Alguém já engravidou assim que parou o anticoncepcional

Daniel Navas

Colaboração para o VivaBem

05/04/2022 04h00

Resumo da notícia

  • Não há estudos científicos que comprovem que o uso prolongado do anticoncepcional atrapalhe a gravidez
  • A infertilidade feminina pode ser causada por endometriose, distúrbios hormonais, modificações na anatomia das trompas
  • Mas o problema também pode estar no homem, por isso é importante o casal fazer exames

Tenho 19 anos e parei de tomar anticoncepcional há dois anos, mas não consigo engravidar. O que pode ser?

Existe um mito de que o uso constante do anticoncepcional leva à infertilidade. Mas não há comprovação científica. Se a mulher para de tomar a pílula, ela já poderia engravidar no próximo ciclo menstrual. Por outro lado, o que o anticoncepcional pode fazer é ocultar alguma doença, já que é capaz de "mascarar" os sintomas de enfermidades como a endometriose e a síndrome dos ovários policísticos.

Já alguns anticoncepcionais injetáveis podem deixar o endométrio (camada interna do útero que recebe a gestação) muito fino. Esse efeito pode atrapalhar a implantação do embrião por um período mais prolongado, em alguns casos, até um ano.

São diversos os fatores que podem levar à infertilidade feminina. Entre eles estão: endometriose, distúrbios hormonais ou na ovulação, modificações na anatomia das trompas, entre outros. Mas é importante alertar que a dificuldade em engravidar pode estar em seu parceiro por conta da quantidade ou modificações na qualidade dos espermatozoides, por exemplo. Por isso, é necessário que o casal faça exames a fim de identificar o problema.

Os testes de fertilidade são elaborados de acordo com a história clínica e o exame físico do homem e da mulher. Mas, de uma forma geral, todo casal precisa realizar o espermograma, avaliação da reserva ovariana, ultrassonografia transvaginal e demais exames que o ginecologista e o urologista acharem convenientes.

O tratamento será direcionado de acordo com o diagnóstico de cada casal. Então, para começar, podem ocorrer ajustes na alimentação, peso corporal e estilo de vida. Esses três pontos são muito importantes para melhorar a fertilidade e aumentar as taxas de sucesso nos tratamentos. Caso o bebê não venha por vias naturais, podem ser indicadas terapias como indução da ovulação com o uso de medicamentos, inseminação intrauterina ou fertilização in vitro.

Fontes: Marcelo Gondim, professor de ginecologia do curso de medicina da Unifor (Universidade de Fortaleza) e médico assistente da MEAC-UFC (Maternidade Escola Assis Chateaubriand da Universidade Federal do Ceará); Mychelle Torres, ginecologista e especialista em reprodução humana da MEJC-UFRN (Maternidade Escola Januário Cicco da Universidade Federal do Rio Grande do Norte), que faz parte da Rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares); Wiler Costa, ginecologista e obstetra da Clínica Liliane Oppernmann, em São Paulo.

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Uma das questões que sempre estão por aqui no TF através dos comentários das leitoras é a pergunta: quanto tempo demora para engravidar após a parada do anticoncepcional? Essa é uma questão complexa, com certeza, e apesar de ouvirmos vários relatos de mulheres que conseguiram seus positivos ainda no primeiro ciclo sem o anticoncepcional, podemos considerá-las uma exceção e não a regra.

Podemos dizer que 90% das mulheres que tomam anticoncepcionais por um longo período, por exemplo, 7, 8, 9 ou mais anos, tende a levar mais tempo para engravidar pois, o organismo precisa se estabilizar após todos esses anos. Já os outros 10% pode conseguir de primeira ou levar um tempo menor.

Mas afinal, quanto tempo leva para engravidar após parar o anticoncepcional? E a resposta para esta pergunta é uma só e está muito mais próxima de você do que imagina! O tempo que a mulher leva para engravidar após o anticoncepcional depende exclusivamente de duas coisas:

  1. Do seu corpo
  2. Do método que você usava

Antes do anticoncepcional, o ciclo hormonal do corpo era diferente de quando você o ingeria. Ao iniciar o método contraceptivo, a mulher passa a ingerir uma quantia frequente de hormônios sintéticos. Sejam eles à base de estrogênio (mais frequentemente) ou de progesterona. Com essas doses hormonais, o organismo passa a não deixar que o pico ovulatório aconteça e por isso a mulher não engravida.

