Poemas sobre sonhos para o futuro

Não nego

Poemas sobre sonhos para o futuro

Estou com medo. Sim. Não nego. Tento escrever. Não mexo os dedos. Mãe, venha escutar! É poesia, é pura. Mãe socorre, Mãe escuta. Estou com medo. A vida é curta, Não nego. O futuro não enxergo. Vou escrever um poema. Não sei o tema. Tenho medo. Do obscuro, Do futuro, Não nego!!!!

Nereida

Poemas sobre sonhos para o futuro

No teu olhar

No teu olhar descubro-meE desnudo-me maisA cada novo dia,Como se nascesse de novoE me guiasse apenasPela suavidade dos gestosQue colocas em cada carícia. Deixo-me ir,Abraçando apenas o futuro,E esquecendoAs pedras pontiagudasQue pisei, descuidada. Envolvo-me nas palavrasE bebo dos teus lábiosDoces, mágicos,E grito sem medos

Amo-te!

Poemas sobre sonhos para o futuro

“O agridoce da vida” - Soneto

Poemas sobre sonhos para o futuro

“O agridoce da vida” - SonetoIndo e atravessando despovoados sítiosMergulho corpo e alma em pélago profundoEnganando o tempo, quebrando os ritosNa retina congeladas, cenas do meu mundoNeste silêncio, caminhos particulares refeitosArdentemente aguardo o desfecho inusitadoDesmistificando as noites, sorvendo os efeitosNa boca o gosto agridoce do veneno derramadoCorpo estático, desejo de ressuscitar alvoradasDespindo-me de esperas, deixo a vida acontecerAs intempéries experimento, deixo-me sobreviverInvadindo o futuro de manhãs desabitadas...Sensibilidade acuada a condição do momentoAparentemente estéril, ainda que em movimento.Glória Salles14 dezembro 2008

