As águas que correm pelo Rio Jordão, no Oriente Médio, são umas das mais disputadas do mundo. O rio atravessa uma região muito seca, habitada por 270 milhões de pessoas. Em uma região marcada por conflitos que envolvem a intolerância religiosa e controle das maiores reservas de petróleo do mundo, a água é mais um importante componente de disputa nesse complexo quadro geopolítico. Enquanto a população do Oriente Médio cresce a uma taxa de 2% ao ano, quase o dobro da taxa global, a disponibilidade de água doce per capta caiu dois terços ao longo dos últimos 40 anos, e deverá diminuir mais 50% até 2050. Um dos casos que podem exemplificar o conflito pela água na região é protagonizado por Israel, Jordânia e Síria, envolvendo também os territórios palestinos. A Guerra dos Seis Dias, em 1967, teve como um dos pontos de tensão o controle do Rio Jordão. Em resposta à intenção da Jordânia de desviar o Rio Jordão para uso próprio, Israel invadiu a Síria e tomou a colina de Golã, onde se localiza a nascente desse rio. A terra tomada por Israel lhe garantiu também o controle do aquífero localizado na Cisjordânia, o que fez aumentar os recursos hídricos israelenses em quase 50%. Atualmente, Israel explora 80% dos recursos hídricos do Rio Jordão, enquanto os Palestinos ficam com os 20% restantes. O Acordo de Paz de Oslo, de 1993, estipulou que os Palestinos devem ter mais controle sobre o uso da água na região, mas até hoje a distribuição da água entre os povos é injusta. No território palestino da Cisjordânia, cada pessoa dispõe de apenas 35 litros de água por dia, enquanto que a ONU recomenda 110 litros de água por dia para atender as necessidades básicas de um ser humano. Enquanto isso, na mesma Cisjordânia, colonos israelenses desfruam de piscinas e gramados irrigados.
O Oriente Médio, também chamado de Médio Oriente, é uma região do globo que abrange alguns países da Ásia e um da África. Possui uma população de cerca de 270 milhões de pessoas sendo que a maior parte são árabes. Essa região abrange algumas capitais e grandes cidades como o Cairo (Egito), Istambul (Turquia), Ancara (Turquia), Teerã (Irã), Bagdá (Iraque), Riad (Arábia Saudita) e Dubai (Emirados Árabes Unidos). Ali, diversas populações da antiguidade se desenvolveram, como por exemplo, os mesopotâmicos e os egípcios. Sua história, desde então, esteve repleta de alianças e conflitos que originaram essa região. Note que parte da Turquia está localizada na Europa, sendo o único país do Oriente Médio nesse continente. Características GeraisLocalizaçãoO Oriente Médio está localizado entre os mares Mediterrâneo, Negro, Cáspio, Arábico e o Vermelho. Possui uma área aproximada de 7.200.000 km2 abrangendo mais de 15 territórios. Mapa e PaísesOs países que fazem parte do Oriente Médio são:
Note que esses países e o estado da Palestina estão inclusos na definição tradicional de Oriente Médio. O G8, por exemplo, já inclui o Afeganistão, o Paquistão e alguns países da África do Norte. ClimaOs climas predominantes no Oriente Médio são o semiárido e o desértico. Ambos são marcados por elevadas temperaturas e baixo índice pluviométrico. Assim, trata-se de uma região muito seca onde a umidade relativa do ar é baixa. Dois importantes desertos estão localizados na região: o deserto da Arábia (na Península Arábica) e o deserto do Saara (no Egito). Nas regiões onde o clima semiárido é predominante, o índice pluviométrico costuma ser um pouco maior. VegetaçãoVisto o clima hostil que possui, a vegetação da região é escassa. É marcada por plantas com raízes profundas, algumas árvores, gramíneas e cactáceas. Essas plantas desenvolveram formas de sobreviver nesse tipo de ambiente, retendo água durante grande parte do tempo. Onde o clima semiárido prevalece, encontram-se mais vegetações nos locais de pradarias e estepes. No litoral, a vegetação é ainda mais abundante, com presença de arbustos e árvores. Isso porque a umidade, por estar próxima do mar, é mais elevada, o que favorece o desenvolvimento de mais plantas. HidrografiaUm dos fatores de desenvolvimento desse clima e vegetação presentes no Oriente médio deve-se