Como comparar cidades no site do inge

Acompanhar as finanças públicas dos municípios brasileiros ficou mais fácil. No início de maio, a Fundação Brava lançou, em parceria com o Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), o Portal Meu Município, que tem como objetivo oferecer informações sobre questões fiscais das cidades para gestores públicos e cidadãos de uma forma geral.

O site reúne, organiza e disponibiliza para consulta, informações como receita, despesa, resultado fiscal, nível de investimento e endividamento, com base nos dados fornecidos pela Secretaria do Tesouro Nacional e pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“Todas as informações do site são públicas e estão disponíveis no Ministério da Fazenda, via Secretaria do Tesouro Nacional, e no IBGE. Nosso objetivo, com o Portal, é facilitar a visualização desses dados, apresentando-os de forma simples, prática e que possa auxiliar os gestores públicos em suas análises e decisões. Assim, contribuímos para aumentar a transparência de informações à população e auxiliar o administrador público”, explica a diretora executiva da Fundação Brava, Denise Yagui.

As consultas ao Meu Município são gratuitas e interativas e, apesar da plataforma ter sido desenvolvida com foco nos gestores públicos, a maneira como os dados são apresentados facilita o entendimento de todos.

As possibilidades que o site oferece são muitas. Entre diversos cruzamentos é possível comparar receita e despesas, verificar as arrecadações do IPTU, controlar os gastos do município com educação, saúde, transporte, saneamento, cultura ou gestão ambiental. A plataforma permite também comparações entre cidades.

“A ferramenta é útil, pois oferece comparações automáticas entre o município selecionado com outros municípios de porte semelhante, de acordo com variáveis disponíveis no Censo IBGE 2010. Além disso, é possível escolher o grupo de comparação e analisar a série histórica, possibilitando uma análise mais aprofundada dos dados relativos às finanças municipais de determinada cidade ou grupo”, afirma o vice-presidente do Insper, Marcos Lisboa.

Além do apoio a gestores públicos, o portal pode ser estratégico para investidores sociais na definição e avaliação de suas iniciativas. A ferramenta fornece, de forma clara e simplificada, um raio-X das finanças das cidades brasileiras. Uma excelente oportunidade para planejamento e gestão de programas e projetos e avaliação de impacto de intervenções sociais.

Testando a plataforma

As comparações possíveis no portal mostram o potencial da ferramenta como base de planejamento para investimento em iniciativas sociais. Uma análise sobre São Paulo, por exemplo, mostra como o município direciona sua receita e quais áreas contam com menos recursos no comparativo com outras cidades brasileiras.

De acordo com a pesquisa, a capital paulista destina mais recursos para a educação do que outras cidades. 21% do total dos gastos do municípios são destinados para essa área, enquanto a média de um grupo formado por outras regiões (Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Salvador, Fortaleza, Campinas, São Bernardo e Santo André) é de 17%. Por outro lado, o grupo selecionado na comparação investe mais em saúde.

O portal ainda disponibiliza um canal para receber críticas e sugestões dos usuários e, em breve, também será possível compartilhar as análises em redes sociais. Uma ferramenta que promove a ideia da transparência na gestão pública e aponta o cenário dos investimentos no país.

O Instituto Brasileiro Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (1) dados que permitem uma análise mais profunda de municípios do país e até de seus bairros. As informações dizem respeito a cada setor censitário, a menor unidade de análise empregada pelo IBGE. Os dados estão em uma plataforma específica no site do Censo.

É possível obter dados em relação à distribuição da população por sexo, idade e espécie de domicílio. Em grandes cidades como Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, é possível acessar e comparar informações por bairros.

A divulgação de dados do Censo 2010 deve prosseguir em outubro, quando está prevista a publicação de mais resultados.

A população de todos os 5.570 municípios brasileiros tem em mãos uma ferramenta on-line gratuita e amigável, do ponto de vista da navegação, para obter informações sobre a situação de sua cidade no combate ao novo coronavírus. Trata-se do Painel COVID-19, lançado, esta semana, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e disponível no site https://covid19.ibge.gov.br.

Segundo o órgão de pesquisa, o objetivo é também apoiar gestores municipais para planejamento de ações contra a pandemia. “O gestor municipal tem uma ferramenta por meio da qual poderá encontrar todos os indicadores de interesse num único ponto, sem precisar ficar visitando diversos produtos”, completa o coordenador de Geomática do IBGE, Rafael March.

Em uma única plataforma, mapas interativos permitem selecionar uma localidade e visualizar, em um mesmo ambiente, 24 indicadores. Os dados são apresentados nas seguintes categorias: população vulnerável, capacidade de resposta do sistema de saúde e acompanhamento da pandemia. As informações podem ser baixadas nos formatos kml, shp e csv. O sistema é alimentado pelos bancos do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/Brasil).

Na Zona da Mata, quando iluminado o eixo de acompanhamento da pandemia, chama a atenção, entre as cinco maiores cidades da região, respectivamente, Barbacena, Ubá, Muriaé, São João del-Rei e Viçosa – descartada Juiz de Fora, que merece análise separada por ser o município-pólo da macrorregião – o recente aumento do número de casos de COVID-19, em São João del-Rei. 

“Sabíamos que isso iria ocorrer, pois fizemos um mutirão de testagem rápida no fim de semana. Por isso, estamos avaliando se já é hora de flexibilizar e progredir para a onda verde ou nos manter na amarela”, afirma o secretário municipal de Saúde, José Marcos de Araújo. Ele lembra que amanhã haverá uma videoconferência na qual vão se reunir representantes de todos os municípios da Macrorregião Sudeste e o assunto é a pauta do encontro.

Para a chefe do Setor de Vigilância Epidemiológica de São João del-Rei, Eliene Freitas, ainda não é o momento de flexibilizar as atividades econômicas. “O levantamento do fim de semana comprova que a circulação do vírus existe e devemos ser prudentes. Essa linha da abertura exige envolvimento da população, porque conscientização não falta, tem que ter compromisso e, isso, muitas vezes, não estamos vendo”, diz.

Quando o eixo pesquisado na plataforma do IBGE é a capacidade de resposta do sistema público de saúde, comparando-se essas cinco cidades, Ubá, mesmo em segundo lugar em termos de população, apresenta os menores números de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Sistema Único de Saúde (SUS) por 100 mil habitantes, leitos hospitalares no SUS, respiradores no sistema e médicos no sistema.

A secretária municipal de Saúde, Dulcinea Perini, destaca que a ferramenta do IBGE retrata dados de infraestrutura da rede de 2019, em um cenário anterior à pandemia. “Houve uma ampliação na capacidade de atendimento à população em hospital local, com o incremento de 20 novos leitos de UTI e 12 leitos clínicos, além do recebimento de cerca de 20 novos respiradores. Novas equipes de médicos e enfermeiros também foram contratadas, tanto pelos hospitais como pelo próprio município, através da criação da Unidade de Atendimento Municipal COVID-19”, enfatiza.


Como comparar cidades no site do inge
Secretária de Saúde de Ubá, Dulcinea Perini destaca as medidas tomadas após o início da pandemia, como a nova ala de leitos inaugurada em julho, no Hospital Santa Isabel (foto: Prefeitura de Ubá/Divulgação)

Perini salienta ainda a intenção do município em pleitear ao estado que os novos leitos COVID-19 credenciados sejam incorporados ao quadro de leitos UTI geral do município, após a pandemia, aumentando, assim, a capacidade de resposta dos hospitais locais.