Como Fica o Corpo Após Parar o Anticoncepcional?

Com a parada do anticoncepcional, o corpo tem que se readaptar sem essas doses diárias, mensais ou trimestrais. Todo funcionamento hormonal para voltar a ovular depende exclusivamente de quando o seu corpo vai conseguir eliminar esses hormônios ingeridos. Algumas mulheres podem levar mais tempo do que outras e a demora para engravidar também pode variar.

Algumas conseguem eliminar o resíduo dos anticoncepcionais rapidamente, e isso também tem relação com o tipo de anticoncepcional que era usado e a sua dosagem. Normalmente, mulheres que tomam anticoncepcionais mais fracos tendem a eliminar mais rapidamente. Em alguns casos, é preciso esperar o efeito da injeção terminar para voltar a ficar fértil. E não se preocupe, o corpo começa a dar sinais conforme vai voltando a fertilidade e os hormônios aos seus lugares.

Vale mencionar que algumas mulheres podem sofrer com secura vaginal temporária, até que todos os hormônios se regularizem, viu? Mas é possível contornar a situação com a ajuda de géis lubrificantes apropriados para quem está tentando engravidar. Esses lubrificantes, além de resolver o problema da secura vaginal, ainda equilibram o PH vaginal e aumentam a sobrevida dele, como é o caso do gel lubrificante FamiGel.

Qual o Prazo Para o Corpo Eliminar o Anticoncepcional?

Um prazo considerado normal para que o anticoncepcional saia de vez do organismo é de três a seis meses. Depois de um certo tempo, a mulher percebe que voltou a menstruar ou então nota alguns escapes de borra de café . Após estas borras o ciclo hormonal tende a se estabilizar e, em grande parte das mulheres, estas alterações acontecem no terceiro ciclo sem medicação.

Injeção Anticoncepcional Demora Mais a Eliminar do Corpo?

A questão é, na realidade, o tempo que se irá demorar para engravidar após o uso de anticoncepcionais injetáveis. “Parei de tomar injeção anticoncepcional e não menstruei, posso engravidar?”. A resposta não é tão simples, pois o funcionamento destas injeções é diferente dos tomados de forma oral, via adesivo e até mesmo implantes ou diu hormonal. Isso porque, eles são injetados e liberados pouco a pouco todos os dias, dificultando a retirada do organismo. Nesses casos, o jeito é esperar o efeito passar sozinho e não aplicar mais a injeção.

Talvez demore um pouco mais de tempo para engravidar naturalmente. A injeção pede cerca de 3 meses para ser eliminada, mas veja, também não é uma regra! É apenas uma estimativa baseada em experiências relatadas por mulheres que deixaram de tomar a injeção. Seja ela Messigyna, Perlutan, Depo Provera ou qualquer outra.

Claro, nada impede que você ovule já no primeiro ciclo sem a medicação, porém é recomendável esperar um tempo antes de criar expectativas de estar grávida. Caso haja ciclos muito longos após a parada do anticoncepcional, é necessário que o ginecologista tome conhecimento e se preciso medique novamente para que não seja uma parada muito brusca e chocante para o organismo. Acho que a troca de anticoncepcional usual para um mais suave pode facilitar as coisas e tornar a parada definitiva mais tranquila e controlada.

Normalmente, o prazo normal para que um casal saudável engravide é de um ano, porém se você tomou anticoncepcional por muito tempo, deve considerar um pouco mais. Na dúvida, é recomendado fazer exames de sangue, ultrassom e avaliações no companheiro, caso desconfiem de alguma coisa errada. 

Dica Importante: após realizar os exames e constatar que está tudo ok com a saúde de vocês, é só partir para os treinos e reforçar os cuidados com a alimentação e com o corpo, para garantir que o positivo chegue ainda mais depressa! Uma dica preciosa para os casais tentantes é a ajuda de vitaminas que potencializam a fertilidade, tanto masculina como feminina. Nunca se esqueça que um corpo nutrido corretamente faz toda a diferença na hora de conceber um bebê. A Famivita tem diversos produtos que podem ajudar nesse momento.

