A inserção do negro na música popular brasileira

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Cultura Afro - Brasileira

História

  • O Brasil é um dos países que mais possui população negra em todo o mundo. Isso, devido aos mais de 4 milhões de homens, mulheres e crianças que foram trazidas para cá com o comércio de escravos nos meados do ano 1500.
  • Os escravos, conseguiram sua liberdade, porém continuaram sendo descriminados, humilhados e mal tratados. Muitos não possuíam bens e local para morar, o que gerou problemas, como as favelas que hoje encontramos no Rio de Janeiro, por exemplo.
  • Hoje, os "afro - brasileiros" se destacam na música, no meio comercial, no teatro, em filmes, no meio empresarial e em muitos outros meios no Brasil, muitas vezes superando aqueles brancos que se diziam insuperáveis.

Os Afro - Brasileiros

  • Desde que eram escravos, os "afro brasileiros" já possuíam uma infinidade de aspectos próprios, como por exemplo, a cultura, a religião e a arte.
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Capoeira - Expressão Artística
Afro Brasileira - Arte Marcial

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Algumas Esculturas Africanas

Arte Afro - Brasileira

  • Baseada nas histórias, crenças, lendas e na filosofia africana
  • Basicamente feito com elementos da Natureza
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Máscara de Madeira

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Igbo-Ukwu: arte�africana em bronze

Capoeira

  • Capoeira é uma arte marcial desenvolvida inicialmente por escravos negros no Brasil, a partir do período colonial.
  • Marcada por seus golpes que enganam o adversário, que geralmente são feitos no solo ou completamente invertidos.
  • Inicialmente criado para proteção e defesa própria.
  • Hoje vista mais como uma forma de expressão artística, devido ao movimento que os corpos fazem, durante a prática.
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Música

  • A música criada pelos afro-brasileiros é uma mistura da música portuguesa, indígena e africana, produzindo uma grande variedade de estilos.
  • Entre os estilos influenciados, temos: Samba, Maracatu, Ijexá, Maxixe, Lambada, Carimbó, entre outros.
  • A música afro - brasileira era altamente descriminada, sendo vista como "Música para marginais" até o século XX, onde só então começou a ser melhor aceita pela população.
  • Dois instrumentos clássicos usados nas músicas afro - brasileiras, são os tambores e o Berimbau.
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Da Esquerda para direita: Viola, Médio e Gunga(ou Berra-Boi)

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Tambores

Cozinha

  • A cozinha brasileira deriva em grande parte da cozinha africana, mesclada com elementos da cozinha indígena e portuguesa.
  • Na Bahia, principalmente, pratos como vatapá e moqueca são típicos da culinária afro-brasileira.
  • A feijoada é o prato nacional do Brasil. É basicamente a mistura de feijões pretos, carne de porco e farofa. Começou como um prato português que os escravos negros modificaram: os donos de escravos davam as partes pobres do porco aos escravos e estes misturavam estas partes com feijão e farinha
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Moqueca

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Vatapá

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Feijoada

Alguns Afro - Brasileiros Conhecidos

  • Entre os mais famosos estão: Pelé, Daiane dos Santos, Agnaldo Timóteo, Vanessa da Mata, Marcelo D2, Gilberto Gil, Tobias Barreto, Cafu, entre muitos outros.
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Pelé

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Vanessa da Mata

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Gilberto Gil

Dia da Consciência Negra

O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.
Prega o seguinte conceito: "Desde o início da história do Brasil temos conosco os afro - descendentes, que nos ajudaram a lutar em busca de um país justo e livre. Somos influenciados por eles a todo tempo, assim como eles são influenciados por nós. Hoje devemos nos unir a eles pela luta a igualdade, assim como fizeram muitas vezes por nós."

Publicado em: 30/03/2017 | Atualizado em: 02/02/2018

ATENÇÃO: Você está acessando o site antigo da FAPERJ, as informações contidas aqui podem estar desatualizadas. Acesse o novo site em www.faperj.br


Danielle Kiffer

A inserção do negro na música popular brasileira
Eduardo das Neves: artista foi o 1º  negro a
gravar um disco no Brasil (Foto: Reprodução)

A vida cultural do Rio de Janeiro, principalmente do bairro da Lapa e arredores, não deixa dúvidas: o período da escravidão marcou a cidade com seu legado cultural. Rodas de samba, jongo, caxambu e o partido-alto são parte intrínseca da identidade carioca. Entretanto, para que esses ritmos contagiem os dias e noites da cidade hoje, houve muita luta e ação dos músicos negros no passado. Um grande exemplo foi Eduardo Sebastião das Neves (1874-1919), que, descendente de escravizados, se tornou artista no período pós-abolição, enfrentando o preconceito e as dificuldades da época para defender sua arte. Também conhecido como Dudu das Neves, Palhaço Negro, Diamante Negro e “Crioulo Dudu”, Neves atuou como palhaço de circo, poeta, compositor e principalmente cantor de lundus. Foi o primeiro cantor negro a gravar um disco para a indústria fonográfica do Brasil, na primeira década do século XX.

A investigação sobre a trajetória desse tão importante artista e sobre o legado da memória da escravidão para a construção da música negra no Brasil, em particular, no Rio de Janeiro, entre o final do século XIX e primeiras décadas do século XX, faz parte do estudo da historiadora Martha Abreu, da Universidade Federal Fluminense (UFF), que é Cientista do Nosso Estado, da FAPERJ. “Com esse projeto – um desdobramento de um projeto coletivo mais amplo coordenado por mim e pela pesquisadora Hebe Mattos, denominado Memória e Música Negra no Rio de Janeiro –, investigo a construção de leituras do passado escravo em sua dimensão musical”, explica a historiadora.