18:27hrs

Poemas sobre sonhos para o futuro

Nasci abençoado pela imprevisibilidade e pela estatística

Nasci abençoado pela imprevisibilidade e pela estatísticaFui um filho planejado. O único dos três irmãos com este predicado. E isso não é pouco. Pergunte aos seus pais se você foi ou não planejado. Talvez a resposta possa lhe fazer alguma diferença. No meu caso, minha própria mãe, solenemente, assim me disse. Estávamos conversando numa tarde ensolarada de uns bons anos atrás, ou, talvez, numa noite chuvosa... A única frase que lembro claramente desta conversa perdida nas calendas gregas do tempo foi essa do planejamento: meus genitores em “conluio de amor" haviam me engendrado. Bonita frase para definir o sexo com fins de procriação. Homem e mulher indo para a cama com o firme propósito de gerar um filhote.Portanto, eu era muito esperado e desejado e, segundo fontes fidedignas, meu pai não se continha de alegria em ver seu varão macho babando, mamando ou chorando. Engraçado que percebo a importância desse detalhe da minha criação somente agora. No real instante daquela famosa prosa, de fato, apenas devolvi um sorriso amarelo para minha mãe. Por algum motivo que me foge à compreensão, silenciei-me e envergonhei-me. Quem sabe a imaginação dela trepando para me ter, sabe-se lá.Em alguns momentos da vida, geralmente difíceis, paramos para perguntarmo-nos o porquê de nascermos, qual nosso objetivo cósmico em viver aqui e outras sacrossantas e filosóficas questões sobre o fato de existirmos. E estava ali um verdadeiro motivo, um fluxo de acontecimentos relevantes, independentes de minha vontade, que resultaram nessa minha excêntrica e estranha pessoa.Àquela época, já não era mais criança é certo, tampouco homem formado, porque isso lá eu nunca fui. O fato é que me sinto verdadeiramente importante por conta desta revelação. Por fim, apareceu algum sentido à minha estada nesta Terra. Afinal, dois seres humanos queriam-me por aqui! Simples. Foram para a cama, determinados, mancomunados, cheios de tesão (ou não) com o firme propósito de me fabricar. Eu, euzinho aqui, não era fruto de acidente... Definitivamente não me resumia a um espermatozóide ensandecido escapado de uma camisinha furada. Existia um plano meticulosamente arquitetado com relação à minha pessoa. Velhos maquiavélicos.Quais intenções passariam pela mente desse casal? Minha mãe queria-me oficial da marinha. Achava que eu ficaria lindo uniformizado de branco. Ela tinha uma mania e tanto para glamorizar e vida. A realidade, para ela, tinha endereço fixo em Hollywood. Já meu pai almejava que eu o ajudasse nos negócios. Pois não é que, não plenamente contentes em me premeditarem, ainda teciam, cada um conforme os seus próprios sonhos, uma vida maravilhosa para mim, à minha revelia? Infinitos, os delírios dessa dupla. O que eles não esperavam é que na teoria a prática fosse outra.Uma regra básica para quem planeja é saber que todo projeto tem seus furos, suas imprevisões. O problema é que as pessoas costumam não pensar num plano B. Sabe, algo do tipo “e se não der para fazer assim?” Ah, então a gente “faz assado”. O famoso plano B!Tanto sacrifício de minha mãe... Ministrava aulas em escola primária, de manhã e à tarde. Sem plano alternativo, arranjou-se como a vida deixava. Casou-se novamente poucos anos depois que meu pai morreu para dar segurança aos filhos ainda pequenos e, na visão dela, desamparados. Quem sabe o fez na esperança de executar objetivos que foram interrompidos pela morte de meu pai, ou seja, insistir naquelas idéias que um dia ela chamara de Plano A, subtítulo: "E foram felizes para sempre". Mas casar-se de novo era só um remendo para um ideal que não tinha como ser revivido. Aquele, o original, estava morto e enterrado. Acho que ela sabia disso. Duvido que tenha se unido ao meu padrasto novamente por um amor profundo.E meu pai? Ah, Esse era sério e animado com a família que construira. Meteu-se de corpo e alma no trabalho. Era um furacão. Nervoso, agitado e com úlcera, mesmo sendo homem novo, ia de cá para lá em busca da sua felicidade e da família. Mas... com que sentido real? Para que correr tanto? Mas pai... aonde estava guardado o plano “B”?Ele acabou morrendo dois meses depois de meu nascimento num acidente de avião idiota quando ia cuidar de negócios no Rio de Janeiro. Sendo assim, não o conheci... Ele me amava, sem dúvida, afinal, me desejou ardentemente. E eu? O que poderia sentir por ele? Apenas essa estranha emoção que tenho quando pego nas mãos a sua foto 3X4 e observo o rosto moreno e de olhos verdes daquele bigodudo que me obrou (dê a “obrar” o sentido que quiser).Muitos dos que o conheciam dizem que ele seria um homem de extremo sucesso. Era líquido e certo que ficaria rico, afirmam seus velhos amigos, uns poucos que ainda sobraram vivos. O que sei apenas é que, antes de morrer, tinha uma fábrica de gaiolas. Certamente não me cheira ser um negócio, assim, promissor, algo que faça alguém imaginar que seu pai seria um Bill Gates, do tipo: - Olha, lá vai o Germano, o “Imperador das Gaiolas”! Multimilionário! – Ao contrário. Tudo me remete apenas à mera titica de galinha...

Falemos sério: Como alguém que morre de desastre de avião, repito, “desastre de avião”, poderia ficar rico se esse evento não ocorresse? Seria incompatível, captou o paradoxo? A sorte sempre deve bater com o tino. Portanto, meu pai foi premiado, sim: com o infortúnio. O certo mesmo é que nasci duplamente abençoado - pela imprevisibilidade e pela estatística.

Poemas sobre sonhos para o futuro

“Nos trilhos do tempo”

Poemas sobre sonhos para o futuro

“Nos trilhos do tempo”Os velhos trilhos me esperam fieis.Dúbios sentimentos esse lugar provoca.Emoções inexatas, vagas...Uma busca por mim.Andando nos trilhos, dispersa.Braços abertos...Sensação boa de estar indo ao encontrode possibilidades viáveis e futuros possíveis.Beleza bucólica,que me deixa embevecidacomo se vislumbrasse os portões do Éden.Aqui jamais sou figurante...Faço parte desse mundo.O silêncio grita o nome da “miúda”de fita no cabelo, protegida pela forte mão do pai.E as lembranças de cenas disformesquerem espanar a poeira de um passado, que sempre estará impregnadona retina dos olhos...Que hoje olha a cenasentindo os efeitos do ventonos cabelos já sem fita.Brisa que arrepia como beijo na nuca...Realidade estridente,que faz o passado tanger o futuro...E traz à consciência minhas verdades.O céu tingido de laranja, a grama na sola dos pés.Aqui será sempre minha casa...A força sempre estará não mão do meu pai.Aqui serei sempre menina...Glória Salles18 novembro 200818h50min Estação Ferroviária velha

Flórida Pta

Poemas sobre sonhos para o futuro

“Eu disse não...”