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Veja também: Qual o Melhor Anticoncepcional? – Fórmulas e Formas

Foto: Hilary Thomas, me and the sysop

Para quem usa os anticoncepcionais hormonais para evitar uma gestação, uma dúvida bastante comum costuma rondar a cabeça: “quando é que devo parar de usá-lo antes de engravidar?”. Se está chegando ou chegou o momento em que você se sente pronta para começar a planejar uma gravidez de fato, alguns cuidados precisam ser tomados na hora de parar com o medicamento contínuo.

Em teoria, os métodos contraceptivos hormonais – como as pílulas, o adesivo e até alguns dos DIUs – permitem que ocorra uma gestação já no primeiro mês após encerrar o uso. Mas, na prática, as coisas podem não funcionar dessa maneira…

“Quando a mulher para de tomar a pílula, ela já pode voltar a ovular normalmente e até corre o risco de engravidar no primeiro mês. Porém, o que percebemos é que o corpo precisa de um período para readaptar a sua produção endógena (interna) dos hormônios e voltar a produzir aquilo que ele deixou de realizar”, explica Carla Delascio, ginecologista e obstetra do Centro de Medicina Integrativa do Hospital e Maternidade Pro Matre.

Sendo assim, se a vontade da mulher é trazer um novo integrante para a família, a ginecologista orienta que a preparação, o abandono dos métodos e o acompanhamento com a ginecologista sejam feitos de 3 a 6 meses antes da gravidez, com suplementação nutricional e adaptação do estilo de vida de ambos os pais.

Atenção ao processo de adaptação do corpo!

Pois bem, a readaptação da produção hormonal pode se normalizar já no primeiro mês após interromper a pílula, mas isso não quer dizer que todas as mulheres conseguirão engravidar nesse meio tempo.

“O uso crônico de anticoncepcionais hormonais diminui a absorção de vitaminas importantíssimas, como o ácido fólico, a B12, a vitamina C, o zinco e o magnésio. Então, aconselhamos a paciente a passar por uma avaliação clínica de mapeamento da vitaminose para se programar para uma gravidez”, esclarece a ginecologista.

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A suplementação, além de ajudar na fertilidade da mulher, também é uma forma de prevenção de riscos para o próprio feto. “O ácido fólico é indicado pelo menos três meses antes da gravidez e pode minimizar as chances de má formação do tubo neural, ou seja, a porção do bebê que forma a coluna e o sistema nervoso central”, explica Renato de Oliveira, ginecologista e obstetra do Grupo Criogênesis.

E o estilo de vida do casal não fica de fora! Ambos os especialistas pontuam que noites mal dormidas, picos de estresse, má alimentação com excesso de produtos industrializados e o próprio sedentarismo influenciam diretamente na qualidade dos gametas tanto da mulher, quanto do homem e podem prorrogar os planos de trazer um pequeno ou pequena para a casa.

A idade também deve ser levada em conta…

Além da suplementação e o ajuste do próprio estilo de vida, a atenção com a idade é um ponto a ser levado em consideração na hora de pensar nos anticoncepcionais.

“A princípio, depois que parou com o uso, o organismo já retoma o processo de produção hormonal. Mas também precisamos lembrar de conceitos sobre fertilidade. Em média, a chance de mulheres com até 35 anos engravidarem sem nenhum método contraceptivo e tendo relações no período fértil é por volta de 15 a 18%”, esclarece Renato.

O ginecologista ainda indica alguns períodos de atenção, baseados na recomendação da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASMR, em inglês), para o casal saber a hora certa de procurar um especialista em reprodução.

Em geral, até os 35 anos as tentativas podem ser acompanhadas pelo período de 1 ano. Entre 35 e 45 anos, pelo período de 6 meses. A partir dos 40 anos, é ideal que o casal já procure um acompanhamento especializado.

Além disso, Renato ainda complementa que, para aquelas mulheres que têm o desejo da maternidade, mas ainda fazem o uso dos anticoncepcionais, é interessante lembrar que também há a possibilidade do congelamento de gametas.

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