Significado de comparação e exemplos

Comparação (do latim comparatĭo) é a acção e o efeito de comparar. Este verbo significa centrar a atenção em duas ou mais coisas para reconhecer as suas diferenças e semelhanças e para descobrir as suas relações. Comparar, por conseguinte, é confrontar.

Exemplos: “A comparação entre os dois foguetes espaciais demonstra que o Americano é muito mais avançado”, “Nenhum jogador de futebol tem comparação possível com o Diego Maradona”, “Achei bastante interessante a comparação dos dois casos que fez o analista”.

A comparação pode centrar-se em aspectos físicos ou em questões simbólicas. Deste modo, duas pessoas podem ser comparadas de maneira diferente. Uma comparação física revelará que uma delas é mais alta, menos gorda e com o cabelo mais grisalho do que a outra. Ao comparar as personalidades, pode-se dizer que uma delas é mais sociável, costuma falar alto nas reuniões e estabelece laços com maior facilidade.

Na gramática, a comparação indica três graus diferentes nos adjectivos: normal, comparativo e superlativo. O adjectivo limpo pode aparecer no grau normal (“A água está limpa”), no grau comparativo (“A água deste tanque está mais limpa do que a água daquela fonte”) ou no grau superlativo (“A água deste tanque está limpíssima”).

O recurso da comparação também é uma figura retórica (ou de estilo), que se estabelece com elementos de relação como “tal” ou “como”: “As suas mãos como martelos destruíram a porta à pancada”, “O ladrão andava pelos telhados tal e qual o gato à noite”.

Citação

Equipe editorial de Conceito.de. (15 de Abril de 2014). Conceito de comparação. Conceito.de. //conceito.de/comparacao

Índice

Comparação é a ação e o efeito de comparar, isto é, de observar as diferenças e semelhanças entre dois elementos, sejam eles pessoas, objetos, lugares ou coisas.

Vem do latim Vou comparar, formado por sua vez pelas partículas com, que significa 'reunir', e Eu irei parar, que significa 'parar'. Assim, comparar significa analisar uma coisa ao lado da outra.

Fazer uma comparação envolve estabelecer um elemento comum a partir do qual fazer o exercício, uma vez que não faz sentido comparar coisas de outra natureza.

Assim, uma comparação pode ser estabelecida a partir da observação de características físicas ou visuais. Por exemplo, compare as diferenças e semelhanças entre duas raças caninas diferentes.

Você também pode comparar dois elementos com base em características psicológicas ou subjetivas. Por exemplo, a comparação do temperamento de duas pessoas.

A resolução de problemas ou questões também pode ser comparada. Por exemplo, como dois artistas resolvem a representação do tema do amor ou da morte em uma obra pictórica.

Comparação na gramática

As comparações são feitas por intermédio da linguagem. Do ponto de vista da gramática, existem diferentes graus de comparação: o positivo (exemplo: “Juan está cansado”), o comparativo (“Juan está mais cansado que María”) e o superlativo (“Juan está muito cansado”) .

Comparação em retórica

A comparação também é uma questão de retórica, uma vez que ajudam a enriquecer o discurso tanto em termos de conteúdo quanto em termos estéticos.

Assim, existem números como símile. No símile, um significado é reforçado pela comparação com um elemento semelhante. Os termos que e como são uma parte invariável da comparação. Por exemplo: "A criança corre como uma gazela na fuga." "Seu coração está duro como uma rocha."

Veja também:

  • Exemplos de símile ou comparação
  • Figuras literárias
  • Símile.

Estudos comparativos

No final do século XIX, com o nascimento da disciplina de história cultural, começaram a ser realizados os primeiros estudos comparativos. São tipos de pesquisa, estudo e análise de fenômenos culturais baseados na comparação.

Assim, ao captar as diferenças culturais entre o Ocidente e outras culturas, surgiram disciplinas como mitologia comparada, religião comparada e literatura comparada, cujas abordagens têm variado ao longo do tempo.

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substantivo feminino Ação de comparar, de analisar o que se difere ou se assemelha em: comparação entre o vinho chileno e o português.[Gramática] Relação estabelecida entre dois termos, com diferentes sentidos, num mesmo enunciado.[Linguística] Confronto feito entre duas ou mais línguas, buscando um parentesco entre elas.Etimologia (origem da palavra comparação). Do latim comparatio.onis.

