Qual é o tema comum aos dois materiais qual problema da cidade e retratado nos dois textos

1. Qual é o tema comum aos dois textos?

2. Destaque de ambos os textos os elementos comuns na descrição da mulher.

3. Quais são os elementos comuns na descrição do ambiente que envolve a mulher?

4. A forma como é retratada a mulher no poema do parnasiano Alberto de Oliveira traz certas características do Romantismo. No entanto, ao compará-lo com “Soneto”, de Álvares de Azevedo, é possível verificar certas diferenças que evidenciam elementos próprios da estética parnasiana.

a) Qual das duas mulheres é retratada com maior sensualidade?

b) Qual das duas mulheres parece mais irreal, quase uma estátua dada apenas à observação do poeta?

escuma: espuma.

resvalar: escorregar, cair; tocar.

em suma: resumidamente.

bruma: nevoeiro.

Olimpo: habitação das divindades gregas.

garço: esverdeado.

rútilo: brilhante; esplendoroso.

esparto: usado aqui com o sentido figurado de dourado.

c) Agora, analise atentamente a forma dos dois poemas. Ambos são sonetos, mas há clara diferença na distribuição das palavras nos versos. Em qual dos poemas os versos parecem menos entrecortados pela pontuação, com emprego de menos recursos sintáticos como hipérbato e anacoluto, por exemplo?

d) Explique, então, quais são os elementos claramente parnasianos que marcam a construção do poema “Última deusa”.




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Qual é o tema comum aos dois materiais qual problema da cidade e retratado nos dois textos
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Page 2

Manual do
Professor

1a edição


Curitiba, 2016

Vivá Língua Portuguesa - Volume 2

© 2016 - Elizabeth Campos, Paula Marques, Silvia Andrade
Direitos de publicação

© 2016 Editora Positivo Ltda.


Direção de programas de Márcia Takeuchi
governo e governança editorial

Gerência editorial Sandra Cristina Fernandez

Supervisão editorial Emílio Satoshi Hamaya

Edição Ana Paula Enes, Fabio Rocha, Lúcia Leal, Maria Helena Ribas Benedet, Maurício Baptista Vieira, Valéria Franco Jacintho

Assistência editorial Emilia Yamada, Karina Miquelini

Revisão Kátia Scaff Marques (superv.), Thais Dassi

Supervisão de arte Juliano de Arruda Fernandes

Edição de arte Rafael Gentile (coord.), Heidy Clemente

Capa Megalodesign

Projeto gráfico Pedro Gentile com ilustrações de Daniel Cabral

Editoração eletrônica Studio Layout

Supervisão de iconografia Janine Perucci

Iconografia Carla Cristina Andrequetto

Produção gráfica Danilo Marques da Silva

Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)

(Maria Teresa A. Gonzati/CRB 9-1584/Curitiba, PR, Brasil)

ISBN 978-85-467-0720-1 (Livro do estudante)

ISBN 978-85-467-0721-8 (Manual do professor)

1ª edição

2016


Todos os direitos reservados à

Editora Positivo Ltda.

R. Major Heitor Guimarães, 174

80440-120 – Curitiba – PR

Fale com a gente: 0800 723 6868

Site: www.editorapositivo.com.br


Impressão e acabamento:

Gráfica Posigraf S.A.

R. Senador Accioly Filho, 500

81310-000 – Curitiba – PR

E-mail:

C198 Campos, Elizabeth.

Vivá : língua portuguesa : volume 2 : ensino médio / Elizabeth Campos, Paula Marques, Silvia Andrade. – Curitiba : Positivo, 2016.

: il. (Coleção Vivá)

1. Língua portuguesa. 2. Ensino médio – Currículos. I. Marques,

Paula. II. Andrade, Silvia. III. Título.

CDD 373.33




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Page 3

Como escolher o curso de graduação que combina com a sua personalidade

É na adolescência, época da vida marcada pelas grandes transformações físicas e comportamentais, que surge a necessidade da escolha da profissão. Alguns até acham injusto um jovem com pouca idade ter a responsabilidade de optar por algo tão importante para o futuro.

Mas de acordo com o professor do curso de Psicologia da Universidade Feevale, Marcus Levi Lopes Barbosa, trata-se menos da idade e mais das tarefas que o adolescente já concluiu para tomar a decisão. Para ele, o jovem só está pronto para escolher quando sabe, com clareza, o que pretende fazer. Quando ainda existe algum tipo de dúvida, é melhor pensar um pouco melhor.

— De um lado [...], muitos adolescentes chegam às vésperas do vestibular com poucos elementos para uma boa tomada de decisão. Isso contribui para uma escolha imatura e, por consequência, altos índices de evasão no ensino superior e frequentes trocas de curso logo nos primeiros semestres da formação universitária. Por outro, há escolas e pais que investem em uma boa educação para a carreira, fomentam o autoconhecimento e informam sobre o mercado de trabalho. Se o adolescente conseguiu aproveitar toda esta estrutura e chegou ao final do ensino médio capaz de fazer uma escolha, esta pode ser sim a época adequada para a tomada de decisão.


O que o estudante tem que ter em mente é que a escolha do curso não pode ser feita de forma impulsiva: ela é um processo que deve começar bem antes das provas do vestibular. Para isso, três aspectos devem ser observados:

1) Autoconhecimento: as habilidades e inabilidades podem indicar um grupo de cursos mais apropriados para uma pessoa. Respostas para perguntas como “Quais são as minhas habilidades?”, “Eu sou bom em quê?”, “O que eu faço com mais facilidade e o que desperta meu interesse?” podem contribuir para a tomada de decisão. Além disso, saber os pontos fracos também ajuda. [...]

2) O conhecimento que se tem em relação às profissões: Muitos vestibulandos escolhem o curso com base em uma visão estereotipada, romantizada ou fantasiosa. Barbosa diz que uma boa tomada de decisão não deve vir de peças de ficção (por exemplo: “vi um filme de um julgamento e me apaixonei pelo Direito”). Ou ainda, basear a escolha no imaginário social de uma atividade (por exemplo: “o repórter é famoso porque aparece na televisão”). A decisão deve vir da realidade. Por isso, conversar com profissionais da área pretendida e visitar o local de trabalho para ver como as coisas acontecem no dia a dia são medidas muito úteis para o processo de escolha profissional.

3) O conhecimento sobre o mercado de trabalho: O mercado de trabalho é dinâmico e se transforma muito rápido. [...] Portanto, não faz sentido escolher um curso apenas pela vontade se não haverá campo de atuação nos próximos anos.