Poemas sobre sonhos para o futuro

Esta tua tragédia, conto de folhetimDecidi que não vou protagonizar...Drama passional, caso de botequimMeticulosamente criado para enlear.Já não quero mais este funesto vícioDo juízo, o azeite da lamparina renoveiTirei o coração do altar do sacrifício...Do calvário cruel, minh´alma salvei.No silencio das horas, o amanhã esculpidoDesenha os contornos do mundo só meu...Sem o pavor dos espasmos, que traz o breu.Hoje, só a certeza de crepúsculos límpidosSonhos projetados para além deste muroRegendo a vida, arquitetando o futuro...Glória Salles07 fevereiro 200917h02min

No meu cantinho...

Poemas sobre sonhos para o futuro

Tornar

IntensoÉ o momentoQue se faz presenteO que passouEstá alí, está aquiEstá na retinaNa palma da mãoNo degrau da escadaIntensoÉ refazer o caminhoTornarDo olhar trocadoMais que voarVoar pra lá, voar pra cáVoar de mãos entrelaçadas

Voar no sorriso da foto

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Queixume sequioso

Poemas sobre sonhos para o futuro

Sinto no meu peito o ardor da impotênciaLavro nas páginas recrudescidasO sabor agridoce do destino delineado Matizo em mesclos tons os atalhos lúbricosPerfumando com doces aromas orvalhadas Do vulcão adormecido na montanha idílicaContemplo o sopé longínquo da vidaO oásis verdejante equidistante de mimSinto as veias pulsáteis de fervorEstremecendo os poros da pele sedentaNum olhar precursor do futuroDe sonhos visionados em mimEm dias sombrios e pardacentosNeste tempo sem tempo do fimDeixo que as gotas de orvalho escorramNum incontrolável queixume sequiosoClamando pelo fogo e ar em combustãoEm explosões de deleite integral

Escrito a 13/04/09

Poemas sobre sonhos para o futuro

Amanhã

Poemas sobre sonhos para o futuro

Pode muito bem ser o dia da minha morteOu, talvez até, o dia em que se decida a minha sorteMas, se amanhãFor, apenas, um dia igual a tantos outrosÉ porque a poesia, fruto da inspiraçãoTambém se faz de rotinas, sem hesitaçãoAssim, ninguém sabe o que o espera o futuroQue aí, já à porta, pode vir maduroFeito de intuição e sabedoriaOu, entrando de rompanteJovem, instigante, louco e absurdoEnfrentando um tempo que não lhe pertencePorque, hoje, estagnado, de tão ignoradoPerdeu a esperança de, amanhã, talvezRenascer para a vida, que nunca viveuPreso a um passado, que não se deu contaMas, já prescreveu.Maria Fernanda Reis Esteves53 anos

natural: Setúbal

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Ouça o amor

Ouça o amor que sai de mim:É um mar, um infinito,sem futuro mas, bonito.Ouça a canção,o baticum da minha vida...Talvez tudo isso seja mais real,do que aquele carro que passa.Pode achar graça!A vida não pode sersó de seriedade.É preciso que haja riso.E eu serei o seu palhaçoou seu bobo da corte,desde que você(nem precisa aceitar)respeite o meu amor.A. J. Cardiais

26.03.1989

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“Os sorrisos dos meninos”

