente entre os diferentes seres vivos de um ecossistema. A posição que cada ser vivo ocupa nessa cadeia recebe o nome de nível trófico. Produtores, consumidores e decompositores são os diferentes níveis tróficos observados nesse esquema.

Qual deles melhor representa o movimento da energia e das substâncias em uma cadeia alimentar
Cada organismo ocupa uma posição diferente, de acordo com seus hábitos alimentares, na cadeia alimentar.

Os organismos produtores são o primeiro nível trófico observado em uma cadeia alimentar. Organismos desse nível são classificados como autotróficos, ou seja, são seres vivos capazes de produzir seu próprio alimento, não sendo necessário alimentar-se de outro ser vivo. As plantas e algas são organismos classificados como produtores.

Saiba mais: Fotossíntese: processo de captura e transformação de energia feito por organismos produtores

Os consumidores, como o próprio nome indica, são seres vivos que se alimentam de outros seres vivos para conseguirem a energia e os nutrientes necessários para sua sobrevivência. Organismos consumidores são, portanto, heterotróficos.

Os organismos consumidores podem ser ainda classificados em primários, secundários, terciários, quaternários e assim sucessivamente. Entretanto, é importante destacar que as cadeias tendem a não ser muito grandes, sendo geralmente observadas cinco ou menos ligações. Entre as hipóteses que explicam por que as cadeias não se estendem muito está a hipótese energética, que sugere que o tamanho é limitado devido à baixa eficiência na transferência de energia.

Os consumidores primários são aqueles que se alimentam do produtor. No esquema anterior, o consumidor primário é o gafanhoto. O organismo que se alimenta do consumidor primário é chamado de consumidor secundário. No exemplo, esse é o sapo. O consumidor terciário é aquele que se alimenta do secundário, como é o caso da cobra alimentando-se do sapo. Se no exemplo algum organismo estivesse alimentando-se do consumidor terciário, esse seria chamado de consumidor quartenário, e assim sucessivamente.

Qual deles melhor representa o movimento da energia e das substâncias em uma cadeia alimentar
Observe que os decompositores atuam, em todos os níveis tróficos mencionados, decompondo a matéria orgânica.

Os decompositores são organismos que participam da cadeia alimentar realizando a decomposição da matéria orgânica, e atuam em todos os níveis tróficos. Assim como os consumidores, os decompositores são heterotróficos. São exemplos de organismos decompositores os fungos e as bactérias.

Saiba mais: Tempo de decomposição do lixo

Fluxo de energia na cadeia alimentar

A maior parte da energia que entra em um ecossistema é proveniente da radiação solar. Os organismos produtores que realizam fotossíntese absorvem energia solar e fixam-na em energia química. Quando os consumidores alimentam-se dos produtores, parte dessa energia segue para esses organismos, que, ao servirem de alimento para outros seres vivos, também lhes passam parte da energia. Esta, portanto, flui, em um sentido unidirecional, passando de um nível inferior para um superior.

A cada nível, no entanto, há uma perda de parte da energia. As plantas, por exemplo, transformam a energia solar em química, porém utilizam parte dessa energia inicial para o processo de respiração. Portanto, apenas parte dela estará disponível para o nível seguinte, sendo esse um dos motivos pelos quais as cadeias alimentares não se alongam muito.

Cadeia e teia alimentar

Quando falamos em cadeias alimentares, referimo-nos a uma sequência de seres vivos que servem de alimento para outros. A teia, por sua vez, é a conexão de cadeias alimentares. As teias são uma melhor forma de compreender o funcionamento de um ecossistema, uma vez um organismo, na maioria dos casos, não apresenta apenas um tipo de presa.

Outro ponto importante a ser destacado é que, ao analisarmos uma cadeia alimentar, verificamos que um ser vivo ocupa apenas um nível trófico específico. Na teia alimentar, por sua vez, um mesmo organismo pode ocupar níveis diferentes. Os animais onívoros, por exemplo, ao alimentarem-se de vegetais, são classificados como consumidores primários e, ao alimentarem-se de herbívoros, como consumidores secundários. Caso tenha mais interesse pelo assunto, leia nosso texto: Cadeia e teia alimentar.

Qual deles melhor representa o movimento da energia e das substâncias em uma cadeia alimentar
Nas teias alimentares observamos várias cadeias alimentares interligadas.

Saiba mais: O que é cadeia trófica?

Como a introdução e a extinção de espécies afetam a cadeia alimentar

As cadeias alimentares mostram as relações de alimentação existentes em um determinado ecossistema. Quando uma nova espécie é acrescentada a esse local, essa pode causar desequilíbrios no ambiente. Caso não encontre alimento disponível naquela região, poderá rapidamente morrer e ser eliminada. Caso encontre-o, pode desencadear a competição com outro ser vivo, o que é prejudicial para o equilíbrio do ecossistema.

Essa nova espécie introduzida pode também não ter predadores naturais e multiplicar-se de maneira excessiva, caso o ambiente seja favorável, o que pode levar à redução drástica de suas presas. Verificamos, portanto, que a introdução de uma nova espécie pode afetar negativamente as relações de alimentação naquele local.

Outra situação conhecida é a extinção de uma espécie. Imaginemos, por exemplo, uma cadeia alimentar simples que envolve uma planta, um roedor, uma serpente e um gavião. Caso a serpente seja eliminada do ambiente, o gavião ficará sem alimento. Em contrapartida, o roedor pode multiplicar-se de maneira excessiva, devido à falta de predadores, o que poderá causar a diminuição de plantas no local. Com o tempo, a redução do número de plantas também impactará o roedor, que ficará sem alimento. Podemos perceber, portanto, que cada ser vivo é essencial para o equilíbrio do ecossistema.

Leia também: Animais em extinção
 

Por Ma. Vanessa Sardinha dos Santos