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Page 4

As obras de arte e seu contexto de produção

Ao comparar essas obras de artistas distintos, um deles de época mais distante, você teve a oportunidade de perceber que os trabalhos de épocas mais próximas entre si apresentam indícios de uma situação social semelhante, pois pertencem à produção artística de um mesmo período — no caso, nosso tempo — e estão envolvidas nas possibilidades e nos questionamentos desse momento histórico. Também pôde notar que, mesmo assim, a representação dessa realidade ganha expressões diferentes na obra de cada artista.

Você pode ter uma ideia melhor disso voltando à atividade inicial deste capítulo. Se todos os alunos da turma se desenvolvessem como artistas, mais tarde pesquisadores se ocupariam em entender as características da obra de cada um de vocês e procurariam agrupá-las por semelhança. Ao descrever esse painel artístico, traçariam um panorama da época em que você e seus colegas viveram, e esse panorama seria o mesmo para todos. As diferenças seriam apontadas por artista, pois as obras sofreriam variações de diversos tipos, como já comentado. Ainda assim estariam inseridas em um conjunto e seriam influenciadas, como um todo, por um contexto de época.



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Texto 4

A demanda do santo Graal

25.
Como os da mesa redonda tiveram a graça do santo Graal

Grande foi o prazer e a alegria que os cavaleiros da távola-redonda tiveram aquele dia, quando se viram todos reunidos. E sabei que, desde que a távola redonda começou, nunca todos assim foram reunidos, mas aquele dia, sem falha, aconteceu que estavam lá todos, mas depois, nunca de novo estiveram.

Contra a noite, depois de vésperas, quando se assentaram às mesas, ouviram vir um trovão tão grande e espantoso, que lhes semelhou que todo o paço caía. E logo depois que o trovão deu, entrou uma tão grande claridade, que tornou o paço dois tantos mais claro que era antes. E quantos no paço estavam sentados, logo todos foram repletos da graça do Espírito Santo e começaram a olhar uns aos outros, e viram-se muito mais formosos, muito mais do que costumavam ser, e maravilharam-se muito do que aconteceu e não houve quem pudesse falar por muito grande tempo, antes estavam calados e olhavam-se uns aos outros. E eles assim estando sentados, entrou no paço o santo Graal, coberto de um veludo branco; mas não houve um que visse quem o trazia. E assim que entrou, foi o paço todo repleto de bom odor, como se todos os perfumes do mundo lá estivessem. E ele foi para o meio do paço, de uma parte e da outra, ao redor das mesas. E por onde passava, logo todas as mesas ficavam repletas de tal manjar, qual em seu coração desejava cada um. E depois que teve cada um o de que houver mister a seu prazer, saiu o santo Graal do paço que ninguém soube o que fora dele, nem por qual porta saíra. E os que antes não podiam falar, falaram então. E deram graças a Nosso Senhor, que lhes fazia tão grande honra e os confortara e abundara da graça do santo Vaso. [...] E o rei disse aos que perto dele estavam:

— Com certeza, amigos, devíamos muito estar alegres, que Deus nos mostrou grande sinal de amor, que em tão boa festa como hoje, de Pentecostes, nos deu a comer de seu santo celeiro.





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Page 6

As crônicas de Fernão Lopes

Durante a Idade Média, eram comuns os chamados cronicões, registros de fatos em ordem cronológica redigidos nos mosteiros.

Com Fernão Lopes (c. 1380-c. 1459), entretanto, a função de cronista torna-se mais abrangente e até se confunde com a de historiador. Em 1434, ele foi nomeado cronista-mor do reino de Portugal, com a missão de pesquisar e organizar em crônicas a história dos reis portugueses.

Nas crônicas que produziu, Fernão Lopes concentrou-se nas façanhas dos reis, porém mostrando-os como seres humanos, não como seres supremos. Além disso, fala sobre a vida do trabalhador das aldeias, as festas populares; enfim, apresenta o povo, que pela primeira vez é mencionado em textos oficiais, e coloca-o como agente da história. Por sua visão de mundo, Fernão Lopes é considerado representante do Humanismo e o ano de 1434, o marco inicial desse movimento em Portugal.

As principais crônicas de Fernão Lopes são: Crônica de El-Rei D. Pedro I (da dinastia de Borgonha), Crônica de El-Rei D. Fernando (da dinastia de Borgonha) e Crônica de El-Rei D. João (da dinastia de Avis).

Leia este fragmento de uma crônica de Fernão Lopes.


Imprensa

Em 1455, o alemão Johannes Gutenberg (c. 1400-1468) criou as letras de chumbo, conhecidas como tipos móveis, que deram origem às primeiras gráficas. Também se atribui a ele o aperfeiçoamento da máquina de impressão conhecida como prensa.

Gutenberg possibilitou a difusão dos clássicos greco-romanos, da Bíblia e de outras obras até então manuseadas apenas pelos monges copistas dentro de mosteiros e abadias.

©Wikimedia Commons/vlasta2

[...]

Jazia el-Rei em Lisboa uma noite na cama e não lhe vinha sono para dormir.

E fez levantar os moços, e quantos dormiam no paço; e mandou chamar João Mateus e Lourenço Palos, que trouxessem os trombas de prata. E fez acender tochas, e meteu-se pela vila em dança com os outros.

As gentes, que dormiam, saíam às janelas, a ver que festa era aquela ou por que se fazia; e quando viram daquela guisa el-Rei, tomaram prazer de o ver assim ledo. E andou el-Rei assim gram parte da noite, e tornou-se ao paço em dança, e pediu vinho e fruta e lançou-se a dormir...

[...]

Réplica da prensa de Johannes Gutenberg, exposta no International Printing Museum, localizado na cidade estadunidense de Carson. Fotografia de 2009.

tromba: trompa ou trombeta, instrumento musical de sopro.

guisa: maneira, modo.

ledo: alegre, contente.

gram: grande.


LOPES, Fernão. In: MOISÉS, Massaud, op. cit.

Soud/Arquivo da editora



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Page 7

Características do Classicismo

▸ Resgate dos modelos greco-romanos. A valorização da arte e do pensamento dos antigos gregos e romanos, iniciada pelos humanistas nos séculos XIV e XV, aprofundou-se nos séculos seguintes. Os artistas do Renascimento inspiravam-se no trabalho dos autores clássicos, considerados modelos de perfeição estética. Retomaram então valores como a natureza, a simetria e o equilíbrio das composições, além de buscarem desenvolver temas da mitologia greco-romana.

▸ Racionalismo e antropocentrismo. Buscava-se ainda, como os antigos gregos, valorizar o raciocínio, e não a fé, considerar o ser humano como centro do mundo, não mais Deus e a Igreja. O antropocentrismo renascentista favoreceu o desenvolvimento da mentalidade científica. Nomes como Giordano Bruno, Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Leonardo da Vinci, entre outros, foram responsáveis pela revolução científica e filosófica ocorrida na época.


