Quando pode ser utilizada durante a partida individual

A Marcação Individual tem como premissa a busca constante pelo “jogador a ser marcado” – o jogador “B” deve marcar o jogador “A” em todos os seus deslocamentos ofensivos; podendo ter como referencial não somente o jogador, mas também a “posição” do jogador (em outras palavras a marcação individual pode ser do tipo “homem a homem”, mas também pode ser do tipo “lateral pega lateral”, “volante pega meia” etc.).

A Marcação em Zona tem como premissa a otimização da ocupação dos espaços, impondo controle posicional regional e buscando obter vantagem numérica nos diversos setores do campo de jogo.

A Marcação Mista é aquela que tem como premissa a utilização da Marcação Individual e da Marcação Zona em situações diferentes e específicas do jogo, alternando-as de acordo com essas situações.

A Marcação Híbrida apresenta características da Marcação Individual e em Zona ao mesmo tempo, tendo como premissa a utilização da Marcação Individual e a Marcação Zona de acordo com estratégias bem definidas para a recuperação da posse da bola.

Para qualquer uma dessas marcações há ainda, de acordo com a forma de recuperação da posse da bola, a marcação ativa, a passiva e a mista; e para cada uma delas cinco linhas regionais (FIGURA 1) de referência para o início propriamente dito da estratégia de recuperação da bola.

A marcação ativa é aquela que busca “atacar” a bola na tentativa de recuperá-la mais rapidamente. A marcação passiva é aquela que busca “forçar” o adversário ao erro quando ele está de posse da bola.

Então dentro dessas subdivisões (meramente didáticas) poderíamos encontrar 60 combinações possíveis de modelos de marcação (Ex: Marcação Individual ativa na linha 1;Marcação Individual ativa na linha 2;Marcação Individual ativa na linha 3; Marcação Individual ativa na linha 4;Marcação Individual passiva na linha 1; Marcação Mista ativa linha 3; Marcação Híbrida passiva linha 4; etc.).

Para cada um desses modelos é possível que se defina diversas estratégias que, de acordo com sua lógica, podem modificar totalmente as dinâmicas do jogo.

Por exemplo, podemos ter uma Marcação Zona Passiva na linha 4 do tipo “Triângulo”, uma do tipo “Duas Linhas de Quatro” ou em “Cinco Faixas” (dentre tantas outras). Podemos ter, por exemplo, uma Marcação Individual Ativa na linha 1 do tipo “Pressão no Homem da Bola”, “Pressão Relativa” ou “Pressão Total” (dentre tantas outras). O mesmo vale para as Marcações Mistas ou Híbridas.

Com maior ou menor intensidade todas elas tem vantagens e desvantagens, exigindo mais ou menos intensidade de concentração; porém todas elas para não se tornarem reféns dos seus próprios problemas precisam ser discutidas, entendidas e bem estruturadas. É necessário porém de se destacar que a complexidade de uma Marcação Zona é maior do que a Individual; a Mista maior do que a Zona e a Híbrida maior que a Mista. A complexidade envolve todas as variáveis que interferem e/ou sofrem interferência do tipo de marcação adotada.

Infelizmente nossos atletas (no Brasil) são pouco estimulados a compreender as variações e implicações que surgem para cada tipo de sub-sistema de marcação que pode ser empregado em um modelo de jogo (e isso tem que começar com urgência nas categorias de base). Felizmente a inteligência dos nossos jogadores (seres humanos que são) dá a eles ferramentas para se adaptarem as novas situações estratégico-táticas quando vão para a Europa e quase na “marra” precisam apreender novas formas para o “jogar” (e felizmente para nós brasileiros, é possível que esse aprendizado fora do Brasil esteja colaborando e muito para nosso desempenho nas Copas do Mundo Fifa de Futebol).

Exemplos de exercícios para treinamentos específicos de marcação (devo lembrar que os exercícios que não representam momentos de um processo, de nada servirão se trabalhados isoladamente em um momento qualquer)

EXERCÍCIO: Protegendo a “zona de acesso” (prof. Rodrigo Leitão)

Exemplo de exercício de treinamento para um tipo de Marcação em Zona para linhas 3 e 4 que pode ser usada independente da Plataforma de Jogo utilizada. É uma marcação do tipo “Fechar o Meio” onde o objetivo principal é marcar a todo custo a faixa defensiva central do campo, levando o adversário para as laterais.

Versão 1.0:

Equipes jogam (7+Goleiro)x(7+Goleiro) (em posição). Marca ponto a equipe que conseguir receber a bola ou entrar conduzindo na região demarcada.

