Por que os anfíbios são dependentes da água para a reprodução? explique como ela ocorre.

Anfíbios são vertebrados cuja característica fundamental é o desenvolvimento na fase larvária em meio aquático e na fase adulta em meio terrestre. As principais características deste grupo são:

A maioria dos anfíbios possui 4 membros pentadáctilos para locomoção em terra (os gimnofionos como a Caecilia, são ápodos, por involução das patas, como uma adaptação aos seus hábitos de vida em buracos no solo);
Pele úmida e lisa, glandulífera e sem escamas externas, apta para a respiração cutânea (que nos anfíbios torna-se mais importante que a respiração pulmonar);
Dentes pequenos e esqueleto em grande parte ossificado;
São pecilotérmicos (animais de sangue frio);
Coração com 3 cavidades: duas aurículas ou átrios e um ventrículo. O sangue arterial, que entra na aurícula esquerda, e o sangue venoso, que chega a aurícula direita, vão se juntar ao nível do ventrículo único. Por isso a circulação destes animais é dita fechada, dupla, porém incompleta;
Presença de entalhe ótico, resultado do desaparecimento do opérculo que nos peixes protege as brânquias.

Os anfíbios são verdadeiros sensores ambientais, denunciam a degradação de uma área antes de qualquer outra espécie e, se estudados, global e sincronicamente, eles têm a capacidade de comunicar o que está acontecendo com nosso planeta. São como um alerta vermelho (Conservation International – CI).

Exemplar de sapo, uma das classificações dos anfíbios.

A Mata Atlântica e a Amazônia (não só a brasileira), entram como os biomas mais importantes para a conservação dos anfíbios, por conta da grande diversidade de espécies e alto grau de endemismo (espécies que só ocorrem em um determinado local).

A palavra anfíbio, Amphi = Duplo e Bio = Vida, se refere ao conceito de vida dupla, ou seja, são animais que vivem parte da vida na água e parte em ambientes terrestres.

Apesar disso, os anfíbios são altamente dependentes da água, seja para sua reprodução ou durante os estágios iniciais da vida.

Alguns exemplos dos anfíbios são os sapos, rãs, pererecas, salamandras, tritões e cobras-cegas.

Segundo o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), das 6.700 espécies de anfíbios conhecidas no mundo, cerca de 14% (938 espécies) estão no Brasil, o que caracteriza o país como o território com a maior diversidade no planeta de anfíbios.

Além disso, o grupo dos sapos, parerecas e rãs são os que apresentam maior diversidade e número de espécies.

Os anfíbios possuem alta distribuição pelo mundo, entretanto, são mais comuns em regiões tropicais, devido ao clima mais quente e úmido.

As características do habitat que vivem são determinantes para seu desenvolvimento, uma vez que, são animais que de forma geral, vivem os primeiros estágios da vida na água em forma de larva, e na vida adulta, na terra, em locais mais úmidos como lagoas e lagos.

Os anfíbios atuais podem ser divididos em três grupos considerados como ordens na sistemática tradicional, que em sua maioria conta com a pele lisa, fina e úmida.

Anuros

Características gerais: Não possuem cauda no estado adulto, contando com quatro pernas e olhos bem desenvolvidos. As rãs e pererecas possuem as pernas traseiras mais fortes e compridas, auxiliando nos movimentos de saltos e nados. Já os sapos tem as pernas traseiras mais curtas, se movimentando com pequenos saltos ou caminhando.
Alguns exemplos são: Rãs, pererecas e sapos.

Exemplar de rã, uma das classificações dos anfíbios.

Urodelos

Características gerais: Possuem uma cauda desenvolvida, corpo e cabeça mais compactos e quatro patas. Uma curiosidade é que de forma geral as espécies de salamandra quando perdem membros do corpo, como cauda e patas, conseguem regenerar o membro perdido.
Alguns exemplos são: Salamandras e tritões.

Exemplar de salamandra, uma das classificações dos anfíbios.

Ápodes ou gimnofiónios

Características gerais: Não possuem patas e lembram o aspecto de minhocas ou cobras, com corpo fino e comprido. A maioria das espécies vive no solo, se movimentando enquanto cavam túneis.
Alguns exemplos são: Cecílias ou cobras-cegas.

Exemplar de cobra-cega, uma das classificações dos anfíbios. Fonte: Wikimedia Commons.

Um dos motivos da sensibilidade dos anfíbios à saúde do meio ambiente está relacionado a seus diversos modos reprodutivos, caracterizados da seguinte forma:

Meio aquático: Espécies que depositam seus ovos em meio aquático (água corrente ou parada);
Meio semiaquático: Espécies que criam seus ninhos de espumas flutuantes ou na vegetação acima d’água;
Meio terrestre: Espécies que se reproduzem no solo da mata.

Outros fatores que afetam a atividade reprodutiva dos anuros (sapos, rãs e pererecas) são a temperatura do ar, a quantidade de chuvas, a luminosidade, além da ação humana.

Por conta disso, ao menor desequilíbrio em seus habitats naturais, os anfíbios – sobretudo os anuros – reduzem sua capacidade reprodutiva, podendo-se observar o rápido desaparecimento de populações (Conservation International – CI). Ou seja, ambientes com um maior número de anfíbios, tendem a estar mais preservados.