Durante a pandemia vários protocolos de saúde foram implementados em diversos estabelecimentos

Aquele termômetro digital com sensor infravermelho — que mede a temperatura de alguém ao ser apontado contra a sua testa — virou equipamento de trabalho comum dos seguranças que controlam a entrada de parques, mercados, lojas, escritórios etc. Com a reabertura do comércio e a flexibilização da quarentena, ele vem sendo usado como um instrumento para detectar indivíduos com coronavírus (Sars-CoV-2) que seguem circulando por aí. Mas essa é uma estratégia eficiente para frear a transmissão?

Especialistas e estudos consultados pela reportagem indicam que não. “Existe uma grande possibilidade de pessoas assintomáticas, pré-sintomáticas ou mesmo com outros sintomas, mas sem febre, entrarem no estabelecimento e o contaminarem”, destaca Sylvia Lemos Hinrichsen, infectologista consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

O método se baseia na experiência com epidemias anteriores, que foram disparadas por parentes do Sars-CoV-2. Entretanto, no caso do novo coronavírus, a febre não parece ser um sintoma tão importante assim. “Estudos já demonstraram que a temperatura acima de 38°C aparece em menos de metade das pessoas com Covid-19”, explica o infectologista Leonardo Weissmann, também da SBI.

Até pode ser que um episódio da doença seja descoberto na fila do mercado, servindo de motivo para uma visita ao médico. “Mas, de modo geral, isso não tem acontecido nos outros países. Os estudos mostram que poucos casos são flagrados desse jeito”, diz Sylvia.

Tanto que, por ora, não existe uma orientação oficial sobre essa medida em órgãos como o Ministério da Saúde. Em nota técnica, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não recomenda que o termômetro seja usado como parâmetro único de triagem de viajantes que chegam ao país.

A medição de temperatura já fracassou no passado

O pneumologista Gustavo Prado, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, lembra que essa tática em massa falhou com outras doenças. “Há mais de uma década, vários aeroportos adotaram essa estratégia contra o vírus H1N1 da gripe. A grande maioria casos nos viajantes internacionais não foi acusada pelo termômetro”, aponta.

Situação semelhante ocorreu com o ebola. “Alguns países passaram a medir a temperatura de todos os passageiros oriundos da África, mas nenhum caso fora do continente foi detectado dessa maneira”, destaca Prado.

O número do termômetro pode ser impreciso

Além do alto índice de pacientes que carregam o coronavírus sem apresentar febre, há uma segunda limitação do método. O termômetro infravermelho precisa de condições específicas para executar seu trabalho com acurácia.

“A temperatura superficial da testa não reflete muito bem a temperatura central”, aponta Prado. Se você passou um produto cosmético ou estava no ar condicionado, por exemplo, ela tende a ficar mais baixa. Por outro lado, ao correr ou pegar bastante sol, pode subir um pouquinho.

Continua após a publicidade

“Fora que o indivíduo pode ter tomado um medicamento anti-inflamatório, analgésico ou mesmo antitérmico, que abaixam a temperatura”, completa o pneumologista. Ou seja, se a pessoa estiver infectada, mas tratando uma dor de dente ou de joelho, correria um risco ainda maior de passar despercebida pela triagem. Hora do dia e idade são outros fatores que influenciam nos valores apontados pelo termômetro.

Por último, o dispositivo em si deve ser manuseado com perícia, seguindo as orientações do fabricante. Quanto mais distante o equipamento fica da testa, maior o risco de erro. Ah, é necessário que a lente ou o sensor estejam perpendiculares ao alvo — e devidamente limpos.

Termômetro infravermelho não afeta a glândula pineal

Ele pode até não ser a coisa mais importante para conter a Covid-19. Mas também não faz mal.

Recentemente, um boato nas redes sociais alegava que usar o termômetro infravermelho afetaria a glândula pineal, estrutura do cérebro responsável por secretar a melatonina, também chamada de hormônio do sono. Segundo essa notícia falsa, o cérebro todo estaria em risco.

Fique tranquilo: o laser do termômetro digital sequer penetra tão profundamente no corpo. “Trata-se de mais uma informação falsa. Por causa desse receio, há quem peça para que a temperatura seja verificada pelo pulso, o que também está errado”, elucida Weissmann.

Como poderia ser feita uma triagem adequada contra o coronavírus?

Estamos navegando por mares ainda desconhecidos, porém um rastreamento ideal provavelmente envolverá um conjunto de estratégias. Isso porque a Covid-19 se manifesta de maneira diferentes entre as pessoas — apostar em só um parâmetro (temperatura, oxigenação do sangue, presença de tosse…) sempre envolverá um risco.