(se houver mais de duas equipes: sugestão = a cada 5 minutos sai a equipe que perdeu o jogo). Os goleiros defendem a “Zona de Acesso” dentro da grande área com as mãos. Quando a equipe conseguir marcar ponto, a bola recomeça com o goleiro.

Versão 2.0:

Mesmo jogo. Mas agora marcam pontos também ao fazer gols. Quando marcarem pontos, não mais o jogo recomeça com o goleiro. Agora segue normal.

Versão 3.0:

Mesmo jogo da v2.0, mas agora vale ponto também qualquer finalização da região delimitada.

Versão 4.0:

Agora a “Zona de Acesso” virou “Continente de Acesso”. Ela compreende a região demarcada + a grande área toda. Praticar primeiro com as regras da v1.0, depois v2.0 e por fim v3.0.

Para cada versão à sugestão processual : iniciar 7×7 (+goleiros); depois 8×7 (+goleiros); depois 8×8 (+goleiros); depois 10×10 (+goleiros) e por fim 10×9 (+goleiros).

Exercício: Passando a bola no campo inimigo – com pontuação e eliminação (prof. Rodrigo Leitão)

Exemplo de exercício para treinamento de Marcação Individual a partir da Linha 3.
Jogo em campo com dimensões normais. Equipe vermelha versus equipe amarela. Jogo normal onde se marcam pontos de duas formas:

Se uma equipe fizer gol marcará 1 ponto;

Se uma equipe conseguir dar 10 passes no campo de defesa do adversário também marcará 1 ponto.

Cada jogador de cada equipe deverá ter como tarefa marcar um atleta correspondente da equipe adversária (lateral direito marca o lateral esquerdo, zagueiro marca atacante, etc). Se um jogador permitir que o seu correspondente a ser marcado receba a bola no seu campo de defesa (da equipe que marca) por três vezes (na mesma seqüência de ataque)estará eliminado do jogo por “n” minutos.

O jogo deve ser realizado em 11 contra 11.

Cada jogador que for temporariamente “eliminado” deverá ser substituído por um atleta que estará de fora (fora do jogo) esperando (da mesma posição ou não).

Uma variação possível:

Ao invés de ter um jogador eliminado, o jogador que conseguir receber a bola três vezes no campo defensivo do adversário (na mesma seqüência de ataque) marcará ponto para a sua equipe.

No basquete, não basta contar com bons arremessadores. Se a equipe não tiver um sistema defensivo bem armado, as vitórias ficarão mais distantes.

Por isso, entre os tipos de marcação no basquete, é necessário definir qual deve ser executado e o que precisa ser feito para neutralizar as melhores jogadas do adversário.

Fique com a gente para entender melhor como marcar no basquete, quais são os sistemas defensivos e as vantagens e desvantagens de cada um deles!

Tipos de marcação no basquete

  • Marcação individual
  • Marcação por zona
  • Marcação mista

Há dois tipos de defesa básicos no basquete. A marcação por zona determina áreas na quadra que serão cobertas por cada jogador enquanto a posse de bola é do time adversário. Já na marcação individual, cada atleta é responsável por acompanhar um determinado jogador. 

A marcação mista usa características tanto da defesa individual quanto da marcação por zona. Assim, para ser bem executada, é necessário muito treinamento.

O tipo de marcação ideal é aquele que neutraliza os trunfos ofensivos do adversário. Para definir qual sistema defensivo deve ser utilizado, é necessário levar em consideração vários critérios, e isso depende de cada equipe e quem é seu oponente.

Além de analisar as características ofensivas do adversário, o treinador deve avaliar qual o potencial de seu time em relação à força física, altura dos jogadores, velocidade e mobilidade.

Confira, a seguir, mais explicação sobre os diferentes estilos de defesa no basquete!

Marcação individual

Kawhi Leonard é considerado um dos melhores defensores da NBA

A marcação individual no basquete é utilizada quando um jogador de defesa marca “homem a homem” um atleta da equipe adversária. Ou seja, cada defensor deve acompanhar especificamente um jogador do time que tem a posse de bola. 

Normalmente, a definição de qual jogador deverá ser marcado por cada defensor leva em consideração as posições dos atletas no time e também a altura. 

Atletas mais baixos tendem a ter dificuldades em parar adversários altos e fortes. Já os grandalhões podem se complicar com a agilidade dos baixinhos.

