* Doutor em Filosofia pela Université Catholique de Louvain (1970), professor aposentado da
Unicamp; atualmente é professor pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião
na Pontifícia Universidade Católica de Campinas. E-mail: .
** Graduado em Filosofia e Teologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Mestre em Ciências
da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. E-mail: betolandgraf@yahoo.com.br.
Popular piedade and the cult to
Maria: a look at the Directory of
Popularity and Liturgy and
Apostolic Exhortation Marialis Cultus
Newton Aquiles Von Zuben*
Robert D. Landgraf**
Resumo: O presente artigo apresenta uma pesquisa sobre o que a instituição católica
entende por piedade popular, tendo como base o Diretório de Piedade
Popular e Liturgia, para em seguida, abordar o tema piedade popular
mariana, com suas características próprias, como sentimento via cordis,
exuberância, expressividade, vitalidade e caráter maravilhoso, e analisar a
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postura do catolicismo oficial, diante dessa maneira de vivenciar a fé. Posto
isso, pesquisou-se o culto mariano, tendo como horizonte a exortação
apostólica Marialis Cultus, de Paulo VI, que contém orientações, como
bíblica, litúrgica, sensibilidade ecumênica e antropológica, para promover
uma genuína reforma da veneração a Maria.
Palavras-chave: Piedade popular; culto; Maria
Abstract: This article presents a research about what the Catholic institution
understands by popular piety based on the Directory of Popular Piety
and Liturgy, and then to address the theme of Marian popular piety with
its own characteristics as: sentiment via cordis, exuberance,
expressiveness, vitality and marvelous character, and to analyze the
attitude of official Catholicism in this way of experiencing the faith.
After this the Marian cult was investigated, taking as its horizon the
apostolic exhortation Marialis Cultus of Paul VI, which presents
orientations such as: biblical, liturgical, ecumenical and anthropological
sensitivity to promote a genuine reformation of the veneration of Mary.
Keywords: popular piety; worship; Mary
A religiosidade popular vem sendo “redescoberta”, nos últimos anos.
Está sendo estudada por várias ciências: a história, a etnologia, a antropologia
cultural, a psicologia, a sociologia, a economia etc. Passou a ser pensada de forma
mais sistemática, dentro do campo eclesial, na pesquisa bíblica, teológica,
litúrgica.
Posto isso, o presente trabalho busca compreender, a partir do Diretório
de Piedade Popular e Liturgia, o que a instituição católica entende por piedade;
AGOSTINO, G. Piedade popular, p. 1067.
em seguida, procura entender de que maneira a piedade popular compreende
Maria e de que modo exprime e significa sua relação com ela, assim como qual a
postura do catolicismo oficial, diante dessa que pode ser chamada piedade popular
mariana. Na sequência, analisa oculto marial, tendo como base Exortação
Apostólica Marialis Cultus, do Papa Paulo VI, a qual oferece algumas diretrizes
capazes de promover uma genuína reforma da veneração a Maria.
O culto a Maria está na origem de diversos santuários erigidos para honrar
Maria, a mãe de Jesus. Desenvolveu-se uma autêntica espiritualidade, tomando
diversas formas, desde a mais simples, como a fé popular, até pesquisas mais
aprofundadas, com os místicos e teólogos. Esse culto está ligado à decisão divina de
vincular para sempre a identidade divina do Filho de Deus a uma mulher situada no
tempo e no espaço, Maria de Nazaré. A obediência de Maria ao projeto divino
representou o mistério da maternidade divina e da cooperação para com a história da
salvação. Essa atitude de obediência faz surgir, nos cristãos de todas as épocas, uma
atitude de profundo louvor para com Jesus e para Aquela que o gerou e permitiu que
o eterno entrasse no tempo, tornando-se assim colaboradora para com a redenção.
O que se pode afirmar é que Maria, além de ser anunciada na Escritura,
de estar presente na tradição da Igreja, de ser proposta pelo magistério, estudada
no seu mistério pelos teólogos, é também vital e experiencialmente assumida pela
comunidade, pelo sensus fidelium. No meio da comunidade há, não raro, certa
ênfase do sentimento ou então a projeção da própria situação subjetiva; mas, no
fundo, por um caminho existencial. Esse caminho existencial gera uma relação do
devoto com Maria, cujo ponto de partida são ordinariamente as necessidades, os
vazios, as contradições, as angústias do ser humano, ou seja, não parte de conceitos
abstratos, mas situações, não investiga, mas vive, não define, mas sente. O
processo espiritual popular é existencial e intuitivo.