Comparação é sinônimo de: conferência, confrontação, verificação, confronto

Classe gramatical: substantivo feminino
Separação silábica: com-pa-ra-ção
Plural: comparações

Fonte: Pensador

Nada é bom ou mau se não for por comparação.
- Thomas Fuller

Não há comparação entre o que se perde por fracassar e o que se perde por não tentar.
- Francis Bacon

Em outubro do ano passado, a queima de gás aumentou 22%, na comparação com o mês anterior. Folha de S.Paulo, 26/06/2009

Questionado sobre os números, o ministro disse que preferia fazer a comparação com outros países. Folha de S.Paulo, 16/07/2009

A produção industrial do Japão subiu 5,9% em maio na comparação com o mês anterior. Folha de S.Paulo, 29/06/2009

Possui 10 letras
Possui as vogais: a o
Possui as consoantes: c m p r A palavra escrita ao contrário: oãçarapmoc

Rimas com comparação


Daniela Diana

Professora licenciada em Letras

A comparação (ou símile) é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de palavras.

Ela é determinada por meio da relação de similaridade, ou seja, pela comparação de dois termos ou ideias num enunciado.

Geralmente, é acompanhada de elementos comparativos (conectivos): com, como, tal qual, tal como, assim, tão, quanto, parece, etc.

É muito comum o emprego da comparação na linguagem informal (coloquial) e nos textos artísticos, por exemplo, na música, na literatura e no teatro.

Exemplos de comparação

Para compreender melhor a figura de linguagem comparação, confira abaixo alguns exemplos na literatura e na música:

  • “É que teu riso penetra n'alma/Como a harmonia de uma orquestra santa.” (Castro Alves)
  • “Meu amor me ensinou a ser simples como um largo de igreja.” (Oswald de Andrade)
  • “Meu coração tombou na vida/tal qual uma estrela ferida/pela flecha de um caçador”. (Cecília Meireles)
  • “Eu faço versos como quem chora/De desalento... de desencanto...” (Manuel Bandeira)
  • “A vida vem em ondas,/como um mar/Num indo e vindo/infinito.” (Música “Como uma onda” de Lulu Santos)
  • “Avião parece passarinho/Que não sabe bater asa/Passarinho voando longe/Parece borboleta que fugiu de casa.” (Música “Sonho de uma flauta” de Teatro Mágico)

Comparação e Metáfora

É muito comum haver confusão entre as figuras de palavras: comparação e metáfora. Apesar de ambas utilizarem uma analogia entre termos, elas são diferentes.

Enquanto na metáfora ocorre uma comparação entre dois termos de forma implícita, na comparação ela acontece de maneira explícita.

Assim, a metáfora não utiliza um elemento comparativo, como acontece na comparação.

Exemplos:

Nossa vida tem sido um mar de rosas. (metáfora ou comparação implícita)
Nossa vida tem sido como um mar de rosas. (comparação ou comparação explícita)

Outras figuras de palavras

Além da comparação, temos as figuras de palavras:

  • metáfora
  • metonímia
  • catacrese
  • perífrase (ou antonomásia)
  • sinestesia

Continue sua pesquisa sobre o tema:

Licenciada em Letras pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2008 e Bacharelada em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2014. Amante das letras, artes e culturas, desde 2012 trabalha com produção e gestão de conteúdos on-line.

A comparação (ou símile) ocorre no processo de aproximação dos elementos de universos diferentes por meio de nexos comparativos (como, tal, qual, assim como, semelhante a, semelhante ao etc.).

Comparação e metáfora são figuras distintas, devido à ausência ou não de nexos comparativos e ao estabelecimento de desvios de sentido do vocábulo. Também podem ocorrer as símiles híbridas, ou seja, a ocorrência de comparação e metáfora em um mesmo enunciado.

Leia também: Ironia – figura de linguagem que consiste em sugerir o contrário do que se afirma

Exemplos de comparação

“Meu coração tombou na vida tal qual uma estrela ferida pela flecha de um caçador.”

(Cecília Meireles)

Note a presença do nexo comparativo tal qual, em que o eu lírico estabelece analogia com “...estrela ferida pela flecha de um caçador.”

A comparação é um recurso linguístico bastante utilizado em diferentes tipos de textos.

Veja um exemplo de comparação na música “Como nossos pais”, gravada por Elis Regina e escrita por Belchior.

Você me pergunta Pela minha paixão Digo que estou encantada

Como uma nova invenção

Perceba a força expressiva do eu lírico ao utilizar a partícula como para colocar-se em um nível de encantamento semelhante às sensações que uma nova invenção pode provocar.

