Em dupla debatam reflitam e respondam: qual das duas versões vocês consideram mais convincente

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Em dupla debatam reflitam e respondam: qual das duas versões vocês consideram mais convincente

Mayharacastilho9388 @Mayharacastilho9388

August 2019 2 990 Report

Em dupla. debatam, reflitam e respondam qual das duas versões vocês consideram mais convincente?

(Do Boris Fausto ou do Edgar Decca que vê o episódio que levou Vargas ao poder em 1930)

c) Em dupla. Debatam, reflitam e respondam: qual das versões vocês acham mais convincente? Justifiquem. Resposta pessoal.

6. O texto a seguir é de Jacqueline Hermann, professora de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Leia-o com atenção.

Página 347

Deserção de Olinda a Holanda

Muitos fatores contribuíram para a vitória dos holandeses calvinistas em território até então governado por reis católicos, mas é sobre a figura superdimensionada de Domingos Fernandes Calabar que as culpas mais pesaram. Transformado em símbolo máximo da traição à causa portuguesa, foi considerado um dos primeiros a passar-se para o lado inimigo, mesmo depois de ferido por eles. Com data precisa, 20 de abril de 1632, a deserção tivera segundo fontes portuguesas papel decisivo no avanço adversário. [...]

Em dupla debatam reflitam e respondam: qual das duas versões vocês consideram mais convincente

K. van Baerle, baseado em Frans Post. 1647. Ilustração. Coleção particular

A imagem mostra indivíduos de origem brasileira sob a bandeira holandesa, indicando que Calabar não foi o único a trair a pátria.

[...] A deslealdade de Calabar fica ainda mais agravada quando comparada a personagens como Henrique Dias, negro forro que se notabilizou na defesa dos interesses luso-espanhóis. [...]

Tomado isoladamente, e a partir do século XIX, como um dos exemplos mais acabados de traidor da pátria, Calabar viveu em um tempo no qual a fidelidade à Coroa era o mínimo que se esperava de seus súditos. Mas esse compromisso era facilmente relativizado para aqueles que viviam as urgências da vida colonial [...] incerta em tempos de guerra. A falta de pagamento de soldos e até de alimentação tornou as forças luso-espanholas presas fáceis do assédio holandês. [...].

HERMANN, Jacqueline. Deserção de Olinda a Holanda. In: Revista Nossa História: Medicina, ano 2, n. 21, p. 38-42, jul. 2005.

a) Na visão da autora do texto, Calabar teve um papel decisivo na vitória dos holandeses no Nordeste? Justifique.

Não. Isto pode ser percebido logo no início quando a autora diz: “Muitos fatores contribuíram para a vitória dos holandeses calvinistas em território até então governado por reis católicos, mas é sobre a figura superdimensionada de Domingos Fernandes Calabar que as culpas mais pesaram”.

b) Como a autora explica a transformação de Calabar em um “traidor da pátria” por excelência?

Segundo a autora, a identificação de Calabar como traidor da pátria é uma construção do século XIX, tempo em que foram forjadas as figuras dos heróis da pátria e de sua antítese, os “traidores da pátria”. Professor: Lembrar aos alunos que o século XIX foi o século do nacionalismo, do romantismo e do individualismo.

c) Que elementos do texto ajudam a explicar a “traição” de Calabar?

“A falta de pagamento de soldos e até de alimentação tornou as forças luso-espanholas presas fáceis do assédio holandês”.

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Diretor editorial Lauri Cericato

Gerente editorial Flávia Renata P. A. Fugita

Editores assistentes João Carlos Ribeiro Jr., Maiza Garcia Barrientos Agunzi

Assistente editorial Carolina Bussolaro

Assessoria Juliana Marques Morais, Leslie Sandes, Suélen Rocha M. Marques

Gerente de produção editorial Mariana Milani

Coordenadora de arte Daniela Maximo

Projeto gráfico Juliana Carvalho

Projeto de capa Bruno Attili

Foto de capa Gerson Gerloff/Pulsar

Editor de arte Felipe Borba

Diagramação Anderson Sunakozawa, Carolina Ferreira, Dayane Martins, Débora Jóia, Claritas Comunicação, Helena Mariko, Ponto Inicial

Tratamento de imagens Eziquiel Racheti

Ilustrações e cartografia
Ilustradores: Alex Argozino, Getulio Delphim, Ilustra Cartoon, Luis Moura, Manzi, Mário Pita, Mozart Couto, Rmatias, Roberto Melo


Cartografia: Alexandre Bueno, Carlos Vespucio, Renato Bassani

Coordenadora de preparação e revisão Lilian Semenichin

Supervisora de preparação e revisão Viviam Moreira

Revisão Aline Araújo, Carina de Luca, Claudia Anazawa, Felipe Bio, Fernando Cardoso, Lívia Perran, Lucila Segóvia, Marcella Arruda, Pedro Fandi, Sônia Cervantes, Veridiana Maenaka



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Atividades 223
I. Retomando 223
II. Leitura e escrita em História 224
III. Você cidadão! 225

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Marco Ugarte/AP Photo/Glow Images

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UNIDADE 4 TERRA E LIBERDADE 226

Capítulo 12 – Regências: a unidade ameaçada 228


O avanço liberal 229
O Ato Adicional de 1834 230
As rebeliões nas províncias 233
A Cabanagem 233
A Guerra dos Farrapos 234
A Revolta dos Malês 238
A Sabinada 239
A Balaiada 240
Atividades 242
I. Retomando 242
II. Integrando com Língua Portuguesa 243