No sensus fidelium comum, Maria é considerada primeiramente como
mãe. Não há evidentemente uma racionalização desse dado, o qual, na fé da Igreja,
foi fruto de trabalho teológico nos primeiros séculos, reflexo da meditação do
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mistério de Cristo. A fé do devoto é intuitiva, pois tem Maria como dom de Deus,
como aquela que manifesta, em coração que é humano, a força do amor infinito
de Deus. Compreende que, por ela ter gerado Jesus, o filho de Deus, ela se torna
poderosa, misericordiosa e medianeira de todas as graças, por isso, é vista também
como aquela que é diferente dos seres humanos pecadores, porque ela é a toda
santa, a toda pura, a imagem ideal do homem, o sinal da vida verdadeira.
Neste artigo, é preferido o termo “piedade popular” ao de “religiosidade”
ou “religião” popular, devido a ser o termo usado conceitualmente pelo documento
da Santa Sé, Diretório sobre Piedade Popular e Liturgia. Segundo esse
documento, o termo “piedade popular” designa as diferentes formas de culto, de
caráter privado ou comunitário, que, no contexto da fé cristã, são expressas
primariamente, não com as formas da liturgia oficial, mas com as formas
peculiares derivadas de um povo ou um grupo étnico e sua cultura.
Os
documentos do Concílio Vaticano II igualmente acompanham esse conceito.
A piedade é “popular”, em primeiro lugar, por constituir a piedade do povo,
das multidões católicas, das massas de fiéis, sejam eles ricos ou pobres, pessoas da
cidade ou do campo, praticantes ou não praticantes. Depois, a piedade é “popular”,
por ser a forma de religião das bases populares, as quais vivenciam a fé de maneira
distinta da hierarquia da Igreja. Trata-se de um catolicismo praticado de modo mais
espontâneo e informal, que difere do catolicismo oficial e racionalizado dos
pastores, teólogos e leigos cultos. Concebe-se o catolicismo popular não como algo
contrário ao catolicismo oficial, nem como um catolicismo inferior. O catolicismo
popular traz em si os hábitos da cultura dos simples, que é uma cultura elementar.
A Igreja reconhece a relação da piedade popular com a cultura de um povo, que, na
Diretório de piedade popular e a liturgia, n.9.
Cf. SC 9,11 e 13; LG 66 e 67.
BOFF, C. Mariologia Social, p. 551-552.
maioria das vezes, se verifica nas manifestações da piedade popular; e acrescenta
que, diversas vezes, se trata de uma fusão tão profunda que os elementos próprios
da fé cristã se tornam elementos integrantes da identidade cultural de um povo.
Nesse sentido, pode-se observar a piedade mariana como a piedade popular por
antonomásia.
O Diretório de Piedade Popular destaca:
A piedade popular é caracterizada naturalmente pelo próprio sentimento
de uma era de história e cultura. Um exemplo disso é a variedade de
expressões que a constituem, floresceu e afirmou nas diversas Igrejas
particulares no decorrer do tempo, um sinal de fé enraizada no coração
de diferentes povos e sua entrada no reino do cotidiano. Realmente
“religiosidade popular é a primeira e fundamental forma de inculturação
da fé, que deve ser deixada continuamente orientar e guiar pelos
ensinamentos da Liturgia, mas que por sua vez, fecunda a fé a partir do
coração”. O encontro entre o dinamismo inovador da mensagem
evangélica e os vários componentes de uma cultura é algo que é
testemunhado na piedade popular. (DPPL, n.91).
Entende-se que, como a cultura implica relação dos seres humanos com o
tempo e com o espaço, também as expressões religiosas são assumidas e
oportunamente modificadas pela piedade popular, iluminada pela revelação bíblica.
A fé em estado puro não existe, porque está sempre relacionada com a religião, com
os seus mitos e seus ritos, seus valores e limites, suas relações espaço-temporais.
Na visão eclesiológica do documento Lumen Gentium, a piedade popular
situa-se na vertente propriamente “carismática”, livre ou informal da vida da Igreja, o
que difere da vertente “institucional”, hierárquica ou oficial, relativa aos “sacramentos
e ministérios.
As duas vertentes são constitutivas da estrutura da Igreja, estão inter-
relacionadas e se complementam, por isso, a piedade popular exige o reconhecimento
e o acompanhamento dos pastores, bem como o acolhimento da mesma, em seu
ministério de evangelização e de celebração sacramental.
Diretório de piedade popular e a liturgia, n.63.
FIORES, S. De. Figura bíblica de Maria e sua inculturação popular, p. 327.
BOFF, C. Mariologia Social, p. 553.
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Aqui, o pensamento do teólogo Clodovis Boff, o qual descreve os traços
mais marcantes da piedade popular e as aplica à devoção mariana.