De acordo com a historiadora, ainda no período da escravidão, músicos negros encontraram projeção nos teatros e circos com variados estilos musicais, da música erudita ao jongo. Após a abolição, em meio ao crescente interesse comercial pelos “sons das senzalas”, muitos deles, mesmo com as adversidades da época, buscaram espaço no mundo das edições musicais e na indústria fonográfica, que então dava seus primeiros passos no Brasil com lundus, maxixes, sambas e jongos. "À ocasião, esses gêneros, herdeiros das 'canções escravas', formavam o que havia de mais moderno no campo musical no Brasil”, diz Martha. Além de Dudu das Neves, a historiadora cita Henrique Alves de Mesquita, Anacleto de Medeiros, Joaquim Callado, Donga, Sinhô, Patápio Silva, os músicos do grupo Oito Batutas (grupo musical que tinha como integrante o Pixinguinha), Getúlio Marinho, entre muitos outros artistas.

A projeção das “canções escravas” no Rio de Janeiro do início do século XX não era um fenômeno singular brasileiro. Processos semelhantes, com músicos negros protagonizando várias inovações rítmicas e estilísticas, também podem ser registrados na vida musical de regiões marcadas pela diáspora africana, como os Estados Unidos, Cuba, Caribe inglês e Argentina, especialmente depois que a indústria fonográfica implantou seus negócios por todos esses locais. “A canção escrava, de fato, não desapareceria com a abolição, como muitos intelectuais da época apostaram. Pelo contrário, renovou-se – e não só no Brasil – na diversidade musical dos lundus, maxixes, sambas, cakewalks, rags, blues, jazz, rumbas, calipsos e tangos, invadindo os circuitos musicais atlânticos de Paris, Londres e Nova York. Após a escravidão, essa canção assumiu uma versão mais moderna, passando a ser conhecida e divulgada como ‘música negra’ em suas diversas denominações regionais e nacionais”, conta.

Eduardo Neves, um dos precursores desse movimento, apresentava em suas canções assuntos relativos às representações dos negros no período pós-abolição, com temáticas ligadas ao passado escravista, à conquista da liberdade e à construção de uma identidade negra. “Ele se autointitulava ‘Crioulo Dudu’ e era orgulhoso de sua cor e de ser cantor de lundu.”

Dudu das Neves começou como artista de circo, um local com preços mais acessíveis à população menos abastada. Na época, o circo reunia apresentações de danças e textos teatrais mais sérios ou marcados pelo humor dos lundus, um gênero irônico e brincalhão para tratar de assuntos mais polêmicos. “Os lundus de Dudu das Neves eram muito irreverentes, com versos e ritmos bem cadenciados. Em suas canções, contou histórias da escravidão, da abolição e muitas ironias com os senhores de escravos. Além disso, fazia política com sua arte e apresentava-se em associações culturais negras.

Depois de alguns anos na estrada, Eduardo das Neves foi contratado pela Casa Edison, representante de uma indústria fonográfica de capital multinacional e com fortes vínculos com os Estados Unidos. Suas primeiras gravações foram lançadas na primeira década do século XX. “Eduardo das Neves é de extrema importância para o estudo da história do protagonismo de artistas negros no campo musical, um pouco antes do samba projetar-se como gênero popular e comercial, pois quase não há registros sobre o assunto”, explica Martha.

A inserção do negro na música popular brasileira
Blackfaces: artistas coloriam o rosto para representar os negros
de forma caricata (Foto: Reprodução/Revista Secos e Molhados)

Mesmo com todo o sucesso da música negra, o racismo nunca deixou de ser o grande obstáculo, em todas as Américas, no caminho desses artistas, pois seus talentos, artes e genialidades não eram reconhecidos. As “canções escravas” até poderiam estar nos palcos ou na capa das partituras vendidas, mas não seus protagonistas. “Eles dificilmente estrelavam nos palcos. Em geral, artistas negros apareciam, também no Brasil, em blackfaces – prática teatral de atores que se coloriam de preto para representar personagens afrodescendentes de forma exagerada e caricata. Por outro lado, a plateia e os empresários esperavam dos artistas negros as expressões dos estereótipos que costumeiramente lhes eram atribuídos, como a comicidade, ingenuidade e sensualidade exagerada."

Entre o protagonismo dos músicos negros e o racismo enfrentado cotidianamente, o campo musical, na opinião de Martha, tornou-se um espaço de luta e de afirmação da identidade negra. “O campo musical passou a expressar, no Brasil e em todas as Américas, os impasses e conflitos sociais e políticos vividos no pós-abolição por diversos atores sociais. Por meio da música, discutia-se não só o legado cultural da escravidão e da África nas nações modernas, mas também as formas da presença e representação dos negros nos palcos e, por extensão, na própria sociedade”, explica a historiadora.

“Portanto, na atualidade, a cada casa de shows em que estiver tocando um partido alto, ou quando vir as pessoas cantando felizes em uma roda de samba, saiba que hoje desfruta-se desses ritmos musicais graças à resistência, perseverança e genialidade de descendentes de africanos escravizados, entre eles brilhantes artistas como Eduardo das Neves, Anacleto de Medeiros, Henrique Alves de Mesquita Callado, Pixinguinha, entre tantos outros que acabaram sendo apagados na história”, finaliza Martha.

O estudo, que utilizou variadas fontes musicais, como capas de partituras, gravações sonoras, registros de espetáculos nos jornais, resultou na publicação de um livro, intitulado Da Senzala ao Palco: canções escravas e racismo nas Américas, 1870-1930, pela editora da Unicamp, coleção História Ilustrada.