Capítulo 13 – Modernização, mão de obra e guerra no Segundo Reinado 245


O golpe da maioridade 246
Eleições: violência e fraude 246
As revoltas liberais de 1842 247
A Rebelião Praieira 247
O poder do monarca no Império Brasileiro 248
Os partidos do Império: diferenças e semelhanças 249
Economia do Segundo Reinado 249
O café assume a liderança 249
Açúcar, algodão e borracha 252
Modernização no Império 252
Café e ferrovias 253
A Tarifa Alves Branco e a Lei Eusébio de Queirós 254
A questão da mão de obra no Império 255
A Lei Eusébio de Queirós e a Lei de Terras 255
O tráfico interno e o debate sobre o trabalhador nacional 256
Imigrantes no Brasil 257
O sistema de parceria idealizado pelo Senador Vergueiro 258
Colonos nas fazendas de café 259
Alemães, italianos e poloneses no Sul 259
Um começo difícil 260
Guerras entre os sul-americanos 260

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Page 4

Dica! Documentário analisando o encontro de culturas entre os astecas e os espanhóis. [Duração: 44 minutos]. Acesse: .

Os maias

Os maias estão entre as civilizações mais antigas da América. Seus ancestrais viviam nas montanhas da atual Guatemala desde 2500 a.C.

A civilização maia se desenvolveu na confluência entre a América do Norte e a América Central, mais precisamente na Península de Yucatán, numa área em que se encontram cinco estados do México atual, quase toda a Guatemala, parte de El Salvador, parte de Honduras e Belize. Observe o mapa abaixo.



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Apogeu do Império Inca – 1532

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Allmaps


Fonte: KINDER, Hermann; HERGT, Manfred; HILGEMANN, Werner. Atlas histórico mundial: de los orígenes a nuestros días. 22. ed. Madrid: Akal, 2007. p. 234.

Situado ao longo da Cordilheira dos Andes, o Império Inca abrangia terras hoje pertencentes ao Equador, ao Peru, à Bolívia, ao Chile e ao norte da Argentina.

A sociedade incaica

No topo da sociedade incaica estava o imperador, intitulado Inca, o “filho do Sol”, reverenciado e respeitado por todos. Abaixo dele, a nobreza, da qual saíam os governantes, os sacerdotes e os chefes militares.

Entre os grupos intermediários estavam os médicos, os contabilistas, os projetistas, os guerreiros, os artesãos (tecelões, tapeceiros, ceramistas, ourives). Esses grupos profissionais – além do imperador e dos nobres – viviam em cidades e eram ajudados pelo governo. Já os camponeses, que constituíam a maioria da população, moravam em aldeias rodeadas por campos de cultivo e de pastoreio e viviam oprimidos por diferentes tributos. No Império Inca, a religião – que tinha como principal cerimônia o culto ao deus Sol – e a língua oficial, o quíchua, eram obrigatórias.

Dica! Vídeo sobre os astecas, os maias e os incas. [Duração: 49 minutos]. Acesse: .

Página 21

Para refletir

Leia o texto a seguir com atenção.



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Page 6

Encontro e desencontro: os portugueses e os tupiniquins

Os primeiros contatos entre os tupiniquins e os portugueses nas terras onde hoje é Porto Seguro, na Bahia, em 1500, foram mediados pelo estranhamento. Segundo o escrivão da armada de Cabral, Pero Vaz de Caminha, esses habitantes eram pardos, não usavam qualquer vestimenta e traziam consigo arcos e setas.

Os tupiniquins, certamente, também estranharam o modo de se vestir e de falar dos portugueses.

Nas primeiras décadas do século XVI, os contatos entre os tupis e os portugueses foram sobretudo amistosos; os indígenas foram parceiros comerciais dos lusos trocando com eles pau-brasil, uma madeira abundante no litoral brasileiro, por objetos úteis a eles, como machados, pás, foices, facas, espelhos. Outra forma de relacionamento amigável foram os casamentos de portugueses com mulheres tupis. Ocorreu, ainda, a aliança dos europeus com alguns grupos indígenas para guerrear contra outros; os portugueses, por exemplo, aliaram-se aos tupiniquins para guerrear contra os tupinambás, fazê-los prisioneiros e escravizá-los.

A partir de 1532, e sobretudo após a instalação do Governo Geral, em 1549, porém, os portugueses passaram a capturar os índios para empregá-los como escravos nos engenhos de produção de açúcar e nos afazeres domésticos. Daí a violência passou a predominar nas relações entre os colonizadores e os povos indígenas.

Esses povos, por sua vez, reagiram à escravização por meio de revoltas coletivas, da violência individual, do saque e da fuga para o Sertão. Mas os colonizadores acabaram vencendo pela força e conquistando para si as terras indígenas. As guerras de apresamento, as grandes fomes que geralmente acompanhavam essas guerras, a escravização e, sobretudo, doenças, como gripe, sarampo, tuberculose e varíola, causaram a morte de dezenas de milhares de indígenas.

Pau-brasil: espécie de madeira nativa da Mata Atlântica: tem o tronco recoberto de espinhos, o interior avermelhado, e pode atingir até 30 m de altura e 1,5 m de diâmetro.

Tuberculose: infecção que se manifesta nos pulmões, sistema nervoso, intestino e rins. É transmitida por leite contaminado, pela saliva e pela manipulação de objetos. Os sintomas são emagrecimento e tosse.



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Page 7

a) Inca.

b) Asteca.

c) Maia.

d) Tolteca.

e) Tupinambá.

1. Resposta: b.

2. (UEL-PR – 2014) As cidades antigas, construídas por diversas sociedades, expressaram através do tempo sua cultura, arquitetura, ciência e modo de vida. Muitas se tornaram monumentos ao ar livre, nos quais se desenvolveram pesquisas arqueológicas que abasteceram de objetos históricos as maiores coleções museográficas europeias. Relacione as cidades, na coluna da esquerda, com as suas respectivas sociedades, na coluna da direita.

