Getúlio Vargas: exemplo de populismo brasileiro Show Significado político (conceito) Populismo é uma forma de governar em que o governante utiliza de vários recursos para obter apoio popular. O populista utiliza uma linguagem simples e popular, usa e abusa da propaganda pessoal, afirma não ser igual aos outros políticos, toma medidas autoritárias, não respeita os partidos políticos e instituições democráticas, diz que é capaz de resolver todos os problemas e possui um comportamento bem carismático. É muito comum encontrarmos governos populistas em países com grandes diferenças sociais e presença de pobreza e miséria. De acordo com o dicionário Houaiss, Populismo é a "prática política em que se arroga a defesa dos interesses das classes de menor poder econômico, a fim de conquistar a simpatia e a aprovação popular"¹. Frase Exemplo: Getúlio Vargas foi um presidente que seguiu o populismo. Explicação da frase: Getúlio Vargas, ex-presidente do Brasil, adotou o populismo como uma das características de seu governo. Apelidado de "pai dos pobres", promoveu seu governo com manifestações e discursos populares, principalmente no Dia do Trabalho (1º de maio). Não respeitou a liberdade de expressão e a democracia no país. Usou a propaganda para divulgar suas ações de governo. Palavras derivadas: Populista (que segue o populismo, que adota um sistema de governo populista). Ouça este artigo:
Populismo é basicamente um “modo” de exercer o poder. Ou seja, dá-se uma importância ao povo, às classes menos favorecidas, cuida-se delas e, assim, conquista-se sua confiança o que permite que se exerça um autoritarismo consentido, uma dominação que não é percebida por quem é dominado. Historicamente o populismo está ligado a fenômenos políticos da América Latina e se identifica com a industrialização e urbanização. No caso específico do Brasil este processo se inicia nos anos vinte e trinta o que coloca o populismo em foco exatamente neste período. Dentre as características do populismo está o fato de que o contato do líder com as massas acontece diretamente. Isto é, o líder não precisa de ninguém que intermedie seu contato com o povo, mas vai, pessoalmente, de encontro a ele, torna-se “amigo pessoal” dos pobres, preocupando-se com sua situação individual. Através dessa proximidade, cria laços que permitirão a ele ser eleito sob os aplausos da grande massa popular que a ele confia, posto que se trata, não de um político qualquer, mas de um amigo. Portanto, o populismo tem como foco as classes média e baixa. O populismo não é um governo de esquerda apesar de se voltar para as classes média e baixa. Tampouco é um governo de direita. A direita o considera uma forma demagógica de comportamento político. O populismo não dá espaço para a atuação política da classe burguesa uma vez que suas determinações políticas são atribuídas ao líder. O líder populista está acima de todas as classes, é representante único e total dos anseios do povo que o elegeu. Para a esquerda o populismo representa uma venda que é colocada nos olhos das massas distanciando-as da possibilidade de perceber o papel exercido sobre ele pelo Estado. No Brasil, Getúlio Vargas é o exemplo maior do populismo. Apesar de toda a repressão exercida por Vargas conseguiu ser democraticamente eleito pelo povo o que mostra sua popularidade diante das grandes massas. Seu “interesse” pelos pobres, o que o levou a ser apelidado de “pai dos pobres”, dá uma dimensão do populismo assumido por Getúlio Vargas. A manipulação das massas é compreensível na medida em que a industrialização fez migrar para as grandes cidades um grande contingente de trabalhadores das zonas rurais como também de outros países. Estas massas vindas de diferentes lugares tinham dificuldades de organizar-se e, assim, preferiam confiar seus anseios àquele que se dizia um amigo, o líder populista.