Diferentemente da cultura racionalista, a cultura popular destaca o
sentimento ou as emoções, numa palavra, o coração. A piedade popular é, por
excelência, a via cordis. Porém, quando se quer designar o coração da “piedade”,
fala-se em devoção, compreendida em seu sentido primitivo de entrega total de si
até o autossacrifício. O teólogo Clodovis Boff afirma que devoções são:
Os exercícios de piedade, ou seja, as práticas externas, que revelam o
sentimento interno de devoção. Sendo assim é possível dizer que devoção
implica ter um afeto íntimo pela figura religiosa de que se é devoto e, por
outro, prestar-lhe exteriormente as devidas homenagens, que os
medievais chamavam de obsequia ou reverentia.
A relação do devoto com Maria possui um qualitativo fortemente afetivo.
Sobre essa afetividade do cristão católico com Maria, Clodovis Boff ressalta, ainda:
Em relação à Maria Santíssima, a piedade do povo católico é
verdadeiramente “visceral ou entranhada”. Os devotos tratam Maria com
extremo carinho. Falam em termos de “Mãe querida” e mesmo
“Mãezinha do céu”. Outros modos de falar, que denotam intimidade, são
o uso do diminutivo (Santinha etc.), especialmente no mundo hispano-
americano (Virgencita, Niña, Morenita, Chinita etc.). O mesmo vale para
o uso do pronome “minha”, particularmente no âmbito brasileiro (Minha
Santa, Minha Mãezinha e o curioso Minha Nossa Senhora).
Essa relação é geradora de uma espontaneidade e sinceridade
comoventes, nos sentimentos de piedade que o cristão católico expressa a Maria,
reconhecida como Mãe de Jesus. O que se percebe é um fervor demonstrado na
devotio para com a Virgem, levando frequentemente os devotos a sacrifícios
inacreditáveis, só para tornar visível a fé, a confiança e o amor a ela.
A piedade popular manifesta-se com hinos, ladainhas, flores, fogos e
cores. Esse transbordamento devocional se evidencia, sobretudo, nas festas em
louvor a Maria. Ocorre certo “excesso” – o excesso conatural a todo festum
magnum. Surpreende, quando se constata que isso ocorre até mesmo quando o
povo é carente em recursos materiais. As festas marianas, em particular, são por
excelência as festas das classes menos favorecidas. Aqui também fica evidente
todo excesso, no que se refere à generosidade para com Maria, seja nos louvores
e nos gestos de penitência, seja nos enfeites e no consumo.
A festividade da padroeira é o equivalente ao aniversário de uma mãe,
momento em que nenhum dos filhos pode faltar. A celebração da festividade da
Virgem, para muitos, torna-se peregrinação, porque é a oportunidade na qual todos
os filhos voltam para casa, a fim de se encontrarem com a mãe. Nessas festas,
cumprem-se as promessas e se levam as oferendas, porque ninguém pode
apresentar-se diante da mãe, numa festa magna, de mãos vazias. É o dia em que o
devoto manifesta todo o vigor da piedade popular, carregando publicamente os
andores processionais onde se encontra a imagem.
Stefano de Fiore enfatiza:
A língua amoris (Agostinho) é exagerada para os estranhos, para quem
não se expressa por meio dela. Todo amor intenso foge do controle da
razão e parece atribuir aos santos o amor reservado a Deus; na realidade
as diferenças existem nestas mesmas expressões.
DORADO, G. A. Mariologia Popular Latino-Americana, p.75.
FIORES, Stefano De, p. 329.
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As festas marianas possuem um poder de convocação e evocam um
sentido maternal e de comunhão. Na mãe, manifesta-se, efetivamente, uma
consciência de família; por isso, nas festas, a piedade mariana acontece em toda
sua força de dramaticidade, de tensão, a qual se expressa em gestos densos, às
vezes épicos.
Esses gestos oblativos são gestos de fé, expressões de oração, de
invocação, de gratidão para com Maria e, ao mesmo tempo, revelam um valo
apologético, teológico, ascético e pastoral muito significante.
A razão de todos esses “exageros” é que a piedade popular não se regula
apenas pelos cânones doutrinários ou éticos, mas muito mais pelas “razões do
coração”. Assim, ela não é seguidora de regras litúrgicas que levam ao
comedimento e à sobriedade, porém, tendem antes para o transbordamento
expressivo das emoções. Por ter essa característica, é muitas vezes criticada pela
hierarquia, tendo em vista que a fé vivida dessa forma corre o risco de se degradar
em sincretismos e superstições.
Os atos religiosos misturam-se, nessas celebrações festivas, com todas as
expressões culturais, sociais e tradicionais com as quais o povo costuma fazer suas
festas profanas. O devoto entende que, se a Virgem é a Senhora do céu, também é
tão densamente humana e próxima, que é Mãe do povo da comunidade. Dessa
maneira, se não podem faltar os atos religiosos, também não podem faltar outros
tipos de expressões de alegria, como danças, comidas etc.