(I) Biblos (a) Suméria


(II) Chichén-Itza (b) Persa
(III) Lagash (c) Maia
(IV) Machu-Picchu (d) Inca
(V) Pasárgada (e) Fenícia

Assinale a alternativa que contém a associação correta.

a) I-b, II-d, III-e, IV-a, V-c.

b) I-c, II-a, III-d, IV-e, V-b.



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Page 8

»» Com que intenção os espanhóis teriam feito isso?

»» Que relação se pode estabelecer entre o texto e a imagem?

»» O que essas fontes informam sobre a conquista espanhola da América?

Página 33

A Conquista

Os espanhóis iniciaram a ocupação das terras da América pelas ilhas chamadas de Guanaani pelos nativos e renomeadas pelos espanhóis como São Salvador. Mas os metais preciosos encontrados nesses locais eram insuficientes para saciar a “sede de ouro e prata” que moveu aqueles europeus a virem para a América.

A conquista das terras astecas

Em 1519, o oficial espanhol Hernán Cortez desembarcou no litoral do México com 508 soldados, 16 cavalos e 14 canhões. Logo que estabeleceram contatos com os ameríndios, Cortez e seus homens descobriram que o Império Asteca oprimia e explorava os povos submetidos ao seu domínio. E que, por conta disso, os astecas tinham muitos inimigos, entre os quais estavam os tlaxcaltecas, aguerridos habitantes da cidade-Estado de Tlaxcala. De sua parte, os espanhóis buscaram aliar-se aos povos insatisfeitos com os astecas. Os tlaxcaltecas, por sua vez, também viram na aliança com os espanhóis uma possibilidade de destruir o Império Asteca. Foi assim que espanhóis, tlaxcaltecas e muitos outros adversários dos astecas marcharam sobre Tenochtitlán, a capital do Império Asteca, a fim de conquistá-la.

Movidos pela crença de que tinham direito às terras americanas e contando com a ajuda de milhares de aliados indígenas, Cortez e suas forças venceram os homens de Montezuma (governante asteca) e conquistaram Tenochtitlán (1521). Não se sabe ao certo o número de indígenas que auxiliou Cortez a tomar a capital asteca; historiadores especializados acreditam que na primeira investida espanhola esse número tenha sido de 6 mil homens; e que na investida final contra a capital asteca tenha chegado a 200 mil aliados indígenas, que nada receberam em troca.

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SPL/Latinstock /Coleção particular

Batalha de Tepexic. Esta imagem é uma cópia de um dos 80 desenhos que constam do Lienzo de Tlaxcala, obra extraordinária feita por artistas indígenas da cidade de Tlaxcala no século XVI. Note que Hernán Cortez é desenhado a cavalo enquanto seus aliados batalham a pé.

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Escola espanhola. Séc. XVII. Óleo sobre painel. Coleção particular. Foto: The Bridgeman Art Library/Keystone

Esta pintura do século XVII representa a conquista de Tenochtitlán pelos espanhóis. Como a imagem sugere, a aliança dos espanhóis com dezenas de milhares de nativos foi importante fator da Conquista. Note que o autor da obra destaca os espanhóis mostrando-os em primeiro plano e numa posição superior a de seus aliados indígenas. Página 34




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A economia colonial

A colonização da América espanhola foi impulsionada por nobres sem fortuna, comerciantes, aventureiros e pelos reis da Espanha, ou seja, por interesses públicos e privados, e se insere no contexto do mercantilismo. A crença no metalismo, por exemplo, ajuda a explicar por que os espanhóis daquele tempo manifestavam tanta sede de ouro.

A mineração – sobretudo a da prata e a do ouro – foi a principal atividade econômica em boa parte da América espanhola. Concorreu para isso a forte capacidade da mineração de provocar efeitos multiplicadores sobre os outros setores da economia, como a agricultura, a pecuária, a manufatura e o comércio.




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Companhia de Comércio: empresa capitalista voltada ao transporte de pessoas e mercadorias, composta, majoritariamente, de membros da burguesia inglesa.
Página 44

E, por isso, lançaram uma propaganda prometendo terras férteis e uma nova vida àqueles que embarcassem para a América.

O primeiro povoado permanente na América do Norte foi Jamestown (1607), na Virgínia. Posteriormente foram criadas outras colônias, formando as Treze Colônias, que deram origem aos Estados Unidos da América.

Dica! Documentário sobre os primeiros ingleses que chegaram à América do Norte. [Duração: 43 minutos]. Acesse: .




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Page 11

ATIVIDADES

ESCREVA NO CADERNO.

I. Retomando

1. Interprete a seguinte afirmação:

Os espanhóis pouco se importaram com a arte e as formas dos incas; destruíram tudo que não fosse a imagem da Europa. Portanto, além de obterem riqueza, os europeus consideravam importante destruir as formas de representação dos americanos, mostrar sua fragilidade, humilhar seu imperador e seus deuses, liquidá-los também moralmente [...]

PRODANOV, Cleber Cristiano. O mercantilismo e a América. São Paulo: Contexto, 2001. p. 46. (Repensando a História Geral).

1. Com essa afirmação o historiador Prodanov quer chamar a atenção para outro móvel da Conquista, além da busca obsessiva por ouro e prata: o desejo europeu de impor aos ameríndios seu modo de vida, valores e crenças. Um exemplo disso é que as estátuas de deuses indígenas levadas para a Europa eram rapidamente derretidas e transformadas em moedas de ouro ou prata, com a efígie do rei da Espanha.