Comparação e metáfora são figuras distintas, devido à ausência ou não de nexos comparativos, pois, enquanto na metáfora ocorrem desvios de significação própria da palavra, na comparação ocorre o confronto de pessoas ou coisas, a fim de destacar-se características, semelhanças, traços comuns, visando a um efeito expressivo.

Comparação e metáfora são figuras distintas, devido à ausência ou não de nexos comparativos e ao estabelecimento de desvios de sentido do vocábulo.

Observe o exemplo, colhido em Crônicas escolhidas de Rubem Braga:

“O pavão é um arco-íris de plumas.”

A cauda armada do pavão forma um leque multicolorido, atribuindo a ela as semelhanças e encantamentos de um arco-íris, configurando assim um processo metafórico, pois não ocorrem nexos comparativos dentro da frase. Perceba que o efeito comparativo ocorre implicitamente ao ponto do sentido da palavra pavão ser desviado.

Agora, veja o exemplo com a inserção do elemento comparativo:

“O pavão é como um arco-íris de plumas.”

A força comparativa e expressiva ganhou destaque por conta da partícula como. Perceba que              o significado das palavras “pavão” e “arco-íris” não sofreu nenhum desvio. Dessa forma, não temos uma metáfora, mas uma figura de linguagem por símile ou comparação. Para saber mais sobre a figura de linguagem que estabelece a comparação implícita, leia: Metáfora.

Símile híbrida

Os estudos em torno da comparação e da metáfora descrevem um fenômeno conhecido como   símiles híbridas. Observe o enunciado:

A ponte para o infinito foi como um divisor de águas em minha vida.

Entenda que “ponte para o infinito” é uma metáfora que expressa os poderes de um livro, que, por sua vez, é comparado, por meio da partícula como, a um “divisor de águas…”. Sendo assim, identificamos a relação entre metáfora e comparação em um mesmo texto, configurando símile híbrida.

Veja também: O que são figuras de sintaxe?

Exercícios resolvidos

Questão 1 - (Uece 2015)

 A garagem de casa

Com o portão enguiçado, e num convite a ladrões de livros, a garagem de casa lembra uma biblioteca pública permanentemente aberta para a rua. Mas não são adeptos de literatura os indivíduos que ali se abrigam da chuva ou do sol a pino de verão. Esses desocupados matam o tempo jogando porrinha, ou lendo os jornais velhos que mamãe amontoa num canto, sentados nos degraus do escadote com que ela alcança as prateleiras altas. Já quando fazem o obséquio de me liberar o espaço, de tempos em tempos entro para olhar as estantes onde há de tudo um pouco, em boa parte remessas de editores estrangeiros que têm apreço pelo meu pai. Num reduto de literatura tão sortida, como bem sabem os habitués de sebos, fascina a perspectiva de por puro acaso dar com um livro bom. Ou by serendipity, como dizem os ingleses quando na caça a um tesouro se tem a felicidade de deparar com outro bem, mais precioso ainda. Hoje revejo na mesma prateleira velhos conhecidos, algumas dezenas de livros turcos, ou búlgaros ou húngaros, que papai é capaz de um dia querer destrinchar. Também continua em evidência o livro do poeta romeno Eminescu, que papai ao menos tentou ler, como é fácil inferir das folhas cortadas a espátula. Há uma edição em alfabeto árabe das Mil e Uma Noites que ele não leu, mas cujas ilustrações admirou longamente, como denunciam os filetes de cinzas na junção das suas páginas coloridas. Hoje tenho experiência para saber quantas vezes meu pai leu um mesmo livro, posso quase medir quantos minutos ele se deteve em cada página. E não costumo perder tempo com livros que ele nem sequer abriu, entre os quais uns poucos eleitos que mamãe teve o capricho de empilhar numa ponta de prateleira, confiando numa futura redenção. Muitas vezes a vi de manhãzinha compadecida dos livros estatelados no escritório, com especial carinho pelos que trazem a foto do autor na capa e que papai despreza: parece disco de cantor de rádio. 

(BUARQUE, Chico. O irmão alemão. 1 ed. São Paulo: Companhia das letras, 2014. p. 60-61.

Texto adaptado com o acréscimo do título.)

