Identifique os países cujo número de pessoas que não possui acesso a água potável e superior a 100

A redação original abrange uma série de conceitos e dimensões distintas, do direito a recursos naturais até serviços financeiros, passando por heranças e serviços públicos. Em contrapartida, a redação dos indicadores é muito modesta, destacando apenas a titulação fundiária e o acesso a serviços básicos.

Para evitar essa contradição, a proposta de adequação simplifica o texto original, com ênfase nos direitos civis e nos insumos necessários à participação no processo produtivo.

Além disso, o termo "vulneráveis" foi substituído por "pessoas em situação de vulnerabilidade", por se tratar de uma situação transitória e relativa a um contexto, e não uma condição da pessoa.

Conceitos importantes mencionados na meta

Pobres: pessoas com renda per capita inferior a PPC$ 5,50 por dia, conforme a meta 1.2.

Pessoas em situação de vulnerabilidade: todos aqueles que sofrem violações ou restrições a seus direitos, sobretudo, em razão de raça, gênero, idade, deficiência, condições de mobilidade, orientação sexual, identidade de gênero, nacionalidade, religião, territorialidade, cultura, privação de liberdade e situação econômica, não excluindo outras potenciais situações de vulnerabilidade verificadas empiricamente.

Serviços básicos: eletricidade, água, coleta de lixo e rede de esgoto.

Novas tecnologias de produção: oportunidade para adquirir o conhecimento necessário para utilizar novas tecnologias no processo produtivo e ter de fato acesso a elas.

Tecnologias de informação e comunicação: acesso a rádio, televisão, computador com acesso à internet, telefonia móvel celular ou fixa.

Serviços financeiros: acesso ao sistema bancário e demais serviços financeiros, como crédito, seguros etc.

Segurança no acesso à terra: envolve tanto a titulação legal de propriedades urbanas e rurais e a garantia jurídica de propriedade quanto a garantia real de usufruto dos bens, sem qualquer tipo de coerção externa, como ameaças de remoção, intimidação, entre outros.

O consumo de água no mundo é um dos grandes temas em debate na atualidade. Em uma média total, a maior parte da utilização da água é realizada pela agricultura, que detém 70% do consumo; seguida pela indústria, que detém 22%; e pelo uso doméstico e comercial com 8%. No entanto, nos países subdesenvolvidos, essa média é diferente: a agricultura representa 82%; a indústria, 10%; e as residências, 8%. Nos países desenvolvidos, a relação dessas atividades com o consumo é de 59% para a indústria, 30% para a agricultura e 11% para o uso doméstico.

Por razões econômicas, estruturais e sociais, os países desenvolvidos consomem muito mais água do que os subdesenvolvidos e emergentes, tanto nas práticas econômicas quanto no uso direto individual. Para se ter uma ideia, em alguns países desenvolvidos, como nos Estados Unidos, uma pessoa consome em média 575 litros de água, enquanto em países subdesenvolvidos a maior parte dos habitantes convive com apenas 15 litros por dia, o que revela as grandes desigualdades econômicas e sociais existentes ao redor do globo.

É claro que, à medida que alguns países periféricos ou emergentes vão promovendo uma relativa melhoria de suas economias e também de suas estruturas sociais, o consumo de água vai se acentuando, o que também eleva a média global. Na tabela a seguir podemos conferir o crescimento do consumo de água no mundo:

Identifique os países cujo número de pessoas que não possui acesso a água potável e superior a 100

Tabela com dados sobre o crescimento do consumo de água no mundo

Entre 1990 e 1950, o consumo passou de 580 para 1400 km³ anuais de água, o que representa um aumento de 2,4 vezes em um período de cinquenta anos. Nos cinquenta anos seguintes, o aumento foi de 2,8 vezes, saltando para 4000 km³/ano na virada do milênio. A ONU, seguindo esses dados e as tendências de consumo atuais, estima que, no ano de 2025, o consumo mundial de água será de 5200 km³/ano — uma alta de 1,3 vezes em um período de 25 anos.

Se realizarmos a divisão por país, poderemos notar que a maior parte dos maiores consumidores mundiais de água, como já frisamos, faz parte do grupo de nações economicamente desenvolvidas, com destaque para os Estados Unidos, cuja média de consumo por cidadão (per capita) é duas vezes maior do que o da Europa inteira. Registra-se também o papel dos países considerados emergentes. A seguir, uma lista comparativa:

Identifique os países cujo número de pessoas que não possui acesso a água potável e superior a 100

Índice comparativo entre alguns países do consumo diário per capita de água

Existe, como podemo perceber, uma disparidade muito grande com relação ao consumo de água per capita, isto é, em relação à quantidade de habitantes em cada país. Muitas nações ficam abaixo do mínimo estipulado pela ONU, que é de 100 litros de água por dia, a exemplo da China que sofre com o seu elevado volume populacional em uma área em grande parte composta por desertos. Existem, inclusive, muitas áreas com estresse hídrico – quando o consumo de água é superior à capacidade de renovação local –, tais como alguns países do Oriente Médio, a Índia e até algumas regiões brasileiras.

Se considerarmos a superfície terrestre, podemos facilmente notar que a maior parte do nosso planeta é constituída por água, que totaliza cerca de 70% de toda a área da Terra. No entanto, enquanto a maior parte dessas águas é oceânica, ou seja, imprópria para consumo, apenas 3% é de água doce. Para agravar a situação, desses 3%, a maior parte encontra-se em geleiras e reservas subterrâneas.