2. (UFPel-RS)

Naquele tempo, não havia doenças, nem febres, nem doenças dos ossos ou de cabeça [...]. Naquele tempo, tudo estava em ordem. Os estrangeiros mudaram tudo quando chegaram. De fato, por mais saudosismo que possa expressar esse lamento, parece mesmo que as doenças do Velho Mundo foram mais frequentemente mortais nas Américas do que na Europa. O missionário alemão chegou inclusive a escrever no finalzinho do século XVIII que os índios morrem tão facilmente que só a visão ou o cheiro de um espanhol os fazem passar deste para outro mundo. Umas quinze epidemias dizimaram a população do México e do Peru.

FERRO, Marc. História das colonizações - das conquistas às independências - séculos XIII a XIX. São Paulo: Cia. das Letras, 1996.

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Codex Florentino. C. 1540. Litogravura. Coleção particular. Foto: The Bridgeman Art Library/Keystone

Os documentos denunciam as doenças provocadas pelos agentes do




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Page 12

»» Você já viu uma usina de açúcar e de álcool em funcionamento?

»» Como é chamado o trabalhador mostrado na figura menor?

»» No Brasil, o açúcar é um cultivo recente ou antigo?

»» Como se obtinha o açúcar antes de sua produção em usinas?

»» Quais derivados de cana o Brasil produz atualmente? Quem trabalha na sua produção?


Página 53

No primeiro contato com as terras americanas, os portugueses não encontraram os metais preciosos que tanto cobiçavam, conforme informou Pero Vaz de Caminha em carta ao rei de Portugal, e tampouco especiarias com grande aceitação na Europa, como as africanas e as orientais.



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Page 13

Câmaras Municipais

A monarquia portuguesa criou também órgãos locais de administração nas principais vilas e cidades brasileiras: as Câmaras Municipais, sendo a primeira a da cidade de Salvador. Geralmente, as câmaras eram compostas de três ou quatro vereadores: um procurador, um escrivão e um tesoureiro, além de funcionários nomeados conforme a necessidade. Estudando as câmaras municipais de Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro, descobriu-se que essas câmaras eram formadas não só por proprietários de terras, mas também por comerciantes.

Descobriu-se também que, para um indivíduo ser vereador era preciso ter “pureza de sangue”, ou seja, não podia descender de negros, judeus ou mouros. As câmaras tinham poder de decisão sobre diversos setores da vida pública: administravam o espaço urbano e a área rural; realizavam obras públicas (estradas, pontes, calçadas); cuidavam da conservação das ruas, da limpeza e da arborização da cidade; cobravam impostos; e eram responsáveis pelo abastecimento de gêneros e cultivos da terra.

A partir de 1711, assistiu-se ao declínio da autonomia das Câmaras, pois a Coroa começou a enviar funcionários para gerir os assuntos fiscais das cidades.

Em dupla debatam reflitam e respondam: qual das duas versões vocês consideram mais convincente

Jorge Araújo/Folhapress

Nessa fotografia de 2000, vemos o edifício da Câmara de Salvador, que foi restaurado e conservou suas características coloniais. Observe no detalhe o mesmo edifício em fotografia do século XIX. Página 59




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Page 14

»» cobrar impostos sobre os engenhos de açúcar;

»» julgar os habitantes da capitania, podendo, inclusive, condenar à morte indígenas, negros e homens livres pobres, e impor degredo de até 10 anos aos “homens de cabedal”;

Página 55

»doar sesmarias (terras do tamanho de uma fazenda) a quem tivesse recursos para produzir. A sesmaria era propriedade privada do sesmeiro e local onde o engenho era erguido. O donatário (administrador) também tinha direito a uma sesmaria. Apesar de conceder direitos aos donatários, o rei procurava manter o controle sobre eles.

Em pouco tempo, porém, o sistema de capitanias deu sinais de crise. Excetuando-se Pernambuco (Nova Lusitânia), Bahia e São Vicente, que progrediram embaladas pela produção de açúcar, as demais fracassaram por razões como: falta de dinheiro para o progresso e a defesa da capitania; grande extensão das terras; falta de comunicação entre as capitanias; resistência indígena à escravização e à ocupação de seu território; ataques de corsários.

Diante desse malogro (sistema descentralizado), a Coroa decidiu implantar, em 1548, um sistema centralizado: o Governo-geral. As capitanias continuaram existindo, mas passaram a ser subordinadas ao Governo-Geral, principal representante do rei de Portugal no Brasil. Para cargos de governador-geral eram escolhidos homens que tinham servido o Império Português na África ou no Oriente, parentes de poderosos ou os que mantinham negócios com eles. Assim, foram se formando no interior do império redes de poder baseadas no favor, no parentesco e em interesses privados.



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Para refletir

A economia colonial não era só plantation

Durante muito tempo se disse que a economia colonial baseava-se exclusivamente na plantation, isto é, na grande propriedade escravista e monocultora, cuja produção se destinava ao mercado externo. Estudos recentes, no entanto, trazem novas contribuições. Se, por um lado, a lavoura canavieira foi o principal setor da economia colonial brasileira, o tamanho dos engenhos e o número de escravos por engenho variaram muito. Houve pequenas, médias e grandes unidades de produção de açúcar, e a maioria delas possuía menos de 20 escravos. Esses novos estudos chamam também a atenção para a importância da produção de alimentos e do mercado interno na economia colonial brasileira.

Leia o que dizem sobre o assunto os pesquisadores João Fragoso, Manolo Florentino e Sheila de Castro Faria.