No período do Renascimento, as grandes potências europeias da época ambicionavam ter o controle das rotas marinhas voltadas para a busca por especiarias no Oriente. Daí procurarem traçar rotas marinhas e terrestres que facilitassem a negociação e o deslocamento dessas mercadorias. Como consequência, os europeus cada vez mais empurravam suas frotas para o Leste. É nesse contexto que ocorre a viagem de Vasco da Gama (?-1524) cantada por Camões em Os lusíadas.

©Wikimedia Commons/Vmuseu do vaticano

Prof., veja informações sobre esta obra de Sanzio no CAP.


Rafael Sanzio. Escola
de Atenas, 1509-1511.
Afresco. Dimensões:

5 m × 7 m.



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Os documentos sobre o Brasil

Relatos de viagem

O relato de viagem foi um dos gêneros mais produzidos no período das Grandes Navegações.

Mesmo que algumas obras dessa época tenham mais valor histórico do que artístico, elas marcam o início de nossa literatura. Não se trata ainda de uma literatura verdadeiramente brasileira (mesmo porque a própria ideia de nação mal havia se formado), mas representa, pelo menos, uma produção sobre o Brasil e feita no Brasil, que inclui relatórios de viagem, cartas, diários, poemas, tratados descritivos, peças de teatro e documentos administrativos ou religiosos. Seus autores eram principalmente pessoas que viajavam para cá (e voltavam ou não à Europa): portugueses a serviço do rei (navegadores, cronistas, escrivães e cartógrafos que participavam das expedições de reconhecimento à nova terra), missionários, aventureiros alemães, franceses e italianos.




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Page 9

Características da literatura barroca

Para exprimir o mundo contraditório e instável da época, os autores barrocos recorriam a uma linguagem rebuscada, repleta de figuras de linguagem, e a uma tortuosidade do raciocínio que hoje podem tornar seus textos de difícil entendimento. Devemos pensar, entretanto, em quem eram os leitores da época: eram poucos, certamente; a circulação dos textos literários estava restrita às universidades, à corte e à academia (grupos de escritores e poetas que se reuniam para leituras conjuntas e disputas literárias). Portanto, tratava-se de leitores aptos a compreender e apreciar uma linguagem altamente elaborada.

Vamos conhecer a seguir algumas características da literatura barroca.


Originalmente, a palavra barroco significava “pérola de superfície irregular”. Com o tempo, porém, passou a se aplicar à pintura, à escultura, a obras arquitetônicas rebuscadas, de muitas linhas curvas e formas contrastantes, que começaram a tomar o lugar das obras classicistas. Mais tarde, o nome barroco foi atribuído a toda a cultura do período.

concílio: reunião de dignitários católicos, especialmente bispos, presidida pelo papa, para tratar sobre questões de fé, costumes, doutrina ou disciplina eclesiástica.

▸ Contrastes. O Barroco é fruto de uma época em que as pessoas se debatiam entre os valores espirituais da Igreja e os valores burgueses, como o amor carnal, o dinheiro e a posição social, entre outros. Esse duelo propicia o surgimento de uma arte que busca conciliar visões opostas: espírito × carne, perdão × pecado, céu × terra, virtude × prazer, etc. Na pintura, esse contraste aparece no emprego do claro-escuro; na escultura, no exagero de relevos.

Michelangelo M. da Caravaggio/novo palácio de postdam, parque Sanssouci, Potsdam, alemanha



Caravaggio. A dúvida de São Tomé, c. 1600. Óleo sobre tela. Dimensões: 107 cm × 146 cm. Observe o trabalho do artista com a luz, que se dirige toda para a ferida de Cristo, no lado esquerdo da tela.

▸ Descontentamento. Um tema comum na literatura barroca é o descontentamento provocado pela constatação de que tudo no mundo é instável. O belo torna-se feio, tudo o que vive acaba morrendo, e o ser humano, que não pode alterar essa realidade, sente-se pequeno e miserável. Daí vem outro tema barroco: a submissão à religião e a entrega da felicidade humana às mãos de Deus. Nas artes visuais, a entrega a Deus aparece nas imagens do céu, mais claras e gloriosas do que as terrenas, representadas como tristes e sofridas.

O autor barroco deseja mostrar o poder de Deus para aproximar-se dele e deixar de sentir-se tão inferior; quer manter a arte como algo maior, não para o grande público, tido como “vulgar”. Por isso, abusa de ideias rebuscadas, faz jogos de palavras, emprega inúmeras antíteses e paradoxos.



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Page 10

Da brevidade enganosa da vida

Luís de Gôngora


Menos solicitou célere seta

destinado sinal, que morde aguda;

agonal carro pela areia muda

não coroou com mais silêncio meta,


que pressurosa corre, que secreta,

em seu fim, nossa idade. A quem se iluda,

fera que seja de razão desnuda,

cada Sol repetido é um cometa.
Reconhece-o Cartago, e tu o ignoras?

Perigo corres, Lício, se porfias

em seguir sombras e abraçar enganos.

Mal te perdoarão a ti as horas:

as horas que limando estão os dias,

os dias que roendo estão os anos.

Diego Velásquez/Museum of Fine Arts, Boston, estados unidos


Diego Velázquez. Dom Luís de Gôngora, 1622. Óleo sobre tela. Dimensões: 51 cm × 41 cm.

In: HORTA, Anderson Braga; VIANNA, Fernando Mendes; RIVERA, José Jeronymo (Org.). Poetas do século de ouro espanhol / Poetas del siglo de oro español. Brasília: Thesaurus; Consejería de Educación y Ciência de la Embajada de España, 2000. p. 219.

a) Aponte características formais desse poema de Gôngora que justifiquem sua inserção na corrente cultista do Barroco.

b) Se comparado com essa composição de Gôngora, o poema de Gregório de Matos em estudo tem características cultistas? Justifique.




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Page 11

Habilidades leitoras

Para ler a entrevista, você precisou:

▸ identificar características do suporte de circulação do texto e o contexto de produção;

▸ identificar o público da revista e o entrevistado;

▸ identificar o recorte adotado para a formulação e seleção de perguntas ao entrevistado;

▸ identificar aspectos interacionais de uma entrevista;

▸ inferir certas informações do texto;

▸ identificar elementos linguísticos responsáveis pelos efeitos de sentido de verdade em trechos argumentativos da entrevista;

▸ comparar o tratamento dado ao tema trabalho exaustivo ou estresse no trabalho por duas diferentes revistas a fim de ter mais claro que um tema pode ganhar diferentes abordagens, dependendo do público a que se destina e dos objetivos de uma publicação.