Uma outra característica da devoção popular é que o devoto nunca deixa
de exprimir externamente seus sentimentos religiosos. Essa manifestação do
sentimento ocorre na forma de gestos religiosos, sempre sensíveis e exteriores,
visíveis e tangíveis e objetivos. Isso acontece porque a devoção popular é uma
AGOSTINO, G. Piedade, p. 1071.
BOFF, C. Mariologia Social, p. 555.
DORADO, G. A. Mariologia Popular Latino-Americana, p.75.
forma de religião “encarnada”, ou seja, ela assume as expressões culturais do povo
em questão. Não é de se estranhar, quando o povo usa numerosos sinais e gestos,
como tocar as imagens, beijá-las, andar de joelhos, oferecer flores e ex-votos
,
acender velas, fazer longas peregrinações e procissões, usar escapulários. Toda
essa série de sinais vale para os santos preferidos, entretanto, acima de tudo, para
Maria, que é a figura de maior fervor da devoção popular.
Posto isso, a expressividade vai além de uma forma puramente interior e
abstrata da fé, tendendo a ser menos racionalista. Conduz sempre para o
intelectualismo abstrato e para certo gnosticismo a toda “exterioridade”. Mesmo sem
seguir toda essa racionalidade, a piedade popular não deixa de fazer tranquilamente
o curso da grande tradição, pois a própria tradição católica entende que o exterior é
caminho para o interior, o corporal para o espiritual, o visível para o invisível.
A devoção popular tem como uma de suas funções sociais ser para o
povo, um código de expressão de suas necessidades vitais ou primárias. Por isso,
há sempre a oração de petição; e o que mais o povo pede a Maria é “proteção”
frente às múltiplas ameaças que tem de enfrentar, em relação à saúde, à segurança,
à solução de problemas afetivos, à libertação de vícios, ao desemprego, e assim
por diante. Nessa perspectiva, a figura de Maria aparece como protetora,
intercessora e provedora celeste. Desse modo, é possível dizer que a devoção
popular é encarnada, muito concreta, inserida nos problemas da vida cotidiana.
“Hoje é ponto pacífico a constatação de que os ex-votos quer objetuais, quer pintados, constituem a
expressão visual da súplica e da ação de graças e, mais fundamentalmente ainda, a afirmação pública
do voto feito (através dos dizeres: “Votum feci, gratiam recepi”: “Por uma graça recebida e
semelhante”.) Talvez algumas diferenças, na manifestação da gratidão, possam ser percebidas entre
certos ex-votos objetuais e os quadrinhos votivos: os ex-votos, que consistem em colares, anéis, brincos
de ouro e outros objetos preciosos, são, de fato, expressões de ação de graças e afirmações do milagre
ocorrido, mas representam também uma espécie de compensação paritética para restabelecer o
equilíbrio comunitário entre o ter e o dar [...].” (MATTAI, G. Ex-voto, p.510.)
BOFF, C. Mariologia Social, p. 556.
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Por conseguinte, segue uma integralidade da fé, no sentido de que não se separa a
vida da religião, o corpo da alma, o profano do sagrado, não se torna uma religião
puramente espiritual e abstrata, mas ocorre uma sobrenaturalização das coisas da
vida, ou seja, tudo pode ser matéria de relação com o Divino.
A piedade popular tem um sólido sentido antropológico. O povo tem um
forte sentido sacro natural e cósmico, portanto, da transcendência de Deus e seu
poder. Desenvolve-se nela um forte senso de transcendência, o temor reverencial
que ela manifesta diante de tudo o que é misterioso ou simplesmente maravilhoso.
É formada pelo mundo das graças recebidas, dos milagres e das aparições, por
isso, tem esse caráter do maravilhoso. Aquele que crê é sensível ao extraordinário,
acredita no poder infinito de Deus, de tal maneira que a piedade popular não
conhece o insucesso. O devoto acredita que a graça de alguma maneira será
alcançada, de sorte que há um desvio da racionalidade pura, tornando-se uma fé
dimensionada para a esfera do sobrenatural, onde a lógica não é do mundo
ordinário, mas do extraordinário.
No que se refere à Maria, o povo a trata como uma figura de maior
dignidade. Ela é vista como a Senhora Gloriosa, a grande mãe de Deus, a toda santa,
a Imaculada. Com isso, o devoto repele instintivamente representações por demais
realistas de Maria. Sente sua devoção atacada, quando vê a imagem de Maria
representada de um modo simples, ordinário, prosaico. Por outro lado, o devoto ama
imaginar Maria com traços de beleza e de riquezas supremas. Isso se dá porque, na
piedade popular, Maria situa-se abaixo de Deus, mas acima de todos os santos.
