Acuse os do que você é

Foto: Divulgação

Os grupos "antifa" que alegam combater o fascismo, em suma desejam tudo o que o fascismo prega.

Enquanto os liberais de direita pregam o estado mínimo, os " antifa" querem mais Estado. Inclusive o jargão fascista diz o seguinte: " Tudo do Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado".

Enquanto liberais de direita pregam interferência mínima do estado na economia, o fascismo prega o que o estado deve controlar toda a dinâmica econômica da nação. No máximo dividindo algum poder com monopolistas do capital.

Explicando melhor os monopolistas: basta lembrar das ações da lava jato que prendeu monopolistas de empreiteiras e do ramo frigorífico que eram sócios de determinado grupo político no Brasil.

Os antifas personalizam e incorporam a ironia como ninguém, são antifascistas, porém fascistas.

Não é por acaso que um grande socialista da Inglaterra, George Bernard Shaw, durante o período da ascensão do fascismo na Itália, entre 1925 e 1945, apontou o fascismo como uma das fases do socialismo antes de se atingir o comunismo.

A partir daí muitos historiadores filósofos surtaram, pois sempre apontaram o fascismo como um movimento de extrema-direita.

A bem da verdade dentro do comunismo existem subgrupos rivais entre si, basta lembrar do livro escrito por Lênin: " esquerdismo a doença infantil do comunismo".

Ora Lênin era comunista, mas considerava o esquerdismo um subgrupo idiotizado do movimento revolucionário.

Mas eis que o momento está recheado de notícias e alegações principalmente em redes sociais, que levam muitos, de várias classes sociais, e círculos escolares ou acadêmicos, a ficarem papagaiando um monte de teorias e desculpas a fim de justificar os atos de vandalismos praticado por grupos, financiados por poderosos mentores do monopólio financeiro, do esquerdismo a nível Mundial.

E a questão não se refere a combater o racismo, o que aconteceu de conflitos no Brasil, foi decorrente do conflito ideológico entre Esquerda e Direita.

A nível nacional até mesmo a abolição da escravatura foi assinada pela conservadora direita personalizada na princesa Isabel.

Lembrando que nos Estados Unidos o partido republicano, conservador, foi quem lutou pela abolição da escravidão naquele país, e não os bonzinhos democratas da esquerda Americana.

Ao que parece os ensinamentos de Vladimir Lênin foram bem apreendidos quando ele deixou a instrução: "Acuse-os do que você faz, chame-os do que você é ".

Na sexta-feira, depois de depor em Congonhas, Lula montou um espetáculo midiático para acusar o juiz Sérgio Moro de…  ter montado um espetáculo midiático. Entre muitos companheiros e companheiras (para dar a ideia de união dos oprimidos), o ex-presidente reclamou da “violência” da Lava-Jato e, entre lágrimas, anunciou que será candidato em 2018. No dia seguinte, em mais um ato daquela peça, Dilma pegou avião público só para ir a São Bernardo do Campo se solidarizar com o amigo.

Hoje, em Caxias do Sul, Dilma disse que a oposição “fica dividindo o país”. Veja só. Quem disse isso foi a mesma pessoa que dividiu o país em sua última campanha eleitoral, quando acusou os adversários de protegerem os ricos e os banqueiros. A sucessora do homem que prometeu “colocar o exército do Stédile do nosso lado”. É Lênin puro.

Dilma também voltou a falar da injustiça da condução coercitiva contra Lula. Concordo que Moro queimou a largada ao tirar Lula de casa. Mas já deu. A reação dos petistas é pra lá de exagerada. Moro fez questão de evitar fotos do ex-presidente detido e, ao meio-dia, Lula já estava liberado. Os petistas estão se apegando a qualquer bocadinho de injustiça que justifique espetáculos em que acusam os adversários exatamente do que praticam.

@lnarloch

ATUALIZAÇÃO: como alguns leitores advertiram e como afirmo neste post, é um erro atribuir a Lenin a frase “Acuse os adversários do que você faz, chame-os do que você é”.

Acuse os adversários do que você faz, chame-os do que você é!

Nota: A autoria do texto tem vindo a ser erroneamente atribuída a Lênin.

Enquanto preparo um post completo sobre frases jamais proferidas por personagens históricos, um amigo e leitor deste blog requisitou que adiantasse a parte a respeito de Vladimir Lênin. Pois bem, escrevo aqui sobre uma afirmação (“Xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz”) e um texto (“O decálogo”) que costumam ser atribuídos ao revolucionário russo.