Texto 2

Em uma reportagem jornalística, o recurso a consultas a especialistas pode ser uma estratégia para dar credibilidade ao ponto de vista defendido pela publicação. O texto que você vai ler é uma reportagem sobre alimentação saudável que faz uso dessa estratégia.

Três ideias para colher saúde

Nunca as pessoas se preocuparam tanto em comer direito — e não apenas para perder ou manter o peso. Agora os ventos sopram a favor da busca por uma comida natural, que reforce a imunidade e ainda ajude a salvar o planeta. Afinal, se vamos viver mais, como prevê a ciência, que a nossa longa jornada seja melhor e saborosa

Thais Cavalheiro e Ulrica d'Orey

Há uma revolução silenciosa em curso. Ela diz respeito ao que colocamos no prato e mexe com nossas crenças a respeito de alimentação. Também nos obriga a refletir sobre como o que comemos tem potencial para garantir um futuro saudável — ou complicações na certa. CLAUDIA entrevistou os especialistas mais antenados em nutrição e, amparada em teses consistentes — não, nada da dieta da moda ou da novíssima pesquisa sobre as propriedades milagrosas do ovo, para ficar só num exemplo —, identificou as três principais tendências que, nos próximos anos, devem se espalhar como uma imensa ola pelo planeta.

Prepare-se para ser surpreendida e para repensar o que pensa sobre comer bem. Lembrando: uma coisa é saber que precisamos fazer ajustes; outra é desejar mudar o que é preciso; e outra, bem mais complexa, é pôr a mudança em prática. A gente sabe disso, mas não dá para ficar indiferente ao que vem por aí.




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Page 12

Produção de texto

Entrevista

Eventos comunicativos simples, as entrevistas se assemelham todas na estrutura: perguntas e respostas. Todavia, a entrevista médica, a escolar, a jornalística, a policial, a de emprego, a científica, entre outras, têm propósitos diferentes. Por isso, no papel de leitores do gênero, precisamos considerar o tipo de entrevista e em que situação ela está sendo produzida, uma vez que a mesma pessoa, em momentos diferentes, pode oferecer entrevistas com objetivos distintos.

A organização textual da entrevista também pode mudar de acordo com as intenções de quem a produz. Uma entrevista em que se formulam perguntas sobre a vida de uma personalidade, relatando os fatos que mais

a marcaram, é mais narrativa. Há entrevistas em que se expõe um trabalho, uma pesquisa. Por fim, existem as entrevistas em que os envolvidos buscam apresentar e defender uma ideia.

É importante saber que, ao redigir uma entrevista, o produtor edita o texto e, portanto, faz escolhas. Logo, uma frase que se apaga, uma construção que se refaz, muitas vezes, é uma tomada de posição do próprio suporte que publica o texto, e o leitor deve ficar atento a isso. Dessa forma, fica claro que a entrevista é, acima de tudo, um texto de opinião apresentado em forma de perguntas e respostas.



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Page 13

Arcadismo

Para começar

Já aconteceu com você de ler um texto, ouvir uma música ou observar um quadro sem prestar muita atenção ao conteúdo, até descobrir que aquela obra representava um acontecimento realmente vivido por seu criador?

Procure se lembrar de um texto — letra de música, conto, poema, romance, etc. — que comprovadamente seja baseado em um fato real da vida do autor. Apresente o texto aos colegas e explique o que há de verídico nele.

Neste capítulo, você vai estudar textos de dois autores, Tomás Antônio Gonzaga e Manuel Maria Barbosa du Bocage, que, além de representarem muito bem a tradição literária de seu tempo — o século XVIII —, fizeram em seus poemas referência clara a acontecimentos da vida pessoal.

Leia algumas informações sobre esses autores e, ao longo do capítulo, tente fazer uma relação entre os dados biográficos, o tema dos poemas e a forma de expressão.

Não escreva neste livro.

Interdisciplinaridade com: Filosofia.

alferes: antigo posto militar, equivaleria hoje a segundo tenente.



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Page 14

Produção de autoria

Nos dias atuais, as pessoas estão perdendo o hábito de conversar com os outros em espaços públicos. Elas se fecharam em shoppings, condomínios e redes sociais. Falar com estranhos tornou-se estranho! Por isso, a revista Vida Simples lançou um projeto chamado Fale com estranhos. Nele, jornalistas ficam em praças sinalizadas com placas, convidando pessoas que estejam passando pelo local a dar uma entrevista sobre determinado assunto. Vamos propor que você faça o mesmo no pátio da escola, em um horário determinado pelo professor. Siga as orientações:

▸ Escolha um dos temas sugeridos no quadro abaixo:


Pequenas corrupções: o famoso jeitinho brasileiro

O consumo de álcool entre os jovens brasileiros

A saúde da população e o movimento contra o mosquito Aedes aegypti

O legado das Olimpíadas no Brasil


©iStockphoto.com/Steve Debenport

▸ Planeje com antecedência as perguntas que podem ser feitas, mas esteja aberto a formular novos questionamentos a depender do desenvolvimento da entrevista.

▸ Procure conhecer um pouco seu entrevistado: quem é, o que faz na escola, o que tem a ver com o tema da entrevista, etc.

▸ Se puder ou achar necessário, grave a entrevista; para isso, é imprescindível que o entrevistado lhe dê sua permissão.

▸ Em classe ou em casa, produza a primeira versão do seu texto. Dê um título, escreva a apresentação e edite o texto de perguntas e respostas.



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Page 15

Habilidades leitoras

Para ler a “Lira 27” de Marília de Dirceu, você:

▸ identificou o interlocutor do eu lírico (o deus Amor), o objeto de sua admiração (Marília), sua intenção (retratar Marília) e o obstáculo à realização de sua intenção (não existem cores para representar tamanha beleza);

▸ verificou que a comparação de Marília com elementos da natureza exaltou a beleza da mulher amada;

▸ relacionou o esquema de rimas ao conteúdo do poema;

▸ percebeu referências à Antiguidade clássica, mais especificamente à cultura grega.

Texto 2

Se na “Lira 27” o eu lírico fala de Marília, na “Lira 34” ele fala com Marília. E, se antes ele exaltava sua beleza, agora ele lhe faz uma proposta e, para isso, usa diversos argumentos que revelam a maneira como compreende a vida.

Marília de Dirceu

Lira 34

Tomás Antônio Gonzaga

Minha bela Marília, tudo passa;

a sorte deste mundo é mal segura;

se vem depois dos males a ventura,

vem depois dos prazeres a desgraça.

Estão os mesmos deuses

sujeitos ao poder do ímpio fado:

Apolo já fugiu do céu brilhante,

já foi pastor de gado.