“Os sorrisos dos meninos”Sorriso vai e sorriso vem e como me faz tanto bemAmo os seus sorrisossorrisos lindos a cresceridéias sempre a desenvolvermentes brilhantes prometendomudar a Vida e o MundoEu acredito nesses sorrisostodos eles farão o futuroquem sabe ainda no meu tempoeles continuarão a ser o Solque me aquece em cada Invernoe que me renova a almaa cada ano na Primaveracom o tempo a aquecera crescer e a descobrir a VidaNascem e chegam purostodos esses lindos sorrisosvão crescendo sem nada que os detenhae eu aqui olhando, revendo, vendo crescerQuantas amizades, reconhecimentoseu quero ter sempre nesses sorrisoseles se tornaram parte de mimagora e sempre crescendo e amandoos sorrisos desses meninos queridosE com um inequívoco sorriso eu sempre os recebo, a convidar para que fiquem também sorrindo comigodando e recebendo sorrisos todos os dias, e sempre.Maria

No Valsassina à tarde, 7 de Março de 2018

Poemas sobre sonhos para o futuro

“Quem sabe... amanhã” - Soneto

Poemas sobre sonhos para o futuro

“Quem sabe... amanhã” -SonetoÀs vezes penso, nasci na contramão da vidaQuando o desencontro abissal toma minha razãoMeu invólucro, expõe esse deserto sem guaridaE na memória dos meus olhos, tanta explosãoExplosão de sentimentos, quase uma vibraçãoMemória de momentos estéreis, jamais vividosEstático, meu corpo permanece, ante a visãoDe provar um futuro, agora talvez permitidoNesse ciclo diário, maçante que vai e vemQuase nem percebo, tão apressada e alheiaNo fio da navalha, a envolver-me essa teiaMomentos intermináveis de viagem ao alemDe dentro de mim, renasce sempre um quererRenovação do ciclo, que insiste em não morrer.

Glória Salles

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"Tudo muda"

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O que me apavora, não é o desvario que é içado por minha fantasia.Mas a incompletude desta trama.Amedronta-me a confiança inerte, que mancha de fastio o dia seguinte,por conta do arrebatador quese ausenta no que é previsto.Não temo a vida e os seus montantes fartos.Mas o cuidado excessivocom o pormenor que permite a sentença negada! Não me intimida o delírio que sugestiona a escolta do insólito.Insosso o trajeto delineado,os passos seguros,por caminhos alinhados. Roubando a cor do prismaCom prévia decorrência.Escolho o inusitado risco das curvas.No minuto seguinte...Na primeira curva...Tudo pode mudar.Glória Salles22 junho 200402h35min

No meu cantinho...

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Armas de paz

Trago no cano da espingardaBalas de rosas perfumadasUm projéctil feito de alvoradasTiros de paz e de esperançaPara mudar o rumo da históriaRevesti-la de sedas de bonançaLanço uma granada de amorUma arma branca de paixãoEnceto uma guerra de fraternidadeUma quezília corrompida de igualdadeUma ofensa tatuada de perdãoUm camuflado vestido de civismoSó porque eu sei que um diaA vida será simplesmente poesia Maria Fernanda Reis Esteves51 anos

natural: Setúbal

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“Detrás dos óculos, tanta vida... ”

Poemas sobre sonhos para o futuro

“Detrás dos óculos, tanta vida... ”Meu rosto é palco de todos os mundos...Os lábios em batom cor de boca, esboçaum sorriso, ainda que triste...Olhando-o através dos olhos daquela miúda segura por tua mão...Não consegue disfarçar a nudez desconcertante, que da alma, traz outras versões.Hoje seguro as tuas mãos, tentativa de trazer o ontem, que estampa imagens que ao longe se movem,soletram palavras quase inaudíveis, como se escrevesse por linhas tortas.Nos olhos uma sutileza que conheço bem, mostrando-me novas versões de uma mesma verdade...O exposto é o que menos incomoda.A verdade dos olhos são os detalhes que leio.Essa verdade sem códigos...Da cadeira dessa varanda vê o mundo.Teu olhar deixa minhas trilhas expostas, me traduz, meu coração vira território aberto,pastos verdes,e meus pesadelos abranda,emprestando a frágil luz.Não deveria ser o contrário?Mas o frágil coração sabe...Que seu olhar é remédio preciso e forte, para curar ausências.E suas palavras, ainda que as vezes sussurradas,promessas de fartas colheitas.Seguro tuas mãos...Sentindo a força de um cavalo zaino,cujo destino é vencer.Nesse momento tenho a certeza de que o futuro, mora detrás destes óculos..."Ao meu pai."Glória Salles25 novembro 2008