1 –

 DECÁLOGO DE LENIN

1.Corrompa a juventude e dê-lhe liberdade sexual;

2.Infiltre e depois controle todos os veículos de comunicação de massa;

3.Divida a população em grupos antagônicos, incitando-os a discussões sobre assuntos sociais;

4.Fale sempre sobre Democracia e em Estado de Direito, mas, tão logo haja oportunidade, assuma o Poder sem nenhum escrúpulo;

5.Colabore para o esbanjamento do dinheiro público;

6.Coloque em descrédito a imagem do País, especialmente no exterior e provoque o pânico e o desassossego na população por meio da inflação;

7.Promova greves, mesmo ilegais, nas indústrias vitais do País;

8.Promova distúrbios e contribua para que as autoridades constituídas não as coíbam;

9.Contribua para a derrocada dos valores morais, da honestidade e da crença nas promessas dos governantes. Nossos parlamentares infiltrados nos partidos democráticos devem acusar os não-comunistas, obrigando-os, sem pena de expô-los ao ridículo, a votar somente no que for de interesse da causa socialista;

10.Procure catalogar todos aqueles que possuam armas de fogo, para que elas sejam confiscadas no momento oportuno, tornando impossível qualquer resistência à causa…

O “Decálogo de Lênin”, amplamente repetido em sites nacionais, nada mais é que uma versão abrasileirada de um documento apócrifo, supostamente soviético, difundido nos Estados Unidos há décadas, intitulado “Rules for Revolution” (Regras para a Revolução),  transcrito a seguir:

A. Corrupt the young. Get them away from religion. Get them interested in sex. Make them superficial, destroy their ruggedness. B. Get control of all means of publicity and thereby: 1. Get people’s minds off their government from religion [sic]. Get them interested in sex, books and plays and other trivialities. 2. Divide the people into hostile groups by constantly harping on controversial matters of no importance. 3. Destroy the people’s faith in their natural leaders by holding these latter up to ridicule, obloquy, and contempt. 4. Always preach true democracy, but seize power as fast and as ruthlessly as possible. 5. By encouraging government extravagance, destroy its credit, produce fear of inflation with rising prices and general discontent. 6. Foment unnecessary strikes in vital industries, encourage civil disorders and foster a lenient and soft attitude on the part of government toward such disorders. 7. By specious arguments cause the breakdown of the old moral virtues: honesty, sobriety, continence, faith in the pledged word, ruggedness.

C. Cause the registration of all firearms on some pretext, with a view to confiscating them and leaving the population helpless.

TRADUÇÃO LIVRE:

A. Corrompa os jovens, afaste-os da religião. Faça com que se interessem por sexo. Torne-os superficiais, destrua sua robustez. B. Controle todos os meios de publicidade e assim: 1. Mantenha as mentes das pessoas desligadas do governo e da religião. Torne-os interessados em sexo, livros, peças e outras trivialidades. 2. Divida as pessoas em grupos hostis ao, constantemente, insistir em assuntos controversos sem importância. 3. Destrua a fé das pessoas nos seus líderes naturais ao ridicularizá-los de desprezá-los. 4. Sempre pregue uma democracia verdadeira, mas tome o poder o mais rápido e impiedosamente possível. 5. Ao encorajar a extravagância governamental, destrua sua reputação, produza pavor de inflação com aumento de preços e descontentamento geral. 6. Fomente greves desnecessárias em indústrias vitais, incentive a desordem civil e alimente uma atitude leve do governo contra essa desordem. 7. Através de argumentos capciosos, cause a ruptura das antigas virtudes morais: honestidade, sobriedade, continência, fé na palavra empenhada, robustez.

C. Faça, sob algum pretexto, com que todas as armas sejam registradas, com o objetivo de confiscá-las e deixar a população indefesa.

Facilmente, pode-se perceber que o “Decálogo de Lênin” constitui mera repetição adaptada das “Regras para a Revolução” (que jamais foram atribuídas ao revolucionário russo). Deste modo, surge uma pergunta óbvia: este último documento é verdadeiro? A resposta é negativa, segundo lecionam Paul F. Boller Jr. (falecido em 2014, era historiador, Ph.D. por Yale e Professor Emérito da Texas Christian University) e John George Jr. (Ph.D., professor aposentado de Ciências Políticas na Central State University), nas páginas 114-116 do livro  “They never said it: a Book of Fake Quotes, Misquotes, and Misleading Attributions (“Eles nunca disseram: um livro de citações falsas, errôneas e enganosas”), publicado pela Universidade de Oxford (tradução livre):

