Qual a importância das práticas corporais de aventura para o ser humano

Plano de Aula

Práticas corporais de aventura

As práticas corporais de aventura estão presentes pela primeira vez como conteúdos da Educação Física na escola. O crescimento das modalidades, a ampla possibilidade de experimentações e a massificação dessas práticas têm levado cada vez mais pessoas de todas as idades a buscá-las  tanto em âmbito de lazer como profissional.

A classificação das práticas corporais de aventura é muito ampla e vem mudando com o passar do tempo e a sua apropriação por diferentes instituições. Em relação ao ambiente escolar, a BNCC propõe que

na unidade temática “práticas corporais de aventura”, exploram-se expressões e formas de experimentação corporal centradas nas perícias e proezas provocadas pelas situações de imprevisibilidade que se apresentam quando o praticante interage com um ambiente desafiador. (BRASIL, 2017, p. 218)

São exemplos de PCA: alpinismo, arvorismo, asa delta, balonismo, banana boat, base jump, BMX, bodyboard, bodysurf, boia cross, bungee jump, caiaque, caminhada ecológica, canionismo, cascading, cicloturismo, corrida de aventura, corrida de montanha, corrida de orientação, escalada, espeleoturismo, esqui aquático, estilingue humano, flyboard, jet ski, jet surf, kitesurf, mergulho, montanhismo, moto cross, mountain bike, paramotor, parapente, paraquedismo, parkour, patins, rafting, rali, rapel, rolimã, snowboard, skate, esqui na neve, skimboard, sky surf, slackline, snowboard, stand up paddle, stand up surf, street luge, surf, tirolesa, trekking, wakeboard, windsurf e wingsuit.

Práticas corporais de aventura na natureza

Qual a importância das práticas corporais de aventura para o ser humano

Qual a importância das práticas corporais de aventura para o ser humano

Uma das discussões mais realizadas nos últimos anos é buscar uma classificação que faça jus à variedade de atividades entendidas sob esta definição. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) faz uso de uma categorização relacionada ao meio de ocorrência: urbana ou na natureza. Inácio (2021) propõe que levemos os elementos constituintes das PCA, partindo do pressuposto de que todas são realizadas em deslocamento, observando a diferença em seus sentidos/direções (horizontal, vertical, misto), formas (rolamento, deslizamento, queda livre ou controlada, habilidades corporais), impulsos (força humana, gravidade, vento, saltos) e a relação entre aventura (sensações buscadas ao desafiar os próprios limites) e risco controlado (garantia de segurança que reduz a próximo de zero a probabilidade de acidentes).

Questões de gênero nas práticas corporais de aventura

Outro ponto importante a se discutir é a presença de mulheres nas práticas corporais de aventura. Apesar de a maioria das modalidades não requererem ambientes formais de prática, as características de desafio dessas modalidades sempre estiveram associadas ao universo masculino. Assim como em outras modalidades esportivas, o preconceito pode ser percebido, inclusive, na falta de equipamentos e roupas adequadas ao público feminino.

Bibliografia

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2017.

FRANÇA, D. L. Práticas corporais de aventura nas aulas de Educação Física: as possibilidades pedagógicas no 5º ano do ensino fundamental. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação: Teoria e Prática de Ensino, Setor de Educação, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2016. Disponível em: https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/45271. Acesso em: 03 out. 2021.

INÁCIO, H. L. D. Proposta de classificação das práticas corporais de aventura para o ensino na Educação Física Escolar. Rev. Bras. Ciências do Esporte, v. 43, 2021. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbce/a/JBt8mVCrp38pdD6KxPWjPZM/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em: 22 out. 2021.

PEREIRA, D. W. et al. Novas experiências na aventura. Dimitri Wuo Pereira (Org.). São Paulo: Lexia, 2015.

  • Projetor de vídeo, televisão, computador ou aparelho celular.
  • Quadro ou painel.
  • Caderno dos estudantes.
  • Obstáculos encontrados nos espaços da escola, como árvores, gramados, escadas, rampas, grades, muros etc.
  • Materiais esportivos disponíveis na escola: arcos, bastões, colchonetes, cones, cordas etc.
  • Materiais recicláveis: garrafas plásticas, caixas de papelão etc.

Aqui trazemos algumas sugestões de materiais. De acordo com a sua realidade, utilize materiais similares, alternativos ou adaptados para a prática.  

Sugerimos que esta aula seja iniciada com um quadro ou painel para registrar a atividade e, se possível, um projetor de vídeo.