Diante da piedade popular mariana, a primeira atitude é de reconhecer sua
legitimidade, na Igreja, acolher com gratuidade e evitar toda tentativa de destruir.
Isso é fruto de um modo novo de perceber a realidade da piedade popular, que não
deve ser considerada como uma espécie de cristianismo subdesenvolvido, mas como
tantas manifestações históricas do catolicismo. Depois de séculos de utopia de um
cristianismo puro e evangélico, o qual excluía todo tipo de mediocridade, agora se
reconhece a dignidade da piedade popular e sua legitimidade.
No plano pastoral, a piedade popular não pode deixar de estar presente,
porque é justamente nesse plano que ela é mais estimulante e incentivadora. O
papa Paulo VI, na Evangelii Nuntiandi, afirma:
A caridade pastoral há de ditar, a todos aqueles que o Senhor colocou
como chefes de comunidades eclesiais, as normas de procedimento em
relação a esta realidade, ao mesmo tempo tão rica e tão vulnerável. Antes
de mais, importa ser sensível em relação a ela, saber aperceber-se das
suas dimensões interiores e dos seus inegáveis valores, estar-se disposto
a ajudá-la a superar os seus perigos de desvio. Bem orientada, esta
religiosidade popular, pode vir a ser cada vez mais, para as nossas massas
populares, um verdadeiro encontro com Deus em Jesus Cristo (EN, n.48).
Obviamente, a religiosidade popular tem seus riscos. Paulo VI observa que
ela se mostra vulnerável à penetração de muitas deformações e até superstições:
A religiosidade popular, pode-se dizer, tem sem dúvida as suas
limitações. Ela acha-se frequentemente aberta à penetração de muitas
deformações da religião, como sejam, por exemplo, as superstições.
Depois, ela permanece com frequência apenas a um nível de
manifestações cultuais, sem expressar ou determinar uma verdadeira
adesão de fé. Ela pode, ainda, levar à formação de seitas e pôr em perigo
a verdadeira comunidade eclesial (EN, n.48).
FIORES, S. De. Maria enla teología contemporanea, p. 359.
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É uma piedade que corre o risco de valorizar por demais o dado emotivo,
não comprometendo a vida do devoto em profundidade, gerando um fanatismo que
incapacita de captar a sã tradição, reatualizando-a por meio de expressões autênticas
e bloqueando-a no formalismo que se exprime mediante atitudes fortemente
individualistas, as quais não abrem para o que a Igreja mais defende, a comunhão.
Torna-se, assim, uma religião como vínculo gratificante do que uma fé com força
libertadora.
Paulo VI, na Marialis Cultus, sobre a piedade mariana, assevera:
O Concílio Vaticano II já denunciou, autorizadamente, tanto o exagero de
conteúdos ou de formas, que vai até ao ponto de falsear a doutrina, como a
mesquinhez de mente que chega a obscurecer a figura e a missão de Maria;
de igual modo alguns desvios cultuais: a vã credulidade, que a uma
aplicação séria substitui o dar-se facilmente a práticas apenas exteriores; o
estéril e passageiro impulso do sentimento, tão alheio ao estilo evangélico,
que exige esforço perseverante e efetivo (LG 67). Nós reiteramos a
deploração destas coisas: não são formas em harmonia com a fé católica e,
por conseguinte, não devem subsistir no culto católico (MC, n.38).
Portanto, o que a instituição assume como tarefa pastoral não é eliminar
a piedade popular, especificamente a mariana, no entanto, trabalhá-la, a fim de
que não fique apenas no campo do entusiasmo denotativo de uma evasão da
realidade, em vez de constituir um compromisso construtivo com o Reino de Deus,
no hoje da história.
O Concílio Vaticano II lançou bases para uma ampla reforma litúrgica na
Igreja, a qual foi introduzida nos anos seguintes, por empenho do Papa Paulo VI.
Dentro dessa reforma, também o culto a Maria foi diretamente envolvido. No novo
calendário, as festas marianas foram dispostas de modo que se destacassem as
etapas mais significativas da história da salvação, nas quais a figura de Cristo se
AGOSTINO, G. Piedade popular, p. 1073.
BOFF, C. MariologiaSocial, p. 582-583.
impõe como eixo da existência cristã. Assim, a celebração da pessoa de Maria
revela-se como reflexo do culto prestado ao Salvador, a quem a mãe, na visão do
catolicismo, se acha estreitamente associada.
