Considere o sólido geométrico apresentado no que segue corresponde a um paralelepípedo retângulo

A geometria espacial é a análise de sólidos no espaço, ou seja, é a geometria para objetos tridimensionais, diferente da geometria plana, que é o estudo de figuras bidimensionais. Assim como esta, aquela surge com base em conceitos primitivos, sendo eles: ponto, reta, plano e espaço.

Com base nos elementos primitivos, desenvolve-se os sólidos geométricos, sendo os principais os poliedros: paralelepípedo, cubo e demais prismas, além dos conhecidos como sólidos de Platão; e os corpos redondos: cone, cilindro e esfera. Além do reconhecimento desses sólidos, é importante compreender que os cálculos de volume e de área total possuem fórmulas específicas para cada um dos tipos.

Considere o sólido geométrico apresentado no que segue corresponde a um paralelepípedo retângulo
Os poliedros são os objetos de estudo da geometria espacial.

Conceitos da geometria espacial

É importante compreendermos que os elementos primitivos ponto, reta, plano e espaço são a base da geometria e que eles não possuem uma definição. Ainda assim, todos nós conseguimos ter, de forma intuitiva, a noção básica do que é cada um desses elementos e a posição relativa entre eles.

Com base nas construções geométricas e nos elementos primitivos, surgiu a área de estudo da geometria espacial, que vai desde as noções básicas até o conceito de sólido geométrico, considerando o cálculo de sua área total e seu volume. Lembrando que, na geometria espacial, estamos trabalhando com três dimensões, sendo elas: largura, altura e comprimento, ou, em outros momentos, largura, profundidade e comprimento.

Os conceitos iniciais da geometria espacial são as posições relativas entre pontos no plano, entre ponto e plano, entre reta e plano, e entre dois planos.

O ponto pode pertencer ou não à reta, e ele pode pertencer ou não ao plano.

Conhecendo dois ou mais pontos, eles podem ser colineares ou não, e coplanares ou não. Os pontos são coplanares quando pertencem ao mesmo plano, e colineares quando pertencem a uma mesma reta.

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Pontos coplanares.
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Pontos colineares.

Quando as retas são coplanares, elas podem ser paralelas, concorrentes e coincidentes.

Paralelas: quando não possuem nenhum ponto em comum.

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Retas paralelas.

Concorrentes: quando possuem um ponto em comum.

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Retas concorrentes.

Coincidentes: quando as retas são iguais, ou seja, há só uma reta.

Quando as retas não pertencem ao mesmo plano, elas são conhecidas como retas reversas.

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Retas reversas.

Para saber mais informações acerca desse tipo de posição, leia: Posições relativas de duas retas.

Ao analisar-se a posição relativa entre dois planos, eles podem ser classificados como paralelos ou secantes.

Planos paralelos: não possuem nenhum elemento em comum, ou seja, não há interceptação de um plano com o outro.

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Planos paralelos.

Planos secantes: quando se interceptam.

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Planos concorrentes ou secantes.

Planos coincidentes: quando são iguais, ou seja, há somente um plano.

Para saber mais sobre esse tipo de relação geométrica, acesse o nosso texto: Posição relativa entre planos.

Ao comparar-se a reta com um plano, essa reta pode ser paralela ao plano, pertencente ao plano ou secante ao plano.

Reta secante ao plano: quando ela corta o plano e possui um único ponto em comum a ele.

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Reta secante ao plano.

Reta pertencente ao plano: quando todos os pontos da reta estão contidos no plano.

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Reta pertencente ao plano.

Reta paralela ao plano: quando não possui nenhum ponto em comum ao plano.

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Reta paralela ao plano.

Aprofunde-se nesse conceito básico da geometria espacial acessando nosso texto: Posição relativa entre reta e plano.

Classificação dos sólidos geométricos

Os sólidos geométricos podem ser classificados como:

Sólidos fechados que possuem faces poligonais, compostos por vértices, arestas e faces, são eles: os prismas, as pirâmides e os sólidos de Platão (tetraedro, cubo, dodecaedro, icosaedro, cubo, dodecaedro).

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Os elementos de um poliedro são as arestas, as faces e os vértices.
  • Aresta: é o segmento de reta que liga dois vértices de um poliedro.

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Arestas de um poliedro.
  • Vértice: é o encontro de uma ou mais arestas, denotado pelos pontos A, B, C, D, E, F, G e H neste caso.

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Vértice de um poliedro.
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Face de um poliedro.

As faces de um poliedro são os polígonos que compõem o sólido.

Relação de Euler

Sobre os poliedros, o matemático Euler percebeu uma relação entre o número de vértices (V), faces (F) e arestas (A), conhecida como relação de Euler, dada pela expressão:

V – A + F = 2

Logo, é possível descobrir, com base na equação, a quantidade de arestas que um sólido possui pelo número de faces e de vértices.

Para entender de forma mais detalhada essa expressão, leia: Relação de Euler.

Os sólidos de Platão são casos particulares de poliedros, Platão relacionou-os com a criação do Universo, vinculando-os a elementos da natureza.