Explique aos estudantes que a aula tem o objetivo de apresentar as práticas corporais de aventura na natureza e comece questionando se eles sabem definir o que são as práticas corporais de aventura e como são classificadas entre urbanas e na natureza.

Esse momento pode ser útil para esclarecer dúvidas que os estudantes apresentem a respeito das diferenças entre práticas corporais de aventura na natureza e urbanas e a escolha do meio onde ocorrem como conceito para classificá-las.

A seguir, apresente alguns vídeos de práticas corporais de aventura na natureza, conforme as sugestões a seguir, solicitando aos estudantes que identifiquem o lugar onde a prática é realizada e os equipamentos de segurança necessários:

Perceba a necessidade de utilizar audiodescrição ou legendas na apresentação dos vídeos. Além da projeção dos vídeos, outras possibilidades são mostrá-los na tela do computador, do celular, ou imprimir imagens de práticas corporais de aventura na natureza. Veja se é necessário explicar de modo pormenorizado ou especificamente a algum estudante.

Peça para que a turma identifique as práticas exibidas, além de discriminar os locais onde são realizadas e os equipamentos utilizados, registrando no quadro conforme o exemplo:

Modalidade

Local

Equipamentos

Arvorismo

Topo das árvores

Capacete, cordas, cadeirinha, luvas

Corrida de orientação

Florestas, matas, campos, bosques, parques, montanhas

Tênis, chapéu, garrafa de água, bússola, mapa

Rafting

Surfe

Peça aos estudantes que auxiliem aqueles com dificuldade na fala, na escrita ou apresentem baixa visão, incluindo as suas falas no quadro. Caso alguém já tenha experimentado algumas das práticas relacionadas, permita que compartilhe as situações vividas e descreva a organização (quantidade de praticantes, equipamentos utilizados, riscos envolvidos, medidas de segurança tomadas).

Com base nas informações da tabela elaborada anteriormente, procure fazê-los considerar algumas formas de classificar as PCA na natureza: discriminando pelo meio onde se realizam (terra, ar ou água), relacionando os equipamentos utilizados ou pelas diferentes formas de deslocamento (conforme indicado no Para saber mais). Discuta também as possibilidades de realizar práticas corporais de aventura na natureza em locais próximos, como praças, parques e bosques ou mesmo na escola.

Destaque alguns dos movimentos característicos das PCA na natureza e estimule os estudantes a relacionarem o que seria necessário para realizá-los no ambiente escolar (por exemplo, como poderiam deslizar simulando o surfe ou esqui ou como poderiam deslocar-se verticalmente simulando a escalada).

Também cabe ressaltar a importância da realização segura dessas atividades aliada ao uso de equipamentos apropriados, mas que as PCA na natureza surgiram pela necessidade de adaptação do ser humano ao meio natural.

A turma precisa concluir que, embora não estejam exatamente na natureza, é possível obter as sensações proporcionadas pelas PCA quando realizarem atividades que se aproximem das formas de deslocamento originais. Cabe relacionar, inclusive, que algumas das PCA urbanas surgiram como adaptações de atividades realizadas na natureza, como é o caso do skate, que se originou de uma prancha de surfe em que foram instaladas rodinhas, e o highline, que é a prática do slackline entre dois edifícios.

Reforce também a importância do equilíbrio da relação entre aventura e risco controlado. Explique que os praticantes precisam conhecer seus próprios limites, desafiando-se diariamente nos treinos e práticas, o que oferece a segurança para continuarem realizando a sua atividade.

Atividade: Práticas naturalmente adaptadas de aventura

As práticas corporais de aventura na natureza têm como principal característica a conexão com os espaços naturais em sua imprevisibilidade, valendo-se das incertezas para conseguir as sensações de movimento e aventura. Normalmente localizadas em ambientes urbanos, as escolas possuem regras de permanência e circulação em alguns espaços específicos. Portanto, é importante comunicar a comunidade escolar sobre a atividade proposta, explicando como os estudantes irão movimentar-se pelo ambiente para aprender sobre as práticas corporais de aventura. Considere notificar a gestão e outros funcionários da escola a respeito do conteúdo trabalhado, argumentando sobre sua importância para o componente curricular Educação Física, baseando a atividade na segurança de todos e discutindo a preservação dos espaços comuns. Desenvolva também esse diálogo com os estudantes no sentido de compreenderem o caráter excepcional da atividade a ser realizada.