A devorante mão da negra morte

acaba de roubar o bem que temos;

até na triste campa não podemos

zombar do braço da inconstante sorte:

qual fica no sepulcro,

que seus avós ergueram, descansado;

qual no campo, e lhe arranca os frios ossos

ferro do torto arado.

Ah! enquanto os destinos impiedosos

não voltam contra nós a face irada,

façamos, sim, façamos, doce amada,

os nossos breves dias mais ditosos.

Um coração que, frouxo,

a grata posse de seu bem difere,

a si, Marília, a si próprio rouba,

e a si próprio fere.

Ornemos nossas testas com as flores,

e façamos de feno um brando leito;

prendamo-nos, Marília, em laço estreito,

gozemos do prazer de sãos amores.

Sobre as nossas cabeças,

sem que o possam deter, o tempo corre;

e para nós o tempo que se passa

também, Marília, morre.

Com os anos, Marília, o gosto falta,
ventura: felicidade, boa sorte.

ímpio: impiedoso.

fado: destino, sorte.

Apolo: deus grego da luz, da juventude e da música.

campa: túmulo, sepultura.

sepulcro: sepultura, túmulo.

ditoso: feliz, venturoso.

diferir: adiar.

e se entorpece o corpo já cansado:

triste, o velho cordeiro está deitado,

e o leve filho, sempre alegre, salta.

A mesma formosura

é dote que só goza a mocidade:

rugam-se as faces, o cabelo alveja,

mal chega a longa idade.

Que havemos de esperar, Marília bela?

que vão passando os florescentes dias?

As glórias que vêm tarde, já vêm frias,

e pode, enfim, mudar-se a nossa estrela.

Ah! não, minha Marília,

aproveite-se o tempo, antes que faça

o estrago de roubar ao corpo as forças,

e ao semblante a graça!

GONZAGA, Tomás Antônio, op. cit., p. 56-57.

Andrea Ebert/Arquivo da Editora




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Page 16

Tomás Antônio Gonzaga: um destino partido ao meio

Duda Machado

Em 1788, Tomás Antônio Gonzaga estava com 44 anos. Seu futuro parecia claramente delineado; seria feito de tranquilidade, prestígio social, amorosa harmonia doméstica. [...] Sua carreira de magistrado acabava de atingir um ponto alto. [...] Em breve — depois de vencidas as restrições da rica família da noiva —, iria casar-se com uma jovem de 20 anos, a “Marília bela”, Maria Doroteia Joaquina de Seixas, na vida real ou civil, por quem se apaixonara quando ela era ainda uma adolescente de 17 anos. [...] Então veio a mudança brutal em seu destino. A 15 de março de 1789, o coronel Joaquim Silvério dos Reis denunciava ao visconde de Barbacena, governador de Vila Rica, um grupo de conspiradores que preparava um plano de sublevação armada contra o governo português. A 21 de maio era decretada a prisão de Tomás Antônio Gonzaga, acusado de participar, ao lado de seus amigos, os poetas Cláudio Manuel da Costa e Alvarenga Peixoto, e do alferes Joaquim José da Silva Xavier, da Inconfidência Mineira. Com esse golpe, Gonzaga perdia tudo: a carreira, o prestígio e a mulher amada. [...]



Alberto da Veiga Guignard. Marília de Dirceu, 1957. Têmpera sobre madeira. Dimensões: 158 cm × 208 cm.

Alberto da Veiga Guignard/Museu da Inconfidência, ouro preto, MG

In: GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu & Cartas chilenas. São Paulo: Ática, 1997. p. 5-6.

http://sao-paulo.estadao.com.br/blogs/geraldo-nunes/os-250-anos-de-bocage-o-po

Neste ano se comemoram em Portugal os 250 anos do nascimento de Manoel Maria Barbosa du Bocage que, ao lado de Camões, figura no ponto mais alto da poesia lusitana. Bocage foi um crítico implacável da sociedade de seu tempo, se transformando no mais popular dos poetas portugueses. Sua vida foi repleta de aventuras e atribulações, tanto que, apesar do respeito que desfrutava nos meios literários, morreu na mais extrema penúria com apenas 40 anos e no momento mais criativo de sua curta existência. [...]

Daniel Klein. 2015. Digital.

Retrato do poeta português Manuel Maria Barbosa du Bocage.

lira: poema lírico.

amores: amor, sentimento amoroso (meus amores = meu amor).

Amor: outro nome do deus grego Eros (ou Cupido, para os romanos).

grato: agradável, doce.

esmorecer: perder as forças, enfraquecer.

NUNES, Geraldo. Os 250 anos de Bocage, o poeta de Setúbal. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 13 abr. 2015. Disponível em: . Acesso em: 6 dez. 2015.



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Page 17

Preparando a segunda versão do texto

Depois de ter realizado a entrevista e de ter escrito a primeira versão de seu texto, antes de entregá-lo ao professor, confira se:

▸ seu texto usa a linguagem adequada à situação comunicativa do festival de cultura e informação (veja informações sobre o festival a seguir);

▸ seus operadores argumentativos estão sendo usados adequadamente;

▸ foi preciso usar aposto para esclarecer ideias;

▸ as ideias do entrevistado ficaram claras;

▸ as perguntas encaminham para as respostas dadas.

Para circular os textos —


Festival de cultura e informação

Ao longo deste ano, você e seus colegas vão preparar a montagem de um festival de cultura e informação. Nele serão feitas apresentações de entrevistas, declamações de haicais e outras produções orais elaboradas a partir das produções escritas que vocês farão ao longo dos meses.

O evento poderá ser organizado pelos gêneros textuais a serem apresentados, com um ou dois representantes de cada gênero textual por turma. Vejam a seguir alguns dos gêneros que poderão compor esse festival:

1. Entrevistas: Vocês vão escolher algumas entrevistas produzidas nesta unidade para apresentar no festival. Além de montarem painéis de entrevista com as produções escritas por temas, uma sugestão é convidar algum entrevistado e realizá-la oralmente e gravá-la em vídeo.

2. Letras de música: Para a eleição das letras (elaboradas na Unidade 2), que representarão cada sala, as músicas serão apresentadas em um horário e espaço definidos pelo professor.

3. Contos: Vocês escolherão um dos contos produzidos na Unidade 3 para representar a sala. Pouco antes do festival, se for possível, vocês deverão se organizar para apresentar o conto selecionado por meio de um filme.

4. Haicais: Vocês vão escolher alguns dos haicais produzidos na Unidade 4 e decidir quem poderá declamá-los no festival. Essas apresentações podem ser intercaladas com a apresentação das letras de música ou podem ser feitas no mesmo espaço, mas em outro horário.