Flórida Pt

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"Depois de você" -Soneto

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Caminhos

Vamos!Há portos de abrigo a descobrir,Cais de partida com lágrimas nos olhosE lenços brancos a gritar adeus!Há novelos de sonhos a despontarDos sagrados sítios onde nasceramAs palavras com que construímos o futuro!Andam fadas de encantamentoA semear flores castas na orla dos carreirosPor onde escorrem os vendavaisDo nosso querer ir além!Vem daí!Toma no teu o meu braço frágilE, amparados, juntos, unidos,Cavemos o espaço que teremos que calcorrearPara plantar espirais de lantejoulasE rododendros na alvura das aurorasMansas e estivais!De todos os lugares chegam as vozesDos que não sabem dizer ámen!Ao fim chegarão somenteOs que souberem sentir-se gratos!Em 21.mai.2011, pelas 18h00

PC

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Hoje preciso de mim!

Hoje preciso de mimEstar comigo sozinhaRecolhida em pensamentosDe um futuro que se avizinha!Preciso deste momentoEncolhida, comprimida, contidaSomente no calor do meu corpoSozinha, a pensar nesta vida!Necessito deste momentoCalada, sossegada, retraídaNeste meu desalentoNesta vida entristecida!Não quero ninguémNão quero nem precisoEstou assim tão bemNeste meu casulo conciso!Enrolada em sentimentosCoberta com tristezaAcompanhada pelo medoPorque a alegria me despreza!Aqui estouE aqui quero ficarE inerte ficarei à espera

Que a felicidade me venha abraçar!

Poemas sobre sonhos para o futuro

fUI VIAJAR NO FUTURO

Caros amigos poetas, poetisas e visitantes.Vou-vos fazer uma pequena confidência. Acreditem, é verdade, não é demência Mas já vivi no futuro, aquele que vai chegar.Eu já por lá passei, quis ir ver como era,Como fiz? Foi simples, estamos na PrimaveraEmbalei-me no perfume das floresLevei comigo os meus amores E embarquei.Como? Numa nuvem que passavaCarregada de promessas, e lá fui na conversa.Viajei, viajei, e para vos dizer com franquezaNada vi de extraordinário, nada de especial.Sim, novos métodos na ciênciaA poesia em nada muda, é só conversa,Mas o que nos vai fazer perder a paciênciaSão os novos métodos para pagar impostos,Imposto para aqui, imposto para aliE o que é mais aberrante, mais desoladorVai haver em cada quarto um contadorPara pagar uma taxa por cada vez que se faz amor.Bom.... em abono da verdade, nada tenho a ver com issoMas atenção... para os mais viciadosNão vai haver aumentos de ordenadosPortanto eu só vos dou um conselhoDeitem-se e durmam vestidosCom calças sem braguilha Não vá o diabo tece-las, nunca se sabe!...A miséria, os sem abrigo, em nada mudaA crise, nada fazem, é só do blá-bláPromessas para aqui, promessas para acoláEu não vos vou por hoje tudo dizerO que o futuro nos reservaráNão quero que por minha culpaAlgum de vós possa morrerEconomizem, deixem o carro na garagem,

Coragem, amigos, coragem

Poemas sobre sonhos para o futuro

Menina Realidade em tempos sombrios

Viram.Tempos sombrios virão.Não pela ode apocalípticaDe malfadada crença Não pela mão da doença mas pela realidade.Virarão.Revirarão os olhos pela descrençaNa fé que se extinguirá Na contramão ou tiro no péDa falta de esperança.Dura. Nua. Raquítica.Numa beleza sincerocídiaDe comprovação inequívocaDo seu histórico dados racionaisDa nossa falta de fé.De pé.Atenta. Com olhos tristesVazios.Acostumados a dorSem brilhos.Acostumada à realidade.Pura. Crua. Esquelética.Não viram.Viraram a casaca das suas escolhas Realistas. Mistas. Em suas conquistas.Que trocariam por verSentir. Sorrir.Mas, viram? Tempos sombrios virão.Marcos Raul de Oliveira

25/03/21 5:31

Poemas sobre sonhos para o futuro