Uma possibilidade é aplicar questionários sobre alguns sintomas comuns, além da febre: tosse, dificuldade para respirar, dor no corpo, dor de garganta, diarreia, perda de paladar ou olfato, contato com casos suspeitos ou confirmados. Aliás, indivíduos com quadros assim sequer deveriam se expor, a não ser que seja para ir ao hospital ou para uma consulta.

Mais do que tudo, deve-se apostar em comunicação bem-feita e fiscalização das medidas de prevenção reconhecidas pela ciência: lavar as mãos com frequência, disponibilizar álcool em gel, limitar a circulação, proibir aglomerações, respeitar o distanciamento social e tornar obrigatório o uso de máscaras.

Resumo da ópera: não pense que, só porque um estabelecimento faz a checagem de temperatura na porta, o ambiente interno está livre de Covid-19. Em conjunto com os protocolos já consagrados de prevenção da transmissão, o termômetro pode ter uma utilidade marginal — nada além disso. “Ele talvez iniba as pessoas a saírem de casa se estiverem sentindo algo”, conclui Weismann.

Durante a pandemia vários protocolos de saúde foram implementados em diversos estabelecimentos

energia do movimento das moléculas. ( ) Cria um caminho alternativo diminuindo a energia de ativação. ( ) Diminui o espaço entre as moléculas forçando o aumento das colisões. (1) Temperatura (2) Catalisador (3) Concentração (4) Superfície de Contato Nesta semana estudamos os fatores que afetam uma reação química: temperatura,su- perfície de contato, concentração e catalisador. Além disso, foi possível verificar como o catalisador afeta o caminho de reação. 84 SEMANA 4 EIXO TEMÁTICO: Energia. TEMA/ TÓPICO(S): Energia nas Transformações Químicas. HABILIDADE(S): Analisar fenômenos naturais e processos tecnológicos, com base nas relações entre matéria e energia, para propor ações individuais e coletivas que aperfeiçoem processos produtivos, minimizem impactos socioam- bientais e melhorem as condições de vida em âmbito local, regional e/ou global. CONTEÚDOS RELACIONADOS: Radioatividade. Radiação ionizante e não ionizante. INTERDISCIPLINARIDADE: História e Física. TEMA: Radioatividade: Fenômeno Nuclear Caro (a) estudante, nesTa semana você vai conhecer um pouco do contexto histórico da descoberta da radioatividade, apesar do cientista Becquerel ter levado o maior prêmio da comunidade cientifica, a uma controvérsia interessante nessa história. Ainda na semana veremos sobre as radiações ionizantes e não ionizantes. BREVE APRESENTAÇÃO Contexto Histórico Quase todos os livros didáticos associam a descoberta da radioatividade ao francês Henri Becquerel, que observou um fenômeno misterioso envolvendo um mineral. Porém não foi bem assim! Becquerel focava seus esforços no estudo do fenômeno de fosforescência, trabalhava com minerais irradiados pelos raios solares e a posterior emissão desses raios. Certo dia ele se deparou com um mistério, em que em sua gaveta escura estava um mineral capaz de “imprimir” em uma placa a silhueta de uma chave presente na gaveta. Teoricamente isso não seria possível, uma vez que o mineral não foi exposto à luz. Segundo Becquerel o fenômeno tratava-se de uma radiação semelhante à luz, chamou de hiperfosfo- rescência. Uma cientista Marie Sklodowska, devido a seu casamento com Pierre Curie, passou a ser chamada por todos de Marie Currie. Ela estudava minerais e substâncias similares ao urânio que emitiam radiação, ela fez uma revisão no trabalho de Becquerel e negou que o fenômeno tratasse de fosforescência e pas- sou a defender a ideia da radiação do mineral era uma propriedade atômica. Algum átomo presente no mineral seria capaz de emitir tamanha radiação? Iniciou suas pesquisas medindo o poder de ionização dos raios do urânio e tório, mais adiante foi capaz de isolar o elemento responsável pela radiação, e o chamou de Polônio, em homenagem ao seu país e o outro de rádio. Os estudos incompletos de Becquerel renderam a ele o prêmio Nobel no ano de 1903. Marie Curie por sua vez recebeu dois prêmios Nobel (foi a primeira pessoa a receber o prêmio duas vezes), um por de- monstrar a existência da radioatividade natural em 1903, e o outro em Química, pela descoberta de dois novos elementos químicos em 1910. 