Divida a turma em grupos com até seis integrantes e determine um meio físico no qual cada grupo deve buscar inspiração: terra, ar ou água. Não há problema em repetir o meio físico entre os grupos.

Peça aos estudantes que caminhem pela escola e identifiquem locais e formas de como adaptarão a PCA na natureza escolhida pelo grupo. É importante que os estudantes identifiquem os principais movimentos realizados e pensem como poderão ser vivenciados no espaço escolhido. Coloque à disposição da turma os materiais disponíveis na escola e também materiais recicláveis como papelão e garrafas plásticas para complementar a ideia e eventualmente cumprirem a função de alguns dos equipamentos usados nas PCA.

Dialogue com os estudantes, dando as seguintes opções e espaços e materiais:

  • Gramados e caixas de areia - apresentam menor atrito e permitem o deslizar, além de favorecem a realização de atividades em que exista o risco de quedas e desequilíbrios.
  • Morros ou rampas - o grau de inclinação favorece o deslizar, o rolar (modalidades de rodas) e o escalar para subir ou descer.
  • Árvores - escalar, saltar de alturas seguras, balançar em cordas, caminhar sobre uma corda amarrada entre duas árvores (slackline).
  • Escadas e grades - oferecem-se como espaços para trabalhar o movimento de escalar e, conforme a estrutura e segurança, também podem ser usadas tanto para subir como descer com auxílio de cordas (escalada, alpinismo e rapel).

Quanto ao uso de materiais, seguem algumas sugestões:

  • Bastões: caminhar em cima do bastão no chão, usar o bastão para impulsionar um deslize sobre colchonete ou papelão, usar o bastão para manter o equilíbrio durante um deslize.
  • Colchonetes: deslizar em cima do colchonete puxando uma corda, sendo puxado por colegas ou apoiado sobre bastões ou garrafas plásticas cheias de água ou areia.
  • Cordas: caminhar em cima da corda no chão, pendurar-se na corda amarrada em uma estrutura fixa, puxar uma corda para deslizar em cima de colchonete ou papelão, puxar um colega com auxílio da corda.
  • Garrafas plásticas: preenchidas com água ou areia, podem servir como “rodas” para deslizar colchonetes ou papelões por cima e ser recortadas como “patins” para deslizar em uma rampa inclinada, gramado ou caixa de areia, puxando uma corda ou sendo puxado por colegas.
  • Papelão: deslizar em cima do papelão puxando uma corda ou sendo puxado por colegas, deslizar em cima da caixa de papelão sobre bastões ou garrafas plásticas cheias de água ou areia, deslizar em cima do papelão em rampas inclinadas, gramados ou caixas de areia.

Circule entre os grupos para garantir que os estudantes não deixem de considerar os riscos envolvidos, cuidando para garantir a segurança de todos. Indique que as atividades sugeridas precisam também considerar a individualidade pelas diferentes habilidades e experiências prévias encontradas no grupo. É fundamental que cada estudante possa explorar as mais diversas possibilidades e reconheça seus limites individuais, buscando superá-los gradualmente, observando a própria segurança e dos demais participantes.

Todos devem ser capazes de experimentar o movimento, o que requer pensar em alternativas e também auxiliar os colegas que apresentem dificuldades. Deixe claro que não há regras ou padrões para essa atividade, no entanto, faça com que observem se a realização da atividade não causa prejuízos ao espaço. Essa é uma das questões mais relevantes no que diz respeito às práticas corporais de aventura na natureza: o senso de responsabilidade coletiva durante a prática, causando o mínimo impacto e preservando o meio ambiente.

Conforme os grupos elaboram suas estações de movimento e as experimentem para as possíveis adaptações, reúna a turma para que apresentem o que fizeram e promova um circuito: um integrante do grupo responsável por criar a atividade permanece na estação para apresentar o que fizeram a outro grupo, explicando em qual modalidade e meio físico se inspiraram, quais seriam e como substituíram os equipamentos necessários e as informações de segurança, enquanto os colegas seguem para conhecer o trabalho dos demais. Esgotado o tempo suficiente para que todos experimentem a atividade em questão, o estudante que originalmente apresentou a atividade segue com o novo grupo, enquanto alguém do grupo que experimentou a atividade assume a apresentação para os colegas que virão em seguida.

Nessa segunda etapa, siga acompanhando as atividades para certificar-se da realização com segurança e garantia de participação a toda a turma, intervindo e questionando nas situações em que houver dificuldades individuais ou coletivas para superar o desafio da estação.