Uma virtual abundância de citações malucas para serem utilizadas pela direita irritadiça assim que necessário, as chamadas ‘Regras para a Revolução’ supostamente se originaram no ‘secreto quartel general soviético’ em Düsseldorf, Alemanha, logo após a segunda guerra mundial, e foram parar às mãos de dois oficiais da inteligência aliada, entre eles, o Capitão Thomas Baber, que disse ter infiltrado o local. Entretanto, por alguma razão, o documento não apareceu até 1946, quando foi apresentado na edição de fevereiro de uma publicação britânica chamada ‘New World News’. Por conseguinte, o ‘American Opinion’ da ‘John Birch Society’, deu importância ao documento, como também fizeram os porta-vozes da extrema direita, Dan Smoot, Frank Capell, e Billy James Hargis. Nos anos 1970, a NRA (Associação Nacional de Rifles) entrou em cena. No ‘The American Rifleman’, órgão da NRA, em janeiro de 1973, o editor Ashley Halsey relatou que o Capitão Barber, um dos agentes da inteligência que supostamente capturara o documento ‘Regras para a Revolução’ em Düsseldorf, deixou uma cópia manuscrita de próprio punho, antes da sua morte em 1962.

Mas as ‘Regras’ são obviamente falsas; não aparentam ser nem um pouco de 1919. Conservadores respeitáveis como William F. Buckley,Jr., M. Stanton Evans, e James J. Kilpatrick, classificaram o documento como uma falsificação. Ele foi denominado como uma farsa pelo boletim anticomunista, o ‘Combat’. Uma cuidadosa pesquisa nos arquivos do FBI, CIA, Subcomitê de Segurança Interna do Senado, e nas Bibliotecas do Congresso, falhou em apresentar qualquer vestígio ‘das regras’. J. Edgar Hoover, falecido diretor do FBI, declarou que se pode ‘especular logicamente que o documento é espúrio’. Ainda assim, continuou a ser citado como autoridade nos anos 80.

O decálogo de Lênin é verdadeiro ou falso? Lênin disse “acuse-os do que você faz, chame-os do que você é?”. Link original da foto.

2 –  

XINGUE-OS DO QUE VOCÊ É, ACUSE-OS DO QUE VOCÊ FAZ” 

Em vários sites brasileiros (principalmente, os críticos da esquerda), encontra-se alguma versão da frase acima (também costuma ser relatada, por exemplo, como: “Acuse os adversários do que você faz, chame-os do que você é”). Por outro lado, nas páginas em inglês, há raras menções a afirmações similares ligadas a Lênin.

Nenhum autor brasileiro de matérias na internet, ainda quando questionado por seus leitores, aponta uma fonte primária comprovadamente autêntica da suposta citação. Pesquisei e, outrossim, não encontrei nada. A explicação mais provável é a de que se trata apenas de outra farsa online. Inclusive, acredito que tenha sido formulada originalmente da seguinte maneira: um amálgama entre outra frase falsa de Lênin e um trecho de um texto apócrifo na internet. Explico a seguir.

“Destroying all opposition by invective slander, smear, and blackmail is one of the techniques of Communism” (“Destruir toda a oposição através de calúnia, difamação e chantagem é umas das técnicas do Comunismo”). Nos Estados Unidos, esta afirmação é atribuída a Lênin em mais de 8960 sites. Entretanto os supramencionados Paul F. Boller Jr. e John George Jr, explicam, na página 70 do seu livro, que a citação, originalmente, apareceu em uma das publicações do evangelista Billy James Hargis nos anos 60, e que especialistas soviéticos na biblioteca do congresso americano não encontraram nenhuma informação nesse sentido. Ademais, Julian Williams, gerente de pesquisa de Hargis naquela década, admitiu que a citação “parece ser uma daquelas ocasiões nas quais alguém inventou uma frase de Lênin para se encaixar nas táticas do comunismo”.

Em 728 páginas na internet, encontramos um texto apócrifo (publicado em sites ultradireitistas) chamado The Tactics of Disinformers (As táticas dos “desinformantes”), que contém o seguinte trecho: “Always accuse your adversary of whatever is true about yourself…“ (“Sempre acuse seus adversários do que é verdadeiro sobre você mesmo…”). Ora, pode-se perceber facilmente sua semelhança com a suposta citação de Lênin.

Há, portanto, três informações importantes para alcançar uma conclusão sobre o tema:

  1. A “citação de Lênin” aparenta ser difundida apenas em sites brasileiros críticos da esquerda;
  2. Há uma comprovada frase falsa de Lênin que menciona calúnia e difamação como táticas do comunismo;
  3. Em sites ultradireitistas americanos, encontramos o seguinte trecho num texto apócrifo: “sempre acuse seus adversários do que é verdadeiro sobre você mesmo”.

Assim, em razão desses três pontos, considero plausível acreditar que a falsa citação teve sua origem quando algum brasileiro, por conhecer a pretensa frase de Lênin sobre calúnia e difamação, criou uma versão em português do trecho do texto americano e a atribuiu ao revolucionário russo.

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