Populismo é uma prática política cujo líder toma para si o cargo de salvar o país e o povo. O populismo se reveste de promessas dirigidas a setores vulneráveis da população, ao mesmo tempo em que trata a elite como inimigo. Esta estratégia remonta ao Império Romano e reapareceu em vários países no século XX. Atualmente, o termo “populismo” é usado pejorativamente para ofender adversários políticos. Significado de PopulismoO termo é derivado do latim e significa “povo” (populus) e associado ao sufixo de origem grega “ismo”. Origem do PopulismoO populismo tem sua origem no Império Romano, especialmente nos reinados de Tibério Graco, Caio Mário, Júlio César e César Augusto. Era conhecida sob a denominação de “Pão e Circo” (panem et circenses). O povo romano era cooptado para apoiar esses imperadores através de espetáculos circenses e da distribuição de comida. Da mesma forma, o populismo faz parte da demagogia, na medida em que estabelece um vínculo emocional com o “povo”, tratado como categoria abstrata. O resultado é sempre o autoritarismo consentido e uma dominação imperceptível por quem é dominado. Características do PopulismoPolíticaO populismo critica o liberalismo político e seus representantes colocam-se por em cima dos partidos políticos. Por isso, é primordial o contato direto entre as massas urbanas e o líder, pois se evita toda intermediação de partidos ou corporações nesse processo. A fim de criar uma identidade e ilusão de participação políticas são organizadas concentrações populares e festas para incluir grupos sociais historicamente marginalizados da cena política. O povo é apresentado como uma entidade bondosa, justa e guardiã dos valores da nação. Quem não se enquadra nesta descrição é chamado de anti-povo. EconomiaO populismo realiza políticas nacionalistas de substituição de importações, estatização de atividades econômicas estratégicas, imposição de restrições ao capital estrangeiro e concessão de direitos sociais. O resultado é um endividamento público brutal, pois estas políticas desestimulam o setor produtivo. CooptaçãoVários recursos são utilizados pelo líder para obter apoio popular. Esses artifícios vão desde a linguagem simples e popular, propaganda pessoal massiva e simplificação de problemas complexos através de recursos retóricos como a falácia e demagogia. Desta maneira, o populismo prepara o terreno para a concretização de medidas autoritárias que desrespeitam os partidos políticos e instituições democráticas. Por isso, além do autoritarismo e assistencialismo, os governos populistas controlam os meios de comunicação para que sejam instrumento de divulgação das ações governamentais. Estratégias populistasO político populista lança mão de efeitos retóricos e de propostas irrealistas para beneficiar os setores mais populares. Por outro lado, busca limitar o poder das elites políticas tradicionais, consideradas rivais. Enquanto filosofia política, afirma os direitos e o poder dos desfavorecidos em detrimento dos privilégios da elite. Assim, apesar das melhorias na qualidade de vida das populações envolvidas, o populismo não deve ser confundido a democracia plena. Esta preserva os direitos do cidadão e mantêm sua liberdade, o que não acontece em regimes populistas. Igualmente, o líder e o povo tornam-se dependentes um do outro através da troca de favores. Isso gera práticas como o Clientelismo onde as pessoas são vistas como seres úteis apenas para as eleições e não cidadãos de pleno direito. Populismo no BrasilO principal líder populista no Brasil foi o presidente Getúlio Vargas. Durante seu governo, especialmente na época do Estado Novo, foram utilizadas técnicas de captação populista: discurso nacionalista, engrandecimento da figura do líder e participação do povo para festas cívicas. Enquanto isso, não havia eleições presidenciais, os meios de comunicação eram censurados e a polícia política vigiava os inimigos internos e externos. Seguiram-se os governos de JK e Jânio Quadros, considerados populistas na medida que seus líderes se apresentavam como aqueles que tinham a solução para os problemas do país. Populismo HojeHugo Chávez, ex-presidente da Venezuela, discursa para a multidãoOs governos populistas voltaram à cena política no século XXI após o esgotamento do modelo neoliberal. Na América Latina, observamos líderes como Hugo Chávez, na Venezuela e Cristina Kirchner, na Argentina. Por sua vez, na Europa, o populismo está ligado aos partidos de direita como o italiano "Liga Norte", encabeçado por Matteo Salvini. Na França, a "Frente Nacional", da deputada Marine Le-Pen, cresce a cada eleição. Também o governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, e de Recep Tayyip Erdoğan, na Turquia, são considerados populistas. Principais Regimes e Líderes PopulistasCom representantes tanto na esquerda quanto na direita, o populismo moderno é um fenômeno típico dos anos de 1920, especialmente após a crise de 1929. Na América Latina, ele surgiu a partir de 1930, quando crescem a industrialização e a urbanização. Em consequência, se registra o enfraquecimento das estruturas políticas oligárquicas e agrárias. No Brasil, surgiu com o advento da Revolução de 1930, a qual derrubou a República Velha oligárquica e estabeleceu Getúlio Vargas no poder. Por fim, os movimentos populistas ganharam força nas democracias do primeiro mundo a partir dos anos de 1980, sobretudo no Canadá, Itália, Nova Zelândia e países escandinavos. Líderes populistasPor fim, os líderes mais proeminentes do populismo foram:
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