A exortação apostólica Marialis Cultus enfrenta a questão do culto
mariano, em seu conjunto. A renovação do culto mariano é o tema da segunda parte
do documento pontifício, que começa justamente apresentando os problemas:
Como é bem conhecido, a veneração dos fiéis para com a Mãe de Deus tem
revestido, de fato, formas multíplices, de acordo com as circunstâncias de
lugar e de tempo, com a diversa sensibilidade dos povos e com as suas
diferentes tradições culturais. Disso resulta que, sujeitas aos desgastes do
tempo, essas formas em que se expressa a piedade se apresentam
necessitadas de renovação, que dê azo a nelas serem substituídos os
elementos caducos, a serem valorizados os perenes, e a serem incorporados
os dados doutrinais adquiridos pela reflexão teológica e proposto pelo
Magistério. Isso põe em evidência a necessidade de as conferências
episcopais, as igrejas locais, as famílias religiosas e as comunidades dos
fiéis favorecerem uma genuína atividade criadora e procederem,
simultaneamente a uma diligente revisão dos exercícios de piedade para
com a Virgem santíssima; desejaríamos, entretanto, que tal revisão se
processasse no respeito pela sã tradição e com abertura para receber as
legítimas instâncias dos homens do nosso tempo (MC, n.24).
Percebidos os desvios, a Marialis Cultus oferece algumas diretrizes
capazes de promover uma genuína reforma da veneração de Maria. Em primeiro
lugar, orientar-se pela Sagrada Escritura:
A necessidade de um cunho bíblico em toda e qualquer forma de culto é
hoje algo sentida, como um postulado geral da piedade cristã. O
progresso dos estudos bíblicos, a crescente difusão das Sagradas
escrituras e, sobretudo, o exemplo da tradição e a íntima moção do
Espírito, orientam os cristãos do nosso tempo para servir-se cada dia mais
da Bíblia, qual livro fundamental de oração e para tirar dela genuína
inspiração e modelos insuperáveis. O culto à bem-aventurada Virgem
Maria não pode ser eximido a esta orientação feral da piedade cristã, antes
FIORES, S.De. Maria enla teología contemporânea, p. 227.
⚫ ⚫
pelo contrário, deve ele inspirar-se particularmente em tal orientação,
para adquirir novo vigor e dela tirar proveito (MC, n.24).
Essa orientação não deve levar apenas ao uso servil dos textos e símbolos
bíblicos, mas deve induzir a retirar dos livros revelados inspiração na composição
das orientações, dos cantos e dos textos que servem para a liturgia e a devoção
mariana. Essa orientação garante que o culto mariano seja permeado pelos grandes
temas da mensagem cristã, os quais, na Escritura, encontram sua elaboração
inspirada. Espera-se, com essa orientação, que os fiéis abandonem elementos
puramente anedóticos e numinosos, existentes na devoção mariana.
Posto isso, o documento apresenta uma segunda orientação: a
necessidade de o culto mariano orientar-se segundo a liturgia da Igreja. Salienta
que a “liturgia, pelo seu preeminente valor cultual, constitui regra de ouro para a
piedade cristã”.
Entende-se que o culto deve ser estimulado, porém, recorda a
norma da Constituição Sacrosanctun Concilium, no seguinte sentido:
Importa, porém, ordenar esses atos de piedade, levando em conta os
tempos litúrgicos, de modo que estejam em harmonia com a sagrada
Liturgia, nela se inspirem, e a ela, por sua própria natureza muito superior
conduzam o povo cristão. (SC, n. 13).
Por conseguinte, a oração litúrgica tem como função educar a devoção
popular. Nesse aspecto, duas práticas marianas populares são mais fáceis de se
imbuírem do espírito litúrgico: o Angelus e o rosário, pois se revelam eficazes e
salutares, nos dias de hoje, devido à sua inspiração cristológica e bíblica.
Em terceiro lugar, a renovada veneração a Maria deve ser animada pelo
desejo de alcançar um acordo ecumênico. A Marialis Cultus afirma:
Em virtude do seu caráter eclesial, no culto à Virgem Maria refletem-se
as preocupações da própria Igreja, entre as quais, nos nossos dias, se
salienta o anseio pela recomposição da unidade dos cristãos. A piedade
para com a Mãe do Senhor torna-se, deste modo, sensível aos anelos e
PAULO VI. Exortação Apostólica Marialis Cultus, n.31.
GAMBERO, L. Culto, p. 368-369.
aos escopos do Movimento ecumênico, quer dizer, adquire também ela
um caráter ecumênico. E isso, por vários motivos (MC, n.32).
O culto mariano deve mostrar aos cristãos de todas as igrejas que o
recurso a Maria não desvia da meta comum da cristandade, não alonga o caminho
que a ele conduz, mas indica justamente a estrada certa.
A exortação Marialis Cultus dá um passo à frente, ao considerar o cunho
ecumênico do culto mariano, como consequência de seu caráter eclesial, bem
como não deixa de ressaltar a importância das contribuições que as outras
confissões cristãs continuam dando à piedade mariana.
