Como se pode ver pela comparação tratase de uma reação

Os aldeídos e as cetonas são funções orgânicas muito parecidas. Ambos possuem em sua estrutura o grupo funcional carbonila (C = O), com a única diferença de que, no caso dos aldeídos, ela sempre aparece na extremidade da cadeia carbônica, ou seja, um dos ligantes do carbono da carbonila é o hidrogênio; já as cetonas possuem a carbonila entre dois outros átomos de carbono.

Grupo funcional dos aldeídos:                                Grupo funcional das cetonas:

   O                                                                            O            
 ║                                                                            ║          
 C ─ C ─ H                                                               C ─ C ─ C          

Por essa razão, ocorrem casos de isomeria de função entre aldeídos e cetonas. Por exemplo, a seguir apresentamos dois isômeros funcionais que possuem a mesma fórmula molecular (C3H6O), mas um é um aldeído (propanal) e o outro é uma cetona (propanona). Veja como isso muda totalmente as propriedades e aplicações deles:

Como se pode ver pela comparação tratase de uma reação

Exemplo de isomeria de função entre aldeído e cetona

Imagine que você esteja em um laboratório e encontre um frasco com um líquido incolor e que possui somente a fórmula molecular C3H6O. O que você faria para descobrir se é uma cetona ou um aldeído?

Para resolver problemas como esse, existem métodos de diferenciação de aldeídos e cetonas que se baseiam na reação desses compostos diante de agentes oxidantes fracos. Conforme mostrado a seguir, diante de oxidantes fracos, os aldeídos reagem sendo oxidados, enquanto as cetonas não reagem. Dizemos assim que os aldeídos atuam como agentes redutores, mas as cetonas não, elas apenas reagem como redutoras em contato com oxidantes energéticos.

Aldeídos + Oxidantes fracos → ácido carboxílico
       O                                                  O
       ║                                                  ║
C ─ C ─ H     +     [O]             →   C ─ C ─ OH

Cetonas + Oxidantes fracos → Não reagem
       O
       ║
C ─ C ─ C      +      [O]          → Não ocorre reação

Baseado nisso, basta então realizar essa reação e ver se o composto reage ou não. Se reagir, sabemos que é um aldeído; se não reagir, é uma cetona.

Além disso, os produtos formados nessas reações de oxidação dos aldeídos são bastante visíveis, ocorrendo mudanças de cores, conforme será mostrado mais adiante.

Existem três métodos principais de diferenciação de aldeídos e cetonas, que são:

1- Reativo de Tollens: Esse reativo é uma solução amoniacal de nitrato de prata, ou seja, contém nitrato de prata (AgNO3) e excesso de hidróxido de amônio (NH4OH):

AgNO3 + 3 NH4OH → Ag(NH3)OH + NH4NO3 + 2 H2O
Reativo de Tollens (em homenagem ao químico alemão Bernhard Tollens (1841-1918))

Conforme explicado no texto Fazendo um Espelho de Prata, quando um aldeído é colocado em contato com o reativo de Tollens, ele é oxidado ao ácido carboxílico correspondente, enquanto os íons prata são reduzidos a Ag0 (prata metálica). Se essa reação for realizada, por exemplo, em um tubo de ensaio, essa prata metálica depositar-se-á nas paredes do tubo, resultando na formação de uma película chamada de espelho de prata. Esse resultado observado é muito bonito e é usado no processo de fabricação industrial de espelhos.

A reação que ocorre pode ser representada da seguinte maneira:

       O                              O        ║                              ║

R ─ C ─ H + H2O → R ─ C ─ OH + 2e- + 2 H+


2 Ag+ + 2e- → 2 Ag0
2 NH3 + 2 H+ → 2 NH4+

       O                                                       O
       ║                                                       
R ─ C ─ H + 2 Ag+ + 2 NH3 +H2OR ─ C ─ OH + 2 Ag0 + 2 NH4+
   aldeído       reativo de Tollens    ácido carboxílico prata metálica (espelho de prata)

Por outro lado, se colocarmos a cetona para reagir com o reativo de Tollens, não ocorrerá a formação da prata metálica, porque as cetonas não conseguem reduzir os íons Ag+.

2- Reativo de Fehling: Esse reativo é uma solução -azul de sulfato de cobre II (CuSO4) em meio básico, pois está misturado com outra solução formada por hidróxido de sódio (NaOH) e tartarato de sódio e potássio (NaOOC-CHOH-CHOH-COOK). O tartarato é adicionado à solução de sulfato de cobre II para estabilizá-lo e evitar sua precipitação.

CuSO4 + 2 NaOH → Na2SO4 + Cu(OH)2
Reativo de Fehling (em homenagem ao químico alemão Hermann von Fehling (1812-1885))

Em contato com o reativo de Fehling, um aldeído forma o ácido carboxílico pela sua oxidação, enquanto os íons cobre (Cu2+) presentes no meio são reduzidos, formando um precipitado castanho-avermelhado (mais parecido com a cor de tijolo), que é o óxido cuproso. Já as cetonas não reagem -porque não conseguem reduzir os íons Cu2+.