A obra O irmão alemão, último livro de Chico Buarque de Holanda, tem como móvel da narrativa a existência de um desconhecido irmão alemão, fruto de uma aventura amorosa que o pai dele, Sérgio Buarque de Holanda, tivera com uma alemã, lá pelo final da década de 30 do século passado. Exatamente quando Hitler ascende ao poder na Alemanha. Esse fato é real: o jornalista, historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Holanda, na época, solteiro, deixou esse filho na Alemanha. Na família, no entanto, não se falava no assunto. Chico teve, por acaso, conhecimento dessa aventura do pai em uma reunião na casa de Manuel Bandeira, por comentário feito pelo próprio Bandeira.

Foi em torno da pretensa busca desse pretenso irmão que Chico Buarque desenvolveu sua narrativa ficcional, o seu romance.

Sobre a obra, diz Fernando de Barros e Silva: “o que o leitor tem em mãos [...] não é um relato histórico. Realidade e ficção estão aqui entranhadas numa narrativa que embaralha sem cessar memória biográfica e ficção”.

O texto começa com o enunciado: “Com o portão enguiçado, e num convite a ladrões de livros, a garagem de casa lembra uma biblioteca pública permanentemente aberta para a rua” (ref. 1).

Escolha a opção INCORRETA em relação a esse enunciado.

a) Esse enunciado estabelece uma relação de semelhança entre garagem de casa e biblioteca pública.   

b) Nessa relação, garagem de casa é o elemento comparado e biblioteca pública é o elemento comparante.   

c) O que permite a comparação é a presença de traços de significação comuns aos dois elementos, no caso do texto, a porta aberta para a rua.    

d) Na comparação do texto, como em qualquer comparação, o termo comparante é menos expressivo do que o termo comparado.   

Resolução

Alternativa D. Numa relação de analogia, o termo comparante é sempre mais expressivo que o termo comparado. No segmento do enunciado, o termo comparado, “garagem da casa”, adquire uma significação mais expressiva do que o termo comparante, “biblioteca pública”, por transformar um espaço secundário da casa em outro de utilidade pública e cultural.

Questão 2 - (Uel)

Onde estás

É meia-noite... e rugindo

 Passa triste a ventania,

Como um verbo de desgraça,

Como um grito de agonia.

E eu digo ao vento, que passa

Por meus cabelos fugaz:

“Vento frio do deserto,

Onde ela está? Longe ou perto?”

Mas, como um hálito incerto,

Responde-me o eco ao longe:

“Oh! minh’amante, onde estás?...”

Vem! É tarde! Por que tardas?

São horas de brando sono,

Vem reclinar-te em meu peito

Com teu lânguido abandono!...

’Stá vazio nosso leito...

Stá vazio o mundo inteiro;

E tu não queres qu’eu fique

Solitário nesta vida...

Mas por que tardas, querida?...

Já tenho esperado assaz...

Vem depressa, que eu deliro

Oh! minh’amante, onde estás?...

Estrela — na tempestade,

Rosa — nos ermos da vida,

Íris — do náufrago errante,

Ilusão — d’alma descrida!

Tu foste, mulher formosa!

Tu foste, ó filha do céu!...

E hoje que o meu passado

Para sempre morto jaz...

Vendo finda a minha sorte,

Pergunto aos ventos do Norte...

“Oh! minh’amante, onde estás?”

(CASTRO ALVES, A. F. Espumas flutuantes. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005. p. 84-85.)

Assinale a alternativa que relaciona corretamente versos do poema a figuras de linguagem.

a) A comparação entre o vento e a amada é verificada nos versos “Mas por que tardas, querida?... / Já tenho esperado assaz...”.   

b) Em “Como um verbo de desgraça, / Como um grito de agonia.”, a antítese opõe a fugacidade do vento à tristeza da ventania.   

c) Os versos “Tu foste, mulher formosa! / Tu foste, ó filha do céu!...” comparam a amada à triste e fugaz ventania, pois ambas impedem seu brando sono.   

d) A comparação presente nos versos “Mas, como um hálito incerto, / Responde-me o eco ao longe:” reforça a ausência de resposta sobre o paradeiro da amada.   

e) A antítese, presente em todo o poema, é exemplificada pelos versos “... E hoje que o meu passado / Para sempre morto jaz...”.  

Resolução

Alternativa D. Enquanto que a antítese ocorre quando há uma aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos, a comparação aproxima dois termos entre os quais existe alguma relação de semelhança por meio de um conectivo (que, como).

Por Marcelo Sartel
Professor de Gramática

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