Ao final, reúna os estudantes em uma roda e faça perguntas sobre a atividade realizada:

  • Como foi conhecer mais sobre as PCA na natureza? Gostaram ou não gostaram?
  • Como podemos relacionar as exigências de movimento das estações na atividade e as capacidades físicas utilizadas nas práticas corporais de aventura na natureza?
  • Quais práticas corporais de aventura na natureza possuem características semelhantes a alguma das estações da atividade?
  • Como foi experimentar os deslocamentos presentes nas práticas corporais de aventura na natureza? De que maneira os movimentos são diferentes em relação às modalidades esportivas mais tradicionais?
  • Como foi experimentar novas formas de deslocamento em um espaço conhecido? De que maneira os movimentos realizados são diferentes em relação ao modo de circular neste espaço normalmente?
  • Quais os equipamentos e meios físicos originalmente encontrados nas práticas corporais de aventuras na natureza? Por quais materiais e espaços encontrados na escola foram substituídos durante a atividade?
  • Como deve ser a relação entre os praticantes e o meio físico onde a atividade se realiza?
  • De acordo com o que vivenciaram, as práticas corporais de aventura podem ser praticadas por homens e mulheres? Podem ser praticadas por pessoas com alguma restrição de movimento?

Ainda em grupos, peça aos estudantes que dialoguem entre si procurando obter respostas, verificando se compreenderam, utilizando outros recursos, como textos ou imagens, para que todos consigam participaram desse momento.

Organize as aprendizagens dos estudantes a partir das experimentações e discussões de aula. Reforce as características das práticas corporais de aventura na natureza, os espaços em que ocorrem, equipamentos usados, formas de deslocamento e sua organização, com destaque à intenção de propor uma relação direta com os meios físicos e seu caráter imprevisível, visando causar o menor impacto ambiental possível.

Apresente alguns exemplos de exigências físicas encontradas nas práticas corporais de aventura na natureza, como o surfe, modalidade em que é necessário equilíbrio dinâmico, uso de membros inferiores, superiores e tronco, além de capacidades físicas, como força, agilidade, velocidade e resistência.

Comente que os deslocamentos utilizados nas práticas corporais de aventura diferem da sua ocorrência em outras modalidades esportivas mais convencionais ao propor uma relação de menor controle em relação ao meio em que acontecem. Essas atividades buscam sensações diferentes e transitam entre aventura e risco controlado ao buscar deslocar-se de maneira mais fluida e conectada ao seu entorno.

Faça referência ao fato de que os espaços naturais utilizados nas práticas corporais de aventura na natureza pertencem a todos e é compromisso de todos seu cuidado e preservação. Faça relações com praças, parques e outros espaços públicos encontrados nos arredores da escola, estimulando para que sejam frequentados para a prática dessas e de outras atividades. Explique que o lazer é um direito de todos, contudo é nosso dever contribuir para a preservação do patrimônio público e assumir nosso compromisso pela preservação da natureza perante as mudanças climáticas e ambientais que já experimentamos atualmente.

Discuta com os estudantes a questão da presença feminina nas práticas corporais de aventura. Comente sobre o preconceito contra as mulheres em diversas modalidades e como a presença de desafios e riscos nas práticas corporais de aventura induz uma concepção equivocada e preconceituosa sobre a participação das mulheres nessas modalidades.

Converse também sobre a inclusão, refletindo sobre o caráter flexível das práticas corporais de aventura como atividades sem regras fixas. Embora predomine um entendimento de que pessoas com dificuldades de movimentação ou outro tipo de impedimento não poderiam participar nessas atividades, essas pessoas praticam diversas modalidades como skate e surfe. Esse é um tema interessante de se desenvolver nos desdobramentos deste plano.

Os estudantes podem registrar a atividade no caderno, desenhando ou descrevendo os movimentos realizados na aula, apontando como adaptaram às características das práticas corporais de aventura na natureza ao ambiente escolar (locais, equipamentos e movimentos). Caso não seja possível desenhar ou escrever, observe a necessidade de uma transcrição da fala ou do registro poder ser feito em áudio.

Sugerimos que faça uma avaliação de observação das condutas e aprendizagens dos estudantes durante todo o desenvolvimento do plano. Para isso, pode ser montado um quadro, que seja de fácil anotação, conforme modelo:

Avaliação de observação de condutas e aprendizagens

Caso não consiga avaliar ou identifique estudantes que não tenham atingido uma avaliação satisfatória, estabeleça um diálogo individual sobre o tema da aula fazendo uso das questões propostas para reflexão sobre os objetivos que não tenham sido bem aproveitados.