[...] Apesar da ênfase dada à agroexportação, a economia colonial não se esgotava nas plantações de açúcar voltadas para o mercado europeu. [...] Assim, por exemplo, no Recôncavo Baiano, ao lado da atividade açucareira, havia os pequenos e médios produtores de alimentos que, utilizando o trabalho familiar e/ou escravo, abasteciam os engenhos e as cidades. Algo semelhante ocorria no Rio de Janeiro do século XVII. Além da produção de mantimentos nas próprias áreas açucareiras, ao longo do século XVII e no seguinte, [...] os agricultores de São Paulo, do sul da Bahia, do Espírito Santo e, posteriormente, os do Maranhão passariam a orientar as suas atividades para um comércio intercapitanias, esboço de um incipiente mercado interno colonial.

FRAGOSO, João et al. A economia colonial brasileira (séculos XVI-XIX). São Paulo: Atual, 1998. p. 49. (Discutindo a História do Brasil).

a) O texto acima pode ser classificado como jornalístico, historiográfico, filosófico ou literário?

a) O texto é historiográfico e foi escrito por dois especialistas em história econômica (João Fragoso e Manolo Florentino) e uma especialista em história da família, a professora Sheila de Castro Faria.

b) Quais são as principais ideias contidas no texto?

b) O texto é uma contribuição de três historiadores à análise da economia colonial. Eles afirmam que o tamanho dos engenhos e o número de escravos por engenho variaram muito. De fato, houve pequenas, médias e grandes unidades de produção de açúcar, e a maioria delas possuía menos de 20 escravos. Esses novos estudos chamam também a atenção para a importância da produção de alimentos e do mercado interno na economia colonial brasileira.

c) Em dupla. Como os autores do texto podem ter feito essas descobertas? Expliquem.

c) Com base em pesquisas em arquivos públicos, museus e em um farto material bibliográfico, que abrange desde dissertações e teses até monografias e obras nacionais e estrangeiras sobre o assunto.




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Page 16

A economia colonial

Ao se decidir pela colonização do Brasil, iniciada por volta de 1530, a Coroa portuguesa tinha pela frente três desafios: escolher o produto que seria usado para impulsionar o aproveitamento econômico da terra; buscar capital para financiar a produção; e conseguir mão de obra adequada ao trabalho.

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Frans Post e G. Marcgraf. C. 1643. Coleção particular

Detalhe do mapa de Georg Marcgraf e Johanes Blaeus, de 1643, que representa um engenho de açúcar e a divisão do território brasileiro em capitanias hereditárias. O trabalho de arte é do pintor e gravurista Frans Post.

O produto

O produto escolhido para dar início à colonização foi o açúcar de cana, especiaria de elevado valor na Europa. Os portugueses tinham experiência anterior com o açúcar nas suas possessões atlânticas: Ilha da Madeira, de Cabo Verde e ilhas de São Tomé e Príncipe. Os engenhos dessas regiões já empregavam a mão de obra africana escravizada. Da Ilha da Madeira vieram as mudas e os profissionais capacitados para trabalhar no Engenho do Governador, de Martim Afonso de Souza, em São Vicente (SP). A partir daí construíram-se vários engenhos, especialmente no Nordeste, onde a cana encontrou solo e clima favoráveis ao seu cultivo.



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Capitanias hereditárias (1534-1536)

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Allmaps


Fonte: REVISTA DE HISTÓRIA DA BIBLIOTECA NACIONAL. ano 10, n. 108, set. 2014, p. 12.

Uma pesquisa recente feita pelo engenheiro Jorge Cintra, professor de Informações Espaciais na USP, descobriu que as capitanias do norte foram divididas de forma vertical e não horizontal, como até pouco tempo se pensava. Essa pesquisa muda a maneira de se ver a configuração do Brasil nas primeiras décadas.

O Governo-Geral

Por sua posição geográfica estratégica, o rei Dom João III escolheu a Bahia para sede do Governo-Geral. Para o cargo de primeiro governador do Brasil nomeou Tomé de Souza, que recebeu do rei parte dos poderes pertencentes aos donatários; era ele agora o chefe da administração e o comandante militar da Colônia. Tomé de Souza chegou à Bahia, em 1549, acompanhado de três auxiliares: o capitão-mor, que cuidava da defesa, o ouvidor-mor, encarregado da justiça, e o provedor-mor, responsável pelas finanças. Com ele vieram também cerca de mil pessoas: um arquiteto, vários pedreiros, carpinteiros, degredados, funcionários, soldados e jesuítas chefiados por Manuel da Nóbrega.

Degredado: pessoa expulsa de Portugal sob a acusação de pequenos furtos, promessas de casamento não cumpridas, adultério, feitiçaria. Conforme afirmou o historiador Ronaldo Vainfas: “[...] A imagem dos degredados como grandes assassinos ou perigosos ladrões não resiste, assim, às evidências da documentação”. (VAINFAS, 2000, p. 181)


Página 56

Tão logo chegaram, Tomé de Souza e seus homens iniciaram a disputa da terra com os indígenas, destruindo várias de suas aldeias e escravizando-os. Nas terras tomadas dos indígenas deram início à construção da cidade de São Salvador, primeira capital do Brasil, fundada em 1549. O primeiro governador e seus auxiliares incentivaram a construção de engenhos e introduziram o gado bovino trazido de Cabo Verde e distribuído aos colonos como retribuição por serviços prestados.

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Ubirajara Machado/Olhar Imagem

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Autor desconhecido. Biblioteca Municipal Mario de Andrade, São Paulo

Igreja de Nossa Senhora d’ Ajuda, Porto Seguro (BA). A imagem de Nossa Senhora d’ Ajuda foi trazida pelos jesuítas que acompanharam Tomé de Souza. Para acomodar a imagem foi erguida, em 1550, uma construção simples feita de madeira e coberta com folhas de palma. Em 1772, a capela foi reconstruída com pedra e cal. Depois disso, passou por diversas reformas até assumir o desenho atual, como se vê nesta fotografia de 2015.