Por esse motivo – e também pela irregular distribuição de água no mundo – existem várias regiões que sofrem com a falta de água, o que envolve territórios de várias partes do globo terrestre. Entre os países com escassez de água, destacam-se as nações situadas no Oriente Médio, uma região com muitos desertos e pouca disponibilidade de recursos hídricos, além de algumas regiões da África, da Ásia e também das Américas.

Por esse motivo, a Unesco elaborou um ranking sobre a disponibilidade per capita de água no mundo. Embora os dados sejam de 2003 e careçam de atualização, percebe-se atualmente que a situação dos países listados como os mais carentes permanece a mesma. Confira:

Identifique os países cujo número de pessoas que não possui acesso a água potável e superior a 100

Lista dos 10 países com a menor média per capita de água

No Kuwait, país com a menor disponibilidade de água do mundo, a luta por esse recurso é sempre uma prioridade do Estado, que precisa importar uma grande quantidade– ao passo em que o país é um dos maiores exportadores de petróleo – e também recorrer a técnicas de dessalinização da água do mar. Esse último procedimento é também realizado por vários países da região, com destaque para Israel, que também possui um bom aproveitamento das águas subterrâneas e da exploração do rio Jordão para irrigação.

Existem, por outro lado, casos de países que até possuem uma quantidade moderada ou regular de reservas hídricas, mas que sofrem da mesma forma com a falta de água. Nesses casos, os problemas econômicos e políticos impedem maiores investimentos em fornecimento de recursos hídricos para a população, como é o caso de vários países do continente africano e também da Ásia.

Além do mais, nem mesmo os países com grandes reservas hídricas estão livres desse problema, uma vez que a distribuição natural desse recurso não ocorre de maneira regular no interior dos territórios. Não é preciso ir muito longe para visualizar essa questão, pois, no Brasil, várias regiões possuem históricos de secas severas e falta de água, como algumas áreas do Polígono das Secas, na região Nordeste e, mais recentemente, na região Sudeste, destacando-se o estado de São Paulo, cuja capital viu os seus reservatórios secarem significativamente nos últimos tempos.

Para combater a escassez hídrica no mundo, é preciso haver investimentos pesados por parte dos governos em obtenção, tratamento e preservação dos recursos hídricos. Nos casos mais extremos, medidas de cooperação internacional precisam ser tomadas, haja vista que o acesso à água é um direito universal. De acordo com dados da ONU, cerca de 1,1 bilhão de pessoas sofre com a falta desse importante recurso natural.

Como sabemos, apenas 3% de toda a água existente no mundo é potável e boa parte dessa quantidade encontra-se em áreas de difícil ou impossível captação, com destaque para as geleiras. Sendo assim, esse recurso natural é bastante requisitado, pois é imprescindível para a manutenção da vida.

Do mesmo modo, é importante lembrar que esse recurso não se distribui igualmente. Enquanto algumas regiões apresentam grandes reservas, outras convivem com a escassez. A seguir podemos observar uma lista dos lugares onde essa situação é mais crítica, segundo a Unesco, com a quantidade per capita de água por país, isto é, a disponibilidade de água para cada habitante.


Lista dos dez principais países com menos água per capita

A situação do Kuwait é realmente dramática. O país situado no Golfo Pérsico convive com praticamente nenhuma reserva de água e vê-se em um grande dilema em relação aos dois principais recursos naturais da atualidade em termos estratégicos: o petróleo e a água. O primeiro é abundante no país, o que contribuiu para que muitos países cobiçassem seu território, incluindo as disputas da Guerra do Golfo. O segundo, como vimos, é escasso e faz com que o país tenha de importar grande quantidade para consumo e utilização em suas atividades econômicas.

Na verdade, não existem reservas de água no Kuwait em forma de rios e lagos ou mesmo em aquíferos, haja vista que o país é cercado por uma área desértica que desemboca no mar. Sendo assim, além da importação de água, o Kuwait também pratica a técnica da dessalinização da água do mar para poder combater sua permanente crise hídrica.

A técnica da dessalinização, inclusive, parece ser a saída mais adequada e procurada pelos países do Oriente Médio que sofrem com a baixa disponibilidade de água. Nos Emirados Árabes, segundo lugar no ranking acima, a técnica é amplamente utilizada e recebe muitos investimentos, principalmente em Dubai. Segundo as autoridades locais, o país deve investir centenas de milhões de dólares em sistemas de dessalinização e também de tratamento de água.

Há de se considerar, porém, que o ranking acima não se refere aos países com menor disponibilidade de água em termos absolutos, mas sim em quantitativos proporcionais às suas respectivas populações. Além disso, também foram consideradas outras informações, como as variações da disponibilidade ao longo do ano e a distribuição dos recursos no interior dos países. Além disso, não foi levada em conta a dimensão da área dos territórios, mas apenas a relação entre o recurso e a demografia.

Além dos problemas de falta d'água em termos de disponibilidade natural, é necessário ressaltar também que existem muitos países que sofrem com a ausência desse recurso tanto pela poluição e má gestão quanto por problemas econômicos e não investimento em infraestruturas de captação e distribuição das águas dos mananciais. Há, assim, o estresse hídrico em várias partes do planeta.


Por Me. Rodolfo Alves Pena