A exortação enfatiza:
Antes de mais nada, porque os fiéis católicos se unem aos irmãos das
Igrejas ortodoxas, nas quais a devoção à bem-aventurada Virgem Maria
se reveste de formas de elevado lirismo e de doutrina profunda, ao
venerar, com particular amor a “Theotocos”, e ao aclamá-la como
Esperança dos cristãos; se unem aos Anglicanos, cujos teólogos clássicos
já colocavam em evidência a sólida base escriturística do culto à Mãe de
Nosso Senhor, e cujos teólogos contemporâneos frisam ainda mais a
importância do lugar que Maria ocupa na vida cristã; se unem, enfim, aos
irmãos das Igrejas da Reforma, entre os quais floresce vigorosamente o
amor pelas Sagradas Escrituras, que os leva a glorificarem as Deus com
as próprias palavras da Virgem (MC, n. 32).
Desse modo, entende-se que o ecumenismo, dentro do culto mariano,
deve ser tratado não só como um meio de levar os que estão fora do catolicismo a
aceitarem a doutrina e o culto católico, mas também uma capacidade de aceitar o
que eles têm de positivo, na sua devoção a Maria.
Uma quarta orientação do documento Marialis Cultus é de base
antropológica. A renovação do culto mariano não ocorre de forma eficaz, se não
levar em conta o conhecimento conquistado pelas ciências humanas. Em
particular, deve considerar a mentalidade de que, na atualidade, o pensamento
BALTHASAR, H. U. Von et al.O culto a Maria hoje, p. 48.
GAMBERO, L. Culto, p. 369.
⚫ ⚫
difundido é de que o homem e a mulher estão no mesmo plano, na vida familiar,
no campo político, social e cultural.
Nesse sentido, a Marialis Cultus ensina que
é preciso desenvolver a exemplaridade da figura de Maria:
Antes de mais nada, a Virgem Maria foi sempre proposta pela Igreja à
imitação dos fiéis, não exatamente pelo tipo de vida que Ela levou, ou
menos ainda, por causa do ambiente sócio cultural em que se desenrolou
a sua existência, hoje superado quase toda a parte; mas sim, porque nas
condições concretas da sua vida, Ela aderiu total e responsavelmente à
vontade de Deus (Cf. Lc 1,38); porque soube acolher sua palavra e pô-la
em prática; porque sua ação foi animada pela caridade e pelo espírito de
serviço; e porque, em suma, Ela foi a primeira e a mais perfeita discípula
de Cristo – o que, naturalmente, tem um valor exemplar universal e
permanente ( MC, n.35).
Dessa maneira, a Igreja incentiva o que pode ser chamado de
comportamento mariano do cristão. Esse comportamento deve manifestar a
obediência incondicional à Palavra de Deus e à sua ação, acompanhada da
esperança e luta pela justiça.
O forte da piedade popular mariana é o nexo afetivo, enquanto o nexo
mais fraco é o ético, ou seja, a imitação.
Essa limitação foi percebida pelo
Concílio Vaticano II quando, na Lumem Gentium,recomendou:
Por sua vez, recordem-se os fiéis de que a verdadeira devoção não
consiste em sentimentalismo estéril e passageiro, ou em vã credulidade,
mas procede da fé verdadeira que nos leva a reconhecer a excelência da
Mãe de Deus e nos incita ao amor filial para coma a nossa Mãe, e a
imitação das suas virtudes (LG, n. 67).
A imitação das virtudes marianas deve ser concretizada de acordo com
as exigências de cada tempo. Se fizermos a comparação das atitudes de Maria que
são mostradas no Evangelho, com os conhecimentos antropológicos e com os
conteúdos culturais que condicionam a mentalidade religiosa de hoje, será
BALTHASAR, H. U. Von et al.O culto a Maria hoje, p. 45-46.
BOFF, C. Mariologia Social, p.586.
possível perceber, à luz do Espírito, que Maria se apresenta verdadeiramente como
reflexo das aspirações dos homens do nosso tempo.
A exortação apostólica
Marialis Cultus oferece orientações sobre isso:
Desejamos, por fim, acentuar que a nossa época, não diversamente das
precedentes, é chamada a aquilatar o próprio conhecimento da realidade
com a palavra de Deus e, para ater-nos ao assunto de que estamos a tratar,
a confrontar as suas concepções antropológicas e aos problemas que daí
derivam com a figura da Virgem Maria, conforme ela está proposta no
Evangelho. Desse modo, a leitura das divinas Escrituras, feita sob o
influxo do Espírito Santo e tendo presentes as aquisições das ciências
humanas e as várias situações do mundo contemporâneo, levará a
descobrir que Maria pode bem ser tomada como modelo naquilo por que
anelam os homens do nosso tempo. [...] E reconhecerá em Maria, que é
“a primeira entre os humildes e os pobres do Senhor”, uma mulher forte,
que conheceu de perto a pobreza e o sofrimento, a fuga e o exílio (Cf. Mt
2.13,23) – situações estas, que não podem escapar à atenção de quem
quiser secundar, com espírito evangélico, as energias libertadoras do
homem e da sociedade; e não lhe aparecerá Maria, ainda, como uma mãe
ciosamente voltada só para o próprio Filho divino, mas sim como aquela
Mulher que, com sua ação favoreceu a fé da comunidade apostólica, em
Cristo (Cf. Jo 2.1-12), e cuja função materna se dilatou, vindo a assumir
no Calvário dimensões universais (MC, n. 37).