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d) Você já deve ter descoberto algo importante por meio de pesquisa. Conte de modo resumido como foi essa sua experiência.

d) Resposta pessoal. Professor: a intenção aqui é estimular o gosto pela pesquisa e enfatizar a importância dela na vida profissional.

Diversificação agrícola: fumo, aguardente, pecuária, algodão e cacau

A lavoura canavieira foi, como se sabe, o principal setor da economia colonial. Mas no Brasil se produziam também outros gêneros, como fumo, aguardente, carne, couro, farinha, algodão, além de cacau, castanha-do-pará e salsa, que serviam tanto à exportação quanto ao mercado interno colonial.

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Fabio Colombini

Algodão

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Inacio Teixeira/Pulsar Imagens

Cacau

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Fabio Colombini

Mandioca

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Fernando Bueno/Pulsar Imagens

Milho.

O tabaco (ou fumo), planta domesticada pelos indígenas da América e usada por eles em determinados rituais, logo se tornou um produto de grande aceitação no território colonial. No século XVII, era o segundo colocado na pauta das exportações brasileiras, sobretudo por sua estreita vinculação com o tráfico de africanos. Enquanto o fumo de primeira e de segunda qualidade era consumido internamente ou vendido para a Europa, o fumo de terceira era a moeda que os traficantes usavam para conseguir escravos na África. Por ser mais simples e menos onerosa do que a lavoura de cana-de-açúcar, a lavoura fumageira se difundiu rapidamente pela Bahia e por Sergipe (então comarca baiana), Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

Tal como o fumo, a cachaça produzida em engenhos ou engenhocas também era um produto muito consumido na colônia. O algodão, o cacau e o anil, por sua vez, ganharam importância como produtos de exportação na segunda metade do século XVIII. Na época, com a Revolução Industrial, as indústrias inglesas de tecidos passaram a comprar grandes quantidades de algodão das áreas correspondentes hoje aos estados do Maranhão, Pernambuco, Ceará e Pará.

No Brasil colonial, a falta de alimentos e o seu elevado preço incentivou pequenos lavradores a se dedicarem às plantações de mandioca, milho e feijão, entre outros. Por vezes, propriedades que utilizavam escravos como mão de obra também produziam alimentos destinados à venda. Esses eram vendidos tanto para a população dos engenhos quanto para a das cidades brasileiras; seu destino, portanto, era o mercado interno.

A pecuária colonial, por sua vez, foi responsável pela ocupação de boa parte do sertão do Brasil e se constituiu num setor decisivo da economia colonial. Página 63

Para saber mais

Durante muito tempo se acreditou na vigência do Pacto Colonial, ou seja, que o Brasil colonial só vendia para sua metrópole Portugal e comprava somente dela aquilo de que necessitava. O texto a seguir, da professora Sheila de Castro Faria, traz novidades sobre o assunto. Leia-o com atenção.



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Dica! Documentário sobre as condições atuais de trabalho nas plantações de cana-de-açúcar do interior paulista. [Duração: 30 minutos]. Acesse: .

O capital

O custo de instalação de um engenho era elevado, pois implicava a aquisição de moenda, bois e trabalhadores. O dinheiro aplicado nos primeiros engenhos do Brasil foi emprestado por comerciantes portugueses, holandeses e/ou italianos. Já a partir do século XVII, os capitais investidos na economia canavieira foram obtidos na própria Colônia.


Página 60

No caso da Bahia, os empréstimos para a montagem de engenhos foram concedidos, em sua maior parte, pela Santa Casa de Misericórdia local, formada pela elite da região. Em busca de prestígio social, os membros dessa elite faziam doações à Santa Casa, que acumulava, assim, uma volumosa poupança. De posse desse dinheiro, a Santa Casa concedia empréstimos a quem pretendesse montar um engenho. Os favorecidos eram sempre os amigos ou parentes dos senhores de terras ou dos grandes comerciantes da localidade. 1



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DIALOGANDO

a) Como o indígena que está de frente para Tomé de Souza foi representado

a) O indígena foi representado com barba, roupa e traços europeus.

b) Qual o significado de seu gesto?

b) Seu gesto é de quem está rendendo homenagem ao governador português. Na vida real, os indígenas disputaram Salvador palmo a palmo com Tomé de Souza e seus soldados.

c) Há indícios na imagem da religião dos portugueses?

c) Sim, à direita, vê-se um bispo da Igreja Católica com uma cruz alta nas mãos.

d) O que a imagem sugere sobre o encontro entre indígenas e portugueses?

d) A imagem sugere que os indígenas se renderam aos portugueses e, com isto, constrói uma representação enviesada do encontro entre eles.

Duarte da Costa (1553-1558), o segundo governador do Brasil, veio com a missão de solidificar o domínio português sobre a Nova Terra, combater os franceses e catequizar os indígenas e/ou esmagar sua resistência. Para o trabalho de catequese, trouxe com ele outro grupo de jesuítas, entre os quais estava José de Anchieta. Com a ajuda de indígenas, cujos filhos estudavam no colégio jesuíta de São Vicente, José de Anchieta e Manuel da Nóbrega ergueram no planalto de Piratininga uma construção rústica para abrigar uma escola. Essa escola, o Colégio de São Paulo, deu origem à vila e, depois, à cidade de São Paulo.

Página 57

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»» promover a economia e a ocupação da terra;

»» organizar a defesa militar;

»» divulgar a fé cristã em sua capitania.