85 Radiação ionizante e não ionizante Denomina-se radioatividade a atividade que certos átomos têm de emitir partículas e radiações eletro- magnéticas de seus núcleos instáveis para adquirir estabilidade. Ondas ou radiações eletromagnéticas são formadas por um campo elétrico e um campo magnético perpendiculares entre si e à direção de propagação da radiação. É preciso entender que estamos falando de energia, as radiações, ou seja, as energias podem ser ionizantes e não ionizantes. A radiação ionizante é aquela que possui energia suficiente para ionizar átomos e moléculas. Essa ionização pode danificar as células do corpo humano, causando doenças graves como o câncer. As radiações não ionizantes não possuem energia suficiente para ionizar a matéria; assim, não alteram a estrutura molecular, mas podem causar aumento de temperatura e agitação das moléculas. Na ima- gem a seguir (Fig.7) separamos as radiações em não ionizantes e ionizantes: Figura 7: Relação das radiações não ionizantes e ionizantes. – Fonte: PERUZZO e CANTO Se analisarmos a imagem (Fig.7) percebemos que quanto menor o comprimento de onda, maior é a fre- quência, e esse tipo de radiação é capaz de causar danos ao DNA, uma vez que são capazes de romper as ligações químicas. A radiação visível, assim como as ondas de micro-ondas e ondas de rádio, fica numa região fora da radiação ionizante, ou seja, não é capaz de alterar e nem causar danos ao DNA. PARA SABER MAIS: Tema: Efeitos biológicos das radiações eletromagnéticas Canal: Laboratório Audiovisual ISC Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=VbhrvnfHXTA>. Acesso em: 12 de maio de 2021. 86 ATIVIDADES 1 - (Fuvest-SP) Quais as semelhanças e diferenças entre os isótopos de césio 133 55Cs (estável) e 137 55Cs (radioativo), com relação ao número de prótons, nêutrons e elétrons? 2 - Durante a pandemia vários protocolos de saúde foram implementados em diversos estabelecimentos, dentre eles a medição de temperatura. A maioria dos estabelecimentos optaram por usar termômetros digitais, medindo a temperatura pela testa das pessoas. Em 2020 uma notícia circulou nas redes sociais informando que a radiação infravermelha emitida pelo termômetro era capaz de alterar as células do cérebro, a notícia teve tamanha repercussão que hoje em 2021 a grande maioria dos estabelecimentos medem a temperatura pelo braço e não mais pela testa. Essa era uma notícia falsa (fake news), o termômetro na verdade é uma espécie de sensor que capta a radiação infravermelha emitida pelos corpos. Com base nisso e na tabela de radiação ionizante e não ionizante explique quimicamente o erro científico na Fake News. 3 - Os raios X são radiações, a) ondas eletromagnéticas ionizantes com menor comprimento de onda do que os raios Ultravioleta. b) ondas magnéticas não ionizantes com menor comprimento de onda do que os raios Ultravioleta. c) ondas eletromagnéticas ionizantes com maior comprimento de onda do que os raios Ultravioleta. d) ondas magnéticas não ionizantes com maior comprimento de onda do que os raios Ultravioleta. e) ondas eletromagnéticas não ionizante com menor comprimento de onda do que os raios Ultravioleta. 4 - Enumere a primeira coluna de acordo com a segunda coluna. ( ) Raio X (1) Ionizante ( ) Raios gama (2) Não Ionizante ( ) Micro ondas ( ) Radiação solar UV ( ) Ondas de rádio Nesta semana compreendemos melhor um pouco sobre a história da radioatividade, as conclusões tiradas pelos cientistas envolvidos e como o trabalho de uma mulher con- tribuiu com avanços significativos até os dias de hoje. Também aprendemos sobre a classificação dos raios: ionizantes e não ionizantes. 87 SEMANA 5 EIXO TEMÁTICO: Energia. TEMA/ TÓPICO(S): Energia nas Transformações Químicas. HABILIDADE(S): Analisar fenômenos naturais e processos tecnológicos, com base nas relações entre matéria e energia, para propor ações individuais e coletivas que aperfeiçoem processos produtivos, minimizem impactos socioam- bientais e melhorem as condições de vida em âmbito local, regional e/ou global. CONTEÚDOS RELACIONADOS: Radioatividade, Radiação alfa, beta, gama. INTERDISCIPLINARIDADE: Física. TEMA: Tipos de Radiação Caro (a) estudante, nesta semana você vai identificar os tipos de radiações existentes, trabalharemos com a emissão dessas radiações compreendendo uma série de decaimento. BREVE APRESENTAÇÃO Fenômeno Nuclear Relembrando a estrutura do átomo temos: o número atômico (Z) é um número que indica quantos pró- tons há no núcleo de um átomo e número de massa (A) corresponde à soma dos números de prótons e nêutrons. Átomos que possuem mesmo número atômico pertencem ao mesmo elemento químico. As reações nucleares são processos em que o núcleo de um átomo sofre alteração. É importante ressaltar que as reações químicas estão relacionadas à eletrosfera. Antes e depois delas, os

Durante a pandemia vários protocolos de saúde foram implementados em diversos estabelecimentos
Durante a pandemia vários protocolos de saúde foram implementados em diversos estabelecimentos
Durante a pandemia vários protocolos de saúde foram implementados em diversos estabelecimentos