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Sólidos de Platão.

Conhecidos também como sólidos de revolução, são sólidos que possuem como base um círculo (no caso do cone e cilindro) ou que são construídos sobre a rotação de um círculo.

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Cilindro
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Esfera
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Cone

Para saber mais detalhes sobre os poliedros, acesse o nosso texto: Poliedros.

Fórmulas dos principais sólidos geométricos

As principais fórmulas da geometria espacial são para os cálculos da área total (At) e do volume (V) de cada um dos sólidos. Cada fórmula depende do sólido.

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Cubo de aresta a.

V = a3

At = 6 . a2

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Paralelepípedo de dimensões a, b, c.

V = a . b . c

At = 2ab + 2ac + 2bc

O volume e a área total do prisma e da pirâmide dependem do polígono que está na base de cada um dos sólidos, por isso usamos Ab: área da base e Al: área lateral.

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Prismas de base triangular e hexagonal

Note que a base do prisma pode ser diferente de um caso para o outro, logo, o volume depende diretamente da área da base.

V = Ab . h

At = 2Ab + Al

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Pirâmides de base quadrada e pentagonal.

Assim como os prismas, a base da pirâmide pode ser diferente, logo, o volume depende diretamente da base.

At = Ab + Al

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Cilindro de raio r e altura h.

V = πr2 . h

At = 2πr (r+h)

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Cone de raio r e altura h.

At = πr (g + r)

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Esfera de raio r.

At = 4 πr2

Geometria espacial x geometria plana

O domínio da geometria plana (bidimensional) é fundamental para o aprendizado da geometria especial (tridimensional), pois muitos conceitos trabalhados na primeira são pré-requisitos para o aprendizado da segunda.

Entenda que na geometria plana o trabalho é realizado com figuras geométricas que possuem duas dimensões. Essas dimensões podem ser citadas como base e altura ou como comprimento e largura. Há um trabalho com quadrados, círculos, entre outras figuras planas, além do desenvolvimento dos cálculos de áreas e perímetros.

Já na geometria espacial, como vimos aqui, o trabalho é realizado com três dimensões, no que chamamos de espaço. Conhecemos aqui os sólidos geométricos, e a partir de agora, trabalhamos com largura, comprimento e altura. O que antes era conhecido, por exemplo, como círculo, agora, no universo tridimensional, ganha mais uma dimensão e é conhecido como esfera.

Na geometria espacial, não falamos em perímetro, mas sim em área total de um sólido, e também surge a ideia de capacidade de um sólido, conhecida como volume. Para ilustrar bem a diferença de ambos, note a comparação visual da esfera no espaço tridimensional e do círculo no plano bidimensional.

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Esfera no espaço.
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Círculo no plano.

Exercício resolvido

1) (Enem) Para resolver o problema de abastecimento de água, foi decidida, numa reunião do condomínio, a construção de uma nova cisterna. A cisterna atual tem formato cilíndrico, com 3 m de altura e 2 m de diâmetro, e estimou-se que a nova cisterna deverá comportar 81 m³ de água, mantendo o formato cilíndrico e a altura da atual. Após a inauguração da nova cisterna, a antiga será desativada. (Utilize 3,0 como aproximação para π.)

Qual deve ser o aumento, em metros, no raio da cisterna para atingir o volume desejado?

a) 0,5

b) 1,0

c) 2,0

d) 3,5

e) 8,0

Resolução

Sobre a nova cisterna, sabemos que V = 81 m³, h = 3 e que π = 3.

No entanto, como ela tem o formato cilíndrico, o volume de um cilindro é dado por:

V = πr2 . h

Então, fazendo com que V = 81, h = 3 e π = 3

81 = 3 . r2 . 3

81 = 9 . r2

9 = r2

Comparando-se com o raio antigo 3 – 1 = 2, logo, houve um aumento de 2 metros.

Alternativa "C"

02) (IFG) As medidas internas de um reservatório no formato de um paralelepípedo são de 2,5 m de comprimento, 1,8 m de largura e 1,2 m de profundidade (altura). Se, em um determinado momento do dia, esse reservatório está apenas com 70% de sua capacidade, a quantidade de litros que faltam para enchê-lo é igual a:

Resolução

Como o formato do reservatório é um paralelepípedo retângulo, o volume é dado por:

V = a . b . c (Em que a, b e c são as dimensões 2,5, 1,8 e 1,2 respectivamente.)

V = 2,5 . 1,8 . 1,2

V = 5,4 m³

Como 5,4 m³ é a capacidade total do reservatório, multiplica-se por 1000 para saber sua capacidade total em litros, ou seja:

V = 5,4 . 1000 = 5400 litros

Por fim, queremos saber quanto falta para encher o reservatório. Sabendo-se que 70% dele está cheio, restam 30% de 5400 para terminar de enchê-lo, logo, a quantidade que falta é de:

30% de 5400 = 0,3 . 5400 = 1620 litros

Alternativa “a”