EREM DR. JAIME MONTEIRO Gameleira, ____ de _______________ de 2016. Alunos:__________________________________________ ____________________________________________ Série: 9º ___ Professora: Márcia Oliveira da Silva Exercício de Língua Portuguesa A CONQUISTA DO AMOR IMPOSSÍVEL Quando falamos em amor, sempre pensamos no amor à pessoa amada, ou no amor a pais, irmãos, familiares e amigos. Mas pode o ser humano apaixonar-se com a mesma intensidade por um objeto ou por um hábito? E o que fazer quando esse sentimento é confrontado com sentimentos como a crueldade e a perversidade? Felicidade Clandestina Clarice Lispector
Ela era gorda,
baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um
busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse,
enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que
qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de
livraria. Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de
pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da
loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos,
com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima
palavras como "data natalícia" e "saudade". Compreensão e Interpretação do texto 01. Os três primeiros parágrafos formam a introdução do conto lido. Neles, são apresentadas as características das personagens da história. a) Quais são as personagens principais da história? A narradora e a menina filha do dono de livraria. b) Como é feita a caracterização das personagens: de modo superficial ou de modo aprofundado, minucioso? De modo minucioso c) Que aspectos dessas personagens são ressaltados? São ressaltados aspectos físicos e psicológicos. Enquanto filha do dono de livraria era gorda, sardenta, cabelos excessivamente crespos e arruivados e tinha bustos enormes, a narradora, como as outras garotas, era bonitinha, esguia, altinha, de cabelos livres. A primeira não dava valor aos livros; a segunda ansiava por eles. 02. Embora a filha do dono de livraria não tivesse muitas qualidades, algo a fazia parecer superior aos olhos da narradora. O que era? O fato do pai dela ser dono de livraria, pois isso possibilitava a ela ter os livros que quisesse. 03. Observe estes trechos do texto: · “Mas que talento tinha para a crueldade.” · “Ela toda era pura vingança.” a) Por que, na opinião da narradora, a outra menina tinha talento para a crueldade? Porque fazia questão de humilhar e só emprestava livros depois que a pessoa implorasse bastante. b) Qual é a explicação da narradora para o ódio e o desejo de vingança da menina? De certa forma, a filha do dono de livraria achava-se inferior as outras meninas por elas serem bonitas, terem cabelos lisos, serem magras, etc. 04. Releia este trecho: “ Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.” a) O emprego da expressão como casualmente dá a entender que a iniciativa da filha do dono de livraria foi uma ação casual ou planejada? Dá a entender que era tudo planejado, embora a menina quisesse dar a impressão que tinha sido casual. b) O que a menina provavelmente imaginou a respeito da importância do livro para a narradora? Justifique sua resposta. Que ela tinha muita curiosidade pela obra de Monteiro Lobato, autor que fazia grande sucesso entre as crianças no passado. 05. A posse do livro “As reinações de Narizinho” possibilitou à menina exercer sobre a narradora uma “tortura chinesa”, num jogo infindável de promessas e mentiras. a) Que características da menina e da narradora se observam nessa relação? A filha do dono de livraria era uma pessoa sádica, má, perversa; a narradora era persistente e resignada. b) Que consequências físicas resultam dessa tortura para a narradora? Olheiras, cansaço c) Explique: Por que a narradora se submetia a esse jogo criado pela menina? Pela esperança de obter o livro, porque a leitura dela era, para ela , uma necessidade vital. 06. Um dia, a mãe descobre o jogo que a menina vinha fazendo com a narradora. a) O que parece ter chocado mais a ne nessa descoberta? A constatação da perversidade da filha, mais do que saber que a menina mentia. b) O que a decisão da mãe representou para a narradora? Representou a libertação, pois ela pôde deixar de se submeter aos caprichos da outra. 07. Sobre os elementos do conto, responda: a) Tipo de narrador e foco narrativo: narrador personagem. Foco narrativo em primeira pessoa. b) Onde acontecem os fatos narrados? Nas ruas do Recife, na frente da casa da filha do dono de livraria e na casa da narradora. c) Tipo de discurso: discurso indireto livre. d) Variedade linguística empregada: a norma padrão formal e) Protagonista: a narradora f) Antagonista: a filha do dono de livraria g) Tempo verbal predominante: pretérito perfeito e pretérito imperfeito. 08. O que gerou o conflito na narrativa? O fato da antagonista ter um livro que a protagonista desejava muito ler. 09. Quando ocorre o clímax da narrativa? Quando a mãe da dona do livro entra na história, descobre a verdadeira personalidade da filha e modificando o rumo da narrativa. 10. Por que a narradora fingia que não sabia onde tinha guardado o livro e depois “achava-o”? Porque isso aumentava o prazer dela de se ver com o livro nas mãos. Page 2 |