E os direitos do donatário eram:

»» administrar todas as marinhas de sal, moendas d’água e quaisquer outros engenhos, que se levantassem na capitania, não podendo pessoa alguma fazê-lo sem licença sua, e sem lhe pagar imposto;

»» utilizar escravos em número indeterminado, podendo enviar cada ano 39 para Lisboa e dispor deles livremente, sem pagar imposto algum;

»» retirar para si a vintena (5%) de que render o pau-brasil, assim como toda espécie de drogas e especiarias;



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1. Dica! Documentário sobre a produção de açúcar e a presença holandesa no Nordeste. [Duração: 26 minutos]. Acesse: .

A mão de obra

Durante a maior parte do século XVI, os engenhos usaram como escravos os indígenas capturados por meio das chamadas guerras justas. Em fins do século XVI e início do XVII, no entanto, os indígenas foram sendo substituídos por africanos escravizados.

Guerra justa: nome que os colonos davam à guerra que faziam aos indígenas com o objetivo de escravizá-los.

Entre as principais razões da substituição da mão de obra indígena pela africana estão:

»» a escassez de mão de obra devido à alta mortalidade da população indígena e a dificuldade crescente em obter novos cativos;

»» a habilidade dos africanos em funções como mestre de açúcar, purgador, ferreiro, caldeireiro etc. Os portugueses já tinham se utilizado dos seus serviços nos engenhos da Ilha da Madeira e de Cabo Verde.

Alguns historiadores apontam também a alta lucratividade do tráfico de africanos. O tráfico atlântico dava lucros aos envolvidos no negócio, fossem eles traficantes europeus, chefes africanos, mercadores do Brasil ou reis de Portugal (que cobravam impostos sobre esse comércio). 2

2. Dica! Documentário sobre a produção e a cultura do açúcar em Pernambuco. [Duração: 26 minutos]. Acesse: .

Em dupla debatam reflitam e respondam: qual das duas versões vocês consideram mais convincente

Hercule Florence. Séc. XIX. Aquarela. Coleção particular

Imagem de um líder indígena Munduruku feita por Hercule Florence durante a Expedição Langsdorff, no século XIX.

Em dupla debatam reflitam e respondam: qual das duas versões vocês consideram mais convincente

Debret. Séc. XIX. Litogravura. Coleção particular

Detalhe de uma obra de Jean Baptiste Debret, século XIX. Página 61




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Planta de Piratininga (1560)

Em dupla debatam reflitam e respondam: qual das duas versões vocês consideram mais convincente

Vespúcio Cartografia

Em dupla debatam reflitam e respondam: qual das duas versões vocês consideram mais convincente

Delfim Martins/Pulsar Imagens

Fonte: ROSS, Jurandyr. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995. p. 441.

Acima, na primeira imagem, vê-se a planta de Piratininga, embrião da vila e, depois, cidade de São Paulo. Abaixo, fotografia de 2014 do Pátio e da Igreja do Colégio, reconstruídos no século XX com base em documentos iconográficos do século XVII. Em frente à Igreja do Colégio vê-se um monumento chamado “Glória Imortal aos Fundadores de São Paulo”, obra de Amadeo Zani. Ele é composto de um pedestal e uma coluna em granito, encimada por uma figura feminina em bronze, que representa a cidade de São Paulo coroando seus fundadores.

O governo de Duarte da Costa foi bastante tumultuado por conflitos entre colonos e jesuítas (estes se opunham à escravidão indígena) e pela invasão da baía da Guanabara. Ali, em 1555, um grupo de huguenotes (calvinistas franceses), que tinham o apoio do rei da França, fundou uma colônia comercial, de nome França Antártica. Aliando-se aos Tupinambá, os franceses ganharam força para enfrentar os portugueses, que, por sua vez, eram aliados dos tupiniquins. Com a ajuda dos Tupinambá, os franceses permaneceram no local por 12 anos. O incentivo às rivalidades e disputas entre os povos indígenas foi uma estratégia muito usada pelos europeus com o objetivo de dominação e ocupação do território americano.

O terceiro governador, Mem de Sá (1558-1572), também usou dessa estratégia e, aliando-se a grupos como os Guainá e os Temiminó, venceu a Confederação dos Tamoios, organização dos nativos revoltados com a dominação portuguesa.

Mem de Sá empenhou-se também em apoiar os jesuítas nas tarefas de aldear e converter os indígenas e pediu à metrópole reforços para combater a colônia francesa instalada no Rio de Janeiro. No transcorrer da luta contra os franceses, Estácio de Sá, comandante das tropas enviadas de Portugal e sobrinho do governador, fundou um forte, próximo ao Pão de Açúcar, embrião da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (1565).
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Dois anos depois da fundação do Rio de Janeiro, a França Antártica foi vencida e os franceses foram expulsos. Mem de Sá conseguiu, assim, equacionar os problemas herdados do governo anterior e, quando morreu, em 1572, na Bahia, era um homem rico e prestigiado. Naquele mesmo ano, visando facilitar o controle e a defesa do Brasil, o rei de Portugal dividiu o território colonial em dois governos: Governo do Norte, com capital em Salvador, e Governo do Sul, com capital no Rio de Janeiro. Em 1578, não atingindo o objetivo desejado, o rei voltou atrás, reunificando a Colônia e mantendo Salvador como capital.

Mais tarde, em 1621, a Coroa voltou a dividir o território colonial em duas áreas administrativas: Estado do Maranhão, com capital em São Luís (que, em 1751, passaria a se chamar Estado do Grão-Pará e Maranhão, com capital em Belém), e Estado do Brasil, com capital em Salvador.

Em dupla debatam reflitam e respondam: qual das duas versões vocês consideram mais convincente

Luís do Santos Vilhena. 1775. Biblioteca Nacional do Brasil Autor desconhecido. Séc. XIX. Coleção particular

Este mapa é uma representação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro e foi feito por Luís dos Santos Vilhena (1744- 1814), que morava em Salvador, onde trabalhava como professor de grego e latim.