5. Vídeos de reportagem: No trabalho com oralidade da Unidade 6, vocês terão a opção de produzir reportagens em vídeo. Escolham algumas que possam ser apresentadas no evento.

No dia do festival, não esqueçam de expor — ou até, se acharem importante, distribuir para o público — as produções escritas que serviram de base a muitas apresentações.

As propagandas que serão produzidas na Unidade 5 servirão para vocês divulgarem o evento.

Para que o evento transcorra de forma satisfatória, definam alguns representantes entre os colegas, os quais farão parte de uma comissão organizadora formada por representantes de todas as turmas de segundo ano da escola que quiserem participar do festival.

Lembrem-se de guardar as produções de cada unidade ao longo do ano. Lembrem-se também de que o contexto de produção será o escolar, ou seja, os textos produzidos serão apresentados a seus colegas, outros professores e funcionários da escola durante o festival.

©Shutterstock/aodaodaodaod


O festival pode ficar mais animado se as músicas elaboradas pela turma forem executadas para o público.


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Interpretação do texto

1. Qual é, em síntese, a proposta que o eu lírico faz a Marília?

2. Quais são os argumentos do eu lírico para convencer a amada de sua proposta?

3. O poeta usou diversos meios para traduzir a mesma ideia. Note que o poema traz elementos concretos, que ilustram um conceito abstrato, tornando-o mais compreensível.

Leia os itens de I a IV abaixo. Copie-os no caderno e relacione cada um aos versos transcritos a seguir (de a até d).

a) “Estão os mesmos deuses / sujeitos ao poder do ímpio fado: / Apolo já fugiu do céu brilhante, / já foi pastor de gado.”

b) “até na triste campa não podemos / zombar do braço da inconstante sorte:”

c) “Um coração que, frouxo, / a grata posse de seu bem difere, / a si, Marília, a si próprio rouba, / e a si próprio fere.”

d) “triste, o velho cordeiro está deitado, / e o leve filho, sempre alegre, salta.”

I. Com o passar do tempo, as pessoas perdem a alegria e o vigor comuns nos mais jovens.

II. Nem mesmo diante da morte devemos rir ou desdenhar de quanto pode o destino.

III. Faz mal a si mesma a pessoa que adia as suas chances, não sabe aproveitar as oportunidades que tem.

IV. A mudança da sorte atinge até os deuses, como aconteceu com Apolo.

4. Tomás Antônio Gonzaga trata liricamente a ideia de que o tempo passa, a sorte muda e a coisa certa a fazer é viver o momento. Entretanto, por acreditar que se deve desfrutar totalmente a vida, a cada instante presente, muitas pessoas acabam tomando decisões sem pensar nas consequências. Tente lembrar algum caso que ilustre o lado pernicioso de viver apenas o presente. Se quiser, conte o caso para os colegas.

Texto 3

Mais ou menos na mesma época em que Tomás Antônio Gonzaga escrevia suas liras em Vila Rica (atual Ouro Preto, Minas Gerais), Bocage compunha poemas de grande intensidade lírica em Portugal. Leia um de seus textos, observando especialmente a força agressiva e quase teatral proporcionada pelo vocabulário empregado.

Imprecações contra uma ingrata

(Improviso)

Bocage

Vai-te, fera cruel, vai-te, inimiga,

horror do mundo, escândalo da gente,

que um férreo peito, uma alma que não mente,

não merece a paixão, que me afadiga:

O Céu te falte, a Terra te persiga,

negras fúrias o Inferno te apresente,

e da baça tristeza o voraz dente

morda o vil coração, que Amor não liga:

Disfarçados, mortíferos venenos

entre licor suave em áurea taça

mão vingativa te prepare ao menos:

E seja, seja tal tua desgraça,

que ainda por mais leves, mais pequenos

os meus tormentos invejar te faça.

BOCAGE, Manuel Maria B. du. Sonetos completos de Bocage.


São Paulo: Núcleo, 1995.

Samuel Casal/Arquivo da editora

imprecação: desejo expresso de que algo de mau aconteça a alguém; maldição, praga.

férreo: inflexível, inquebrantável.

afadigar: incomodar, cansar.

baço: opaco, sem brilho.

vil: de pouco valor, insignificante. áureo: feito ou recoberto de ouro.




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Texto 1

As inovações poéticas e a arte com que Tomás Antônio Gonzaga elaborou seus versos estão acima da sua vida pessoal. Certamente, porém, conhecer os ideais do poeta e as angústias que enfrentou ajuda a compreender sua arte. Leia uma das liras que compõem sua obra Marília de Dirceu.

Marília de Dirceu

Lira 27

Tomás Antônio Gonzaga

Vou retratar a Marília,

a Marília, meus amores;

porém como? se eu não vejo

quem me empreste as finas cores:

dar-mas a terra não pode;

não, que a sua cor mimosa

vence o lírio, vence a rosa,

o jasmim e as outras flores.

Ah! socorre, Amor, socorre

ao mais grato empenho meu!

Voa sobre os astros, voa,

traze-me as tintas do céu.

Mas não se esmoreça logo;

Busquemos um pouco mais;

nos mares talvez se encontrem

cores, que sejam iguais.

Porém, não, que em paralelo


Luciano Tasso/Arquivo da Editora

da minha ninfa adorada

pérolas não valem nada,

não valem nada os corais.

Ah! socorre, Amor, socorre

ao mais grato empenho meu!

Voa sobre os astros, voa,

traze-me as tintas do céu.

Só no céu achar-se podem

tais belezas como aquelas

que Marília tem nos olhos,

e que tem nas faces belas;

mas às faces graciosas,

aos negros olhos, que matam,

não imitam, não retratam

nem auroras nem estrelas.

Ah! socorre, Amor, socorre

ao mais grato empenho meu!

Voa sobre os astros, voa,

traze-me as tintas do céu.

Entremos, Amor, entremos,

entremos na mesma esfera;

venha Palas, venha Juno,

venha a deusa de Citera.

Porém, não, que se Marília

no certame antigo entrasse,

bem que a Páris não peitasse,

a todas as três vencera.

Vai-te, Amor, em vão socorre

ao mais grato empenho meu:

para formar-lhe o retrato

não bastam tintas do céu.

GONZAGA, Tomás Antônio, op. cit., p. 45-46.

ninfa: divindade greco-romana dos rios, bosques, florestas e campos; mulher jovem e formosa.

Palas: Palas Atena, deusa grega da sabedoria, das artes, da justiça, da guerra.

Juno: nome romano de Hera, deusa grega do casamento, da maternidade, da fidelidade.

deusa de Citera: Afrodite, deusa grega do amor.

certame: desafio.

peitar: subornar, corromper com presentes.