O texto destaca a atividade de Maria, bem como seu empenho em favor
dos direitos dos oprimidos, a firmeza ao ter que fugir da sua terra e exilar-se,
socorrendo sempre os necessitados. Essas atitudes, na visão da Igreja, são
necessárias no comportamento cristão de hoje, e demonstram como a figura de
Maria não frustra nenhuma das esperanças profundas do homem contemporâneo,
oferecendo a eles o modelo completo do discípulo do Senhor. Por isso, a prática
correta do culto mariano deve levar o cristão a orientar toda sua vida e todos os
seus atos ao Deus trino. Maria serve-lhe de sinal e auxílio, para realizar isso de
maneira devida.
E mais, a Virgem inspira a Igreja a buscar ações de
GAMBERO, L. Culto, p. 369.
BALTHASAR, H. U. Von et al.O culto a Maria hoje, p.47.
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solidariedade para com os pobres, assumindo uma práxis pastoral libertadora e,
com isso, poder proclamar, como Maria no Magnificat, presente no evangelho de
Lucas (1,52-53): “Derrubou os poderosos de seus tronos e os humildes exaltou...
De bens saciou os famintos”.
A partir do Diretório de Piedade Popular e Liturgia, entende-se que
piedade popular é a forma de religião das bases populares, que vivenciam a fé de
maneira mais “carismática”, espontânea e informal, que difere da vertente
“institucional” e hierárquica da Igreja, mas que nem por isso pode ser entendida
como algo contrário ao catolicismo oficial e, muito menos, ser considerada um
catolicismo inferior; deve ser concebida, segundo a Lumem Gentium, como duas
vertentes constitutivas da estrutura da Igreja, as quais se complementam.
Referente à piedade popular mariana compreende-se que ela possui um
forte apelo afetivo e sentimental, o qual é denotativo de intimidade,
espontaneidade e sinceridade. Esse sentimento leva a uma grandiosidade
devocional, que faz com as festas marianas sejam ricas de flores, fogos e cores,
mesmo quando se trata de comunidades carentes, porque essa maneira vivencial
da fé não se regula apenas pelos cânones doutrinários ou éticos, contudo, muito
mais pelas razões do coração, fazendo com que o devoto exprima externamente
seus sentimentos religiosos. Ela possui também funções sociais, porque se torna
uma espécie de código de expressão das necessidades vitais primárias do povo;
isso há sempre oração de petição a Maria por parte do fiel, que pede proteção,
saúde, alimento, segurança, trabalho etc. Desenvolve-se um forte senso de
transcendência, com caráter do maravilhoso, e, nesse sentido, a Pessoa de Maria é
entendida como uma figura de maior dignidade, como a toda santa.
A piedade popular mariana, por se constituir de expressões humanas,
comporta suas ambiguidades, apresenta inegáveis valores teológicos e espirituais,
BOFF, C. Mariologia Social, p.586-587.
mas também perigos de desvios. Assim, as lideranças eclesiais são chamadas a
refletir sobre o fenômeno e assumir uma atitude pastoral de cuidado e discernimento.
O Papa Paulo VI, na Exortação Apostólica Marialis Cultus, de1974,
apresenta, de modo teológico-pastoral, diretrizes para uma renovação no culto
mariano. Destaca a necessidade do culto se ter base bíblica, para que seja
permeado pelos grandes temas da mensagem cristã; que se oriente segundo a
liturgia da Igreja, levando em conta os tempos litúrgicos, de sorte a não perder o
seu real significado, que é a celebração da vida, morte e ressurreição de Jesus.
Deve possuir sensibilidade ecumênica, porque uma das preocupações da Igreja é
a unidade dos cristãos. E por fim, porém não menos importante, a dimensão
antropológica do culto marial, no sentido de apresentá-la aos fiéis como exemplo
a ser seguido na obediência à vontade de Deus, acolhimento à Palavra. O
documento também apresenta uma dimensão eclesial que inspira a Igreja a fazer
opção pelos pobres, assumindo uma práxis pastoral libertadora, promovedora da
dignidade do ser humano.
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Recebido em: 20/03/2018
Aprovado em: 26/06/2018