ao pequeno número de rios que atravessam a região. Os principais são o Tigre e o Eufrates, localizados na região conhecida como Crescente Fértil. Além deles, merecem destaque o rio Jordão e o rio Nilo. Feita essa observação, devemos ressaltar que a água na região é escassa, o que pode levar ao desenvolvimento de mais conflitos que envolvem esse recurso natural. CulturaO Oriente Médio possui uma cultura religiosa muito forte. Isso porque foi ali que se desenvolveram diversas religiões desde o cristianismo, judaísmo e o islamismo. Portanto, o local abriga diversos templos e locais religiosos, como Meca e Jerusalém. É uma região muito diversa que abriga diversas etnias, sendo que a mais destacada é a árabe. Isso faz com que o local seja um amplo complexo cultural. Leia também:
EconomiaA região do Oriente Médio é um importante centro econômico do mundo. Um dos maiores motivos são as reservas de petróleo existentes, além de pedras preciosas. Arábia Saudita e Irã são os dois países que possuem as maiores reservas de petróleo do mundo. Além deles, são também exportadores de petróleo o Iraque, Kuwait, Barein, Catar e Emirados Árabes Unidos. Aproximadamente 60% das reservas mundiais desse minério estão localizadas aqui. Ainda que os dados demostrem que essas reservas gerem muitos lucros, grande parte da população que vive no Oriente médio é pobre. Ou seja, isso explica que há na região uma má distribuição de renda. Outro setor que tem desenvolvimento na região é o setor agropecuário. Criação de animais e algumas plantações (cana-de-açúcar, arroz, trigo, etc.) são desenvolvidas em áreas onde o solo é mais fértil. Por fim, o turismo é também uma atividade que move a economia desses países com destaque para a Turquia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Israel. A cidade de Meca, na Arábia Saudita, apresenta um turismo religioso muçulmano muito expressivo todos os anos. Nesse sentido, Jerusalém também se destaca como uma das cidades mais antigas do mundo e considerada sagrada para os cristãos, judeus e islamitas. Principais ConflitosDurante séculos muitos conflitos foram desenvolvidos nessa região, onde ocorre o contato entre três continentes. Podemos dizer que trata-se de um dos locais mais conflituosos do mundo. Vale ressaltar que a maior parte deles está relacionada com a religião, ou melhor, com a intolerância religiosa. Devemos salientar também que, grande parte dos conflitos envolve a conquista de territórios pelos próprios países que compõem o Oriente Médio. Além disso, as condições climáticas da região fazem com que ela seja dependente da exportação de água e de outros produtos. Um dos mais destacados é o conflito entre árabes e judeus que foi intensificado na modernidade, após a primeira guerra mundial. No entanto, foi somente após a segunda guerra que a ONU decidiu criar um estado para cada um deles. Diante dessa proposta, a Palestina foi dividida em duas partes, uma judia e outra árabe. Como os judeus ficaram com uma parte maior do território (cerca de 57%), os palestinos (árabes) ficaram descontentes com a partilha. Pouco tempo depois, em 1948, os judeus criaram o Estado de Israel e os árabes declararam guerra. Todavia, os palestinos foram derrotados e consequentemente, o território dos judeus cresceu ainda mais, cerca de 20%. Sem dúvida, esse ainda tem sido um dos maiores motivos para os duradouros conflitos sobre conquista de territórios na região. Merece destaque a faixa de Gaza, local disputado entre palestinos e israelenses. Outro conflito que merece atenção é entre os sunitas e os xiitas. Ambos são muçulmanos e apresentam diferenças políticas e religiosas. Isso tem levado ao aumento da tensão em diversos países do Oriente Médio, sobretudo, o Irã e a Arábia Saudita. Além disso, o local continua sendo alvo de diversas guerras como a Guerra no Iraque, a Guerra na Síria, Guerra do Golfo, a Guerra dos Seis Dias, etc. A grosso modo, elas foram desenvolvidas por diversos interesses políticos (incluindo Rússia e Estados Unidos) e ainda, por interesses econômicos, haja vista a região possuir um elevado potencial econômico. Leia mais: |