Luciano Tasso/Arquivo da Editora



Antônio Canova. Psiquê ressuscitada pelo beijo de Amor, c. 1793. Escultura em mármore. Altura: 155 cm. Observe como, nesta escultura neoclássica, Amor (ou Eros, na mitologia romana) parece voar com extrema leveza, enquanto enlaça sua amada, Psiquê, como se mal tocasse a base em que se apoia. O eu lírico do poema de Tomás Antônio Gonzaga evoca esse personagem com asas para ajudá-lo a retratar a bela Marília.
Antônio Canova/Museu do Louvre, Paris, FRANÇA

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No mundo da oralidade

Entrevista de emprego

A entrevista de emprego é um tipo específico de entrevista, mas não deixa de ser argumentativa, ou seja, tem a intenção de convencer o entrevistador de que o entrevistado é a melhor alternativa para determinada vaga.

Veja algumas das dicas que orientam o candidato:

▸ Em vez de dizer que a empresa é um ótimo lugar para trabalhar, cite razões específicas para o seu interesse na vaga.

▸ Acrescente o que não está no seu currículo, mostrando como suas habilidades poderiam ajudar a empresa.

▸ Demonstre que você sabe o bastante sobre a empresa, sobre a vaga e, se possível, sobre a equipe da qual poderá fazer parte.

▸ Ao apresentar novas ideias para a empresa, dê sugestões que melhorem a questão apresentada; caso haja críticas, faça-as com muita polidez.

Sentem-se em duplas e cada um fará o papel de entrevistador e de entrevistado de forma alternada. O importante é que vocês exercitem esses papéis e pratiquem a argumentação para cada um convencer o outro a admiti-lo.



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Família à mesa

Terapeuta americana defende que um simples jantar em família faz bem não só para o corpo, mas também para a mente

Malu Echeverria

Os rituais nos ajudam a criar uma identidade familiar e um senso de pertencimento. É nisso que acredita a psicóloga Anne Fishel, professora de psicologia da Escola de Medicina de Harvard (EUA). E qual deles, além das refeições, as pessoas praticam com tanta frequência? Em 25 anos de profissão, ela percebeu que se uma hora de terapia familiar toda semana pode ser útil, o compromisso de comer juntos diariamente é transformador. Em seu livro, Home for Dinner ("Em casa, para o jantar", em inglês), ela dá dicas para facilitar esse encontro na correria do dia a dia.


Quais os benefícios das refeições em família?

Essa prática regular traz ganhos para a saúde do corpo e da mente. Para as crianças menores, por exemplo, a conversa ao redor da mesa estimula o vocabulário mais do que ler para elas. Além disso, a comida caseira tem menos calorias, gordura e açúcar, ao passo que, em geral, oferece mais frutas e vegetais do que as refeições servidas em restaurantes ou para viagem.

O que estaria por trás disso?

Não há nenhuma mágica inerente ao jantar. A verdadeira força reside na qualidade das relações nesse momento. O ingrediente mais importante para uma excelente refeição em família é uma atmosfera calorosa, em que todos sejam convidados a falar e a ouvir. Dividir um frango assado não vai transformar um relacionamento difícil entre pais e filhos. Mas todos nós temos que comer.

O jantar oferece uma oportunidade para nos conectarmos. Mas isso não pode ser atingido com outras atividades?

Se ainda trabalhássemos juntos na roça todas as manhãs, ensaiássemos em quarteto de cordas à tarde e contássemos histórias enquanto bordássemos na varanda, como antigamente, comer juntos não teria tamanha importância. Mas o jantar é a primeira coisa que mais fazemos juntos hoje, perdendo apenas para o tempo gasto no trânsito. Claro que há outras atividades em conjunto que são benéficas, no entanto, poucas incluem a família inteira e permitem que todos conversem.

Como contornar a falta de tempo e manter esse hábito?

Se é impossível reunir pais e filhos no almoço ou jantar, por causa dos horários, quem sabe no café da manhã ou aos finais de semana seja mais fácil. Ou, ainda, a família pode fazer um lanche à tarde. Desde que o evento combine a família e a comida, não precisa ser exatamente na hora da refeição principal.

“O ingrediente mais valioso para uma refeição em família é uma atmosfera em que todos sejam convidados a falar e a ouvir” — Anne Fishel

Bruna Assis Brasil/Arquivo da editora

Disponível em: . Acesso em: 10 mar. 2016.



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Interpretação do texto

1. Releia a primeira estrofe e responda no caderno:

a) Com quem fala o eu lírico?

b) O eu lírico deixa clara a sua intenção nos primeiros versos do poema. Que intenção é essa?

c) Que obstáculo o eu lírico encontra para seu propósito?

2. O poema está organizado em quatro grupos formados por uma estrofe e um refrão. Cada estrofe corresponde a um lugar ou ambiente onde o eu lírico procura cores para retratar Marília. Indique que lugares ou ambientes são esses.

3. Nessa lira, há referência a diversos elementos da natureza.

a) Quais são eles?

b) O que a comparação entre Marília e os elementos da natureza pretende mostrar?

4. Copie os versos em que o eu lírico pede ajuda ao deus Amor para retratar Marília. Esses versos aparecem em que parte(s) do poema? Explique essa característica.

5. Releia a última estrofe. Observe que o eu lírico deseja entrar na mesma esfera (mesmo mundo) em que se encontra o Amor: a esfera dos deuses. Nesse ponto da lira, há referência a uma história da Antiguidade clássica. Trata-se da história de Páris e a disputa das três deusas, Afrodite, Atena e Hera, que competiam pela conquista da maçã de ouro. Venceria a mais bela das três. Páris, príncipe troiano, ficou encarregado de escolher uma delas. Para suborná-lo, Hera ofereceu-lhe o império da Ásia; Atena, a sabedoria e a vitória em todos os combates; Afrodite assegurava-lhe tão somente o amor da mulher mais bela do mundo: Helena, mulher de Menelau, rainha de Esparta. Páris elege Afrodite a mais bela e parte em busca de Helena, dando início à guerra de Troia.

a) Segundo o eu lírico, caso Marília entrasse no “certame antigo” (a disputa pela maçã de ouro), quem Páris escolheria?

b) Há uma modificação no refrão, na última estrofe. Releia-o e explique com suas palavras a conclusão a que o eu lírico chega.

6. O recurso usado pelo eu lírico (comparar a amada com elementos da natureza) não permitiu a elaboração de um retrato preciso de Marília. O que esse recurso possibilitou? Copie a resposta correta no caderno.

a) Uma negação da beleza da amada.

b) Uma equiparação da beleza da amada à beleza de elementos da natureza.

c) Uma exaltação da beleza da amada.