O objetivo da marcação individual é que cada defensor impeça o atacante de pontuar. Contudo, é válido destacar que esse trabalho continua sendo coletivo, para garantir que a equipe consiga neutralizar o adversário mesmo quando as movimentações em quadra provocarem trocas na marcação.

Alguns fatores são fundamentais para que uma marcação individual seja bem executada:

  • Equilíbrio defensivo: mesmo no ataque, a equipe deve pensar em como será feita a volta para a defesa, para evitar sofrer contra-ataques e bandejas;
  • Postura: o defensor deve estar sempre posicionado entre o adversário e a cesta, com os joelhos levemente flexionados, sem encostar os calcanhares no chão. É importante também utilizar os braços para dificultar as ações de quem tem a posse de bola.
  • Pressão: pressionar a bola depende das características do adversário e também das estratégias adotadas pelo treinador para neutralizar quem tem a bola. O ideal é que a pressão obrigue o adversário a fazer o passe.
  • Flutuação: ainda que a marcação seja individual, um jogador pode ajudar seu companheiro que foi superado pelo adversário que ele marcava. Assim, é preciso “flutuar” entre o oponente que está sendo marcado e a bola, para fazer trocas na marcação se necessário.
  • Ajuda na marcação: como consequência da flutuação, a ajuda é utilizada para que um jogador “dobre” a marcação sobre quem tem a posse de bola. Se for bem executada, ela obriga o adversário a fazer o passe.
  • Recuperação: quando é realizada a ajuda na marcação, dois jogadores marcam um mesmo adversário. Consequentemente, um oponente ficará livre. Na recuperação, o atleta que fez a ajuda deve recuperar seu posicionamento, mas sempre se preocupando em adotar a postura correta e sem saltar, para que não haja um corte e um desequilíbrio defensivo, ou até uma falta.
  • Defesa de bloqueio: a equipe que ataca tende a fazer bloqueios na marcação para impedir que o marcador fique próximo de quem tem a posse de bola. Assim, a equipe que defende deve analisar qual estratégia adotar. O marcador de quem realiza o bloqueio pode trocar a marcação e passar a acompanhar o adversário que tem a posse da bola ou os dois defensores podem “dobrar” a marcação sobre o atacante que tem a bola, tentando isolá-lo.
  • Dobra no pivô: a ajuda na marcação ou “dobra” pode ser feita quando o pivô ou outro atacante está perto da cesta com a posse de bola e tem vantagem física sobre seu marcador. Nesse caso, a defesa deve estar atenta para a recuperação, já que a dobra no pivô deixará um jogador livre para receber a bola no perímetro e fazer o arremesso. 
  • Rebote: se a marcação individual for bem executada, a equipe que ataca será obrigada a fazer o arremesso sem o posicionamento ideal para não “estourar” os 24 segundos de posse de bola. Assim, é fundamental que os defensores estejam atentos ao rebote, com o posicionamento que afaste os adversários do aro e, assim, possam saltar para pegar a bola.

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Marcação por zona

Enquanto na marcação individual cada jogador se responsabiliza por acompanhar um adversário, na marcação por zona os atletas são responsáveis por defender uma área (ou zona) da quadra.

Como vantagens, a marcação por zona no basquete: 

  • diminui o desgaste físico; 
  • impede infiltrações; 
  • melhora o posicionamento para o rebote defensivo;
  • mantém a equipe preparada para puxar um contra-ataque após o rebote.

Em contrapartida, a marcação por zona permite uma vulnerabilidade defensiva se a equipe que tem a posse de bola se posicionar de uma forma que explore espaços abertos na quadra. Isso pode ser feito com a concentração de mais jogadores nas zonas onde houver menos defensores.

Outra desvantagem da marcação por zona é a vulnerabilidade para arremessos de 3. Enquanto esse sistema bloqueia as infiltrações, ele permite que os adversários, com uma rápida troca de passes, consigam ficar livres para chutes do perímetro. Assim, a marcação por zona deve ser bem treinada para não ser passiva e conseguir bloquear os bons arremessadores.

Na marcação por zona, há diferentes posicionamentos que podem ser adotados.

Marcação 3×2

Na marcação 3×2, três defensores ficam posicionados em linha na parte superior do garrafão, enquanto os outros permanecem mais próximos à cesta, concentrando-se em pegar rebotes.

Esse posicionamento defensivo é utilizado quando a equipe conta com pivôs altos, que podem pegar mais rebotes e ligar o contra-ataque rapidamente para os outros três atletas posicionados no topo do garrafão. 