Barreiras

  • Pautar-se por uma atividade com base em demonstração e padronização.
  • Deixar de diversificar os recursos comunicativos: apenas falar ou apenas escrever ou apenas demonstrar etc.
  • Restringir a participação de alguns estudantes em virtude de uma suposta segurança.

Sugestões para eliminar ou reduzir as barreiras

  • Possibilitar adaptações para superar as tarefas conforme a individualidade de quem pratica.
  • Utilizar recursos audiovisuais, escrever, desenhar no quadro, demonstrar, descrever oralmente o que se faz e o que pode ser feito.
  • Ajustar as atividades de modo que todos participem, adaptando exigências, materiais, espaços.

Sugerimos desdobramentos dessa aula, considerando ampliar a experiência com modalidades de práticas corporais de aventura na natureza.

Você pode propor pesquisas relacionadas às PCA na natureza, sua origem, desenvolvimento, principais técnicas e locais de prática encontrados nos arredores da escola.

Convide um praticante de PCA na natureza para conversar com a turma, apresentando suas experiências, os equipamentos utilizados e promovendo uma prática com os estudantes.

Verifique a possibilidade de organizar com os estudantes uma saída para um espaço natural próximo à escola. Elenque junto à turma quais modalidades poderiam ser realizadas neste espaço e verifique se há praticantes de PCA na natureza que frequentam o local e poderiam interagir com os estudantes nessa visita. A proposição e a elaboração coletivas desse momento é um espaço importante para discutir as questões relacionadas à segurança e integridade física, as formas de circulação e seu impacto ambiental, bem como a importância de frequentar com responsabilidade os meios naturais.

Temas transversais: as práticas corporais de aventura possibilitam interações importantes com os temas transversais contemporâneos. Por exemplo, a macroárea meio ambiente permite discutir a respeito da preservação da natureza enquanto espaço destinado a muitas das atividades e dependente dos meios naturais (árvores, rios, mares). Outro tema pertinente ao tema das práticas corporais de aventura é cidadania e civismo sob um viés de ocupação dos espaços de maneira coletiva, organizando-se enquanto indivíduo que pertence a uma sociedade e ciente de seus direitos e deveres para com a preservação do meio ambiente.

Comece a conversa com os estudantes informando que eles vão estudar sobre locais onde experimentar as práticas corporais de aventura na natureza. Esse conteúdo pode ser estudado por via remota com algumas adaptações. A Conversa inicial pode solicitar que os estudantes pesquisem imagens de espaços de lazer nos arredores como forma de despertar a curiosidade e levantar conhecimentos prévios. Pergunte quais atividades são realizadas nesses locais, quem são os frequentadores e quais outros colegas já estiveram nesses mesmos espaços. Após os estudantes apresentarem seus achados, juntamente com suas intervenções, pergunte a eles o que são as práticas corporais de aventura, delimite a classificação entre PCA urbanas e na natureza, discutindo quais delas poderiam ser ou já são realizadas nos espaços pesquisados.

Já a atividade prática precisa ser proposta de acordo com o contexto em que cada estudante está inserido, uma vez que muitos estudantes convivem com limitações espaciais. Solicite que percebam no seu entorno os espaços naturais disponíveis e se podem realizar alguma prática corporal de aventura, observando as possibilidades de deslocamento que caracterizam as PCA na natureza nos diferentes meios físicos (água, ar e terra).

Cada estudante deve realizar a prática conforme seu repertório de experiências motoras e garantindo uma execução segura. Como opção, podem observar pessoas que realizem PCA na natureza próxima de onde residem. Solicite aos estudantes que registrem suas experiências (realizadas pelos próprios estudantes nas imediações do espaço em que residem ou pelas observações das atividades de outras pessoas nesses locais). Peça que socializem as sensações com a turma e compartilhem entre si o que foi semelhante ou diferente.

Sistematize o conhecimento construindo um quadro coletivo em que todos podem acrescentar locais próximos onde seja possível realizar PCA na natureza, as modalidades e formas de deslocamento. Solicite aos estudantes que indiquem também estratégias para segurança, valendo-se das contribuições individuais como forma de registro e um dos critérios de avaliação.

Qual a importância das práticas corporais de aventura para o ser humano

Este plano de atividade foi elaborado pelo time de autores NOVA ESCOLA.

Autor: Guilherme de Arruda Carvalho Freitas

Mentor: Edison de Jesus Manoel

Especialista da área: Luis Henrique Martins Vasquinho