7. Excluindo-se o refrão, em cada estrofe há rima entre o segundo, o quarto e o oitavo versos, e entre o sexto e o sétimo versos. Os versos 1, 3 e 5 não rimam entre si. Transcreva no caderno a resposta adequada: o que esse esquema de rimas possibilita?

a) Tira completamente a beleza sonora do poema.

b) Garante a beleza sonora dos versos, além de deixá-los mais fluidos.

c) Pode indicar uma alternância entre a exaltação da beleza de Marília e a ausência de elementos da natureza que possam representá-la.

X

d) Torna os versos tristes e inexpressivos.

©WikimEdia Commons/Halley Pacheco de Oliveira


Ponte de Antônio Dias, conhecida como Ponte de Marília por estar no caminho que levava Tomás Antônio Gonzaga à casa de Maria Doroteia Joaquina de Seixas, que teria inspirado a personagem Marília. Construída no século XVII, com seus dois arcos romanos, é a ponte mais ampla de Ouro Preto. Fotografia de 2011.




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Aproveite para...

... ler

©Editora Ágora/Reprodução

A jornada do herói, de Joseph Campbell e Phil Cousineau (org.), editora Ágora.

Joseph Campbell (1904-1987) foi um dos estudiosos mais importantes de mitologia e religião do século XX. Nessa obra, o escritor e cineasta Phil Cousineau reuniu as últimas entrevistas e palestras realizadas por Campbell.

Encontros com 40 grandes autores, de Ben Naparstek, editora Leya.

Entrevistas históricas publicadas ao longo da carreira de Ben Naparstek, editor da revista norte-americana The Monthly, com escritores e cineastas. Em diálogos muito bem conduzidos, esses criadores ficam à vontade para abrir sua vida e expor seu processo criativo.

Por trás da entrevista, de Carla Mühlhaus, editora Record.

Por meio de depoimentos de jornalistas e escritores renomados, Carla Mühlhaus levanta a questão: entrevistar é uma técnica ou uma arte? Especialistas contam casos dos bastidores e histórias curiosas, revelando pequenos truques e alguns segredos para se conseguir uma boa entrevista.

©Editora LeYa/Reprodução

©Editora Record/Reprodução

... acessar

http://www.institutocpfl.org.br/cultura/cafe-filosofico/. Acesso em: 2 mar. 2016.

O programa Café filosófico, que é transmitido pela TV Cultura, traz entrevistas, depoimentos e debates sobre assuntos que envolvem a Filosofia, a Psicanálise e o comportamento humano no mundo contemporâneo. Literatura




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BIBLIOGRAFIA

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TRAVAGLIA, Luiz C. Gramática e interação. São Paulo: Cortez, 1996.

Bibliografia




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Page 25

VI. Uso do hífen

Leia algumas das regras sobre o uso do hífen.

Usa-se hífen:

▸ nas palavras compostas formadas pelos elementos além, aquém, recém e sem.

Exemplos: além-fronteiras, recém-casado, sem-número.

▸ nas palavras compostas iniciadas por prefixo que termine com letra igual à que inicia o segundo elemento.

Exemplos: micro-ondas, contra-almirante, inter-regional, sub-bloco.

▸ nos topônimos iniciados por adjetivos ou forma verbal ou cujos elementos estejam ligados por artigo.

Exemplos: Grã-Bretanha, Passa-Quatro, Trás-os-Montes.

▸ nas palavras compostas que designam espécies da botânica e da zoologia, que estejam ligadas ou não por preposição.

Exemplos: couve-flor, ervilha-de-cheiro, bem-te-vi, andorinha-do-mar.

▸ nos casos de ênclise, isto é, colocação do pronome átono após o verbo.

Exemplos: escrevê-la, amá-la, pedir-lhe.

Não se usa hífen:

▸ quando o prefixo terminar em vogal e a segunda palavra começar com a consoante r ou s. Nesse caso, a consoante deve ser duplicada.

Exemplos: antirreligioso, contrassenha.

▸ quando o prefixo terminar em vogal e o segundo elemento começar por vogal diferente.

Exemplos: autoestrada, extraescolar.

▸ quando houver locuções de qualquer natureza (substantivas, adjetivas, adverbiais, pronominais, etc.).

Exemplos: cão de guarda, cor de vinho, depois de amanhã.

Atente para algumas exceções: água-de-colônia, cor-de-rosa, pé-de-meia, mais-que-perfeito.

1. Combine os elementos e as palavras do quadro para formar substantivos compostos. Use o hífen de acordo com as regras estudadas.

arqui semi anti sem sem sem auto mini micro mar bio inter contra além recém ritmo saia regra inimigo teto terra vergonha sistema avaliação internato relacionado semita nascido

2. Reescreva no caderno as palavras, usando ou não o hífen.

▸ mato grossense

▸ afro brasileiro

▸ fim de semana

▸ formiga branca

▸ sul africano

▸ norte americano

▸ à vontade

▸ erva doce

▸ feijão verde

▸ capim colônia do brejo

3. Utilize a ênclise e substitua o complemento verbal em destaque pelo pronome oblíquo átono adequado.

a) Convença o aluno a não abandonar os estudos.

b) Encontrou o menino perdido na praia.

c) Impediram a mulher de abandonar o recinto.

d) Fui visitar um amigo nos Estados Unidos.

e) Finalmente ele trouxe uma boa notícia para a mãe.



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2. Qual dos dois textos, em sua opinião, traz a argumentação mais convincente? Justifique sua resposta.

3. Escreva um texto dissertativo-argumentativo em que fique clara sua posição acerca desse tema. Você pode usar os argumentos dos autores dos textos lidos, desde que nenhum trecho seja copiado. Preocupe-se em fazer um bom planejamento de escrita antes de iniciar sua produção e bom trabalho.

factível: que pode acontecer ou ser feito.

distopia: lugar ou estado imaginário em que se vive em condições de extrema opressão; descrição ou representação sombria de sociedade submetida a regime totalitário.

obscurantista: que se opõe ao esclarecimento.

1. Espera-se que os alunos percebam que, no Texto 1,
a liberdade irrestrita de expressão está associada à capacidade de compreensão e aceitação de críticas e “brincadeiras” mesmo sentindo certo mal-estar, certo sofrimento. O autor do
Texto 2, ao contrário, é favorável a certo limite, que deve nascer da capacidade de cada um de se deixar envolver dentro do possível pelas dores, frustações, valores e realizações daquele que é diferente de nós. Nesse ponto, é possível notar que, quando Gerald Thomas fala do incômodo de certas “brincadeiras”, pode estar levantando justamente esse limite proposto por Francisco Borba Ribeiro Neto.




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