Marcação 2×3

No sistema de marcação por zona 2-3, dois defensores ficam no topo do garrafão

Na marcação por zona 2×3, três jogadores ficam mais próximos à cesta, enquanto os outros dois se posicionam na parte superior do garrafão.

Com esse posicionamento, é esperado que os três jogadores próximos ao aro compensem uma dificuldade da equipe em pegar rebotes. Já os outros dois devem evitar as infiltrações.

Marcação 1x3x1

Com a marcação 1-3-1, três jogadores ficam em linha e os outros dois nos extremos

Em outro tipo de marcação por zona, a defesa forma uma cruz. Enquanto três defensores ficam em linha no meio do garrafão, os outros dois se posicionam nos extremos (um mais próximo da cesta e o outro no topo do garrafão).

Esse sistema defensivo costuma ser indicado para neutralizar times que contam com dois bons pivôs, que triangulam e trocam de posições. Essa movimentação será dificultada justamente pela linha de três defensores no meio do garrafão.

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Marcação mista

A defesa mista usa, simultaneamente, características tanto da defesa individual quanto da marcação por zona. Normalmente, é utilizada quando a equipe adversária tem um desnível entre o potencial de pontuação de seus jogadores.

Dessa forma, os adversários que pontuam mais são marcados individualmente. Já os demais são defendidos por zona. 

Há três modelos mais comuns de marcação mista no basquete.

Box One

Toronto Raptors usou marcação Box One para parar Stephen Curry na final da NBA na temporada 2018/2019

Na marcação Box One, quatro jogadores de defesa se posicionam formando uma caixa (box, em inglês) ou um quadrado. O quinto defensor é responsável por marcar individualmente e isolar o adversário considerado mais perigoso.

Enquanto “box” faz menção à caixa e a cobertura de quatro lados, o termo “one” é utilizado para se referir ao craque do time adversário que demanda uma marcação individual.

Diamond One

Assim como na defesa Box One, o sistema de marcação Diamond One tem o objetivo de isolar um adversário, geralmente o craque da equipe. Porém, em vez de formar um quadrado, os quatro defensores que marcam por zona passam a formar um losango ou um diamante (diamond).

Dessa forma, enquanto um jogador faz a marcação individual, os outros quatro se posicionam em 1-2-1. 

Triangule Two

No Triangule Two, dois defensores marcam individualmente, enquanto os outros três marcam por zona. Esse trio forma um triângulo, em um posicionamento 1-2.

O objetivo desse sistema defensivo é impedir que os dois jogadores marcados individualmente pontuem, enquanto o triângulo tenta evitar que os outros adversários façam bandejas.

Rest One

A marcação Rest One é contrária à Box One e, dificilmente, é encontrada em basquete de alto nível, sendo mais comum em categorias de base.

Aqui, em vez de haver um craque a ser neutralizado, há um jogador fraco tecnicamente e que será preterido na marcação.

O defensor que deveria acompanhar esse atleta que “sobrará” fica posicionado dentro do garrafão, para pegar rebotes e fazer a flutuação quando necessário. Já os outros quatro marcam individualmente. 

Match-up

Na defesa Match-up, há uma variação da marcação mista Box One. 

A defesa também se posiciona com quatro jogadores em zona e um marcando individualmente. Mas, em vez de a marcação individual acontecer apenas sobre um jogador, a defesa marca individualmente sempre quem está com a posse de bola, enquanto os demais defensores seguem organizados em zona.

Esse modelo é utilizado em basquete de alto nível e depende de muito treinamento. A observação de jogos anteriores do adversário pode ser determinante para entender momentos certos de variação na marcação.

Em alguns momentos específicos da partida, como o fim dos quartos, é comum que haja uma marcação pressão em toda a quadra, sempre pressionando o jogador que tem a posse de bola. Contudo, por gerar muito desgaste físico, ela não é utilizada por períodos longos no decorrer de um jogo.

Fato é que, entre todos os tipos de marcação no basquete, o mais eficiente será aquele que for bem treinado, explorar as melhores características dos defensores e conseguir neutralizar os pontos fortes dos adversários. E essa missão não é fácil!

Agora que você já conhece tudo sobre sistemas defensivos de basquete, aproveite para alimentar sua paixão pelo esporte com outros conteúdos:

*Última atualização em 3 de outubro de 2019

Gustavo Andrade é jornalista, com MBAs em Comunicação e Marketing Digital e Gestão de Negócios. Foi repórter do UOL Esporte e do Superesportes, portal dos Diários Associados. Cobriu a Copa das Confederações de 2013, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Fanático por esportes, acredita que informação é fundamental até para um bom debate de boteco!

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