       O                                        O        ║                                        ║

R ─ C ─ H + 2 Cu(OH)2 → R ─ C ─ OH + Cu2O + 2 H2O


   aldeído                               precipitado castanho-avermelhado

3- Reativo de Benedict: Esse reativo também é formado por uma solução de sulfato de cobre II (Cu(OH)2) em meio básico, mas é misturada com citrato de sódio.

Assim como ocorre com o reagente de Fehling, no caso da reação entre o aldeído e o reagente de Benedict, também existem íons cobre (Cu2+) presentes no meio que são reduzidos e formam o óxido cuproso vermelho.

Esse reativo é muito utilizado em exames para detectar a presença e o teor de glicose na urina. A glicose possui um grupo aldeído em sua estrutura, por isso ela reage com o reativo de Benedict presente em fitas para esses testes. A partir daí, basta comparar a cor da fita com a cor da escala na embalagem do produto.

Como se pode ver pela comparação tratase de uma reação

O reativo de Benedict é usado para determinar o teor de glicose na urina

Por Jennifer Fogaça

Graduada em Química

Independentemente de como ocorre o efeito do fármaco Visão geral da farmacodinâmica A farmacodinâmica (às vezes descrita como o que o fármaco faz no corpo), é o estudo dos efeitos bioquímicos, fisiológicos e moleculares dos fármacos no corpo e diz respeito à ligação ao receptor... leia mais — por ligação ou interação química —, sua concentração no local da ação controla o efeito. Entretanto, a resposta à concentração pode ser complexa e é frequentemente não linear. A relação entre a dose do fármaco, independentemente da via utilizada, e sua concentração no nível celular é ainda mais complexa (ver Farmacocinética Visão geral da farmacocinética A farmacocinética, às vezes descrita como o que o corpo faz com o fármaco, refere-se ao movimento do fármaco dentro, através e fora do corpo — o tempo de evolução de sua absorção, biodisponibilidade... leia mais ).

Os dados da relação dose-reposta são classicamente esquematizados com a dose ou a função da dose (p. ex., log10 dose) no eixo x e o efeito medido (resposta) no eixo y. Como o efeito do fármaco é uma função da dose e do tempo, esse gráfico representa a relação dose-resposta independente do tempo. Os efeitos medidos são frequentemente registrados como máximos no momento do efeito de pico ou sob condições estáveis (p. ex., durante infusão intravenosa contínua). Os efeitos do fármaco podem ser quantificados em nível de molécula, célula, tecido, órgão, sistema orgânico ou organismo.

  • Potência (localização da curva ao longo do eixo das doses)

  • Eficácia máxima ou efeito platô (maior resposta alcançável)

  • Inclinação (mudança na resposta por dose unitária)

Também existe variação biológica (variação da magnitude da resposta entre os indivíduos testados na mesma população em que se administrou a mesma dose do fármaco). A esquematização das curvas de dose-resposta dos fármacos estudados sob condições idênticas pode ajudar a comparar o perfil farmacológico dos fármacos (ver figura Comparação das curvas dose-respostas para os fármacos X, Y e Z Comparação das curvas dose-resposta

Como se pode ver pela comparação tratase de uma reação
). Essa informação ajuda a determinar a dose necessária para alcançar o efeito desejado.

O fármaco X possui maior atividade biológica por equivalente de dose, sendo, portanto, mais potente do que os fármacos Y ou Z. Os fármacos X e Z possuem a mesma eficácia, indicada pela resposta máxima alcançada (efeito teto). O fármaco Y é mais potente do que o Z, porém sua eficácia máxima é menor.

Dose-resposta, que envolve princípios de farmacocinética e de farmacodinâmica, determina a dose necessária e a frequência, bem como o índice terapêutico para o fármaco na população. O índice terapêutico (razão da concentração tóxica mínima para a concentração média efetiva) ajuda a determinar a eficácia e a segurança do fármaco. O aumento da dose de um fármaco com um índice terapêutico pequeno amplia a probabilidade de toxicidade ou ineficácia do fármaco. Entretanto, essas características diferem entre as populações e são influenciadas por fatores relacionados com os pacientes (p. ex., gestação Fármacos na gestação Fármacos são usadas em mais de metade de todas as gestações e a prevalência do uso está aumentando. Os fármacos mais comumente utilizados na gestação são antieméticos, antiácidos, anti-histamínicos... leia mais , idade Farmacodinâmica em idosos Define-se farmacodinâmica como a ação do fármaco e o modo de resposta do organismo a esse fármaco; é afetada pela ligação ao receptor, efeitos pós-receptor e interações químicas (ver Interaç... leia mais , função orgânica p. ex, RFG estimado Excreção renal Os rins são os principais órgãos que excretam as substâncias hidrossolúveis. O sistema biliar contribui para a excreção até o ponto em que o fármaco não é reabsorvido do trato gastrintestinal... leia mais ]).