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Monopólio: exclusividade.

Sociedades coloniais

No Brasil colonial existiram várias regiões econômicas, em torno das quais se formaram múltiplas sociedades com características próprias: a paulista do século XVII (com seus bandeirantes e indígenas) era, por exemplo, muito diferente da açucareira nordestina. Embora diferentes e espalhadas por todo o território, elas tinham pelo menos duas características comuns: a escravidão, presente em quase todo o território colonial, e uma hierarquia excludente que garantia direitos, poder e prestígio a poucos.



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Colônia sem pacto colonial

[...] No lugar da imagem de colonos engessados pela metrópole, vem à tona um grande dinamismo nas relações comerciais dos principais portos do Brasil com o rio da Prata, no sul da América, com Costa da Mina, Angola e Moçambique, na África e com Índia, Goa e Macau na Ásia. [...] Colonos do Brasil, portanto, comercializavam diretamente com outras regiões, furando a ideia de “pacto colonial”.

Por outro lado, os comerciantes que forneciam escravos para o Brasil no século XVIII negociavam diretamente com traficantes e chefes locais da África. Eram esses comerciantes, residentes no Brasil, que [...] detinham o monopólio do lucrativo tráfico negreiro — e não a metrópole.

FARIA, Sheila de Castro. Colônia sem pacto. Revista de História da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, ano 3, n. 34, p. 71, jul. 2008.



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A sociedade colonial açucareira

Mesmo sendo essencialmente escravista, a sociedade colonial açucareira possuía certa complexidade: os senhores de engenho eram livres e brancos e os trabalhadores das plantações eram, geralmente, negros escravizados, quase sempre africanos. Mas, entre os administradores, técnicos e artesãos, havia indivíduos escravos, libertos, livres, brancos, mestiços e negros.

Dica! Vídeo baseado na obra Casa-grande e Senzala, de Gilberto Freyre. [Duração: 9 minutos]. Acesse: .

Os senhores de engenho

Donos da cana e das terras, os senhores de engenho faziam parte do grupo dominante da sociedade açucareira e se consideravam a “nobreza da terra”, conforme palavras do historiador pernambucano Evaldo Cabral de Mello.


Página 64

No início do século XVII, eles já constituíam um grupo social razoavelmente estruturado e unido por casamentos entre seus membros. Esses proprietários exerciam o poder localmente, tanto na esfera pública (ocupando alguns cargos nas Câmaras Municipais) quanto na esfera privada, na qual buscavam impor sua vontade a todos os habitantes do engenho. Daí dizer-se que a família senhorial no Brasil daqueles tempos era patriarcal.

Havia ainda homens livres que arrendavam terras do senhor de engenho para cultivar a cana; mas, por falta de recursos, eram obrigados a moê-la no engenho do proprietário, por isso, eram chamados de “lavradores obrigados”. Em troca, eles entregavam ao senhor parte do açúcar obtido e ainda pagavam a ele o aluguel pelo uso da terra.

Os comerciantes

Se a propriedade da terra dava poder e prestígio ao seu possuidor, o comércio possibilitava riqueza. Grandes comerciantes enriqueciam ao vender produtos locais, como açúcar, tabaco e algodão, para a Europa e revender produtos chegados de Portugal, como vinho, queijos e doces. Outros comercializavam a produção colonial destinada ao mercado interno, como bois, mulas, cachaças, farinha, milho, marmelada, entre outros.

Mas muitas fortunas foram feitas com o comércio de africanos. Enriquecidos por meio do tráfico atlântico, comerciantes estabelecidos em cidades como Rio de Janeiro, Salvador e Recife usavam navios próprios e forneciam empréstimos aos senhores de engenho para a compra de escravos e/ou equipamentos. Dessa forma, alguns conseguiam comprar terras e montar engenhos; outros casavam com filhas de senhores de engenho e, com isso, passavam a pertencer à nobreza da terra.

Os escravizados

Na célebre frase do padre Antonil, os africanos escravizados eram “as mãos e os pés dos senhores de engenho”. Apesar disso, na sociedade colonial açucareira, seus direitos eram praticamente inexistentes, como afirma um historiador:

[...] Incapazes de firmar contratos, dispor de suas vidas e possuir bens, defender-se e à sua família dos maus-tratos do proprietário, testemunhar contra homens livres, escolher seu trabalho e empregador, e limitados pela lei e pelos costumes de inúmeros outros modos, os cativos permaneceram [...] em situação mais desvantajosa na sociedade.

SCHWARTZ, Stuart B. Segredos internos: engenhos e escravos na sociedade colonial – 1550-1835. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. p. 214.

Em dupla debatam reflitam e respondam: qual das duas versões vocês consideram mais convincente

Editora Nova Fronteira

O mercador de escravos Francisco Félix de Souza era filho de português com uma indígena. Ainda jovem, viajou para a África onde construiu uma fortuna com a venda de escravizados para o Brasil.
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Com base no estudo de um grande engenho colonial, Stuart B. Schwartz concluiu que a população escravizada estava assim distribuída: escravos do campo (agricultores, criadores e condutores de boiadas, pescadores, caçadores, carroceiros etc.) constituíam 80% do total; trabalhadores dedicados à fabricação e ao beneficiamento do açúcar correspondiam a 10%; os domésticos (cozinheiras, faxineiras, camareiras etc.) e artesãos (oleiros, pedreiros, ferreiros), juntos, compunham os outros 10%. É importante lembrar, porém, que os escravos de campo e os domésticos também trabalhavam na fabricação do açúcar. De dia, eles faziam as tarefas costumeiras. À noite carregavam cana e lenha, transportavam formas, purificavam, trituravam e encaixotavam o açúcar.



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